Ouvi o CD Guitare du XXI Ème Siècle - Eric Pénicaud (2010) pela Quantum. Esse é mais uma das preciosidades que aparecem, desses CDs raros. Vários intérpretes tocam a obra de Eric Pénicaud, compositor francês que entre os seus mestres está Leo Brouwer, entre meus compositores preferidos, que inclusive escreve na contracapa do CD. Cada faixa tem intérpretes diferentes: Duo Transatlantique, Gaelle Solal, Fabio Zanon, Arnaud Dumond e Éric Péricaud, Duo Cordes & Amés, Roberto Aussel, Stéphane Catauro, Roland Dyens, Sébastien Vachez, Tania Chagnot, François Laurent e Quaternaglia Guitar Quartet. Conhecia alguns desses excelentes intérpretes, Fabio Zanon e Quaternaglia Guitar Quartet. É um CD incrível, com interpretações maravilhosas. Adorei as obras de Eric Pénicaud. Muito delicada e bonita a Little Suite for Children. Interessantíssima a Jubilatio Pour Violon-Guitare. Há uma obra com violino e violão, muito linda também, Stable / Mouvants Por Violon et Guitare. Gostei do ritmo da Le Chant du Torrent. Muito bonita também a que encerra o CD, Garrawog Blues.
Assisti o DVD O Deserto Vermelho (1964) de Michelangelo Antonioni da Coleção Folha Cinema Europeu. Foi o primeiro filme colorido do diretor, é muito interessante como as cores parecem ser pintadas. A trama foca em uma belíssima mulher perturbada. Ela é casada, tem um filho.
O marido e um colega trabalham na indústria. Eles moram em uma região industrial. O marido não sabe lidar com essa mulher que se aproxima do amigo deles, outro engenheiro. Apesar dos poucos diálogos ele a entende melhor, ou pelo menos não tenta entender, só convive com ela. Ela é interpretada pela lindíssima Monica Vitti, o amigo por Richard Harris e o marido por Carlo Chionetti.
O filme tem muitas cenas no meio do nada, do nevoeiro, e na destruição promovida pelas indústrias. É um filme desconcertante, angustiante, estranhamente claustrofóbico em tanta cena na imensidão do nada. Monica Vitti está maravilhosa! E mais linda do que nunca. O Deserto Vermelho ganhou Prêmio de Melhor Filme no Festival de Veneza.
Assisti ao curta Malak e o Barco da Unicef. O curta fala por si, é sobre uma menina síria no barco com outras pessoas. Muito triste. Difícil imaginar essas pessoas abandonando tudo, suas casas, objetos, familiares para essa viagem insegura, em mar aberto. O curta é do diretor de design da animação Adhemas Batista, no roteiro e direção André Holzmeister, criação de Elisa Gatti, a trilha sonora é Eduardo Luke. Diferente de muitas crianças, Malak chegou ao seu destino.
Assisti Lugares Escuros (2015) de Gilles Paquet-Brenner no Telecine Premium. Eu vi o nome desse filme que atrai, li a sinopse e coloquei pra gravar. Só agora que fui postar é que vi que é baseado no livro de Gilliam Flynn. Eu já tenho dois livros desse autor que quero ler. Esse filme deveria ir para escolas de psicologia. O professor pode inclusive diluir por temas, cada grupo estuda um tema. É muito interessante. Pode até ser ilógico em algumas questões, mas promove muitos debates.
Um tema muito importante nos dias de hoje é sobre pessoas que vivem de doações de outras. Uma menina linda teve a família dizimada em uma noite. As pessoas com pena passaram a doar dinheiro para ela que tinha 11 anos. Hoje, ela adulta, ainda vive das doações, que claro, estão diminuindo. Charlize Theron interpreta essa mulher. Incrível como as pessoas continuavam dando dinheiro a essa pessoa, muito provavelmente sem nem ao menos saber como estava. Hoje em dia inclusive há gente que dá dinheiro a quem são fãs, para futilidades.
No desespero por conseguir dinheiro ela aceita ir a um clube. O rapaz que a convida é interpretado por Nicholas Hault. Em um andar as pessoas se fantasiam dos crimes que são fãs. Em salas reservadas, ex-advogados, policiais, profissionais aposentados ficam debatendo crimes que ficaram obscuros. Ela fica olhando as pessoas falarem dela e da família dela como se ela não estivesse ali, como um caso policial de livro. Assustador. Também ao longo da trama vemos que escreveram um livro sobre ela e a família, como se ela tivesse escrito. Nessa reunião descobrimos que ela nunca leu o livro. Como surgem também uma infinidade de oportunistas para faturar mais com a tragédia alheia.
Inclusive ela aceita a versão que foi o irmão o assassino. O irmão estava realmente envolvido com gente barra pesada, mas daí a matar toda a família? Ele gostava de rock pesado, imagens de demônios e caveiras, tinha curiosidade em rituais, mas daí a assassinar? Era só um adolescente como qualquer outro. Sim, poderia ter matado toda a família, mas resolveram o caso rápido demais. Ficamos sabendo ao longo da trama que boa parte do envolvimento com essas pessoas que cometiam crimes de venda de drogas, furtos, se devia a uma grande paixão, a sua namorada que estava grávida. Ela, como ele, tinha fascínio pelo perigo. Os dois adolescentes são interpretados por Chloê Grace Moretz, gosto muito dessa atriz e por Tye Sheridan. O rapaz quando fica mais velho é interpretado por Corey Stoll.
A linda família da protagonista que é dizimada vivia em grande dificuldade. Viviam em uma fazenda com muitas dívidas. Como no Brasil, se algo estraga a plantação, o governo vem sem piedade cobrar as sementes e o dinheiro emprestado para a plantação fracassada. Todas as meninas são muito lindas e são interpretadas por Madison McGuire, Natalie Precht e Sterling Jerins. A mãe por Christina Hendricks.
Assisti Shaun, o Carneiro Filme (2015) de Mark Burton e Richard Starzak no TelecinePlay. Eu adoro o Shaun, o Carneiro, quis ver quando esse filme estreou nos cinemas, mas não consegui. Fiquei eufórica quando vi na programação do Now. Volte e meia revejo trechos dos episódios na TV Cultura que comentei aqui. Shaun, o Carneiro tem poucos episódios porque é realizado por stop-motion, quando gravam os bonecos de massinha a cada movimento. Leva muito tempo para ficar pronto.
Shaun, o Carneiro Filme começa com o Shaun e o Cãozinho bebês e o dono novinho. Uma graça. Os carneiros estão cansados da rotina então resolvem criar um plano para poderem fazer o que querem. Obviamente dá tudo errado, o dono vai para na cidade, fica desmemoriado e eles vão resgatá-lo.
Eu gosto dos momentos nonsense. O autor não liga a mínima se não tem coerência, se é impossível, ele se diverte como uma criança e nós juntos. Adoro que usam muito recurso de ver as ovelhas pulando a cerca para dar sono, uma graça.
O vilão é o dono da carrocinha. Ele nem gosta que as pessoas sigam para o abrigo para adotar os bichanos. Me apaixonei por uma cachorrinha. A história dela é pouco convencional também. Achei que ela ia ficar com as ovelhas, fiquei muito triste que o dono das ovelhas a ignorou. E muito bonito o desfecho que criam. Ela precisava ser adotada por quem a amasse realmente. Gostei dessa mensagem. E esperem até o finalzinho, depois dos créditos, é ótimo.