Assisti Personal Shopper (2016) de Olivier Assayas no TelecinePlay. Nunca tinha ouvido falar nesse filme. Não faz sentido estar no Cult. É de um bom diretor, mas o filme não chega a tanto, mas mesmo assim gostei bastante.
É um filme bem realizado, editado e instigante. Começa com a protagonista, interpretada pela Kristen Stewart, em uma casa no campo maravilhosa. Acabamos descobrindo que o irmão dela que morou lá e ela queria ver se ele fazia contato com ela após a morte. Os dois são gêmeos e combinaram que o que morresse antes voltava para dar algum sinal. Os dois são sensitivos, mas ele acreditava mais em espíritos que ela que duvida do assunto.
Ela é uma Personal Shopper, vai em estilistas escolher ou mesmo buscar roupas, joias, sapatos e bolsas, para uma celebridade que ela mal vê e não gosta. Tanto que ela escolhe mais de uma opção dizendo que a celebridade é chata. Personal Shopper é um filme com muito suspense, bem interessante. O final é bem inconclusivo e gostei por isso, permite várias interpretações.
Terminei de ler Melhores Mangas (2016) de Everardo Norões da Confraria do Vento. É um belo livro de poemas em uma edição linda e uma capa maravilhosa! Amei os poemas que falam do campo, de frutas, de bichos de frutas, árvores, plantas, temas que me são tão caros. Gostei demais!
Obra sem título (2014) de Sérvulo Esmeraldo
Poema de Everardo Norões
"a terra me acolhe
com todos os seus artefatos
espinhos tocos formigas
sou o mais ínfimo
a mais íntima
nódoa do chão
sozinho espreito raízes
servo e semente
confundo-me
na seiva que desata
o olor que lavra
o sossego
da fruta”
Tanto o poeta bem como o artista plástico são de Crato no Ceará.
O vídeo é de um poema de Everardo Norões musicado.
Assisti ao documentário Marguerita S., A Mulher Que Inventou Mussolini (2015) de Pierre-Henry Salfati no Curta! no Now. Eu tinha visto uma chamada no Now falando desse filme, fui no Curta! do Now e lá estava ele. Eu achava que esse péssimo nome sensacionalista era a tradução no Brasil, mas não, vem do nome do livro de Roberto Festorazzi.
Sim, Marguerita Sarfatti foi importantíssima para Mussolini e para a criação do fascismo. Eles se conheceram jovens. Ele operário e revolucionário inicialmente socialista, depois comunista, e ela, rica, da elite italiana, extremamente culta e influente, também socialista. Marguerita introduziu Mussolini na elite intelectual da época. Juntos fundaram o fascismo. Marguerita foi muito influente na cultura, na construção de prédios arquitetônicos dentro da filosofia do fascismo, incentivo as artes. Ela foi amante de Mussolini por anos. Os dois casaram com outras pessoas e continuaram juntos até Mussolini chegar ao poder, aí ele manteve Marguerita mais distante, mas não tanto assim. Acho exagerado dizer que Marguerita inventou Mussolini, mas ficou claro que Marguerita e Mussolini inventaram o Fascismo.
Antes da guerra, Marguerita Sarfatti queria que Mussolini se aliasse aos Estados Unidos. Ela seguiu inclusive ao país para conversar com Roosevelt e voltou para a Itália para falar com Mussolini sobre a aliança, mas Mussolini, enquanto Marguerita estava nos Estados Unidos, teve encontro com Hitler e firmou o apoio a Alemanha. Nesse momento é que eles realmente se separam. Mas é fato que Marguerita criou o Fascismo com Mussolini e que era a favor desse regime ditatorial. O fato dela não desejar aliança com Hitler os separou. Ela era judia e fugiu do país. Mas o Fascismo era um regime populista e ditatorial.
Assisti a 1ª Temporada da série Versailles (2015) de Jalil Lespert na GNT. Eu vi no canal o anúncio e quis muito assistir. Gostei demais. Fala do reinado de Luís XIV. Ele passou a infância afastado do trono, quem reinavam eram os seus conselheiros por ele ser muito pequeno. Mas ele começa a querer tomar as rédeas do governo e é quando essa maravilhosa série começa. Impecáveis as reconstituições de época, o elenco, que série! Luís XIV tem um irmão, é latente a rivalidade entre eles, mas eles também são unidos. Há muitos conflitos, mas volte e meia estão se auxiliando. Os dois são interpretados divinamente por George Blagden e Alexander Vlahos.
Eu gostaria de conhecer mais a parte dessa história. Luís XIV quer transformar Versailles na sede do reino francês e sofre muita resistência da nobreza que não quer sair de Paris. Muito interessante que a série mostra o quanto os costumes, os exageros, eram formas dos nobres mostrarem poder. Luís XIV faz questão de ter roupas luxuosas, que só ele teria, criar moda, para ser copiado e admirado pela corte. O poder não está só em manobras políticas, mas em ostentação de riqueza. Eu conheço mais a história da Maria Antonieta já que li o livro e vi o filme. Achava surreal a corte toda presente nos momentos íntimos dos reis, os costumes ao acordar, para ter filhos. Foi na época de Luís XIV que esse costume bizarro começou. Luís XIV pede ao irmão que crie regras de etiqueta para a corte, que os aprisione aos costumes e ao rei. O irmão cria esse hábito da companhia da corte para os hábitos dos reis. O rei não acorda sozinho. Os nobres aguardam em fila por grau de importância, brigam por estar a frente ou atrás de outro nobre e entram no quarto do rei onde tudo é feito como teatro. Só com a série é que passei a pensar o quanto esse costume aprisiona. Os nobres tinham que estar atentos para não perder esses momentos, de firmarem o seu lugar. Ficavam realmente à disposição das vontades do rei, da família real e dos seus costumes. Era muito mais que uma extravagância e sim uma forma perversa de controle aos nobres.
O Duque de Órleans sempre se sente a sombra do irmão e insiste muito para ir na guerra. Ele surpreendentemente se mostra um grande líder e guerreiro, a França vence a guerra.
Os relacionamentos são complexos e amplos, o que aumentam ainda mais a tensão na corte porque alguns escolhidos acabam tendo ascensão social, nem sempre por talento, aumentando ainda mais as intrigas.
São muitas conspirações ao rei e aos membros da corte, muitos envenenamentos. Gostei demais da médica, o rei percebe que as orientações da médica são precisas, começa a duvidar dos diagnósticos do pai dela. Ela é interpretada por Lizzié Brocheré.
O elenco é primoroso: Noèmie Schmidt, Stuart Bowman, Elisa Lasowski, Evan Williams, Anna Brewster, Tygh Rynyan, Amira Casar, Maddison Jaizani, Pip Torrens, Steve Cumyn e Joe Sheridan. A abertura e a música são lindas, deslumbrantes. A direção de arte, reconstituição de época, série belíssima e inesquecível. A 1ª Temporada de Versailles tem 10 episódios e já está disponível na GNT no Now a segunda temporada. A terceira foi confirmada.
Assisti Mulher Maravilha (2017) de Patty Jenkins no Now. Eu recebi pelo correio uma simpática promoção da NET que me permitia ver antecipadamente filmes. Fiquei eufórica em ver que um é esse que tanto ansiava ver. Um presente simples, antecipar para os assinantes a visualização de um filme tão cobiçado. Espero que façam isso outras vezes.
Eu tenho uma memória afetiva com a Mulher Maravilha e logo que publicaram uma primeira foto de gravação e vi que seria de época fiquei curiosa. Mas foi a postagem da Patry no blog dela que me instigou de vez.
Deve ser um belo filme para ver na telona. As cenas na ilha das Amazonas são de uma beleza estonteantes, que lugar belíssimo! E fofas demais as atrizes que fazem a Mulher Maravilha antes de ser adulta: Lilly Aspell e Emily Carey. E belíssima a Gal Gadot, talentosa também. Gosto demais de filmes com mulheres poderosas, de boa índole. O roteiro é muito bem construído. O filme tem mais de duas horas que passam bem. Lindíssimas as cenas na ilha. Adorei as cenas em Londres.
A foto que conta a história também é ótima. Foi inteligente escolherem a Segunda Guerra para o maniqueísmo. Difícil ficar do lado dos alemães, ficou fácil torcermos para um lado da guerra. Muito tristes as cenas da guerra, gostei do toque de realidade do filme. O par romântico também é lindo interpretado por Chris Pine. E a trupe que segue com ela para eles destruírem uma arma química letal é ótima: Ewen Bremner, Saïd Taghmaoui e Eugene Brave Rock.
Alguns outros do elenco são: Danny Huston, David Thewlis, Connie Nielsen, Robin Wright, Lucy Davis e Elena Anaya. Gostei demais de Mulher Maravilha!
Terminei de ler Refrão da Fome (2008) de Jean-Marie Gustave Le Clézio da Cosac & Naif. Quando essa editora disse que encerraria as atividades, seus livros foram colocados baratissimos à venda mesmo com edições primorosas como essa. Refrão da Fome é um livro curto, mas editado de uma forma que não parece ser menor em texto.
Obra de Hans Hartung
É uma das últimas obras escritas por Le Clézio que ganhou Prêmio Nobel. Ele conta a história de Ethel que viveu antes, durante e depois da guerra. Começa ela com 12 anos e sua amiga russa Xênia que tem uma história dramática. Sua família veio fugida da Rússia, sem bens, passam fome, então Ethel acha que seus dramas são menores e os esconde. Ethel tem uma avô bem de vida, que tem uma belíssima casa onde ela leva Xênia. Seu avô morre, seu pai, um inconsequente, consegue uma procuração de plenos poderes de Ethel que ficou com a herança e destrói tudo o que elas tem. Pelo seu sobrenome precisam fugir e ficar se escondendo. Passam muitas dificuldades, mas menos fome que outras pessoas que vão morar às ruas.
Obra It´s All Over (1946) de Wols
Logo no início da obra, ainda adolescente, Ethel se perde de Xênia. Na guerra conhece seu futuro marido e depois segue para o Canadá. Nós só conhecemos a história de Ethel enquanto ela está na França.