sábado, 10 de dezembro de 2022

Paisagem construída: São Paulo e Burle Marx

Fui a exposição Paisagem Construída: São Paulo e Burle Marx no Centro Cultural Fiesp. Na última vez que estive no espaço, essa exposição estava em montagem e eu queria muito ver. Eu conheço alguns trabalhos de Burle Marx em São Paulo, soube do Sítio Roberto Burle Marx no Rio de Janeiro no blog do Luiz Gomes, são várias postagens sobre o sítio, mas qual não foi a minha surpresa em descobrir que conhecia pouco do que Burle Marx tinha feito pelo paisagismo, pelas vegetações, pela arte em parques, casas e ruas pelo Brasil.
 

A mostra é completa, linda, didática e emocionante. São fotos, vídeos, mapas, textos, cadernos. Não tinha ideia que boa parte da beleza do beira mar do Rio de Janeiro tinha o paisagismo de Burle Marx, eu que tanto pisei e passei por lá.

São muitas casas, espaços. Inclusive o belíssimo Parque Burle Marx em São Paulo esteve ameaçado por interesse de uma construtora, dessas que resolveram destruir o planeta e andam conseguindo fazer inúmeros estragos em São Paulo.

A exposição é muito rica, com vários projetos, cadernos, é inspirador ver a criatividade desse profissional. A mostra Paisagem Construída: São Paulo e Burle Marx fica em cartaz até 5 de fevereiro e é gratuita.


Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

A Passarinha

Fui ao show A Passarinha de Clarice Senna e Banda no Teatro do Sesi. Que lindo! Essa cantora é do Pará, autodidata, ela cria sons, músicas e arranjos com a voz.

Foto de Creuza Andréa Santos

Todas as músicas são autorais e ela cria com a banda, igualmente ótima, Jeff Moura, Clara Bastos, Luis Chamis e Sidney Sena. É uma fusão de ritmos, instrumentos, inclusive a voz tem o seu caminho, o seu destaque e a sua linguagem. As músicas de Clarice Senna já ganharam vários festivais. Clarice contou que tem baixa visão, por isso usa a bengala verde. Também contou como as composições fizeram o voo da passarinha, libertando-a de todas as amarras e a fazendo voar. Muito emocionante!

Foto do instagram da artista antes da apresentação.

Eu fiquei encantada também com a leitora de libras. Ela até parecia do grupo, tanta a sinergia, e sua leitura era dançante e emocionante. Clarice Senna dançava no palco e a leitora ao lado. Lindo!
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Infinite

Assisti Infinite (2021) de Antoine Fucqua no Paramount+. Nunca tinha ouvido falar nesse filme. A ideia é boa, mas o filme é mais ou menos, dá pra ver. É ficção científica.



O filme é maniqueísta, o bem contra o mal. O branco é do bem e o negro é do mal. Eu amo o Chwetel Ejiofor, foi difícil ficar contra ele.

O "mocinho", Mark Wahlberg, não convence, chato até. O começo tem muita corrida de carro forçada, dentro de imóveis, polícia, talvez quem goste desse gênero, agrade. Depois melhora. É o bem contra o mal, de quem crê e de quem é cético. No filme, quem não crê em nada quer a destruição da humanidade, quem crê é bonzinho, simples assim. 
As pessoas voltam em reencarnações. Há um ovo que mantém esse ciclo e os céticos querem destruir para acabar com a humanidade. Os crentes querem manter o sistema. Logo desconfiamos de quem o protagonista reencarnou, demora muito a revelação e quando acontece não tem clima algum. O amor entre os protagonistas não convence nada também, ela é Sophie Cookson. A trama é bem rocambolesca. Tem muita cena forçada. Todos estão no elevador secreto e vão embora sem dificuldade, mas um resolve dar uma de herói e fica pra lutar com um monte de soldados. É sempre assim, eles nunca lutam em grupo, sempre um fica dando conta de um monte de gente ultra armada. Tem um jato supersônico que precisa ser seguido, o helicóptero supersônico o segue? Claro que não, o mocinho vai de motoca e voa em cima do jato. Como essa bobagem tem uma infinidade de outras, também o filme é infinito.
De vez em quando aparecem outros personagens, a maioria fica pouco porque morre logo: Toby Jones, Jason Mantzoukas, Liz Carr, Jóhannes Haukur Jóhannesson, Dylan O´Brian e Wallis Day. As locações são lindas, mas muito pode ser computação gráfica.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Vidas Duplas

Assisti Vidas Duplas (2018) de Olivier Assayas no TelecinePlay. Recentemente virei fã desse diretor depois que assisti Irma Vep. Esse filme tem a mesma pegada! Fala da vida editorial e das mudanças tecnológicas. Sim, o título e as críticas vão falar mais das relações amorosas, mas é como Irma Vep que fala da produção de cinema e série, esse fala do mercado editorial e suas transformações. Os filmes que vi desse diretor estão aqui

Um editor não quer mais publicra as obras de um autor. Sua esposa adora o autor e logo descobrimos que eles tem um caso. Sim, é Juliette Binoche e ela é uma atriz também, mas longe de ser tão bem sucedida. Ela está exausta de interpretar policiais, aí diz ao marido (Guillaume Canet) que pensa em aceitar trabalhar em  uma série onde será uma profissional que lida com conflitos. Ironicamente vemos uma gravação e novamente ela é uma policial. Esse diretor é sempre ácido.
O filme tem inúmeros encontros entre intelectuais. Senti uma saudade imensa dessas reuniões. São sempre na casa de alguém, os que convidam cuidam dos pratos e de receber, mas são em várias casas. E as conversas são sempre maravilhosas, profundas. O editor está empenhado em modernizar a editora. É a época da febre dos blogs. Alguns autores não gostam de críticas em blogs. Ele contrata uma profissional em tecnologia, mas os ebooks também não vendem bem. São diálogos muito inteligentes. Um investidor diz ao editor que os livros continuam a ser muito vendidos, exceto os dessa editora. As conversas são maravilhosas. No elenco ainda estão: Pascal Greggory, Christa Theret, Lionel Dray e Jean-Luc Vincent.
O outro casal é interpretado por Vincent Macaigne e Nora Hamzawi. Ele é o diretor em Irma Vep. Em Vidas Duplas ele é o autor que tem seu livro rejeitado. Ele já escreveu vários livros e sempre conta a sua própria história, então sempre tem problemas com suas mulheres, ex, casos, porque ele as expõe. Ele jura que mudou algumas questões, nomes, mas as pessoas advinham. Ele participa de uma reunião e é massacrado pelo público pela exposição dos conhecidos. Os diálogos são riquíssimos. Eu odiaria ter minha vida devassada. 
Achei interessante como eles resolvem suas vidas amorosas e traições. Fiquei pensando se são as músicas de sofrência, as novelas, o jeito latino de amar, se somos muito possessivos, que faz tudo aqui ser violento e dramático quando alguém se apaixona por outra pessoa. Mas também entre um filme e a realidade pode ter uma grande diferença.

Beijos,
Pedrita