sexta-feira, 3 de abril de 2009

Um Crime de Mestre

Assisti Um Crime de Mestre (2007) de Gregory Hoblit na HBO Plus. Sempre tive curiosidade de ver esse filme quando vi na programação da HBO porque tem o Anthony Hopkins e é suspense. Gostei e me surpreendi muito. O texto é muito bom, baseado na história de Daniel Pyne. Começa com o personagem do Anthony Hopkins vendo a distância a traição de sua mulher. Ele volta pra casa, ela chega um tempo depois e ele atira nela. Ele é preso, começa então um julgamento. Ele não quer uma defesa, ele diz que ele mesmo vai se defender. E um jovem e ambicioso rapaz fica na acusação.

O acusado parece jogar com as pessoas. E o jovem advogado parece menosprezar a causa. Como se fosse mais uma e quer se livrar logo porque vai mudar para um escritório de advocacia da moda. O rapaz é muito competitivo e abusa um pouco de recursos baixos para se tornar o maior advogado da empresa que trabalhava. Todos os casos que ele achava que perderia, ele passa pra outro advogado, ficando assim o advogado de mais causas ganhas do escritório.


O interessante em Um Crime de Mestre é que muito do que é feito é dentro da regra da competitividade dos dias de hoje. Mas será que são ações honestas? Um Crime de Mestre fala muito de ética, humanidade, profissionalismo, etc. É um bom filme para se ver em grupo e debater. Talvez um grupo muito competitivo só ache errado o rapaz ter menosprezado a última causa, mas não veja nada demais ele ter dado um jeitinho em ser o melhor na empresa que estava para ganhar visibilidade. Afinal, a crise que todos nós passamos hoje é porque muitos quiseram que suas empresas tivessem alta lucratividade e usaram recursos de especulação e excesso de riscos para atingir o objetivo. Onde o objetivo é muito mais importante que o respeito ao próximo, que a dignidade e muitas vezes que a ética. Gostei muito do rapaz que faz o advogado interpretado por Ryan Gosling e pela bela advogada interpretada pela Rosamund Pike. Ainda estão no elenco: David Strathairn, Billy Burke e Embeth Davidtz. A trilha sonora foi composta por Mychael Danna.

Música do post: 01 - Mychael Danna _ DeVotchKa - The Winner Is



Beijos,

Pedrita

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Homem Aranha

Assisti Homem Aranha (2002) de Sami Raimi na TNT. Pedi para o 007 me ajudar a achar os dois primeiros Homem Aranha porque eu queria ver o terceiro que está em cartaz na HBO. Os canais HBO não são tão bem programados quanto os Telecines. Quando eles passam um novo de uma série de filmes, não passam os antigos. O Telecine passa sempre os antigos nos outros canais antes de estrear no Premium ou quando estreia, então consigo ver. O 007 achou que ia passar no TNT. Eu nunca olho a programação desse canal porque em geral os filmes são dublados e tem muitos comerciais dois fatores que detesto. Mas esse não tinha jeito, ou via assim, ou via assim.

Nessa foto há um belo momento do filme. Inclusive esse beijo ganhou prêmio. Adoro o casal dos protagonistas, Tobey Maguire e Kirsten Dunst. Ela está linda ruiva. Homem Aranha ganhou 2 prêmios no MTV Movie Awards: Melhor Atriz (Kirsten Dunst) e Melhor Beijo. Mas Homem Aranha é fraquinho. Os efeitos não são muito bons, algumas cenas são mal feitas, inclusive a que ele sobe na parede, parece mesmo que está no chão e só inverteram a câmera. Gosto do Willem Dafoe, mas o Duende Verde é meio esquisito. Não gosto muito dessa ideia de que super-heróis não podem se casar, acho-a ultrapassada.




Beijos,


Pedrita

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O Amor nos Tempos do Cólera

Assisti O Amor nos Tempos do Cólera (2007) de Mike Newell no Telecine Premium. Garanto que o filme não é metade tão bonito quanto esse pôster. Eu já sabia que o filme tinha recebido críticas ruins, mas queria ver porque é baseado no livro do Gabriel García Marquez que mais gosto. Mas o filme é um equívoco. A maquiagem acho é o pior. Como a história se passa da juventude a velhice, foram necessários vários recursos, troca de elenco, maquiagem para rejuvenescimento e envelhecimento. Todas as escolhas foram um equívoco. Um tio já idoso com o jovem rapaz menor de idade ficava no futuro mais jovem que o rapaz que chegava nos 40 anos. O Javier Bardem envelhece rapidamente, fica um ancião ainda jovem e sua amada mesmo na velhice tem o queixo de uma moça de 20 anos. Isso já fica difícil de administrar mentalmente a trama.

Gosto muito dos atores principais, Giovanna Mezzogiorno e Javier Bardem. Gostei do ator que fez o Bardem moço, Unax Ugalde. Mas não gostei do ator que interpreta o homem que se casa com nossa protagonista, Benjamin Bratt e no início que ele aparece velho é patético de tão mal feito. Não gostei também do ator que faz o pai da moça, John Leguizamo. Acho que quiseram latinizar demais o filme, já que é ambientado na América Latina, e ficou muito esteriotipado do que os países acham que são os latinos. Os dois atores eram do gênero cafona de amante latino criado pelo exterior, não a realidade. Inclusive o pai da moça não parece pai, parece que tem a mesma idade da filha. Não lembro no livro se o médico que vai examiná-la coloca o rosto diretamente no corpo dela. Antigamente as pessoas eram ascultadas com roupas. Fernanda Montenegro também está no elenco.

Música do post e do filme: Shakira - Pienso En Ti






Beijos,

Pedrita

terça-feira, 31 de março de 2009

Jumper

Assisti Jumper (2008) de Doug Liman no Telecine Premium. Eu queria muito ver esse filme desde que vi o trailer no ano passado. Depois a Marion comentou no blog dela e fiquei com mais vontade ainda. Agora estreou no Telecine e consegui ver. Adorei ter vários pôsteres, se forem no blog da Marion vão ver que ela escolheu outro. Nosso Jumper está em vários lugares que viaja. Um pôster mais lindo que o outro. Eu escolhi o no Coliseu, mas gosto de todos. O roteiro é baseado no em livro de Steven Gould e é muito inteligente. Eu achei que algum mecanismo fazia a pessoa viajar por onde quisesse, achei no início inclusive que era aquela bola que ele dá de presente pra moça que gosta. Mas não, são pessoas que têm essa capacidade.

Vou falar detalhes do filme: Depois dele se divertir muito, uns caçadores de jumpers aparecem. Não há muita lógica na caça. Uma tradição milenar. Achei que Jumper acabou meio de sopetão, depois de uma hora e meia de filme e ficou meio claro que eles pensam em uma continuação. É bom ser curto que não cansou por ser bem eletrizante, mas poderia ter mais tempo. Mas até há uma certa lógica já que o ritmo de Jumper é muito atual, e o público muito virtual pode preferir algo mais enxuto. Mas os virtuais gostam tanto de sagas. Não sei.
Eu gostei bastante do rapaz que faz o Jumper principal, Hayden Christensen, no começo achei meio inexpressivo, mas ele fica ótimo no decorrer da trama. Levei um susto vendo nos créditos que a atriz que faz a amada dele bem novinha é a linda e ótima AnnaSophia Robb, que por estar morena não reconheci. Há outros bons atores completando o elenco principal: Samuel L. Jackson, Rachel Bilson, Diane Lane e Jamie Bell , o nosso Billy Elliot.

Música do post e do filme: John Powell - A Jump Off

Youtube: Jumper Official Movie Trailer



Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 30 de março de 2009

Reparação

Terminei de ler Reparação (2001) de Ian McEwan. Eu tinha visto no ano passado o filme Desejo e Reparação, um dos meus preferidos e como o Paisagens da Crítica sempre fala nesse autor, comprei no ano passado esse livro na bela Livraria Nobel da Avenida Paulista. Fui ler agora quando vi que o filme ia estrear no Telecine, já revi alguns trechos e quis ler o livro pra rever o filme, agora vou ver quando passa de novo que quero rever na íntegra. O filme está impecável. O que muda um pouco é a ordem dos fatos, já que são duas linguagens diferentes, mas a cada trecho do livro revia as cenas exatamente como as tinha me maravilhado no filme. Desse autor eu já havia lido Amsterdam e comentado aqui. Reparação é bem diferente de Amsterdam. O marcador de livro que escolhi para desfrutar essa obra foi a Bailarina de 14 anos do Degas que tem muito a ver com esse texto.

No livro fica muito claro o tormento que se passa na menina que tinha uns 13 anos e que cria uma história na sua cabeça, já que adorava escrever. Ela tem seu primeiro contato com atos de amor e palavras obscenas e pela sua juventude se horroriza e acredita realmente que sua irmã corre perigo e não que está apaixonada. Como já tinha dito no post do livro, a menina faz uma confusão tremenda, até é explicável, mas que a polícia acredite totalmente em uma menina de 13 anos como testemunha é demais. Mas no livro fica claro que a cada depoimento que essa menina dá, ela tem mais convicção de sua história inventada.
O vestido verde maravilhoso que a personagem principal usa é mencionado detalhadamente no livro.


Obra Window for Tate Gallery St Ives (1992-3) de
Patrick Heron

De novo sofri com a impossibilidade da Reparação. Atos ou fatos que passam por nossa vida e que podem mudar totalmente o rumo dela, sem a possibilidade de refazermos ou retormamos. É uma visão muito realista e pessimista da vida, muito diferente das correntes de hoje em dia que pregam a possibilidade de uma vida plena, basta um bom pensamento e boas ações. Reparação mostra que nem sempre uma vida bem estruturada fica livre de um fato trágico. E a impossibilidade de Reparação. Isso é o que mais gosto nessa obra, a realidade atropelando todos os sonhos, projetos e amores. Porque acho que infelizmente a vida não é tão maravilhosa e às vezes um único momento pode destruir muitos os projetos. Que na ficção podemos inventar o desfecho que quisermos, mas que a vida real nem sempre é tão generosa conosco. Esse banho de realidade do livro é o que mais me fascina. Me emociono muito com esse texto!

Obra Woldgate Woods (2006) de David Hockney

Anotei muitos trechos de Reparação de Ian McEwan, vou selecionar alguns para colocar aqui:

"A peça – para a qual Briony havia desenhado os cartazes, os programas e os ingressos, construído a bilheteria, a partir de um biombo dobrável deitado de lado, e forrado com papel crepom vermelho a caixa pra guardar dinheiro – fora escrita por ela num furor criativo que durara dois dias e que a levara a perder um café da manhã e um almoço."
“Briony era uma dessas crianças possuídas pelo desejo de que o mundo seja exatamente como elas querem.”

“Agora o tom de humor fora substituído pelo melodrama, ou pelo queixume. As perguntas retóricas tinham algo de repulsivo; o ponto de exclamação era o primeiro recurso daqueles que gritam para se exprimir com mais clareza. Ele só perdoava essa pontuação nas cartas da mãe, onde cinco exclamações enfileiradas indicavam uma piada das boas. Ele girou o tambor da máquina e datilografou um “x”. “Cee, acho que a culpa não é do calor.” Agora o humor desaparecera, e um toque de autocomiseração se insinuara. Seria necessário recolocar o ponto de exclamação. Claramente, a função do tal ponto não era apenas a de aumentar o volume.”
“Os dois tinham em comum o horror às brigas, e a regularidade daqueles telefonemas noturnos, embora ela não acreditasse no que ele dizia, tinha o efeito de confortar a ambos. Se essa falsidade era hipocrisia convencional, Emily tinha de admitir que a hipocrisia tinha lá sua utilidade. Havia coisas em sua vida que lhe davam contentamento – a casa, o parque e, acima de tudo, os filhos; para preservá-las, ela não questionava Jack. E sentia falta menos de sua presença que de sua voz ao telefone. Aquelas mentiras constantes, embora não fossem amor, eram uma forma de atenção; certamente ele haveria de gostar dela para inventar mentiras tão complexas durante tanto tempo. A falsidade de Jack era sua maneira de afirmar a importância de seu casamento.”

Os pintores e o compositor são ingleses.

Música do post: Stadsknapenkoor-Gorcum_CD1996_22_Eternal-father-strong-to-save_Dykes_descant-Britten



Beijos,

Pedrita