sábado, 2 de junho de 2018

O Monstro

Assisti a peça O Monstro de Hugo Coelho no I Festival Teatro Vivo. O contundente texto é de Sergio Sant´Anna. O excelente Genézio de Barros interpreta um filósofo que está em um relacionamento doentio como uma mulher culta que trabalha no mercado financeiro. Ela o manipula, ele está obsessivo por ela, mas não consegue se afastar. Aos poucos vamos percebendo que ele não é tão inocente assim. Ele até assume logo a culpa dos seus atos no começo, mas minimiza bastante a sua responsabilidade.

Com o decorrer da peça vemos que o casal já tinha dopado outras pessoas para que tivessem relações com elas. Portanto, ele já tinha noção dos abusos que praticava, não foi pego de surpresa, já podia ter se afastado. Claro, parece que estava tão obcecado por essa mulher, pelas taras que estavam vivendo que não conseguia se libertar. A peça aborda tantas questões, é um texto tão complexo, muito impressionante e desconfortável. Os comportamentos surpreendem já que os dois são informados o suficiente para que saibam discernir sobre os seus atos. Concordo com o personagem quando diz que alguns fatos só acontecem na vida da pessoa, dependendo dos encontros. Se ele nunca tivesse encontrado essa mulher, poderia até ser incorreto, ter ações incorretas, mas talvez não tivesse se envolvido em algo tão grave. Bom, mas depende, pode ser que ele usa esse argumento para diminuir as suas responsabilidades. Mas na peça fica claro que esse encontro potencializa o pior de cada um. Mas eu acho que há fatos na vida que podem mudar drasticamente nossa história pra melhor ou pior. Muito impactantes o cenário de Marisa Rebollo e a iluminação de Rodrigo Alves. A narração final é de José Rubens Chachá. O Monstro fica em cartaz até 1 de agosto.
O vídeo é de uma entrevista com o ator, mas não sobre esse espetáculo. 

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Uma Batalha Incerta

Assisti Uma Batalha Incerta (2016) de James Franco no Telecine Play. Há um tempo via o poster do filme que não é esse que escolhi e não me interessava. Uma hora fui ver o que era e vi o nome do James Franco que tem entrado em produções de filmes complexos e questionadores. Esse filme é uma produção independente. Só depois que começou que vi que é baseado em uma obra do John Steinbeck, autor que li umas obras e tem textos sempre contundentes.

É baseado em fatos reais. Após a quebra da bolsa em 1929, os patrões passaram a explorar os funcionários, principalmente no campo. Eles ganhavam 3 dólares por dia e passaram a ganhar 1 dólar, com isso mal conseguiam sobreviver. A trama começa em 1930. Insuportável a capacidade que o homem tem de explorar o outro para enriquecimento próprio, de achar que uns são melhores que os outros e merecem mais. E incrível que pouco mudou.

O filme passa em plantações de maçãs, eu nunca tinha visto pés de maçãs. Conheço muitas árvores, plantações, mas de maçãs nunca tinha visto, como é bonito.

Dois homens seguem para uma plantação para unir os colhedores para a greve. Um é interpretado pelo próprio James Franco e o outro por Nat Wollf.

É um filme muito triste, com muita violência. A greve não deu em nada, mas as greves foram se multiplicando no país, mas só em 1935 é que os colhedores passaram a ter salário mínimo e outros benefícios. O elenco é todo muito bom. Vincent D´Onofrio está irreconhecível como o líder dos colhedores. Ed Harris faz uma pequena participação com um personagem marcante. Os nomes estrelados continuam: Robert Duvall, Josh Hutcherson, Ahna O´Reilly, Analeigh Tipton, Jack Kehler, Sam Sheppard e John Savage.
Quase toda a promoção do filme é em cima da Selena Gomez. Uma pena porque seu personagem é deslocado do todo, com trama e interpretação sofrível. Personagem desnecessário. Quiseram forçar um romance para atender ao mercado. O filme não precisava desse fraco adendo.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Que Mundo é Esse? - Curdistão

Assisti aos episódios no Curdistão (2015) do Que Mundo é Esse? na GloboNews. A Liliane do Paulamar que comentou dessa série de documentários. Os quarto primeiros que assisti são sobre o Curdistão.

Recentemente o Guga Chacra tinha dito na GloboNews que os curdos são os que mais sofrem na Guerra da Síria. Com esses episódios aprendi que os curdos são os mais perseguidos pelo Estado Islâmico. O Curdistão é formado por pedaços de países, Turquia, Iraque, Irã e Síria. Três jornalistas André Fran, Felipe UFO, Michel Coeli e Rodrigo Cebrian viajam primeiro para a Istambul, capital da Turquia, onde vários curdos vivem ilegalmente. Vão em seguida para o Curdistão turco onde acontecem as eleições. Os curdos veem que é a primeira vez que podem ter 10% dos votos e representatividade no congresso. O grupo então acompanha as eleições e a conquista dos 10%. Os curdos são muito perseguidos pelo Estado Islâmico e percebi pelas entrevistas na Turquia que eles tem ideias mais liberais, principalmente os curdos que vivem na Turquia. Eles lutam pelos direitos dos homossexuais e das mulheres. Algumas entrevistadas usavam jeans, camisetas polo e não usavam véus. O Irã pune homossexuais com pena de morte.
Depois os jornalistas seguem para o Curdistão iraquiano. A cidade é grande, tem uma cidade habitada mais antiga do mundo e eles ficam em um hotel luxuoso. Só eles estão hospedados lá. Por ser muito próximo de regiões de conflitos, da guerra com o Estado Islâmico, quase ninguém vai a essa parte do Curdistão. As curdas do lado do Iraque já usam véu e se esgueiram para não aparecer. Eles seguem então para o enorme acampamento de refugiados, muito triste. Lá estão os Yazidis, que são os mais perseguidos pelo Estado Islâmico. São em geral os dessa etnia que tem as mulheres sequestradas e transformadas em escravas sexuais. 
No último episódio eles seguem para a zona de guerra para conhecer os Peshmerga, soldados curdos, considerados heróis para os curdos. Eles lutam praticamente sem recursos. Os soldados contam que é muito difícil porque o Estado Islâmico tem armamento de última geração, já que os Estados Unidos enviam armas ao Iraque, mas quando os iraquianos estão descarregando chega o Estado Islâmico e eles largam as armas tudo pra trás. Um é voluntário, se sensibilizou com a causa curda quando viu crianças curdas degoladas. Um outro curdo era jornalista, mas após presenciar o ataque se transformou em soldado. Todos tem lutam por uma causa, mas fica evidente a paixão pela adrenalina. Fiquei apavorada que os jornalistas não usaram colete a prova de balas nem equipamentos de segurança. O número de jornalistas que morrem exercendo o seu ofício é muito alto, no Brasil é altíssimo. Gostei demais, vou começar a ver os seguintes.
Beijos,
Pedrita