sábado, 2 de junho de 2012

Facas nas Galinhas

Assisti Facas nas Galinhas de David Harrower no Espaço da Companhia do Feijão. Eu tinha ficado intrigada com o nome dessa peça e queria ver, mas quando vi que o teatro era na Praça da República, fiquei receosa, até que uma amiga disse que é do lado do Teatro de Arena que tinha ido. É uma ruazinha no final da Consolação, um lugar de fácil acesso, tem estacionamento, perto de ponto de ônibus. Ótimo! O teatro lembra um pouco o Teatro de Arena na disposição do palco e da arquibancada.

Eu adorei Faca nas Galinhas. Tudo é tão bem coordenado, funciona tão bem que viajamos para esse campo no passado. É um texto poético, metafórico sobre um casal que vive no campo. Ele é um trabalhador incansável, ara a terra, cuida dos cavalos, gostou da esposa porque viu que ela ia ser durona no trabalho como ele. Ela é poética, adora conhecer o nome de tudo, o que cada objeto faz. Ela acaba conhecendo o homem que cuida do moinho. Os três atores estão incríveis, Eloisa Elena, Cláudio Queiroz e Thiago Andreuccetti.

Há vários fios que passam sobre o palco que fazem os efeitos sonoros, de uma criatividade e resultado surpreendente. Parecia realmente que eu ouvia e via os cavalos, o som da água, do moinho. Essa instalação sonora é feita por Dr Morris e Maurício Mateus. O cenário de Marco Lima é incrível também, Um tablado redondo com grades, com poucos e inteligentes recursos que mudam muito o espaço e já nos imaginamos ora no moinho, ora na casa desses lavradores, ou no campo. A construção do cenário foi realizada pela One-Zone Estúdio.  Também gostei muito dos figurinos assinados pelo cenógrafo. Os figurinos são funcionais, bonitos, remetem ao passado, mas fáceis de modificar e adaptar. A iluminação é de Marisa Bentivegna, lindas as instalações para luz de vela e nos reportam realmente a uma época que não existia luz elétrica. A realização é do Barracão Cultural. Desse grupo eu vi a incrível peça A Mulher que Ri e comentei aqui. Essas lindas fotos são de João Caldas. Facas nas Galinhas fica em cartaz até o dia 15 de julho e os ingressos custam somente R$ 15,00, menos que o ingresso de cinema em São Paulo.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 31 de maio de 2012

As Aventuras de James West

Assisti As Loucas Aventuras de James West (1999) de Barry Sonnenfeld no HBO Signature. Recentemente surgiu esse novo canal na HBO, ele passa quase só séries. Tinha uma certa curiosidade em ver esse filme, apesar das péssimas críticas que teve. Visualmente é muito bonito, muito bem realizado, belos cenários, figurinos, ótima fotografia, bom elenco, mas realmente não funciona. Era pra ser engraçado, mas eu não vi graça. Gostei das invenções mirabolantes, não todas, mas a maioria. É bem bolado.

Estão no elenco: Will Smith, Kevin Kline, Kenneth Branagh, Salma Hayek, Frederique Van Der Wal, Bai Ling, Musetta Vander, Sofia Eng e Garcelle Beauvais.



Beijos,
Pedrita

terça-feira, 29 de maio de 2012

Pessoas Absurdas

Assisti Pessoas Absurdas no Teatro Jaraguá. A direção é de Otávio Martins. O texto o inglês Alan Ayckbourn é muito inteligente e a peça é muito divertida. Adorei! Três casais se encontram em três Natais seguidos, em três cozinhas diferentes. A peça foi escrita para a década de 70, mas o diretor a adaptou para a década de 80. O elenco está excelente: Marcello AiroldiEster LaccavaEduardo Semerjian, Fernanda Couto, Kiko Vianello e Fabiana Gugli. Levei um tempo para perceber que a Fernanda Couto estava no elenco. Ela interpretou Nara que vi e comentei aqui e está tão diferente, tão expansiva, engraçada, com maquiagem e figurino tão diferente, que demorei pra reconhecer.


 Tudo na peça funciona bem, está em uma sintonia incrível, redondo, ágil e claro, divertidíssimo!  Os cenários de Mira Andrade são geniais. A trilha sonora de Ricardo Severo é um personagem a mais, enquanto o cenário é mudado, há um divertido texto falando dos avanços tecnológicos e da música da época. Os figurinos dessa época são sempre engraçados e foram criados brilhantemente por Theodoro Cochrane. A ótima iluminação é de Hugo Peake. As fotos são de Luciana Serra. É muito interessante como a relação desses três casais se transforma. Eles se reúnem anualmente por interesse, mas há uma inversão financeira ao longo dos anos. O desprezo inicial pelo que tem menos dinheiro, a necessidade de bajular aquele que ficou com dinheiro. O texto é muito bem construído. Tive a sensação que posso ver várias vezes a peça, já que há tantos detalhes. Às vezes estamos entretidos com uma cena e percebemos que estamos perdendo algo divertidíssimo em outro lado do palco. Tudo é muito ágil, hilário e inteligente! Pessoas Absurdas fica em cartaz até o final de agosto.

Beijos,
Pedrita

domingo, 27 de maio de 2012

Mulheres sem prazo de validade

Terminei de ler Mulheres sem prazo de validade - Hora de mudar o jogo, meninas. (2012) de Pauline Herbach pela Scortecci Editora. Gostei muito! Pauline Herbach trouxe crônicas de seu blog Camélia de Pedra que acompanho há anos. Ela é blogueira como eu. Está há oito anos dividindo os seus pensamentos sobre a sua visão de mundo. Posso até pensar diferente em uma ou outra questão filosófica, mas seu olhar é tão embasado, inteligente, que acaba me dando uma outra forma de encarar aquela questão.

Obra Beleza Pura (2006) de Beatriz Milhazes

Exatamente o que acontece comigo, Pauline Herbach pode falar de vários assuntos, crônicas e blogs permitem essa liberdade. A autora fala de filmes, mulheres, filhos. Adorei a crônica do buffet infantil. Ela falou também do filme que adorei, Horton e o Mundo dos Quem! que comentei aqui. Claro que eu me identifico muito com as crônicas que falam da mulher, do seu aprisionamento a um homem, do fato de muitas mulheres não amarem em liberdade e se escravizarem no amor do outro. 

Obra Casas e Livros Sob Neblina de Olga Lebedeff

Primeira frase do livro Mulheres sem prazo de validade - Hora de mudar o jogo, meninas. de Pauline Herbach

“Adoro hidroginástica. Até porque esse tipo de atividade que, além da de escrever, e poucas outras, a gente pode ousar que vai dar para fazer até o final da vida.”

A autora, as pintoras e a compositora são brasileiras. A autora e a artista plástica são do Rio de Janeiro.

Beijos,
Pedrita