sábado, 5 de maio de 2018

Pela Janela

Assisti Pela Janela (2017) de Caroline Leone no Canal Brasil. Que filme lindo! Eu queria muito ver, passou em algumas mostras, fiquei muito frustrada de não ter conseguido e eufórica quando vi que ia estrear no canal.

Eu adoro a atriz Magali Biff, foi muito interessante ver ela em um personagem tão diferente do que estou acostumada. Magali Biff costuma interpretar personagens contundentes, muito fortes, foi muito surpreendente ver ela em uma personagem que pouco falava ou muito baixo, de hábitos cotidianos e muitos silêncios. Que atriz! Começa com a personagem trabalhando em uma fábrica. Ela é a primeira a chegar e a última a sair. Ela que coordena a produção e trabalha também com o grupo. Até que o chefe diz que uma empresa se fundiu a eles e que os novos sócios fizeram algumas exigências. Descobrimos que ela foi demitida. É de cortar o coração. A tristeza contida e silenciosa da personagem dói. 
Descobrimos que ela trabalhou 30 anos nessa empresa. Depois do trabalho ela fazia as tarefas domésticas. Ela vive com o irmão que fica chocado com o estado que a irmã se encontra, mas ele precisa ir para Buenos Aires levar um carro para a filha do patrão. Ele é motorista e descobrimos que igualmente como a irmã, trabalha a muito tempo no mesmo lugar. Ele tenta ver se o filho pode ficar com a tia, porque ele viaja no dia seguinte, mas não pode, então ele resolve levar a irmã na viagem. Me emocionei com ele arrumando a mala, separou até o bordado que ela fazia toda noite. O cuidado do irmão também emociona. Cacá Amaral também está incrível. Logo no começo da viagem ela pede que ele a leve de volta pra casa, mas ele se recusa. E o mundo vai se abrindo para essa mulher Pela Janela. Nossa, que filme delicado e lindo!
Eu fiquei muito curiosa pela escolha das locações, há entrevistas com a diretora e vou procurar matérias para saber como aconteceu. A fábrica eu consegui descobrir pelo uniforme da protagonista, é Dinatel, achei o site e descobri que é uma fábrica de Reatores e Ignitores de lâmpadas HID. Os dois vão passando por hotéis e por lugares na estrada. Fiquei encantada com a locação em Buenos Aires. São vários cômodos, moram famílias, o banheiro é coletivo. Os irmãos também fazem uma linda viagem pelas Cataratas do Iguaçu. Adorei a blusa que ela ganhou, muito lindo quando ela usa mesmo achando espalhafatosa. Mas tudo é econômico, nada é óbvio, tudo vai acontecendo e vamos partilhando. Queria uma continuação do filme, queria acompanhar e continuar acompanhando a vida desses dois irmãos. Queria ser amiga desses dois irmãos. Muito emocionada com essa história!

Pela Janela vem angariando muitos prêmios: 
46º International Film Festival Rotterdam 2017 – Seção Bright Future – Prêmio FIPRESCI (Prêmio da Crítica Internacional)
Habana Films Festival – Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano – Prêmio de Contribuição Artística
45º Festival de Gramado – Competição Oficial
41ª Mostra Internacional de São Paulo
Panorama Internacional Coisa de Cinema – Melhor Filme
X Janela Internacional de Recife
Festival East West Russia 2017
Malatya IFF (Turquia) – International Competition Films
12º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro – Melhor atriz pra Magali Biff, Melhor ator coadjuvante para Cacá Amaral e Melhor Som


Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Rebelião - O Coro de Todos os Santos

Assisti a peça Rebelião - O Coro de Todos os Santos de Marcelo Marcus Fonseca do Teatro do Incêndio. Desde que vi a peça A Gente Submersa desse grupo fiquei fã deles. Ok, uma peça só para ficar fã é muito rápido, mas há questões que não explicamos, bom, o trabalho desse grupo explica tudo.

Foto de Italo Iago

Rebelião - O Coro de Todos os Santos fala de intolerância religiosa e é um tema que muito me interessa. Coincidentemente estou lendo um livro sobre o tema e que é de um autor russo, tão distante dessa realidade brasileira e tão parecido na temática da fome, miséria e intolerância. Eu amei esse espetáculo, gostei até mais do que do outro que tinha amado, como será possível? O povo sofrido quer levar uma cruz para o primeiro lugar que ela apareceu para ver se o ato conserta tudo.

Foto de Giulia Martins

Nessa peregrinação o grupo vai se deparando com muitas questões doloridas, tragédias, é uma peça muito doída, me emocionei várias vezes. No elenco: Gabriela Morato, Elena Vago, Francisco Silva, Marcelo Marcus Fonseca, Valcrez Siqueira, André Souza, Lia Benacon Erick Malccon. 
Coro de guerra (jovens do projeto de vivência artística 2018): Ana Beatriz do Araújo Borges, Bruno, Giulia Soares, Jonathan Yuri, Luiza Kehdi, Murilo Rocha, Stela Coelho, Thays Ferreira, Thaina Muniz, Vallessa Fagundes e Yago Medeiros.
Foto de Giulia Martins

Além do texto ácido, os figurinos de Gabriela Morato são impressionantes, eles misturam muito rendas, fitas, bordados. A trilha sonora também é incrível e mistura ao vivo com gravado. E há várias danças. Rebelião - O Coro de Todos os Santos fica em cartaz até 24 de junho. Na entrada ganhamos um pequeno envelope, lá colocamos o que achamos que vale, ou o que podemos e entregamos na saída. Esse espetáculo é o último da trilogia sobre a investigação e valorização da formação do homem brasileiro.

Foto de Italo Iago

Beijos,
Pedrita

domingo, 29 de abril de 2018

Seydou Keïta

Fui na exposição fotográfica de Seydou Keïta no Instituto Moreira Sales. Fui com a querida amiga Isabela Guedes do blog O Rádio Esportivo. Foi a primeira vez que fui no IMS desde que inaugurou. São várias escadas rolantes até o 5º andar e depois nos andares seguintes as exposições de fotografia. Também há auditório que já vi com programação de filmes. E um acervo de livros que vemos quando subimos a escada que é delirante.

Seydou Keïta (1921-2001) era um fotógrafo malinês, fez as imagens em Bamako. Viveu muito em Paris onde lá morreu. Tem uma parte da exposição com vídeos dele fotografando e colorido. Interessante que às vezes o tecido de trás era muito diferente do da frente pela cor, mas na hora que é transformado em preto e branco parece quase o mesmo. Genial!

Eu e a Isa amamos as fotos com rádio, são duas. A exposição traz 130 fotos, é de graça e vai até 29 de julho. No passeio é possível ir em todos os andares ver as outras mostras.


Beijos,
Pedrita