sexta-feira, 11 de outubro de 2024

As Gêmeas Silenciosas

Assisti As Gêmeas Silenciosas (2022) de Agnieszka Smoczynska no Telecine Cult. Estava zapeando e vi esse filme. Não sabia do que se tratava, mas coloquei pra gravar. Infelizmente os filmes do Telecine Cult não vão pro streaming do canal. Fiquei muito surpresa quando fui assistir, e vendo, fiquei em choque. O roteiro é de Andrea Siegel e Marjorie Wallace, essa é a jornalista que acompanhou as gêmeas na adolescência até a vida adulta.

O filme conta a história das gêmeas June e Jennifer Gibbson. As duas nasceram no Caribe e foram viver no País de Gales quando eram bem pequenas. Como eram as únicas negras na escola, sofreram violentos bullying. A escola não fez o seu papel, então elas fizeram os códigos delas para se proteger. Elas decidiram que só falariam entre elas. Não falam com mais ninguém. É do tempo que a escola ignorava as violências, apesar que não anda muito se preocupando com "coisas de crianças" nos dias de hoje. Penso que se a escola tivesse feito o papel dela e preparado dinâmicas de interação entre os alunos, se essa trágica história talvez não acontecesse. Tenho muita raiva das escolas dizerem que a responsabilidade da educação é dos pais, tirando totalmente as suas responsabilidades.  Ou como pensavam no passado, que é coisa de criança. Como costuma acontecer, elas que se calaram pra se defender, que foram pra escolas especiais e sofreram as violências. Os que praticaram bullying ficaram impunes. Não estou dizendo que precisam ser punidos, mas o sistema costuma punir quem acaba se defendendo dos ataques como consegue. Em vez de auxiliar todas as crianças da escola a aprender a convivência. Até porque um dos papéis da escola é a socialização.
Elas adoravam escrever. Faziam bonecos para suas histórias, eram brilhantes. Elas crescem e resolvem enviar seus textos a editoras, que recusam na maior parte do tempo. Com as eternas violências e falta de compreensão, elas passam a se rebelar ao sistema que sempre as excluiu. Na adolescência, elas passam a praticar pequenos furtos e alguns vandalismos. São presas e condenadas a prisão perpétua em um hospital psiquiátrico. Se fossem brancas e ricas provavelmente os pais pagariam umas multas e elas estariam por aí. É perverso demais o que fazem com elas que passam a ficar dopadas, a viver em solitárias e serem separadas. É uma história trágica demais. Letitia Wright e Tamara Lawrance arrasam. A trilha sonora é maravilhosa! Além de ótimas músicas que elas adoravam, o filme utilizou os textos impactantes delas pra fazer músicas dilacerantes. Tem todas as músicas no Spotify.
O livro de uma delas é publicado. A jornalista começa a visitar a jovens e se indignar com a pena delas. Ela consegue tirar as duas da perpétua, mas só 11 anos depois quando os estragos já tinham sido feitos. Uma delas morre misteriosamente. O filme dá a entender que ela desiste de comer, mas nunca se souberam os motivos. June Ribbons vive reclusa no País de Gales. Queria ir até ela dar um abraço.
Na foto, elas com a jornalista.


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Recital de Tony Yang

Assisti ao recital de Tony Yang no Festival Chopin no Theatro Municipal de São Paulo. Que pianista incrível! Estou emocionada até agora. Todos os pianistas desse festival são laureados no Concurso de Varsóvia. Em 2015, com apenas 16 anos, Tony Yang foi 5º lugar. O pianista nasceu em Chongqing, na China e foi criado no Canadá.

O momento mais marcante foi quando ele interpretou Vallée d´Obermann de Liszt. Me arrepiei várias vezes, me emocionei demais. Lindíssima!

Programa completo

W A.Mozart  (1756 – 1791)

Variações “Lison Dormait” em Dó maior, K. 264   

Tema: Andante (Dó maior)

Var.9: Allegro – Cadenza – Tempo I

Sonata No. 4 em Mi bemol maior, K. 282     

F. Liszt (1811-1886)   

Vallée d´Obermann  de “Anos de peregrinação” I (Suíça), S.160 Nº6    

F.Chopin (1810 -1849) 

Polonaise-Fantasia em Lá bemol maior, Op. 61

Sonata No. 3 em Si menor, Op. 58

As próximas três apresentações do Festival Chopin acontecem na Sala São Paulo.





Beijos,
Pedrita