sexta-feira, 30 de maio de 2025

O Paciente

Assisti O Paciente (2022) de Christophe Charrier na Netflix. É um bom suspense, mas o que me chamou mais a atenção foi a parte psicológica do filme.

Uma família é encontrada assassinada em casa. O filho está muito mal, mas sobreviveu.

O rapaz acorda muito tempo depois e não lembra de nada. Ele diz que a irmã, Audrey Dana, fugiu. Txomin Vergez está muito bem. 

A psicóloga da ótima Clotilde Hesme o ajuda a lembrar do que aconteceu. Ela diz que as imagens vão vir confusas, que tudo vai se misturar. O que mais me assustou foi a família disfuncional dele. Sim, nada justifica o que ele fez, mas é difícil lidar com os horrores que ele viveu na casa. A psicóloga acha estranho que ele sempre mencione um quarto vazio. Achei que era uma metáfora, que algo fazia ele sempre lembrar do quarto vazio, como o vazio que ele ficou, mas não, era real.
Não estranhei o primo ficar no porão. Ele veio passar um tempo com a família porque a mãe estava doente, mas achei muito, muito estranho, o rapaz e a irmã morarem também no porão. E nem era um quarto no porão. Era tudo feio, sem janelas. E sim, o quarto vazio existia mesmo. 

A irmã morreu quando ele era pequeno, a mãe esvaziou o quarto e nunca mais permitiu ninguém por lá. O quarto era amplo, uma imensa janela, uma vista linda, perverso colocar o filho sobrevivente em um porão. Por um tempo até posso entender, mas o rapaz era pequeno, agora é grande, não temos uma ideia clara da idade, mas perto dos 18 anos. Nunca entendo pais que vivem o luto do filho e abandonam completamente o que ainda vive, mas já vi casos e sempre me chocaram. A negligência com o rapaz parece que era desde bebê. Volto a dizer, nada justifica e nem toda criança que sofre violência ficará violenta, mas que pode acontecer, sim, pode. História muito triste. Fiquei com pena do rapaz.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Melhores livros brasileiros de literatura do século 21

A Folha convidou profissionais para escolher os Melhores livros brasileiros de literatura do século 21. Fizeram a seleção 100 especialistas entre editores, jornalistas, críticos, escritores. A matéria é fechada para assinantes e saiu no jornal impresso. Cada um tinha que escolher 10 livros brasileiros do século 21. Humildemente resolvi fazer minha lista e começo com o maravilhoso Um Amor Anarquista de Miguel Sanches Neto da Record que criou uma ficção baseada na comunidade anarquista que existiu no interior do Paraná. Cada livro terá o link correspondente ao texto que fiz no blog.
 

Em segundo o maravilhoso Becos da Memória de Conceição Evaristo da Pallas. Uma comunidade vai ser despejada, os moradores vão partindo aos poucos, com isso vamos conhecendo seus personagens. Que texto! A autora está na lista da Folha, mas com outra obra que não li.

Em terceiro o intenso Dois Irmãos de Milton Hatoum da Companhia das Letras. Com destinos diferentes, os irmãos se rivalizam. A seleção da Folha tem outro livro dele na relação que eu ainda não li.

Em quarto o delicado, nem sempre, Água de Barrela de Eliana Alves Cruz da Malê. Água de Barrela é o combinado que as profissionais fazem para lavar e clarear as roupas brancas. A história passa por várias gerações de mulheres.

Em quinto, Torto Arado de Itamar Vieira Junior da Todavia. Esse livro está na relação da Folha. Conta a história fictícia de Bibiana e Belonísia.

Em sexto, Deixei Ele Lá e Vim de Elvira Vigna da Companhia das Letras. Essa autora está na lista da Folha, mas com outra obra. São várias mulheres em um hotel.
O sétimo é O Sol se Põe em São Paulo de Bernardo Carvalho da Companhia das Letras. O autor está na lista da Folha, mas de novo com outra obra. Esse é uma história bem mágica em São Paulo, alguns momentos no bairro da Liberdade e seu universo japonês.
O oitavo é Sanga Menor de Cintia Lacroix da Dublinense. Esse eu acabei de ler, em realismo fantástico conta a história de uma cidade fictícia, Sanga Menor, e seus personagens, nem sempre mágicos.

O nono é Na Escuridão, Amanhã de Rogério Pereira da Cosac Naify. É sobre uma família disfuncional que vai desaparecendo.
Finalizando em décimo, Fantasma de José Castello pela Editora Record. O protagonista mora em Curitiba e é contratado para escrever uma obra ambientada na cidade.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 27 de maio de 2025

Pequena Mamãe

Assisti Pequena Mamãe (2021) de Céline Sciamma no Max. Que filme lindo! Que poesia! Eu já tinha lido muitos elogios ao filme e quis muito ver. Eu não entendia que aparecia quando eu escolhia filmes de ficção científica, só assistindo que entendi.

Uma linda menina está se despedindo dos idosos de um local. Vemos então a mãe retirando os objetos da avó de um dos quartos. Depois elas seguem para a casa da avó, onde a mãe viveu a infância. Eles precisam desmontar a casa, o pai também participa. A mãe não se sente bem e vai embora. Fica a filha e o pai. E lá ela conhece uma menina na floresta. Eu fiquei surpresa com a semelhança, até descobrir que as lindas meninas são gêmeas Josephine e Gabrielle Sanz.
Elas passam a brincar juntas. É muito bom ver filme com crianças sendo crianças. A menina acaba entendendo o que aconteceu. Ela foi para o passado e está brincando com a pequena mamãe. Ela inclusive conhece a avó mais jovem, a casa como era. O filme é muito delicado!

Beijos,
Pedrita

domingo, 25 de maio de 2025

Bom Dia Verônica - 3ª Temporada

Assisti a 3ª Temporada de Bom Dia Verônica (2024) de Raphael Montes na Netflix. Ansiava muito por esses episódios, mas foi o que menos gostei por ser menos crível. Continua ótima, bem realizada, bom roteiro, mas ficou muito fantasiosa. São só 3 episódios.

Verônica da ótima Tainá Muller agora está meio tapada. Ela vai em uma cidade investigar o orfanato dos horrores. Chega em uma procissão. Os líderes lá estão e são os gatos Rodrigo Santoro e Maitê Proença. Ele a leva pra fazenda de cavalos dele. É riquíssimo e ela nem desconfia. Ok, a gente já sabe que ele será o vilão, mas milionário dificilmente subiu na vida sem explorar as pessoas. Ela até desconfia, mas ele conta uma linda e triste história do orfanato e sua mãe e Verônica cai que nem um patinho. Sim, difícil resistir ao charme do Santoro, mais lindo e viril que nunca, mas ela conta a história toda dela, abre toda a guarda, muito burra. Nem parecia aquela Verônica das outras temporadas, nem poderia ficar com raiva da família que não desconfia de um contato da filha adolescente, porque Verônica não é nada brilhante nessa temporada.
Pra piorar Verônica põe em risco a vida da jovem que tanto sofreu na mão do pai, da incrível Klara Castanho. Reynaldo Gianecchini aparece novamente, agora preso até que foge. A mãe da personagem de Camila Márdila também tem uma participação importante. Bem interessante a possível cura da filha.

As mulheres ficam presas em baias e são usadas em reprodução. Verônica entra na fazenda, o amigo de Adriano Garib sabe dos riscos, mas fica dias esperando ela retornar o contato, não faz nada. Que bom que Verônica sobreviveu sem ele, porque se dependesse dele estava ferrada. Esse núcleo de mulheres é lindo, só ótimas atrizes Bella Camero, Rhaisa Batista e Liza Del Dala. Confesso que achei meio forçado homens ricos participarem de leilões de mulheres décadas. As que eram fertilizadas eram mortas após o parto e sumiam, sempre na mesma fazenda. Verônica diz que eles eram comprados, juízes, políticos, poderosos, mas mesmo assim, no mesmo lugar sempre, tantos sumiços, achei forçado.
Gostei que tem uma conversa bem discreta entre Verônica e a filha. Ela tinha sido fertilizada na fazenda e escolhe o aborto. Fez muito bem, inclusive estava amparada pela lei porque foi um estupro. Gostei do desfecho final. A série cutuca a impunidade no Brasil. Boa parte dos homens que participavam dos leilões ficaram impunes. Verônica, Ângela e outras mulheres se juntam pra fazer justiça. Essa foi a temporada final, mas esse gancho final permite o retorno a qualquer hora, quem sabe.
Beijos,
Pedrita