segunda-feira, 7 de abril de 2008

Anjos do Sol

Assisti Anjos do Sol (2006) de Rudi Lagemann no Cinemax. Sempre quis ver esse filme, não conseguir ver no cinema, mas não gostei muito. É um filme muito importante por abordar um tema complexo da prostituição infantil, mas não chega a ser um filme bem realizado. Há alguns problemas de andamento, alguns momentos é bastante lento, que diminuem a qualidade da obra. Mas é um filme ousado pela abordagem de um tema tão delicado e difícil.

Anjos do Sol começa no Nordeste com o pai vendendo a filha, ele e a esposa acreditam que quem a comprou vai arrumar um trabalho pra ela, mas eles não têm idéia do que irá acontecer com aquela criança de somente 12 anos. Ela é levada com outras crianças há um lugar muito distante onde a virgindade delas é leiloada. Depois de ser brutalmente desvirginada ela e uma outra garota são levadas para a Amazônia, para uma casa de prostituição onde estão muitas crianças. A menina, interpretada por Fernanda Carvalho, atua em seu primeiro filme e é impressionante o seu desempenho.

Anjos do Sol foi livremente inspirado em matérias que saíram na imprensa e talvez esse seja o motivo do enfraquecimento da trama que parece artificial. Sabemos que a infância de muitas crianças são perdidas, um tempo depois do lançamento do filme tivemos aquele caso horrível da menina na cela de homens em Belém do Pará. Mas a sensação é que em Anjos do Sol resolveram colocar na trajetória dessa garota e nas da sua volta tudo o que se ouviu dizer sobre esses abusos, o que acho que enfraqueceu o roteiro. A sensação que tive é que faltou algumas sutilezas. Entendo que o tema não traz sutilezas, mas a obviedade de algumas cenas soou artificial.

Há muitos bons atores em Anjos do Sol: Antônio Calloni, Mary Sheila, Bianca Comparato, Maurício Gonçalves, Otávio Augusto, Vera Holtz, Chico Diaz, Hylka Maria e Darlene Glória.

Anjos do Sol ganhou 6 Kikitos de Ouro no Festival de Gramado, de Melhor Filme, Melhor Ator (Antônio Calloni), Melhor Ator Coadjuvante (Otávio Augusto), Melhor Atriz Coadjuvante (Mary Sheila), Melhor Roteiro e Melhor Edição. Ganhou o Prêmio ACIE de Cinema de Melhor Ator (Antônio Calloni).
Música do post: Acalanto para Helena - Chico Buarque


Get this widget Track details eSnips Social DNA


Beijos,

Pedrita

6 comentários:

  1. Tive essa mesma sensação que você. Pensei que talvez fosse interessante, ao invés dela ter passado por algumas situações, ter conhecido garotas que tivessem vivido aquilo. Mas, eu não sou roteirista...

    ResponderExcluir
  2. Pedrita, eu não tive curiosidade de ver este filme. Gosto muito da Bianca Comparato. Realmente, acho que o fato do filme estar inspirado em relatos segmentados e nada aprofundados no assunto deve ter provovado esta sensação de roteiro fraco.

    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Oi Pedrita,

    Não assisti este filme. Não tive muita curiosidade.

    Adoro suas sugestões de livros...

    Bjs.
    Elvira

    ResponderExcluir
  4. A abordagem de temas difícceis sempre suscita muitas dúvidas, neste caso, pior é que a mais ingrata ficção deve ser ainda nada perto da sórdida realidade...Mas, sinceramente, ando evitando estes temas, só o JOrnal Nacional já chega...beijos querida!!!

    ResponderExcluir
  5. Hello. This post is likeable, and your blog is very interesting, congratulations :-). I will add in my blogroll =). If possible gives a last there on my blog, it is about the Vinho, I hope you enjoy. The address is http://vinho-brasil.blogspot.com. A hug.

    ResponderExcluir
  6. aqueta e célia, o que mais me incomodou é que parecia que tudo acontecia naquele núcleo. pareceu artificial com tanto fato de uma vez.

    marion, não perdeu muita coisa.

    obrigada elvira.

    ResponderExcluir

Cultura é vida!