sábado, 13 de junho de 2015

Aula Magna com Stalin

Assisti a peça Aula Magna com Stalin no Centro Cultural Banco do Brasil. A direção, cenografia, tradução e trilha sonora são de William Pereira, excelentes. Amei o espetáculo. Baseado na obra do inglês David Pownall o texto imagina um encontro de Stalin, censor e dois compositores Prokofiev e Shostakóvich. No programa, o diretor conta que desejava montar essa peça há 20 anos, mas não conseguia patrocinadores. Em 2008 se uniu com a produtora Flávia Furtado que também quis montar o texto e foram a luta. Finalmente o Centro Cultural Banco do Brasil percebeu a atualidade e a genialidade do texto e aceitou o desafio. E é fascinante, mas muito angustiante.

E como o texto é atual. Os dois líderes torturam verbalmente os dois músicos que pisam em ovos sobre o que e como podem responder a tantos questionamentos sobre a arte com visões simplistas e desinformadas. Tanto desrespeito ao talento artístico É muito angustiante. Eu tinha lido a biografia de Shostakóvich de Lauro Machado Coelho e queria muito ver o espetáculo. Eu gosto muito dos atores: Jairo Mattos, Felipe Folgosi, Luiz Damaceno e Carlos Palma. Tudo é excelente. Muito bem feitas as cenas dos atores ao piano, parece mesmo que são os compositores geniais tocando. A iluminação é de Caetano Vilela, figurinos de Fábio Namatame. As fotos são de Roberto Setton e Frederico Busch. Aula Magna com Stálin fica em cartaz até o dia 3 de julho e os ingressos custam somente R$ 10,00 e meia-entrada. Precisa comprar com antecedência porque está lotando.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Permanência

Assisti no cinema Permanência (2014) de Leonardo Lacca. Uma amiga postou uma foto do filme com o Irandhir Santos, descobri assim a página do filme no Facebook e quis muito ver. Amo esse ator. Com receio de saber mais do que deveria do filme não li nada. E me programei para ver. Não foi uma tarefa fácil. O filme estava em pouquíssimas salas, em pouquíssimos horários. À tarde só estava em uma sala da Reserva Cultural. Confesso que me assustei com o preço do ingresso, R$ 30,00. Adoro essa sala, imagino que seja uma dificuldade manter o espaço, mas como tenho promoções em outras salas, acho que irei lá bem pouco, infelizmente.

Foi muito bom ir sem nenhuma informação e mergulhar na trama. Que filme delicado, lindo e sensível. Irandhir interpreta um fotógrafo pernambucano que vai para São Paulo para a sua primeira exposição. Começa com ele chegando em um apartamento e não sabemos de nada desse casal. Há tensão no ar. Depois vemos que ela é casada. Ele fica hospedado no apartamento deles. Há ainda algum sentimento, eles falam do passado e percebemos que eles tiveram algum envolvimento.

O casal que hospeda o fotógrafo é interpretado por Rita Carelli e Silvio Restiffe. A dona estressada e prepotente da galeria pela Sabrina Greve, atriz que adoro. A assistente na galeria por Laila Pas. Genésio de Barros faz uma participação. Permanência ganhou prêmio de Melhor Filme no Cine PE

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Tempos de Reflexão

Terminei de ler Tempos de Reflexão - De 1954 a 1989 (2012) de Nadine Gordimer da Editora Globo. Comprei esse livro em uma dessas promoções de um único dia de 50% de desconto. Sempre quis ler essa autora ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura, mas a vontade de ler se intensificou depois que vi o documentário Mulheres Africanas - A Rede Invisível que comentei aqui. Eu comprei o livro bem antes de ver o documentário e dela falecer, ficou na pilha para ser lido. Nadine Gordimer (1923-2014) é branca, sul-africana e judia. Nesse livro ela relata a sua infância e gostei muito o quanto ela se expõe, fazendo uma mea-culpa por ter ignorado os negros de seu país e pelos pensamentos que teve por sua criação.

Gostei demais do livro. São vários artigos, algumas histórias. Há textos feitos especificamente para o livro, mas há artigos que ela publicou em revistas, jornais e um texto de uma palestra realizada na Universidade da Cidade do Cabo. E muitos textos sobre literatura e escritores. Ela fala muito dos conflitos raciais do seu país. Logo no início ela faz um capítulo para Chefe Luthuli (Albert John Luthuli - 1898-1967) que lutou bravamente para as melhorias da vida africana. Ele incomodou tanto o governo que nenhuma obra sul-africana podia mencioná-lo. Sofreria censura. Luthuli ganhou Prêmio Nobel da Paz em 1960. Nadine Gordimer relata as diferenças do seu país onde as escolas dos negros não podem ensinar o inglês. Ficando assim os negros isolados pelo idioma em seu próprio país. 

Nadine Gordimer teve a sorte de ser branca e do seu idioma ser o inglês, portanto teve acesso a literatura feita nesse idioma. Há um grande capítulo sobre o Congo, sobre o legado belga que deixou na agricultura no país. Na clandestinidade muitos negros publicaram livros, ela menciona muitos poetas negros e poemas escritos por negros. Fiquei surpresa de ler muitos poemas de protesto. Poemas contundentes, violentos. O tempo todo ela diz que as soluções não serão aplicadas enquanto existir o Apartheid. Em um artigo ela fala da pergunta constante de entrevistadores para quem ela escreve. Ela diz, para qualquer um que queira ler. O livro é simplesmente fascinante, extenso. Quero ler os outros e também seus livros de literatura.



Beijos,
Pedrita

terça-feira, 9 de junho de 2015

Nicolas de Souza Barros

Fui ao recital de Nicolas de Souza Barros na Universidade de São Paulo. A apresentação aconteceu dentro do Seminário: Transcrição para Violão organizado pelo Edelton Gloeden. Nicolas de Souza Barros tocou em um violão de 8 cordas e falou da transposição que fez as obras para se adaptarem ao instrumento. Eu sempre quis ver ao vivo as interpretações desse violonista. Ele é muito ativo no Rio de Janeiro. Volte e meia conhecidos iam ver apresentações dele na Cidade Maravilhosa e eu sem poder ir. Fiquei muito feliz quando soube que ele ia tocar em São Paulo. Foi um belíssimo repertório, com ótima interpretação de obras de Debussy, Ravel, Albeniz e Nazareth. Adorei.

Programa:

Isaac Albeniz - Granada e Asturias

Claude Debussy - Dois Prelúdios para Piano, Arabesque nº 1 e Clair de Lune

Maurice Ravel - Sonatine para Piano

Ernesto Nazareth - Coração que sente, Carioca e Odeon



Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Lembra Daquela Noite?

Assisti Lembra Daquela Noite? (1940) de Mitchell Leisen no Telecine Cult. Eu olhava uma chamada do Telecine antes das 22h, onde eles mostram um resumo dos filmes que vão começar. E fiquei com vontade de ver esse. Gostei muito. Tem um viés um pouco moralista, mas o roteiro é muito bem construído e lógico. No elenco estão Barbara Stanwyck e Fred MacMurray.





É véspera de Natal e uma bela mulher rouba uma joia de uma joalheria e é presa. O advogado da acusação é chamado para ganhar a causa. O da defesa é um falador exagerado. Assim que ele termina o outro pede prorrogação solicitando um psiquiatra. O juiz adia para depois do Ano Novo. O advogado da acusação fica com pena da mulher passar o Natal na cadeia e paga a fiança para ela esperar com a sua família. O que ele não sabe é que ela é sozinha e levam ela pra casa dele.

Ele oferece para levá-la a casa da família dela que é perto da cidade onde mora sua mãe e eles seguem viagem. Nada dá muito certo e eles vão para a casa da família dele. A mãe e a tia são interpretadas por Beulah Bondi e Elizabeth Patterson. Bonito filme. 

Beijos,
Pedrita

domingo, 7 de junho de 2015

Questão de Direito - Ficha Suja

Assisti ao episódio Ficha Suja da peça Questão de Direito no Teatro Bibi Ferreira. Direção e dramaturgia de Hermano Leitão. Eu estava muito curiosa por esse espetáculo por ser um tema tão atual e tão complexo. Sei que as análises judiciais demoram, mas sempre achei muito arrastado o processo de candidatos para determinar se são Ficha Suja ou não. Nesse um candidato é acusado de passar de 2% da verba da Câmara para os Vereadores. Na verdade ele usou 72%, quando só podia usar 70%. Mas ele usou muito mal os 70%. A maior parte da verba foi para pagar combinados eleitoreiros, resumindo, para retribuir favores. E uma outra parte bem significativa com um congresso em fortaleza, em hotel de luxo.

Eu acabei sabendo posteriormente que há duas possibilidades de análise de Fichas Sujas. Nesse caso, quatro desembargadores votaram que o candidato é Ficha Suja. Um votou que 2% não era um valor significativo para ser Ficha Suja e que o povo votando que decidisse. Não acredito em unanimidade de pensamento, nem acho saudável a uma democracia. Mas entendo pouco de leis. 

Foi um dos espetáculos de direito dessa série que tive mais dificuldade de compreender, se é que compreendi. Talvez seja esse o motivo que faça com que os políticos raramente sejam designados Ficha Suja. Sempre penso de forma mais simples, talvez simplista, se não seria melhor peneirar primeiro, quem tiver processo não poderá se candidatar. Talvez isso já elimine vários candidatos. Se quando um empresário contrata ele vê a ficha policial, talvez na política poderia acontecer o mesmo. Talvez não sobrasse quase ninguém pra votar. Claro, na ditadura muitos bons cidadãos foram fichados, mas poderia desconsiderar essa época e contar após a abertura política. Todos estavam ótimos: Gabriel Monteiro, Hermano Leitão, Wallace Becker, Rudy Serrati, Luana Martins, Viviane Esteves, Roger Rodrigues Franklin Martins. Essa terça será esse tema novamente, a peça continua em junho, há vários outros temas a apresentar.



Beijos,
Pedrita