sexta-feira, 7 de setembro de 2007

O Pagamento Final

Assisti O Pagamento Final (1993) de Brian De Palma no Telecine Cult. É um excelente filme, com tomadas de câmera incríveis, excelente direção e um desempenho majestoso de Al Pacino. O roteiro é baseado no livro de Edwin Torres.

Começa com o personagem do Al Pacino, Carlito Brigante, saindo da prisão. Ele é um porto-riquenho que vivia da criminalidade e do tráfico de drogas. Ele quer sair do crime, juntar dinheiro para entrar em sociedade com um conhecido em uma locadora de carros nas Bahamas. Para juntar dinheiro fica sócio do seu advogado em um bar. Só que é onde praticou todos os crimes anteriormente e tem a dificuldade de se manter longe de confusões. Na narração ele diz o tempo todo que tem azar, mas fica claro a dificuldade de viver com dignidade em um lugar onde a criminalidade corre solta e por muito tempo se alimentou dela.

O Pagamento Final fala muito de preconceito. Em um texto. Al Pacino fala das delimitações que os porto-riquenhos tinham nos Estados Unidos. O próprio preconceito de negros com os porto-riquenhos e as delimitações de ruas.

O advogado é interpretado maravilhosamente por Sean Penn e gostei muito da dançarina, interpretada pela bela Penelope Ann Miller. As tomadas de câmera são maravilhosas, bem como a iluminação, a edição, a direção e a fotografia. A direção de arte é de Gregory Bolton. A edição de Kristina Boden e Bill Pankow. E a Direção de Fotografia de Stephen H. Burum.

Gostei muito da trilha sonora, a música principal, Your Are So Beautiful, é interpretada por Joe Cocker. Tem no youtube o trecho da música no filme quando sobem os créditos.

Beijos,

Pedrita

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Babbitt

Terminei de ler Babbitt (1922) de Sinclair Lewis. Eu comprei esse livro no sebo por R$ 2,00. Há uns anos vi que o sebo vendia alguns livros daquela coleção vermelha da Abril por R$ 2,00. Liguei para minha irmã e comprei pra nós duas todos os que nós não tínhamos, esse veio pra mim, ela já tinha lido esse e gostado. Gostei bastante! Retrata o cotidiano de moradores americanos de classe média que vivem em uma cidade pequena. A mediocridade de pessoas que conseguiram uma certa posição social pelo trabalho. São preconceituosos e machistas, desprezam os livros, mulheres que lêem e só gostam de livros policiais e de suspenses leves, as poucas vezes que pensam em ler algo.

tela do pintor americano Yves Tanguy

O que mais Babbitt deseja é entrar para a alta sociedade, ser convidado para os jantares dos mais ilustres cidadãos de sua cidade. Os cidadãos se reúnem em grupos e para pertencer aos Clubes, eles participam até mesmo de uma igreja que não são devotos, ficam amigos de quem menosprezam, tudo para pertencer ao grupo dos mais ilustres cidadãos. Nosso protagonista não tem convicção clara alguma. Ele pouco lê, pouco se informa e muda de opinião a cada conversa que tem, ou fica radical com o que deve acreditar. Nada claro ideologicamente e sim o que deve pensar e agir para ser aceito. Mesmo quando ele se rebela, muda de posição ideológica, o faz depois de meia hora de conversa e nem vai ler sobre liberalismo, pouco entende do assunto. Suas visões são sempre rasas e medíocres, como todos os do seu grupo.

Babbitt também é metódico, os primeiros capítulos falam de sua impaciência com mediocridades e coisas sem importância. Sua família também é igualmente neurótica, brigam o tempo todo. Os cafés-da-manhã são sempre um inferno com discussões fúteis sobre nozes que fazem mal de manhã e uma infinidade de manias desimportantes.

tela Broadway (1936) do pintor americano Mark Tobey

Trechos de Babbitt de Sinclair Lewis:

“As torres de Zenith rompiam por entre a neblina matinal, buscando o céu claro: austeras torres de aço, cimento e pedra calcária, sólidas como rochedo e delicadas como varinhas de prata.”

“-Deus louvado, eu não sei quais são os “direitos” que um homem tem! E, se há solução para o tédio, não a conheço. Se conhecesse, seria o primeiro filósofo que teria inventado um remédio para a vida. Mas uma coisa eu sei: para cada pessoa que confessa ser a sua existência enfadonha, e desnecessariamente enfadonha, há umas dez que pensam do mesmo modo, sem no entanto reconhecê-lo. E creio sinceramente que, se nós desabafássemos e o confessássemos de vem em quando, em lugar de sermos pacientes, bons e leais durante sessenta anos, e depois pacientes, bons e defuntos para o resto da eternidade.. bem, podia ser que achássemos a vida mais divertida.”

“-Não sei o que pensam estes pretos de hoje, Nunca respondem à gente com delicadeza.
-É um fato. Estão ficando de tal modo que já não têm o menor respeito pela gente. O crioulo de antigamente era um bom sujeito... sabia ficar no seu lugar... mas estes pretos de agora não querem mais carregar bagagens nem colher algodão. Não senhor! Hão de ser advogados, professores e sei lá o que mais! Garanto-lhes que isto está se tornando um problema muito sério. Nós devíamos unir-nos para mostrar o seu lugar ao negro e ao amarelo também. Eu sou um sujeito sem o menor preconceito de raça. Sou o primeiro a aplaudir quando um preto faz carreira... desde que fique onde deve ficar e não tente usurpar a legítima autoridade e a capacidade comercial do homem branco.”


Beijos,

Pedrita

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Mais uma vez amor

Assisti Mais uma vez amor (2005) de Rosane Svartman no Canal Brasil. O roteiro é baseado na peça teatral de Rosane Svartman, Lulu Silva Telles e Ricardo Perroni. É uma bonitinha comédia romântica! Um pouco arrastada em alguns momentos e com uma fotografia de Renato Padovani razoável.

Nossos protagonistas são o ótimo Dan Stulbach e Juliana Paes. Mais uma vez amor passa em 25 anos. Começa com dois atores interpretando nossos protagonistas adolescentes, com uns 15 anos, os atores Paulo Nigro e Juliana Vasconcelos estão ótimos. Eles acabam tendo a sua primeira vez, mas eles não têm um relacionamento, ela na verdade namora outro e não queria que o namorado soubesse que ela ainda é virgem. Eles acabam indo para o Arpoardor no dia 23 de abril e combinam que sempre irão lá na data se reverem.
Ela é uma moça livre, sempre entrando nos modismos das épocas, usando drogas, vivendo de forma livre, Ele é um rapaz sério, que programa a sua vida e muito, mas muito tímido. E nesses 25 anos eles acabam se revendo em algumas vezes e tentando algum relacionamento. Ele se cansa das diferenças e se casa com a filha do seu chefe, interpretado pela Christine Fernandes com quem tem um filho.
É bem bonitinho o amor deles superando de vez em quando as diferenças, a dificuldade de entenderem o jeito do outro.
Ainda estão no elenco: Erik Marmo, Bruna Marquezini que arrasa em uma cena, Betty Lago com uma péssima personagem caricata, Rosane Goffman que não combinou com o que sua personagem, ela é a mãe do personagem do Dan Stulbach, mas não parece muito mais velha que ele. Hélder Agostini que está ótimo. Hugo Carvana, Dalton Vigh, Heitor Martinez e Marina Person.
Beijos,

Pedrita

domingo, 2 de setembro de 2007

Missão Impossível 3

Assisti Missão Impossível 3 (2006) de J.J. Abrams no Telecine Premium. É tecnicamente muito bem feito, um ótimo roteiro, excelente direção e eu gosto muito do Tom Cruise.

Atualmente os filmes de ação precisam ter uma dose maior de violência, o que não me agrada muito, tenho uma certa dificuldade de vê-los. Missão Impossível 3 me causou bastante sofrimento, é muito violento e triste, mas muito bem feito.

Gostei muito do vilão de Missão Impossível 3 ser o Philip Seymour Hoffman, gosto muito desse ator.
Também gostei muito do desempenho de Keri Russell, par romântico do Tom Cruise.

A edição de Maryann Brandon e Mary Jo Markey de Missão Impossível 3 é excelente e começa com uma seqüência do meio do enredo, um momento muito denso que me fez sofrer o filme todo. Os efeitos especiais da Industrial Light & Magic e da Lola Visual Effects são excelentes.

Alguns outros do elenco são: Ving Rhames, Bahar Soomekh, Laurence Fishburne, Billy Crudup, Simon Pegg, Michelle Monaghan e Jonathan Rhys Meyers.

Haviam vários erros no figurino de Colleen Atwood no vestido da personagem da Maggie Q. Era um evento formal no Vaticano. Mesmo que ela desejasse ir estonteante, um evento no Vaticano requer um vestido mais formal, clássico e menos vulgar. Fora que por ela ter corpo de modelo, o vestido cheio de furos caía mal no seu corpo reto. Ela corria sério risco de ser barrada em uma festa no Vaticano, o que comprometeria toda a missão.

Beijos,
Pedrita