quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ribeirão do Tempo

Assisti Ribeirão do Tempo (2010) de Marcílio Moraes na TV Record. Em geral eu gosto de ver um ou outro dos capítulos iniciais das novelas, gosto de ler as matérias, ver quem são os artistas do elenco. Ribeirão do Tempo não me agradou no início, achei as cenas forçadas e sem graça. Mas como tinha gostado de uma ou outra história, principalmente da menina que se vestia de menino e eu queria saber qual o segredo que ela guardava, vi mais algumas vezes. A menina que se vestia de menino foi interpretada brilhantemente pela Letícia Medina. Uns quinze dias depois Ribeirão do Tempo se transformou na minha novela. Fazia muito tempo que eu não me identificava tanto com uma novela e gostava tanto.

Eu amei a complexidade dos perfis dos personagens e suas transformações. Inicialmente o personagem Nicolau não me agradou, era um playboy mimado com brincadeiras sem graça com o rapaz do cartório até que ele começa a ser sabatinado pelo mais ilustre professor da cidade, o Dr. Flores, interpretado pelo Antonio Grassi. O Nicolau começa a ficar fascinante. Ele consegue do pai, um Senador o cargo de suplente e é orquestrado pelo professor a assassinar o próprio pai para se tornar Senador. Depois é sabatinado para começar a se erguer politicamente e chegar a Presidência, para isso o professor arquiteta um plano que é conseguido de matar o Presidente na visita que ele faz a Ribeirão do Tempo. Nicolau que já tinha mostras de psicopatia vai enlouquecendo. O desfecho de seu personagem é surpreendente e impactante. O Nicolau foi interpretado magistralmente por Heitor Martinez. Outro personagem que mudou completamente na novela foi a mimada Karina. Ela namorava o dono da pousada radical, interpretado pelo Ângelo Paes Leme, um rapaz mais tranquilo, enquanto ela tinha mais ambições. Ela se apaixona pelo Nicolau e igualmente começa a ser sabatinada pelo professor e pelo amado e é ela que coloca o veneno na cachaça do presidente e depois mata o rapaz do cartório a queima roupa, interpretado por Thelmo Fernandes. .

Eu adorava alguns casais. Adorava a história da Filomena que foi interpretada por uma atriz que adoro, a Liliana Castro. O autor havia dito que suas novelas tem poucos casamentos e gostei que os dois que tiveram um foi combinado, esquisitamente combinado, afinal Filomena tinha ilusões que conquistaria o amado então fez um acordo comercial de emprestar dinheiro se ele casasse com ela. E o casal do incrível Ari Jumento com a personagem da Patrycia Travassos. O Jumento era um personagem delicioso, prefeito da cidade, ele falava tantas sandices que eram hilárias. O ator é o ótimo André Di Biasi. Eu adorava ainda o casal da Sancha, interpretada  brilhantemente pela Solange Couto e pelo personagem do incrível José Dumont. Eles arrasaram. Ela era uma enfermeira aposentada e ele jardineiro. Gostei muito do casal do Taumaturgo Ferreira com um personagem ímpar com uma atriz que não conhecia e passei a adorar, ela é linda inclusive, Daniela Galli. E claro que adorei o casal protagonista, gostava da complexidade da personagem da Bianca Rinaldi, uma mulher de negócios, bem sucedida, que se apaixona por um detetive paspalho interpretado pelo Caio Junqueira.  

No início eu tinha me afeiçoada ao personagem da incrível Jacqueline Laurence, ela é uma dos personagens assassinados na novela, que não são poucos. Quando ela morreu achei que Ribeirão do Tempo poderia perder o ritimo, mas o autor conduziu muito bem as outras tramas, o crescimento do personagem do Nicolou, que ficou eletrizante. Apesar da produção da novela acreditar que quem gostava iria ficar feliz com o espichamento da novela, não foi o que aconteceu comigo. Foi uma época que vi menos. A novela já vinha se encaminhando para o final. As tramas impactantes já vinham se organizando para o desfecho, espichar naquele momento deixou tudo um pouco confuso e eu achei um pouco cansativo. Mas foi por pouco tempo, já que eram muitas tramas para o professor ser desmascarado. A novela ficou quase um ano em cartaz e teve 250 capítulos.

Cássio Scapin arrasou no personagem problemático. Ele é sordidamente manipulado pelo Dr. Flores. Adorei o casal que ele formou com a Dra. Marta, Flávia Monteiro interpretou uma delegada que gostei muito.  Adorava a personagem da Alinne Borges que trabalhava no Instituto do Meio Ambiente. Ela era casada com o personagem do  Rodrigo Phavanello, outro que é assassinado durante a trama. mas se apaixona pelo personagem do Rafael Calomeni. Divertidos os personagens de Carol Bezzera e  Henrique Ramiro. Esses dois mais o personagem do detetive usaram muitos disfarces hilários. Arrasaram na trama com personagens complexos as belas Ana Paula Tabalipa e Bruna Di Tullio. As empregadas foram um capítulo à parte, hilária a Jaqueline Macoeh e a Josanna Vaz. O bom elenco continua: Tião D´Ávilla, Umberto Magnani, Angela Muniz, Eduardo Lago, Raymundo de Souza, Rejane Goulart, Henrique Martins, , Sílvia Salgado, Mariana Hein, Ari Guimas, Íris Bruzzi, Victor Fasano, Mônica Torres, Giuseppe Oristanio, Caio Vydal, Kaleo Maciel, Caco Baresi, Gilson Moura, Nicolas Bauer, Isabella Dionísio, Sheila Mello e Perfeito Fortuna. Foi uma novela com estreladas participações especiais: Françoise de Fourton, Cristina Pereira, Gracindo Júnior e Paulo Gorgulho.


Beijos,
Pedrita

terça-feira, 3 de maio de 2011

Chéri

Assisti Chéri (2009) de Stephen Frears na HBO. Uma co-produção entre Inglaterra, França e Alemanha. Faz tempo que tinha visto na programação desse canal e tinha curiosidade de ver. Não chega a ser um grande filme, mas é bom. É baseado no livro da cortesã Gabrielle Colette. O livro tem um olhar bem romântico, ama-se uma vez só, não se esquece jamais um grande amor. A belíssima Michelle Pfeiffer interpreta uma cortesã. No início, a narração fala que as cortesãs eram muito ricas nesse período e não é diferente com nossa protagonista. Apesar das cortesãs serem ricas e poderosas, elas só podiam ter amizades no mesmo circuito.

Essa cortesã recebe um pedido de uma outra amiga cortesã, que seduza o seu filho de 19 anos e o afaste do caminho que ele escolheu, boêmio, com drogas e bebidas. Ela é bem mais velha que ele e consegue o feito, mas eles acabam vivendo juntos mais do que o ideal, 6 anos. Esse rapaz melhora os seus hábitos, mas continua mimado. Acaba no futuro aceitando uma combinação de casamento com sua mãe e covardemente nem conta a sua amante. Um casamento por interesse, para juntar fortunas.  Esse rapaz é interpretado pelo belo Rupert Friend. Sua mãe pela Kathy Bates. Sua esposa por Felicity Jones.


Beijos,
Pedrita

domingo, 1 de maio de 2011

Amor Que (Não) Ousa Dizer Seu Nome

Assisti a peça  Amor Que (Não) Ousa Dizer Seu Nome da Cia. Filhos do Dr. Alfredo na Estação Caneca.O dramaturgo é Marcelo Braga que divide o palco com Alexandre Cruz. A direção é de Milton Morales Filho. O belo e prático cenário é de Marcela Donato.  A iluminação de Aline Santine e os figurinos de Léo Diniz. São dois casos policiais sobre homossexuais, um de Oscar Wilde que foi preso por dois anos a trabalhos forçados sob a acusação de ter práticas homossexuais e outro no Brasil, nos anos 80, sobre o maníaco do Trianon que foi acusado de matar 13 homossexuais. Um homem foi preso, mas não se sabe se ele é o responsável pela morte dos 13. Ele só confessou um e conseguiram juntar mais dois, mas mesmo sem achar os que mataram todos os outros 10 mais ninguém foi preso. Gostei muito do espetáculo e da forma como é construído. Dois atores interpretam vários personagens e as caracterização são simples, mas unidas a ótima interpretação, eles mudam completamente.


A peça vai cortando entre um ou outro fato. Os atores leem trechos de cartas de Oscar Wilde e, baseados em processos, resgatam depoimentos. No início o ator já fala que da dificuldade nas investigações do maníaco do Trianon que se devem principalmente das famílias que tentam abafar a forma como seus parentes morreram. A peça mostra também na história atual a forma como a mídia tratava o caso nos anos 80. Adorei o Estação Caneca, é um simpático espaço cultural. Amor Que (Não) Ousa Dizer Seu Nome  é um ótimo espetáculo que fica em cartaz até 28 de maio, os ingressos custam R$ 20,00.



Beijos,

Pedrita