sábado, 22 de dezembro de 2007

A Condição Humana


Terminei de ler A Condição Humana (1933) de André Malraux. Comprei esse livro em um sebo por R$ 10,00, mas ele é encontrado nas livrarias. Tive dificuldade de ler porque não é um livro que sinto identidade nem facilidade de continuar a sua narrativa. Apesar de A Condição Humana ter sido escrita por um francês, fala de um período na China, entre 1927, na época da revolução comunista. Sobre o quanto achavam louvável o uso de armas, homens bombas, para salvar o povo de uma opressão, como se os sistemas comunistas não fossem igualmente opressores e violentos.

Tela Lotus de Zhang Daqian

Me impressionou um momento que deixam claro que a morte é o sentido do sofrimento. Falamos atualmente tanto em terroristas e esquecemos quantos revolucionários tinham orgulho em colocar em risco a própria vida por uma causa, como se essa fosse a justificativa do seu comprometimento. Também acreditavam na luta armada, violência, guerras e mortes pelos seus ideais. Eu não concordo com essa visão violenta.

A Condição Humana é um livro difícil, em guerra o tempo todo, com muitas mortes, inclusive de crianças para uma utopia que leva igualmente os povos a opressão. O autor foi chefe de uma esquadrilha, a favor dos republicanos espanhóis.

Obra The Embarassement de Francis Picabia


Seguem alguns trechos de A Condição Humana de André Malraux:

“Ousaria Tchen erguer o mosquiteiro?”

“-Por que gasta ele então todo o seu dinheiro numa noite, senão para dar-se a ilusão de ser rico?...
...- Tudo se passa como se ele tivesse querido demonstrar a si mesmo, ontem à noite, que, embora tivesse vivido durante dez horas como um homem rico, a riqueza não existe. Porque, então, a pobreza também não existe. O que é essencial. Nada existe: tudo é sonho. Não esqueça o álcool, que o ajuda...”

“-E metade das feridas morrerá... O sofrimento não pode ter sentido senão quando leva à morte e leva quase sempre.”

“É bom que existam a submissão absoluta da mulher, a concubinagem e a instituição das prostitutas. É porque meus antepassados pensaram assim que existem estas belas pinturas de que se orgulha, e eu também. A mulher está submetida ao homem como o homem está submetido ao Estado; e servir o homem é menos duro do que servir o Estado.”


Beijos,


Pedrita

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Eragon

Assisti Eragon (2006) de Stefan Fangmeier no Telecine Premium. É uma co-produção entre Estados Unidos e Inglaterra baseado no livro de Christopher Paolini. Gostei! É um ótimo filme de aventura, muito bem feito e com elenco excelente.

O roteiro de Eragon fala sobre o tempo que existiam os cavaleiros de dragões. Mas que pela ganância de um líder, que se tornou rei, ele destruiu os dragões. Um ovo de dragão vai parar nas mãos de nosso protagonista, ele acha que é uma pedra. Acho que é o momento que mais gosto de Eragon, o nascimento do dragãozinho e a relação dele com seu dono. Fiquei emocionada! Lindinho!

Esse dragão e seu cavaleiro são as únicas possibilidades de lutarem contra a tirania do rei.

Adorei o ator que interpretou Eragon, Edward Speelers. Mas o elenco traz muitos atores excelentes como Jeremy Irons, John Malkovich, Robert Carlyle e Djimon Hounsou. É muito bonita a princesa da história interpretada por Sienna Guillory. Quem faz a voz do nosso dragão é a Rachel Weisz.



Beijos,

Pedrita

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Ana Botafogo in Concert

Fui ao espetáculo Ana Botafogo in Concert no Teatro Faap. A incrível bailarina dança ao som do piano interpretado pela talentosa Lilian Barreto. Ainda participam da apresentação: o ótimo bailarino Joseny Coutinho e os instrumentistas Ricardo Amado (violino); Eduardo Pereira (viola); Ricardo Ferreira (clarineta) e André Bochecha (percussão). Eu adoro a música que a Ana Botafogo dança com o pandeiro e também as que faz par com o bailarino. Belíssimos!

crédito da foto: Gualter Naves


É um espetáculo muito bonito que fala de momentos de amor: os aviscerais, a paixão e a separação, o amor romântico, os amores que se sucedem e se complementam e o amor à natureza. O repertório também é belíssimo, com muitas canções brasileiras: Momento 1 traz coreografias de Heron Nobre – Canção do Amor/Melodia Sentimental (Villa-Lobos); Amor em Lágrimas (Cláudio Santoro); Coisas da Vida (Nestor de Hollanda Cavalcanti); Modinha – Da Suite Brasileira nº 2 (Lorenzo Fernandes); As Rosas Não Falam (Cartola). O Momento 2 traz coreografias de Rentato Vieira – Eu Sei que Vou te Amar (Tom Jobim/Vinícius de Moraes); Palavra de Mulher (Chico Buarque/Edu Lobo); Eu Te Amo (Chico Buarque). E o Momento 3 as coreografias são de Norma Lília – Años de Soledad e Libertango (Piazzolla); Noturno op. 9 nº 2 e Isadora -Balada op. 23 (Chopin).

crédito da foto: Vânia Laranjeira


Eu vi esse espetáculo com algumas modificações em 2002 e tinha gostado muito. É muito emocionante e ótimo para ir acompanhado. O Teatro Faap estava absolutamente lotado.

crédito da foto: Ana Franco

Beijos,

Pedrita

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Vanity Fair


Assisti Vanity Fair (2004) de Mira Nair no Telecine Premium. Uma co-produção entre Estados Unidos e Inglaterra. A estética desse filme é maravilhosa! Figurinos lindíssimos de Beatrix Aruna Pasztor, que ganharam o prêmio Golden Satellite Award, cenários impecáveis e uma fotografia maravilhosa de Declan Quinn. Vanity Fair é baseado no livro de William Makepeace Thackeray que não li, vou tentar achar para ler. Essa obra foi filmada várias vezes, 1915, 1922, 1923, 1932, 1935, 1967, 1987 e 1998, mas não vi nenhuma versão. Gostei muito da estética dessa.

Nossa protagonista é a bela e talentosa Reese Witherspoon. Em todas as chamadas do filme e textos que li falam de uma alpinista social, mas essa vesão do livro não me deu essa sensação. Só se coloriram demais e mudaram o perfil da protagonista. Quero ler a obra para comparar. Na verdade ela me pareceu uma mulher muito determinada que viveu em 1820. Filha de uma cantora de ópera, o que era considerado péssimo socialmente, artistas eram marginalizados e mulheres eram consideradas fáceis e de um pintor e sonhador. Quando ela fica órfã, vai para um orfanato e lá aprende vários ofícios e consegue alcançar a função de governanta, já que era muito prendada, cantava, tocava piano, pintava, falava francês.

Ela começa então a procurar um bom partido rico ou nobre para casar. Não vi nada demais nisso, já que todas as mulheres da época procuravam bons casamentos. Na maioria das vezes seus pais que resolviam essas questões. E as ricas e nobres faziam bons casamentos arranjados e garantiam o seu futuro. Nossa protagonista sendo órfã e filha de pais humildes não teria a mesma sorte, só se fosse inteligente o suficiente para aceitar condições não tão favoráveis, mas casar e se colocar socialmente. Não acho que isso seja uma alpinista social, pensar isso dessa mulher, nessa versão do filme, é ser preconceituoso com a mulher. Querer que uma mulher pobre não possa fazer um bom casamento e viver na miséria por toda a vida. E que pobre tem que definitivamente ficar no seu lugar e se tentar uma ascensão, e a mulher só era possível por casamento, era visto como uma alpinista social, quando na verdade ela só buscava uma sobrevivência mais confortável. Mas preciso ler o livro para ver se não romancearam muito nossa protagonista.

O elenco é extenso e com muitos atores bonitos: Gabriel Byrne, James Purefoy, Roger Lloyd-Pack, Ruth Sheen, Lillette Dubey,
Romola Garai, Tony Maudsley, Deborah Findley, John Franklyn-Robbins, Paul Bazely, Rhys Ifans, Jonathan Rhys Meyers, Bob Hoskins, Douglas Hodge, Meg Wynn Owen, Tim Preece, Geraldine McEwan, Natasha Little, Eileen Atkins, entre outros. Gostei bastante de Vanity Fair.


Beijos,
Pedrita

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Eduardo Monteiro


Fui ao recital de Eduardo Monteiro no encerramento da série Piano Solo de 2007 no Espaço Promom. O repertório era muito bonito. O pianista interpretou de Beethoven, a Sonata nº 23, op. 57, Appassionata, de Villa-Lobos, Hommage à Chopin, Impressões seresteiras e Festa no sertão, de Francisco Mignone, Sonata nº 1, de Leopoldo Miguez, Noturno, opus 10, de Lorenzo Fernandez, Três estudos em forma de sonatina e de Liszt, Après une lecture du Dante – Fantasia quasi sonata.



Na abertura dos recitais dessa série sempre há um jovem pianista. Nesse foi Érika Ribeiro que interpretou de Frederick Chopin, o Noturno op. 55 nº 2 e a Barcarolle, opus 60. Foi um bonito recital.


Bejios,



Pedrita

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

O Sacrifício

Assisti O Sacrifício (2006) de Neil LaBute no Telecine Premium. É uma co-produção entre Estados Unidos e Alemanha e uma re-filmagem de um filme de 1973. Lixo puro, nunca vi um filme tão ruim. Eu vi que o protagista é o ótimo Nicolas Cage e achei que ruim não seria, realmente, não é ruim, é péssimo. O início do roteiro de Anthony Shaffer até quem tem uma estrutura interessante. Nicolas Cage é um policial, em uma estrada ele pára um carro com uma mulher e uma criança, por vários motivos um caminhão destrói o carro e ele fica traumatizado. Nisso ele recebe uma carta de sua ex-noiva precisando de sua ajuda para localizar sua filha desaparecida.

Sua ex-noiva vive nessas comunidades ligadas a alguma seita fanática, que rompem qualquer vínculo com a civilização e ele suspeita que façam sacrifícios com crianças para melhorar a colheita. O desfecho é tão idiota que eu dizia: -não, não pode ser, isso não vai acontecer. Quando terminou eu não me conformava do desfecho tão idiota. Não sei se a versão de 1973 é tão ruim assim. Fora que O Sacrifício é ambientado nos dias de hoje, mesmo que os celulares não peguem em lugares ermos, ele avisou a polícia que ia investigar o sumiço da criança, ninguém foi com ele e ninguém foi averigüar a demora dele voltar. E no final mostra que haverá uma continuação dos sacrifícios, é tão clichê terminar um filme assim. Realmente o Nicolas Cage deve ter feito um sacrifício enorme pra atuar nesse filme péssimo.
O elenco traz só belas mulheres interpretadas por Kate Beahan, Ellen Burstyn, Frances Conroy, Molly Parker, LeeLee Sobieski, Diane Delano, entre outros.

O Sacrifício foi indicado ao Framboesa de Ouro de Pior Filme, Pior Ator (Nicolas Cage), Pior Dupla (Nicolas Cage e seu casaco de urso), Pior Roteiro e Pior Remake ou Imitação Barata. Uma pena que não ganhou nenhum desses prêmios.




Beijos, Pedrita