sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

A Tempestade

Assisti A Tempestade (1982) de Paul Mazursky no Max. Eu coloquei pra gravar esse filme porque é com o John Cassavetes. O elenco é incrível.

Susan Sarandon novinha de tudo, mais linda que nunca. Lugares paradisíacos na Grécia.

O protagonista é um famoso arquiteto. Seu casamento está desgastado. Ele, a esposa e a filha vivem em festas badaladas cheias de celebridades. Ele resolve ir então com a amante viver em uma ilha grega, sua filha vai junto. O elenco é glamouroso. Ele é interpretado por John Cassavetes, a esposa socialite por Gena Rowlands e a filha por Molly Ringwald.

No início tudo é maravilhoso, natureza exuberante, mar, paz, mas aos poucos eles vão se entediando. Raul Julia interpreta um homem limitado que vive na ilha. No elenco surge ainda Vittorio Gassman, Sam Robards e Paul Stewart.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Escrava Mãe

Assisti a novela Escrava Mãe (2016-2017) de Gustavo Reiz na TV Record. Não segui, acompanhei. Complementei com os resumos na internet e os resumos do capítulo antes ou depois. Cheguei inclusive ficar um bom tempo sem ver. Produção caprichosa, excelente elenco, foi uma nova experiência para a TV Record. A Casablanca, uma empresa terceirizada, realizou toda a novela em Paulínia, entregou o produto pronto. Foi inclusive um certo stress já que a novela demorou a entrar no ar e os atores se viram presos, sem poder aceitar outros trabalhos. Mas finalmente estreou.

Gostei de vários personagens. Tenho acompanhado o trabalho da Gabriela Moreyra, linda e talentosa. Foi incrível sua interpretação, até porque a novela anda bastante no tempo. No início, uma adolescente cheia de sonhos, depois uma mulher em luta pela liberdade e pela realização do seu amor. Adorei o português que fez par romântico com ela, Pedro Carvalho, igualmente lindo e talentoso. Há vários segredos em Escrava Mãe e ele traz vários. Ele tenta descobrir a história do pai que foi morto. 

Diferente de muitas novelas sobre escravidão, Escrava Mãe mostrou os negros como lutadores, revoltados de sua condição, com quilombo ativo que aparece várias vezes, inclusive indo atacar os engenhos. Começou na África na festa de casamento da mãe da Escrava Mãe. Lindo o capítulo, muito bem realizado. Chegam então os algozes, eles lutam muito, mas são presos e trazidos de navio negreiro ao Brasil. Aqui alguns conseguem fugir e viver um tempo na floresta, mas o capitão do mato os localiza. Juliana, a Escrava Mãe nasce, a mãe entrega para um garoto que leva a menina a uma fazenda. 

Lá ela é tratada com muito amor por essa família, como se fosse mais uma filha, mas claro, sem alforria, é tudo uma farsa como acontecia muito nas fazendas. Fingiam que o negro era livre, para maltratá-lo caso tivesse um único pensamento livre. Ironicamente a única personagem negra conformada é interpretada por Zezé Motta, logo ela que é tão batalhadora pela igualdade. Mas ela explica sempre a Juliana que o melhor é se conformar. Ela é praticamente uma mãe para Juliana, e sabe que se a menina se rebelar vai sofrer muito na mão de seus donos. Ela é submissa por medo, não porque aceita a sua condição.

Um grande mistério foi a chegada da Condessa, adoro essa atriz, Adriana Lessa. Ela envia para o vilarejo, para preparar a sua chegada, o seu lacaio Tozé, interpretado pelo Cássio Scapin. Adoro esses atores. Eles interagiam com o núcleo cômico, mas também tinham seus segredos. Jaime Periard interpretou um vilão. Uma graça a família da Belezinha, e que graça essa atriz Karen Marinho, gosto muitos dos atores que fizeram os pais dela, Cézar Pezuolli e Adriana Londoño, mas esquisito ser índia a mãe. Não me identificava muito com o núcleo cômico ligado a Jardineira, nem a repetitiva e cansativa rivalidade entre duas grandes atrizes Luiza Thomé e Jussara Freire. Apesar que adorei o romance da dona da Jardineira com o capitão, interpretado muito bem por Junno Andrade. O elenco todo era muito bom: Sidney Santiago, Raphael Montagner, Luiz Guilherme, Marcelo Escorel, Elina de Souza, Robertha Portella, Débora Gomez, Marcelo Batista, Manuela Duarte e Mariza Marchetti.

Incrível a personagem da Esméria interpretada brilhantemente por Lidi Lisboa. Começou ela escrava e invejosa da boa vida da Juliana, uma escrava de dentro e tratada como se fosse filha. Depois ela é a irmã da condessa, fica rica e inicialmente, deslumbrada, quer escravos ao seu serviço, como acontecia muito com escravos que mudavam de status. Nova transformação, ela passa a lutar para libertar a irmã escravizada por uma artimanha do poder e a lutar pelos escravos.

Como adorava o casal Atíla e Felipa. Adoro esses atores Milena Toscano e Léo Rosa. Os dois são grandes defensores do fim da escravidão. 

Adoro Ana Roberta Gualda e belo personagem. Ela é a bela Sinhazinha Tereza, que manca e tem que casar com Almeida, apesar de amar e ser amada pelo filho do coronel rival. Linda a canção tema dela. O pai achava que ela sendo manca não ia conseguir um partido e arranja um casamento com o filho de um amigo dele, sem saber o quanto esse pretendente é mulherengo, boa vida e mal. Os dois rivais são atores que gosto também  Fernando Pavão e Rober Gobeh. O pai da Sinhazinha morre logo no começo e é outro ator que adoro Antonio Petrin.

Eu torcia muito pelo romance de Beatrice e Tito Pardo. Adoro esses dois atores que estavam excelentes Bete Coelho e Nill Marcondes. Tito Pardo mostrou o lado cruel dos patrões, o patrão dele sempre prometeu alforria, o que faziam muito para conseguir obediência. Só que quando faleceu, no testamento disse que Tito Pardo só teria alforria após a morte da esposa. Quanta crueldade. Percebi que não estava previsto os dois ficarem juntos, mas se fosse uma novela aberta, pode ser que ficassem. Esse foi um dos problemas de Escrava Mãe, ser uma novela pronta, sem poder ter mudanças. Uma pena, perdeu muito com isso, não podendo mudar conforme o gosto do público.

A novela tinha um formato antiquado, o que fazia com que eu não quisesse acompanhar. Como muitos produtos da emissora, enrolavam o que podiam. Thaís Fersoza estava incrível, mas suas maldades eram uma repetição só. Na chamada do parto da Juliana diziam que seria em um capítulo, quando fui ver, parou no que a chamada mostrava, mas o parto mesmo ficou para o dia seguinte. Não sei como essa tática velha ainda segura o público agora com tantas opções. E essa prática cometeu os mesmos erros de novelas antigas, enrolou o que pode, mas no último capítulo deixou todos os segredos em um atropelo só. Deixando algumas tramas no ar como a história da Felipa, entre outras. Se tivessem modernizado, os segredos iam sendo revelados semanas antes, para que algumas tramas tivessem desfechos longos e belos antes da trama principal que ficaria só para o último capítulo.

Muito inteligente colocar Escrava Isaura para suceder Escrava Mãe. Foi uma bela produção da TV Record, com elenco incrível. Mas ficou gritante a diferença de qualidade técnica. Eram as primeiras novelas na TV Record, com aqueles figurinos pavorosos. Ficou bem chocante logo após uma produção tão bonita como a Escrava Mãe. E ficou mais estranho porque em Escrava Mãe surge uma Isaura, mais de costas, com um belíssimo cabelo e lindíssimo figurino, ficou meio estranho, mas como marketing funcionou muito bem. Leopoldo Pacheco teve em Escrava Isaura um de seus grandes personagens.
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Os Primos

Assisti Os Primos (1959) de Claude Chabrol no Arte 1. Eu adoro esse diretor, mas nunca tinha visto um filme bem antigo dele, só os mais recentes. Os diálogos são de Paul Gegaúff. Os Primos é bem indigesto. Um primo vai a Paris, o outro é um bon vivant. Os dois vão prestar concurso para Sourbonne.

Em vez do primo levar o outro para conhecer lindos lugares em Paris, ele leva em um muquifo, cheirando a muito cigarro, jogos e mulheres. A forma como o filme e os homens tratam as mulheres é insuportável. Elas são objetos nas mãos deles. Na época do sexo livre, elas se relacionam com vários homens, mas são maltratadas por isso. E não era porque eram mulheres desse época, afinal Virgínia Woolf e Simone de Beauvoir já tinha lançado vários livros e não eram submissas.

Uma engravida, o bon vivant e outro homem, dão dinheiro a mulher para ela resolver o problema e ainda a humilham dizendo que ela sai com vários homens. O mais estranho é que as mulheres do filme são submissas. O estudioso está apaixonado por uma moça, esses mesmos homens horrorosos convencem ela que o melhor é ficar com o bon vivant. O primo bon vivant é invejoso, quer tudo do estudioso.

O desfecho é muito dramático. Filme indigesto. Os Primos são interpretados por Gérard Blain e  Jean-Claude Brialy. Alguns outros do elenco são: Juliette Manyel, Claude Cerval, Françoise Vatel, Michèle Méritz, Guy Decomble, Geneviève Cluny e Stephane Audran.
Beijos,
Pedrita

domingo, 8 de janeiro de 2017

Ovono

Assisti a peça Ovono (2016) da Kompanhia Centro da Terra no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. Texto e direção geral de Ricardo Karman. Para tudo!!!! Para tudo!!! Vocês sabem o quanto amo ficção científica. E uma peça de teatro? Não imaginam como estava ansiosa pra ver. Só consegui ir na reestreia.

Logo que começou fizeram reverências ao maravilhoso 2001 Uma Odisseia no Espaço do Kubrick e eu comecei a ter palpitações. Que emoção!!! Parecia que eu estava em um estúdio de cinema acompanhando as filmagens. 

Os atores estão dentro de uma bolha, quase tudo acontece ali. São várias tramas incríveis entrecortadas, mas a história central é que um osso gigante, que só aumenta, irá entrar em colisão e destruir a terra. 

Antes acompanhamos a criação do Ovono. Um cientista cria uma mente, é criança ainda, e está treinando-a com princípios e valores. Mas um militar quer que ele treine Ovono para os seus propósitos. O cientista mata o militar e Ovono vê. 

Quando a terra está para ser destruída só Ovono e uma criança podem ir até o osso destruí-lo com uma bomba atômica. A criança foi treinada em países terroristas para obedecer tudo. O texto é tudo cheio de questões subliminares, absolutamente incrível. Vai demorar para todo o impacto do espetáculo sair de dentro de mim. Não paro de pensar. 

É muito incrível ver que tudo aquilo passa na nossa frente. Em filmes de ficção científica, utilizam a tecnologia, fazem várias vezes para dar o resultado, editam para ficar impecável. E no teatro? Que loucura fazer a cada sessão toda aquela magia na nossa frente, toda a tecnologia ao vivo, animação, texto, efeitos. Nunca vi nada parecido. Maravilhoso!!!!

É muita, mas muita gente trabalhando para a mágica funcionar impecavelmente. Vou colocar todos os nomes aqui para não cometer o erro de esquecer algum que seja responsável por uma ferramenta importante para tudo funcionar:

Espetáculo: OVONO 
Texto e direção geral: Ricardo Karman
Direção de animação e vídeo: Amir Admoni 
Direção de projeto multimídia: Tito Sabatini
Elenco: Gustavo Vaz, Paula Arruda, Paula Spinelli, Fábio Herford, Bruno Ribeiro e César Brasil.
Participação/vídeos: Lulu Pavarin, Vivian Bertocco, Beatriz Bianco e Vivian Vineyard.
Assistência de direção: Bernardo Galegale
Figurino: José de Anchieta
Iluminação: Domingos Quintiliano
Cenografia: Ricardo Karman
Dramaturgista: Rui Condeixa Xavier
Projeto e consultoria de inflável: Otávio Donasci
Consultoria de imagem: Hugo Mendes e ​Damian Campos
Equipe de suporte de projeção: Angelo Bag, Damian Campos e Hugo Rodrigues
Trilha sonora: Raul Teixeira e Rodrigo Florentino
Operação de som: Rodrigo Florientino
Operação de luz e vídeo: Leonardo Patrevita
Animação: Amir Admoni e Fabrício Melo
Rigging / verme: Leonardo Cadaval
Animação verme: Diego Souza
Videorreportagem: César Brasil
Assistência de luz para montagem: Marcos Rogério Fávero e Vinícius Requena 
Adereços: Marcela Donato, Paulo Galvão, Josué Torres
Consultoria de visagismo: Duda Marcondes
Contrarregragem: César Brasil, Bruno Ribeiro e Moisés Saron Lopes
Costureira: Lande Figurinos
Confecção de inflável: Juanito Cusicanki
Fabricação da calota: Marcelo Carlos da Macplast
Coordenação de produção e produção executiva: Vivian Vineyard
Administração: Norma Lyds e Emerson Mostacco
Projeto gráfico: Keren Ora Karman
Fotografia: Leekyung Kim
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação 
Idealização: Kompanhia do Centro da Terra
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Patrocínio: Banco do Brasil
Copatrocínio: Sabesp
Só agora que vou ler as inúmeras críticas que saíram. O espetáculo Ovono fica em cartaz até 30 de janeiro. E os ingressos são baratinhos, R$ 20,00, menos que um cinema. Não deixem de ver, é muito, mas muito impressionante!
Beijos,
Pedrita