sexta-feira, 24 de julho de 2009

A Canção de Solomon


Terminei de ler A Canção de Solomon (1977) de Toni Morrison. Desde que eu tinha lido uma matéria sobre essa autora em 2006, queria muito ler uma obra dela. E ainda Morrison é ganhadora de Prêmio Nobel e eu e minha irmã estamos lendo pelo menos uma obra de cada ganhador do prêmio pra conhecer. Eu achei esse livro em um sebo, comprei por R$ 15,00, mas pelo que vi na internet não parece ser muito difícil de encontrar em sebos. Gostei muito e me surpreendi com o estilo. AVISO! Quem for ler essa obra, e minha irmã lerá em breve, não leiam antes em hipótese alguma os textos atrás nem a orelha. Eles revelam antecipadamente vários segredos da obra. Eu falo dessa edição da capa ao lado! Por sorte eu não li, não gosto de ler antes de ler a obra, gosto de descobrir sozinha. Quando terminei fui ler. Os textos para "vender" o livro são pobres, rasos e contam mais do que deviam. Nesses textos falam que o livro é "antes das leis anti-segregação e dos movimentos que estimularam o orgulho racial dos negros norte-americanos". Não sei se concordo com essa frase, acho muito generalista, mas fiquei curiosa em conhecer essas leis anti-segregação, porque o que vejo na relação entre negros e brancos nos Estados Unidos sempre me impressionam negativamente. Hoje eles estão unidos por cinema, comércio, tudo próprio pra eles, mas não sei se viver cada um no seu canto é a melhor forma de conviver. Acho que estimula mais ainda as diferenças raciais.

Obra de Robert Raus-chenberg

No estilo da autora, realidade se mistura com fantasia. Começa a obra com algo muito fantasioso, mas há momentos em que a fantasia se superpõe a realidade. Gostei muito também dos nomes dos personagens. A
obra permeia a vida de Milkman. Na segunda parte parece a busca pelo Santo Graal. Aquela busca desenfreada, maluca, por algo que parece ser somente um delírio.


Obra Fifty Days at Iliam: Shades of Achilles, Patroclus, and Hector (1978) de Cy Twombly
Trechos de A Canção de Solomon de Toni Morrison

“O agente da companhia de seguros North Carolina Mutual Life prometera voar do alto do Mercy Hospital até a outra margem do Lago Superior às três horas.”

“- Só há dois banheiros no centro da cidade permitidos aos negros: o do restaurante Mayflower e o da Sears.”

Vocês que acompanham meus posts de literatura sabem: os pintores e os músicos dos posts são do mesmo país do autor da obra e do mesmo período que a obra foi publicada. Portanto os desses posts são americanos.


Música do post: miles davis - you're under arrest





Beijos,

Pedrita

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Cotton Club

Assisti Cotton Club (1984) de Francis Ford Coppola no Telecine Cult. Anotei de manhã pelo site que ia passar esse filme. No início há um vídeo do Marcelo Janot. Fiquei embasbacada com o preciosismo da edição de Robert Q. Levitt e Barry Malkin. Os cortes são milimétricos, a junção de várias cenas são surpreendentes. Deve ter dado um trabalhão. A própria música fica tão bem encaixada que me deixou perplexa. Cotton Club é um misto de musical e filme de gângster. É ambientado no bar Cotton Club, que existiu realmente. Um bar onde os negros faziam apresentações, a quantidade de números e artistas é surpreendente, mas eles não podiam frequentar esse bar. Cotton Club é ambientado no Harlem.

O elenco é incrível. Richard Gere faz um músico. Essa bela mulher da foto é Diane Lane. O irmão do personagem do Richard Gere é interpretado pelo Nicolas Cage. Cotton Club é praticamente um musical, as cenas de música e dança são incríveis. Adorei os números de sapateados e os atores: Gregory Hines e Maurice Hines. E todos os atores e músicos que fazem as cenas musicais são excelentes. Há muitos ótimos atores ainda em Cotton Club: Bob Hoskins, Laurence Fishburne e Tom Waits. A própria Sofia Coppola faz uma ponta, agora sei que ela fazia uma das crianças e quero rever. Marcelo Janot comentou que uma atriz brasileira, a Vya Negromonte, faz uma ponta, confesso que não a localizei e não a conheço. Há vários atores interpretando personalidades da época como Gloria Swanson, Charles Chaplin e Duke Ellington.

Youtube: The Cotton Club



Beijos,

Pedrita

terça-feira, 21 de julho de 2009

Lady Chatterley

Assisti Lady Chatterley (2006) de Pascale Ferran no Telecine Cult. Eu soube desse filme pelo Marcelo Janot, inclusive ele gravou um vídeo para o Telecine. Eu tinha lido o livro de David Herbert Lawrence, comentado aqui e queria muito ver a adaptação. Essa é a quinta desse romante e é primorosa, delicada e sublime. Gostei demais da escolha do elenco. É um filme atual, mas os atores não tem os seus corpos esculpidos em malhação, muito pelo contrário, são exatamente como foram feitos por Deus, portanto belíssimos e reais. Ainda os dois atores são belos, mas igualmente não estão dentro dos padrões de beleza impostos nos dias de hoje. O livro foi publicado em 1928.

Lady Chatter-ley é uma mulher de posses, de uma boa família, e está casada com um homem que está na cadeira de rodas. O que eu gosto do livro e o filme captou perfeitamente, é que apesar do marido estar em uma cadeira de rodas, não há melodrama, nem agressividade, muito menos piedade. Esse casal vive de forma tranquila, até um pouco tranquila demais. Não há sensualidade, apenas uma calma de um casal que já está acostumado um com o outro, cheios de regras e horários. É a chegada de uma enfermeira que passa a mudar radicalmente a vida dos dois. A esposa começa a caminhar e se encanta com o capataz. A diretora do filme fez exatamente como o livro, inicialmente há uma curiosidade física, até mesmo só para olhar um corpo nu e diferente. Aos poucos começa a haver afetividade e talvez chegue ao amor.
Adorei o olhar da diretora sob a natureza, exatamente como no livro, da época em que se contemplava a beleza, que se olhava para as plantas. É igualmente impecável a mudança das estações, como é no livro, e juntamente a mudança do interior das pessoas a cada estação. Gostei demais da utilização de várias linguagens. Inicialmente o texto que aparece entre as imagens, como nos filmes mudos. Depois uma narradora lê trechos da obra. Mas nada simétrico.
Os atores estão impressionantes: Marina Hands, Jean-Louis Coullo'ch, Hippolyte Girardot e Hélène Alexandridis. Lady Chatterley entrou para os filmes da minha vida. Entre os filmes mais maravilhosos que já vi na vida. Lady Chatterley ganhou 5 prêmios no César, Melhor Filme, Melhor Atriz (Marina Hinds), Melhor Fotografia, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Figurino. E o prêmio de Melhor Atriz (Marina Hinds), no Festival de Tribeca.



Youtube: Lady Chatterley UK trailer




Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Gogô

Fui ao show do Gogô no Sesc Vila Mariana. Esse compositor e pianista estava em uma noite inspirada, além de mostrar belas músicas que povoaram os seus 50 anos de carreira, contou várias histórias. Em alguns momentos ele tocou ao piano, às vezes cantou, outras com a banda, Zé Alexandre (contrabaixo) e Edu Ribeiro (bateria).. E outras com os grandes intérpretes Ana Maria Brandão e Zé Luiz Mazziotti. No repertório grandes canções: Copacabana de João de Barro e Alberto Ribeiro – com Zé Luiz Mazziotti
Choro pro Zé de Guinga e Aldir Blanc – com Zé Luiz Mazziotti
O que é Amar de Johnny Alf – com Ana Maria Brandão
Se Queres Saber de Peter Pan – com Ana Maria Brandão
Sábado em Copacabana de Dorival Caymmi e Carlos Guinle – com Gogô
Doce de Coco de Jacob do Bandolim – com Gogô
Go-gô de Leandro Braga – com Leandro Braga
Lacaniana de Alessandro Penezzi – com Gogô
Por Causa Desta Cabocla de Ary Barroso e Luiz Peixoto – com Gogô


Youtube: Zé Luiz Mazziotti - Choro Pro Zé


Beijos,

Pedrita