Terminei de ler O Anjo Silencioso (1949) de Henrich Böll. Peguei esse livro emprestado da minha irmã. Nós começamos, há uns anos, a ler ao menos uma obra de ganhadores de Prêmio Nobel, Heinrich Böll é mais um autor. Amei! Esse livro foi publicado postumamente e no Brasil saiu pela editora Estação Liberdade, essa dessa foto maravilhosa! No início parece um livro de ficção. Em meio a escombros um homem acha um anjo, imagina que seja algo refinado, uma obra de arte, mas percebe tirando a poeira que não é nada menos que algo de muito mal gosto. Como o autor, nosso protagonista volta a sua cidade após o fim da guerra. Sua cidade está destruída. Ele não é um herói de guerra, muito pelo contrário. Passou o período do confronto trocando de identidade.
Obra de Hans Hartung
A cidade é só escombros, todos vivem na mais profunda miséria. Não há comida. Alguns cansados nem saem de casa para tentar algo pra comer, se deixam levar pela letargia. É um livro triste, desesperançoso, onde as pessoas tentam, sem vontade, viver. O estilo de escrita de Henrich Böll é fascinante!
Obra Ohne Title (1922) de Georg Muche
Anotei a primeira frase de O Anjo Silencioso de Henrich Böll:
“O clarão do fogo vindo do norte da cidade era suficientemente forte para que ele pudesse reconhecer as letras acima do portal: “...cent-Haus”, leu, e subiu com cuidado pelos degraus; vinha luz de uma das janelas do porão, à direita da escada, hesitou por um momento e procurou ver algo através da vidraças sujas, depois continuou a andar devagar, ao encontro da sua própria sombra, que subia ao longo de uma parede intacta e crescia e ficava mais larga, um fantasma débil com braços balouçantes, que inchava e cuja cabeça já havia despencado para o nada, por sobre a borda do muro.”
Música do post: P. Hindemith - FUNERAL MUSIC for Viola and Orchestra
![]() |
| From Mata Hari e 007 |
Beijos,
Pedrita



O garoto acaba tendo muita raiva e em um desses acessos morde a mãe e foge. É nesse momento que começa a fantasia, ele vai parar em uma ilha Onde Vivem os Monstros. Começam diálogos complexos sobre família, união, desunião, raiva, tristeza, abandono. São textos bem complexos. O garoto acaba sendo nomeado rei dos monstros e obviamente que comete equívocos. Apesar dele estimular brincadeiras, nem sempre trazem harmonia. Aborda ainda o ser criança, a alegria de se divertir, mas também as consequências de nossos atos. Onde Vivem os Monstros é baseado nos livros de Maurice Sendak. O garoto é uma graça, ele é interpretado por Max Records, inclusive o personagem se chama Max. O elenco continua com grandes estrelas: Forest Whitaker, James Gandolfini e Paul Dano. A mãe é interpretada por Catherine Keener e a irmã por Pepita Emmerichs. Mark Ruffalo faz uma participação. Gostei bastante da trilha sonora de Carter Burwell e Karem Orzolek.

Eu adorei vários momentos. Gostei da zebra ser confundida com seus iguais e as outras zebras se fingirem dele, fizeram tanta confusão, hilário. Amei o pinguim apaixonado pela boneca de madeira. O número musical do Toto Moto também é hilário. E todos aparecendo dentro da água no que parecia um encontro solitário e romântico muito engraçado.