O filme conta a história das gêmeas June e Jennifer Gibbson. As duas nasceram no Caribe e foram viver no País de Gales quando eram bem pequenas. Como eram as únicas negras na escola, sofreram violentos bullying. A escola não fez o seu papel, então elas fizeram os códigos delas para se proteger. Elas decidiram que só falariam entre elas. Não falam com mais ninguém. É do tempo que a escola ignorava as violências, apesar que não anda muito se preocupando com "coisas de crianças" nos dias de hoje. Penso que se a escola tivesse feito o papel dela e preparado dinâmicas de interação entre os alunos, se essa trágica história talvez não acontecesse. Tenho muita raiva das escolas dizerem que a responsabilidade da educação é dos pais, tirando totalmente as suas responsabilidades. Ou como pensavam no passado, que é coisa de criança. Como costuma acontecer, elas que se calaram pra se defender, que foram pra escolas especiais e sofreram as violências. Os que praticaram bullying ficaram impunes. Não estou dizendo que precisam ser punidos, mas o sistema costuma punir quem acaba se defendendo dos ataques como consegue. Em vez de auxiliar todas as crianças da escola a aprender a convivência. Até porque um dos papéis da escola é a socialização.
Elas adoravam escrever. Faziam bonecos para suas histórias, eram brilhantes. Elas crescem e resolvem enviar seus textos a editoras, que recusam na maior parte do tempo. Com as eternas violências e falta de compreensão, elas passam a se rebelar ao sistema que sempre as excluiu. Na adolescência, elas passam a praticar pequenos furtos e alguns vandalismos. São presas e condenadas a prisão perpétua em um hospital psiquiátrico. Se fossem brancas e ricas provavelmente os pais pagariam umas multas e elas estariam por aí. É perverso demais o que fazem com elas que passam a ficar dopadas, a viver em solitárias e serem separadas. É uma história trágica demais. Letitia Wright e Tamara Lawrance arrasam. A trilha sonora é maravilhosa! Além de ótimas músicas que elas adoravam, o filme utilizou os textos impactantes delas pra fazer músicas dilacerantes. Tem todas as músicas no Spotify.O livro de uma delas é publicado. A jornalista começa a visitar a jovens e se indignar com a pena delas. Ela consegue tirar as duas da perpétua, mas só 11 anos depois quando os estragos já tinham sido feitos. Uma delas morre misteriosamente. O filme dá a entender que ela desiste de comer, mas nunca se souberam os motivos. June Ribbons vive reclusa no País de Gales. Queria ir até ela dar um abraço.
Na foto, elas com a jornalista.
Nesses tempos sombrios em que vivemos, está ocorrendo uma coisa boa, que é o questionamento de muitas práticas injustas e perversas, já incorporadas aos costumes. Mas há também muitas pessoas que rejeitam esses questionamentos e gostariam que eles não fossem feitos. Uma das práticas que foi posta em evidência é o bullying, ação cruel e absurda. O filme parece despertar muitas reflexões sobre essa questão.
ResponderExcluirBeijo e bom fim de semana
marly, exato, é mais difícil ouvir alguém dizer q é sempre assim nas escolas. q é da infância. o filme é muito forte e pior, é real.
ExcluirEstou com você na ideia de que a escola tem sim que se posicionar contra todo e qualquer tipo de agressão. Os estudantes precisam saber que discurso de ódio, racismo, machismo, homofobia, gordofobia não são aceitáveis. Toda violência acontece porque existem muitos cumplices, me recuso a ser cumplice de violências dentro ou fora da escola. Fiquei com vontade de vê o filme e grata por ter a oportunidade de conhecer mais essa história e de saber que apesar de tudo uma das irmãs está livre e vivendo (mesmo que reclusa). Também fiquei com vontade de da um abraço nela.
ResponderExcluirpandora, eu entendo a precarização das escolas, a baixa remuneração dos professores. hj mesmo vi uma matéria sobre a possibilidade de apagão de professores já que não é uma profissão atrativa. dificilmente uma criança diz que quer ser professora no futuro. mas sim, a escola não pode se omitir em questões de buylling. aqui em são paulo disseram que as escolas teriam psicólogos. não sou educadora, mas acho que funcionaria melhor criar uma equipe que fizessem dinâmicas de convivência e socialização em escolas, separando os alunos pq juntos eles se mobilizam contra outro. e passar de escola em escola. acho q seria bem mais efetivo e não sobrecarregaria mais os professores. é um debate que os decisores não querem ver. melhor esconder. sim, o filme fala inclusive sobre racismo e o qt a escola preferiu punir as vítimas e não educar os agressores.
ExcluirOlá, tudo bem? A Rede Cinesystem lançará uma promoção no valor do ingresso nos cinemas. 12 reais. Fica a dica. Aproveitarei. Bjs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirfabio, nem sabia q rede era essa. vou ver se consigo assistir algo, mas é tudo cinema fora de mão. e estou com muito trabalho.
ExcluirQue resenha perfeita!
ResponderExcluirSua fala diz direto ao coração com sensibilidade e empatia.
Concordo plenamente com VC sobre como muitas escolas (não) tratam a questão criando um ponto de não retorno gravíssimo.
Um tema que diz respeito a toda sociedade.
Levo já a indicação.
luli, é urgente esse filme. não conhecia a triste história das gêmeas.
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