quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Glass Onion

Assisti Glass Onion - Um Mistério Knives Out (2022) de Rian Johnson na Netflix. Eu procurava algo pra distrair e não estava fácil. Até que comecei a ver esse e amei! Tem todos os ingredientes perfeitos de sessão da tarde, no meu caso de fim de semana. Eu tinha visto o Knives Out, e o detetive é o Daniel Craig. Esse é igualmente um mistério. Adorei que tem outros filmes de mistérios com o mesmo detetive. 
 

É pandemia, todos estão entediados em suas casas, quer dizer, nem todos. E recebem uma caixa com enigmas divertidíssimos. Lá tem um convite para os amigos seguirem para uma ilha. E o detetive aparece. O que convidou não entende porque ele surge, se não estava na lista.

É mistério atrás de mistério, surpresa atrás de surpresa, uma delícia de filme. O lugar é lindo. A casa, mansão eu diria, tem uma infinidade de engenhocas mágicas e misteriosas. Bom demais. O elenco é igualmente ótimo Edward Norton, Kate Hudson, Janelle Monáe, Dave Bautista, Kathryn Hahn, Leslie Odon Jr., e Jessica Henwick. Há participações de Ethan Hawke e Hugh Grant.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Recital do Centro de Música Brasileira

Fui ao recital do Centro de Música Brasileira no Mackenzie Higienópolis. Que apresentação linda! Que repertório! Primeiro apresentaram-se Sandro Bodilon e Scheilla Glaser. Eu adoro Claudio Santoro e fiquei encantada com a Amor em Lágrimas que tem o poema de Vinícius de Moraes. Em piano solo, Glaser tocou uma obra de Guilherme Bernstein, inspirada e em Tom Jobim, muito linda. No bis tocaram Singela Canção de Maria de Babi de Oliveira.

Programa

Carmen Vasconcellos
Solidão (texto de Emílio Moura)
Presença (texto de João Etienne Filho)
Ismália (texto de Alphonsus de Guimaraens)
Isto é meu… (texto de João Etienne Filho)
Os oinho dela (texto de Luiz Peixoto)

Cláudio Santoro
Três Canções Populares (texto de Vinícius de Moraes) Luar de meu bem, Amor em lágrimas e Cantiga do ausente

Guilherme Bernstein
Jobiniana (piano)
Música (texto de Cecília Meireles)
Cantiga (texto de Cecília Meireles)
Lua cheia e O teu pranto, Aurora (textos de Cassiano Ricardo)

Osvaldo Lacerda
Viola de Lereno, com texto de Domingos Caldas Barbosa
Declaração de Lereno
Efeitos da saudade
Amar não é brinco
É bem feito, torne a amar

Obra Marinha (1954) de José Pancetti


Amor em Lágrimas
Vinicius de Moraes, Claudio Santoro

Ouve o mar que soluça na solidão 
Ouve, amor, o mar que soluça 
Na mais triste solidão 
E ouve, amor, os ventos que voltam 
Dos espaços que ninguém sabe 
Sobre as ondas se debruçam 
E soluçam de paixão 
E ouve, amor, no fundo da noite 
Como as árvores ao vento 
Num lamento se debruçam 
E soluçam para o chão
Deixa, amor, que um corpo sedento
como as árvores e o vento,
no teu corpo se debruce
e soluce de paixão!

Na segunda parte tocou o pianista Max Barros. Nasceu e vive nos Estados Unidos, foi criado no Brasil e é grande defensor da música erudita brasileira. Lindíssima a interpretação dele do Estudo nº 7 de Osvaldo Lacerda. Gosto muito de Villa-Lobos e ele interpretou belas obras, Choro nº 5 e Impressões Seresteiras. Instigantes as obras de Guarnieri e Amaral Vieira. No bis tocou Acalanto Singelo de Osvaldo Lacerda. O recital foi gratuito.
Programa 

Heitor Villa-Lobos
Choros no. 5 do Alma Brasileira
Impressões Seresteiras do Ciclo Brasileiro

Camargo Guarnieri

Improviso no. 7
Ponteio no. 29
Ponteio no. 32
Ponteio no. 33
Ponteio no. 45
Momento no. 10

Osvaldo Lacerda
Ponteio nº 4
Estudo nº 7

Amaral Vieira          
Toccata,, opus 137

Os vídeos são de outras apresentações.





Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

As Órfãs da Rainha

Assisti no cinema As Órfãs da Rainha (2023) de Elza Cataldo no Itaú Cinemas. Como ansiava por ver esse filme. Eu acompanhava nas redes sociais desde as primeiras fotos das gravações. E vi do jeito que mais gosto. Após a sessão a diretora falou com o público. Foi muita emoção! E que filme maravilhoso!
 

O filme é ambientado no século XVI e conta a história de órfãs que foram enviadas ao Brasil para povoar o país. É um filme histórico ambientado em fatos reais que começa com a história que já tinha sido contada em Desmundo, outro filme que amo igualmente. Esse tem o desfecho na Inquisição, que desconhecia por completo. Sim, a Inquisição veio ao Brasil levar judeus, bruxas para o julgamento em Portugal e sabemos o desfecho. 
Três irmãs chegam em um lugarejo pra lá de precário. As cidades eram arremedos. Duas com casamento arranjado por procuração, a outra é largada na igreja. Coxa, não teria possibilidade de conseguir um casamento. Poucas mulheres vieram ao Brasil no começo da colonização. A igreja estava muito preocupada com a mistura entre os locais. Foi quando tiveram a ideia de enviar as órfãs. Uma delas casa-se com um judeu sem saber. Ele veio fugido de Portugal com a mãe. Na hora da consumação do casamento o marido fica incomodado com o medo e o excesso de rezas da esposa. Ele então aguarda o tempo que ela precisa para se deitar com ela. Amo Letícia Persiles, ele é outro ótimo ator, César Ferrario. O elenco é todo inacreditável, a mãe é a maravilhosa Juliana Carneiro da Cunha. Eu desconhecia que o Brasil tinha sido colonizado por muitos judeus em fuga de Portugal. Esse casal é inspirado em um real que com a chegada da inquisição fugiu novamente instalando-se no Sul.

A outra irmã não tem a mesma sorte, pega um homem violento. Ela é outra ótima atriz, a Rita Batata e como sofre sua personagem. Ela tem que conviver com uma indígena que dorme com o seu marido, outra mulher que sofre muito, Danielle Soprano Adana Omágua Kambeba. Que raiva que dá de seu marido interpretado brilhantemente por Alexandre Cioletti.

Duas personagens ajudam essas jovens. Duas grandes atrizes Teuda Bara e Inês Peixoto. A terceira órfã é Camila Botelho. Ela tem que conviver com o insuportável padre de Luiz Gomide. E contracena com Mauri William Bottari.

O inquisidor é Celso Frateschi.

Uma família é vítima dele, Jai Baptista e Beto Militani, mas não tem como não ficarmos com raiva deles.

Eu fiquei muito curiosa com as locações. A diretora contou que tem uma fazenda em Tocantins, Minas Gerais e que a cidade cenográfica foi toda construída lá, já que não havia nada similar do século XVI no Brasil. E ficou demais, porque dá a real sensação de precariedade, onde faltava tudo e demorava tanto pra chegar qualquer objeto ou mesmo ser construído. A maravilhosa direção de fotografia é de Fernanda Tanaka. A diretora disse que foram anos de realização. Primeiro de pesquisa, depois de toda a preparação, até chegar na estreia. A música final é cantada pela maravilhosa Fortuna. Tudo é milimétrico nesse filme! As Órfas da Rainha é daqueles filmes que quero que todos vejam.
Beijos,
Pedrita