sexta-feira, 28 de julho de 2017

Sob Pressão

Assisti Sob Pressão (2016) de Andrucha Waddington no Telecine Play. O roteiro é de Renato Fagundes e Leandro Assis. Eu relutava em ver esse filme. A realidade dos hospitais públicos no Brasil beira o insuportável e um filme que escancarasse esse tema seria muito doloroso. Mas acabei vendo o primeiro episódio da série na TV Globo, aí quis muito ver o filme.

O filme se passa em um único dia no hospital que fica ao lado de uma comunidade que passou a noite em tiroteio. Chega uma ambulância e a polícia. O policial foi baleado na cabeça e o traficante tem inúmeros tiros. Começa então a briga entre o chefe da cirurgia com o policial que acha um absurdo o traficante ser operado primeiro, quer até prender o cirurgião. O hospital está com a tomografia quebrada para avaliar a lesão do policial. Tudo precário, indigno. Pelo tiroteio muitos médicos e enfermeiros faltaram. Chega então uma médica que ia começar naquele dia e que tinha sido do Médicos Sem Fronteiras e trabalhado no Haiti. 

Há várias discussões com o diretor do hospital e a recente gerente administrativa. Muito bem realizado, muito triste. Júlio Andrade está incrível como o médico impecável, o melhor da equipe, mas que toma escondido muitos remédios e está exausto. Marjorie Estiano é a médica que chega. Outros médicos são interpretados por Ícaro Silva e Álamo Facó. O diretor por Stepan Nercessian e a administradora por Andréa Beltrão. O policial por Thelmo Fernandes. A série não tem o Ìcaro Silva e não entendi porque não escolheram um negro para substituí-lo. E é mais leve. Tem toda a densidade do filme, mas mostram pacientes sendo atendidos fora das salas de cirurgia, pacientes que vivem no hospital por não terem pra onde ir. É um pouco mais leve. O filme Sob Pressão incomoda muito, desconcertante. Dá muita vergonha desse país que designa milhões para fundo de campanha legalmente, bilhões ilegalmente e a saúde, educação e cultura nessa precariedade.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Albert Nobbs

Assisti Albert Nobbs (2011) de Rodrigo García na ClaroTV. Eu ouvi falar vagamente desse filme, mas tinha esquecido.. Quando vi que o pôster era de época fui ver. Que preciosidade! É um filme muito dramático, dolorido mesmo. É baseado no livro do irlandês George Moore de 1918. Adaptado pelo húngaro István Szabó. O diretor é colombiano.

Glenn Close interpreta Albert Nobbs. Ela está incrível. Ele é um garçom de um hotel. Aos poucos vamos conhecendo a sua história. Na adolescência ela viu um anúncio para garçom e foi como tudo começou. Quando viu que com as gorjetas conseguia juntar algum dinheiro continuou. Ela conhece um pintor, descobre que também é mulher e começa a perceber que pode ter uma família também. Ele sempre sonhou em ter uma tabacaria e pode se casar com a atendente. O pintor é interpretado por Janet McTeer.

Ele escolhe então uma funcionária do hotel, mas ela está envolvida com um mau caráter. Ela é interpretada pela talentosa Mia Wasikowska e ele por Aaron Taylor-Johnson. Os desfechos são muito tristes, a vida sem a medicina adequada, com tantas preconceitos não era fácil. Absurdo o mau-caratismo da dona do hotel no final, assustador. A dona da pensão é interpretada por Pauline Collins. O médico por Brendan Gleeson. Jonathan Rhys Meyers faz uma participação.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 25 de julho de 2017

The Walking Dead - 5ª Temporada

Assisti The Walking Dead - 5ª Temporada (2014) de Frank Darabont no Now. Eu comecei a ver seguidamente, mas de repente comecei a parar e fiquei meses sem voltar a ver. A Patry do Marion e Sua Vida comentou que a série devia ter acabado nessa temporada. Pode ser. Mas como ela eu vou querer continuar a vendo para saber o que acontece com os personagens.

Essa temporada começa em Terminus. Eles seguiram os avisos e lá descobrem que é um falso abrigo. Um lugar medonho. Conseguem fugir. Ficam um tempo em uma igreja com um padre abominável e covarde. Descobrem barbaridades de um grupo próximo. São encontrados por rapazes que dizem que uma comunidade precisa deles.

Eles estão ressabiados, já viram várias comunidades lideradas por lunáticos. A série mostra que os seres humanos, retirados de suas bases de sobrevivência ficam muito perigosos. Mas essa sociedade é mais equilibrada. A líder conta que criaram aquele condomínio para se protegerem de tragédias futuras. Tudo é bem organizado, há placas solares que fornecem energias, casas confortáveis. Continuo estranhando as pequenas hortas e plantações. De tão minúsculas não mantém nem uma família de quatro pessoas, que dirá um condomínio. E eles continuam fissurados por latinhas e mais incrível ainda, as acham nas buscas e com validade e qualidade depois de tanto tempo. Patry também acha estranho que os carros tenham sempre combustível e eu que as armas tenham sempre munição. Nada mais é produzido, tudo o que resta só é extraído. E não ligam para árvores frutíferas. Não as plantam, nunca as encontram. Esse autor do roteiro não tem a mínima noção de agricultura.

Eles gostam dos confortos, banho quente, podem fazer a barba, cortar o cabelo, roupas limpas. É interessante o silêncio deles. Eles gostam mas estão sempre desconfiados. Rick (Andrew Lincoln) e Michone (Danai Gurira) são designados policiais. É interessante as discussões que surgem nessa comunidade. Esse grupo logo que tudo começou se isolou ali. Eles não tem a mínima noção da dimensão de tudo o que aconteceu e dos perigos. Eles ainda acham que o maior perigo são os zumbis. Não tem noção de como a sociedade se tornou perigosa.

Também o grupo tende a jogar os problemas pra baixo do tapete.  A líder entrevista todos gravando até aceitá-los na comunidade. E quando há problemas ouve todos gravando também. É bem interessante quando essa temporada começa a chegar ao final e descobrimos que o grupo do Rick não estava muito confortável nessa comunidade que fingia ser um conto de fadas. Muito interessante quando a Carol (Melissa McBride) diz que conta histórias pra eles como se fossem crianças. E é isso, parece que esse grupo mais brinca de casinha do que enfrenta com maturidade os seus conflitos. A líder do grupo é interpretada por Tovah Feldshuh e seu marido por Steve Coulter. Interessante que essa líder acredita mais no padre que veio com o grupo que com o grupo. Ela não percebe os desajustes do padre, total alienada e conservadora. Nesse grupo ainda aparece Alexandra Breckenridge.

Carl (Chandeler Rigs) está com um cabelão pavoroso. Achei que ele ia se inspirar no pai e ao menos ter um cabelo que ficasse melhor, mas não, continua com aquele cabelo sem corte, cumprido, com chapéu, sempre suado e cabelo melado. Carl parece ser o que mais se adapta a comunidade. Há tempos ele não se relacionava com pessoas da idade dele. Ele se identifica bem com o grupo adolescente da comunidade.
As postagens de The Walking Dead estão aqui.


Beijos, 
Pedrita

domingo, 23 de julho de 2017

A Garota Solitária

Assisti A Garota Solitária (1995) de Benoît Jacquot na ClaroTV. Eu gosto desse diretor. É um bom filme para quem estuda cinema, há vários planos sequências acompanhando nossa protagonista. Mas o roteiro é muio fraco. É mesmo para seguir a garota tentando o mínimo de edição, em detrimento do roteiro.

Inicialmente passa em um único dia da vida dessa garota. Depois, no finalzinho, ela uns anos a frente. Começa em um bar, um rapaz nervoso, ela chega, ele reclama do atraso. Ela conta que está grávida. Praticamente não há cortes. Segue para ligar para mãe o que faz continuamente no filme todo. O rapaz não trabalha e não parece muito interessado em fazê-lo. Ela reclama com ele, mas ele continua no bar, já que ela pediu que ele a esperasse.

Ela segue para o primeiro dia de trabalho no emprego novo. Acompanhamos ela caminhando até o hotel, engraçado a surpresa das pessoas nas ruas, ela anda rápido e a câmera também. Curiosa pra saber como filmaram. Ela é uma péssima funcionária. Entra em quartos vazios pra ligar pra mamãe. O que mais me incomodou é o grupo pegar os pães com as mãos, levar nos quartos, voltar, pegar de novo com as mãos. Ninguém lava as mãos quando chega das ruas, após abrir portas. Não comeria nesse hotel nem por decreto. E o café completo é uma grande pobreza. Ela já sabe um pouco do serviço porque diz que trabalhou no Sheraton. Então ela sai de uniforme no meio do expediente para se encontrar com o namorado de novo no bar. Deve ter perdido o emprego naquele mesmo dia. Anos depois ela com o filho e a mãe e percebemos que ela está sozinha. Ela diz em um momento que não ia ficar com um marido que faz apostas. Não sei se a tradução foi correta. Ela é interpretada por Virginie Ledoyen, como é linda. Ele por Benoît Magimel. Todos os outros aparecem pouquinho. O filme é mais ela o tempo todo e seu corre corre principalmente no hotel pelas escadas, elevador, corredores e quartos. 

Beijos,
Pedrita