quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O Arquipélago

Terminei de ler O Arquipélago (1962) de Érico Veríssimo da Editora Globo. Atualmente essa obra é publicada pela Companhia das Letras. Terminei portanto O Tempo e o Vento. Dava uma tristeza terminar essa bela saga, um desejo de que não acabasse. O Primeiro e o Segundo Volume de O Arquipélago são mais políticos. Rodrigo Cambará, o III Rodrigo dessa família, se envolve em política e há muitos detalhes sobre a política desse período. O irmão de Rodrigo participa inclusive da Coluna Prestes e o Rodrigo é amigo do Getúlio Vargas.

Sempre entrecortado, esses volumes alteram os 40 anos do Rodrigo e seu problema de saúde futuro. Esse Rodrigo só ouviu falar de seu antepassado, mas os dois são parecidos na alegria de viver,  de se enfiar em brigas, de serem alegres e justos e mulherengos. No terceiro volume o foco é o Floriano, filho do Rodrigo, que busca o anti-modelo do pai. Ele não quer ser como pai, é retraído, gosta de escrever, e começa então o livro dentro do livro. O Floriano escrevendo essa obra e a dificuldade de não julgar tão severamente o pai que sempre o magoou. Outra surpresa é o diário de Sílvia, quase uma filha adotiva da família. Incrível como o autor conseguir mudar totalmente o estilo de narrativa, que parece realmente que é de uma delicada moça religiosa a escrever. Aqui estão os posts de O Continente e O Retrato.

Trechos de O Arquipélago de Érico Veríssimo:

“Poucos minutos depois das duas da madrugada, Rodrigo Cambará desperta de repente, soergues-se na cama, arquejante, e através da névoa e do confuso horror do pesadelo, sente na penumbra do quarto uma presença inimiga...”
  
“Maria Valéria costumava ler os jornais todos os dias, com os óculos acavalados no longo nariz. Flora gostava de observá-la nessas ocasiões. A velha não podia ler sem mover os lábios. De vem em quando fazia um comentário em voz alta – hum! – encolhia os ombros – mentira! – ou sacudia a cabeça – boa bisca! – e assim por diante...”

O Arquipélago III

“A tristeza lha vinha da compreensão a que chegara, da inutilidade de todos os gestos, da monotonia com que os fatos se repetiam. Os homens insistiam nos erros. Pronunciavam frases antigas com um entusiasmo novo. Encontravam justificativas para matar e para morrer, e estavam sempre dispostos a acreditar que “desta vez a coisa vai ser diferente”.

“São quase sete e meia da noite, as luzes da cidade já estão acesas, mas veem-se ainda no firmamento vestígios do lento e rico crepúsculo que os dois amigos apreciaram através das janelas do Recreio Florentino e que levou Tio Bicho a observar: “É uma sorte o pôr do sol não depender do governo e de nenhuma autarquia, porque, se dependesse, o trabalho cairia nas garras de funcionários incompetentes e desonestos, haveria negociata na compra do material, acabariam usando tintas ordinárias... e nós não teríamos espetáculos como este.”

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Hugo

Assisti Hugo (2011) de Martin Scorsese no Telecine Pipoca. Queria muito ver esse filme quando esteve nos cinemas. Fiquei felicíssima que estreou no Telecine. Avisei minha mãe, nós amamos e nos emocionamos muito. É lindo, bem realizado, com ótimo elenco. No Brasil está como A Invenção de Hugo Cabret. Hugo é baseado no livro de Brian Selznick.

Os atores que fazem as crianças são lindos e talentosos, ele é Asa Butterfield. Ela, Chlöe Grace Moretz, eu achava que já tinha visto em algum lugar, e aí na pesquisa vi que ela é a protagonista de Deixe-me Entrar em um personagem dificílimo.  A ambientação é muito mágica, cenários belíssimos, tudo é perfeito. E a condução do roteiro é muito bem editada. Há outros ótimos atores no elenco: Ben Kingsley,  Christopher Lee, Sacha Baron Cohen, Emily Mortimer, Michael Stuhlbarg e Helen McCrory. Jude Law faz uma participação. Hugo ganhou vários prêmios.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O Terraço

Assisti a peça O Terraço no Teatro Nair Belo. Essa comédia é baseada no texto do francês Jean Claude-Carrière e dirigida por Alexandre Reinecke. A tradução é de Henrique Benjamin. Me diverti muto! Adorei o argumento! Um casal toma café-da-manhã. Ela informa que vai embora, pega a mala e vai aguardar alguém buscá-la. Ele atônito, diz que ela sabe que ele não tem como arcar com o aluguel. Ela disse que já providenciou tudo e que já falou com a imobiliária.
As fotos são de Erik Almeida.

Chega então a corretora que aparece várias vezes com os possíveis interessados no apartamento. Eu ri muito e fiquei muito constrangida, fiquei me imaginando e ao meu pai vendo aquele rosário de pessoas invadindo a minha casa e dando palpite na minha vida. Eu e meu pai somos muito reservados e acho que nós ficaríamos muito tensos com essa invasão de privacidade. A esposa é a bela e talentosa Vera Zimmerman, não sei se foi impressão minha, mas ela parece que não sorri a peça toda. O marido interpretado por Marco Antônio Pâmio parece se divertir mais com a invasão já que consegue irritar mais a esposa que está com raiva da atitude dela de ir embora. A hilária corretora é interpretada pela Ilana Kaplan. Os visitantes inesperados por Marat Descartes, Henrique Stroeter, Flávia Teixeira e Hugo Coelho. Todo o elenco está excelente! Adorei o cenário de Mira Andrade, o telefone é um personagem a parte e claro, O Terraço. Os figurinos de Paulo Sabattini também são hilários. O Terraço fica em cartaz até o dia 31 de março.

Beijos,
Pedrita