domingo, 6 de abril de 2008

Amsterdam

Terminei de ler Amsterdam (1998) do inglês Ian McEwan da Editora Rocco. Gostei muito! Fazia tempo que o Júlio Pimentel Pinto do Paisagens da Crítica tinha comentado sobre um livro desse autor, no blog dele. Eu coloquei vários do autor na minha lista de livros que desejo da Livraria Cultura e comprei esse recentemente. Me surpreendi com a estrutura da narrativa. Amsterdam começa em um enterro, dois amigos, ex-amantes da morta, o marido e outro ex-amante estão presentes. Esses quatro homens estão ligados profissionalmente entre si de alguma forma.

Obra The Tree (1988) de Allen Jones

Os dois amigos acabam se desentendendo porque de forma igual eles tomam atitudes horríveis para alcançar o sucesso profissional. Um quer elevar as vendas do jornal e resolve usar fotos de relações entre a morta e um grande político. O outro vê um homem brigar com uma mulher e arrastá-la, mas prefere parar em um lugar mais calmo pra compor sua música no momento de sua inspiração. Mas os dois só acham o outro culpado. O texto é complexo e cheio de nuances, incrível!



Obra Sidney (1990) de Patrick Heron

Trechos da obra Amsterdam de Ian McEwan:

“Aquela gravidade calma não era nem um pouco o estilo dele, que sempre fora ao mesmo tempo carente e austero;ansioso para ter amigos, mas incapaz de encarar a amizade como natural.”

“Ele não tinha nenhuma companheira, nenhuma esposa, nenhum George pra cuidar dele, o que talvez fosse uma bênção. Mas o que tinha em vez disso? Rolou de lado e puxou os cobertores em torno de si. O asilo, a tevê do salão durante o dia, o bingo e os velhos com seus cigarrinhos, seu mijo e sua baba. Isso ele não iria agüentar.”

“O índice ABC do último mês fora sete mil pontos mais baixo que o do mês anterior. O tempo estava se esgotando para The Judge. Ele ainda estava pensando se publicava ou não uma matéria sobre os dois irmãos gêmeos siameses unidos pelo quadril – um deles tinha o coração fraco, de modo que não podiam ser separados – que haviam conseguido emprego de funcionários públicos. Se a gente quer salvar esse jornal”, gostava de dizer Vernon na reunião editorial matinal, “todo mundo vai ter de sujar as mãos”. Todos assentiam, mas ninguém concordava.”

“Sabemos tão pouco uns dos outros. Jazemos quase que submersos, como blocos de gelo, mostrando apenas a parte branca e fria de nossos eus sociais. Ali estava uma rara visão, por baixo das ondas, do tumulto e da privacidade de um homem, da sua dignidade posta de cabeça pra baixo pela necessidade avassaladora de fantasia pura, de pensamento puro, por aquele elemento humano irredutível – a mente.”

Ambos os pintores das telas são ingleses.

Música do post: Ridiculous Thoughts de The Cramberries

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Beijos,

Pedrita

4 comentários:

  1. Este só agora estou ouvindo falar dele. Mas que bom saber do livro através de seu blog :) Bjos!

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  2. Olá, tudo bem? Não li Amsterdam... Mas valeu pela dica! Bjs, Fabio

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  3. Já viu o trailler de Blindness ?
    vai lá no meu blog

    eu postei lá
    deixe um comentário sobre o que achou.

    Um abraço

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  4. Ai, ai. Mais um para a interminável lista de livros "a ler".
    Denise

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