Deux

 Assisti Deux (2019) de Filippo Meneghetti no Telecine. Não tinha ideia desse filme, quis ver por esse lindo cartaz! Que filme lindo! Fiquei muito emocionada! Ganhou César!

Duas mulheres se amam muito. O carinho e respeito das duas é contagiante. Martine Chevallier e Barbara Sukowa arrasam. Elas querem se mudar pra Roma, pra isso uma delas teria que vender o apartamento. Ela diz que vai contar aos filhos. Ela é viúva e é muito hostilizada por eles, principalmente pelo filho. O filme fala muito sutilmente sobre a sociedade patriarcal. O tempo todo o filho questiona se a mãe amava de fato o pai, como se isso importasse e fosse de interesse dele.  E pra que maltratar tanto a mãe? As duas se desentendem e continuam no apartamento. Uma delas tem um AVC. então começa o tormento da outra.

A família não sabia do amor das duas. Que sofrimento a outra tentando se aproximar, estar junto, saber como a amada está, detalhes do problema de saúde. Cansei de ver a família sentir um certo alívio em afastar a relação "incômoda", afastando o doente de quem ama. Quando os filhos descobrem o amor das duas, pra afastar a mãe da companheira, a internam em um asilo. Isso mesmo, o amor não servia pra mãe, mas eles não cuidam da mãe, terceirizam o cuidado que não poderia ser feito pelo amor da mãe e sim por estranhos. Eles não queriam o trabalho de cuidar da mãe, mas não aceitavam que a companheira cuidasse, mesmo vendo que a mãe ficava melhor quando estava com a amiga. O bem estar não parecia o principal. Revoltante!

Beijos,

Pedrita

Dang Thai Son

Assisti ao concerto do Dang Thai Son no Festival Chopin na Sala São Paulo. O evento trará só finalistas do Concurso Chopin de Varsóvia e foi em homenagem ao Nelson Freire. A abertura foi inclusive na data que seria seu aniversário. Muito emocionante!

Foi maravilhoso! Que pianista! Dang Thai Son é vietnamita e toca no mundo todo. Ele começou interpretando uma obra de Mozart e depois as de Chopin. Tudo lindo demais! A plateia aplaudia muito ao final e ele voltou 3 vezes para tocar bis. O primeiro bis foi uma obra de Debussy.

Fotos de Isadora Vitti

Programa

W.A.Mozart (1756-1791)
Piano Sonata No.11 em Lá maior, KV 331 “ Alla Turca “ ( 20’ )

 F. Chopin – (1810–1849)  

Quatro valsas
Mi maior - póstuma
Lá menor póstuma 
Fá menor , Op70, No.2
Lá bemol maior, op. 34, No.1 ( 15’)

Três escocesas, op 72  ( 3’ )
Ré maior
Sol maior
Ré bemol maior

 Tarantelle em Lá bemol maior op.43 ( 4’ )

 Quatro Mazurcas Op.24 ( 12’)
No. 1 em Sol menor
No. 2 em Dó maior
No. 3 em Lá bemol maior
No. 4 em Si bemol menor

 Polonaise  em Lá bemol maior , Op 53 “Heroica (6’ ) 

O Festival Chopin vai até 30 de novembro. Cada pianista tocará em um teatro diferente, os próximos concertos são com o canadense J J Li Bui (dia 26 no Teatro B32) e com os poloneses Jakub Kuszlik (dia 23 no Theatro São Pedro) e Ewa Poblocka (dia 30 no Theatro Municipal de São Paulo).

Beijos,

Pedrita

Rir Pra Não Chorar

Fui na pré-estreia do filme Rir pra Não Chorar (2022) de Cibele Amaral. Que graça de filme! É uma comédia delicada sobre a morte. Eu tinha amado o outro filme dessa diretora, Por quê você Não Chora! Queria muito ver esse outro trabalho dela.

Eu participei da coletiva de imprensa do filme, foi muito bom conhecer um pouco do processo. Rir Pra Não Chorar foi gravado antes da pandemia, ia estrear em 2019. O elenco ainda não tinha visto o filme pronto. Rafael Cortez contou da generosidade da diretora. Ela permitiu que ele convidasse vários outros amigos do stand up (Oscar Filho, Maurício Meirelles, Renato Albani, Jovane Nunes e Bruna Louise) pra participar do filme.

O personagem é um eterno garotão aos 40 anos. Ele é comediante de stand up como o ator. Gostei que o filme fala muito de humor. Ele praticamente só faz piada pra rir do outro.

Sua irmã (Mariana Xavier) critica bastante as piadas.

O elenco é incrível! Só feras! Fafy Siqueira é a mãe super protetora. Ela descobre que vai morrer e começa a preparar a sua partida. Sua amiga de todas as horas é a a Catarina Abdalla. A mãe comete aquele erro clássico da sociedade patriarcal de abrir mão de sua própria vida pelos filhos. Ela gosta de uma pessoa (Wandi Doratiotto), mas resolve não viver um namoro porque acha que os filhos não vão concordar. 

Sergio Loroza é o empresário do comediante. Lucy Pereira a funcionária da casa. Elisa Lucinda faz a psicóloga que tenta ajudar o personagem a lidar com o luto. Marcelo Mansfield o psicólogo pouco ortodoxo. Erik Amaral faz o comediante na infância. Eu amei os figurinos.

Cibele Amaral contou que seu próximo filme será uma ficção científica. Curiosa pra ver!

Beijos,

Pedrita

Clara Cor de Um Silêncio Azul

Assisti a peça infantil Clara Cor de um Silêncio Azul do Teatro de Torneado no Teatro de Arena Eugênio Kusnet. Que delicadeza! Que espetáculo lindo! É livremente inspirado na obra de Maria Clara Machado, uma linda homenagem ao teatro e ao Teatro O Tablado. E ainda acontece nesse teatro histórico que representa e representou tanto pela arte no Brasil. Os mais importantes nomes do teatro passaram por esse lugar.

Clara é uma linda e cheia de vida menina. Ela fica encantada com o Rio de Janeiro, onde passa a ir com frequência. Ela tem uma tia maravilhosa, nossa, como me emocionei com a Tia Tânia, daquelas tias que todos nós queremos ter. Além de levar Clara para passeios lindos na cidade maravilhosa, ela levava Clara regularmente ao Teatro O Tablado. Clara se encanta com o teatro e vê muitas peças. Até que um acidente acontece e a deixa em coma. É lindo e cuidadoso como o grupo trata do tema.

As fotos são de Andy Cardoso

Enquanto Clara dorme, ela tem vários sonhos, alguns pesadelos. É um espetáculo musical, todos atuam e cantam, as músicas são lindas. E todos são muitos, mas muito talentosos. Me emocionei demais!

E tem música ao vivo com o grupo Com Cervantes. A direção musical é de Gustavo Kurlat. A dramaturgia, músicas e direção é de William Costa Lima.

 

Os atores são demais! Clara é interpretada por Mariana Yohara. A Tia Tânia por Alexya Manente. Os outros são Letícia Carmona, Maira Sera e Thiago Andrade. Clara Cor de Um Silêncio Azul fica em cartaz até 13 de novembro e é no sistema pague o quanto puder. Como o tema é delicado, sugerem crianças acima de 5 anos.

Beijos,

Pedrita

O Bombardeio

Assisti O Bombardeio (2021) de Ole Bornedal na Netflix. Esse filme conta a história do engano dos britânicos na Segunda Guerra Mundial que bombardearam uma escola e mataram 19 adultos e 96 crianças. Uma matéria que vou por aqui explica que a Dinamarca abrigou os nazistas achando que assim ficariam protegidos, então esses horrores no colégio ganharam o voto de silêncio, um dos maiores crimes que uma sociedade pode cometer é o silêncio e a imposição do silêncio a uma sociedade. Essa história só foi narrada quando uma sobrevivente na idade adulta, contou em um livro.

O filme contou histórias ficcionais de moradores de Copenhague até chegar ao bombardeio. A cidade vivia sob possessão nazista, torturas, violência, crianças traumatizadas. A escola era de freiras. As crianças dão o tom do filme, o quanto guerras, sempre insanas, destroem o pouco equilíbrio da infância. No elenco Bertram Bisgaard Enevoldsen, Ester Birch, Fanny Leander Bornedal e Ella Josephine Lund Nilsson. Interessante que a freira questiona a fé. Como deus poderia existir com tudo o que cometiam aos judeus, só porque eles não acreditam em Jesus Cristo? 

O filme mostra em detalhes o bombardeio. Na versão do filme, um avião se chocou na escola, pela fumaça, outros aviões acharam que era o alvo e continuaram os ataques. Mostra a tentativa de resgate das vítimas no porão, desesperador, desolador. O desespero das mães quando ficam sabendo.

Beijos,

Pedrita