Assisti no cinema Malu de Bicicleta (2011) de Flávio Tambellini. Eu queria muito ver esse filme, aguardava ansiosamente e gostei bastante, fui ver com a minha mãe. Eu tinha acompanhado algumas matérias, adoro o elenco e estava curiosa. O roteiro é baseado no livro do Marcelo Rubens Paiva. Confesso que não achei que é uma comédia romântica como alardeiam, nem tampouco comédia. Eu gostei de abordar a questão do ciúme, da falta de diálogo e da imaturidade dos relacionamentos. Eu adoro o Marcelo Serrado e ele interpreta um namorador que vive em São Paulo. Depois de uma confusão que uma de suas relações causa, de uma mulher o ameaçá-lo com faca. Ele resolve viajar pra desanuviar no Rio de Janeiro. Lá ele é atropelado por um bicicleta conduzida pela Malu e ele se apaixona por ela que é interpretada pela linda Fernanda de Freitas.
Como muitos relacionamentos atuais, eles vão morar junto muito rapidamente. E ele começa a desconfiar doentiamente de sua namorada. Adoro os atores que fazem os amigos do protagonista: Otávio Martins, Thelmo Fernandes, Marcos Cesana e Daniella Galli. Maria Manoella que faz a moça descompensada. Marjorie Estiano a amiga da Malu. Há várias participações especiais: Daniele Suzuki, Eriberto Leão, Raoni Seixas, Fábio Lago e Juliana Lohmann.
Caros leitores, aqui quem vos fala em edição extraordinária é o 007. Não estranhem o título desse post, não que eu não tenha gostado da minissérie Sansão e Dalila da TV Record, muito pelo contrário, adorei! O título refere-se apenas a excelente notícia de que a Rede Record vai produzir mais uma minissérie bíblica sobre o Rei Davi. Mas falemos então agora de Sansão e Dalila.
Como já disse gostei muito da minissérie. Foi um trabalho caprichado, de produção com variadas locações externas pelo Brasil, cenários muitíssimo bem construídos, sem mencionar figurino e maquiagem cinematográfica. Foi um prazer ver que existe uma televisão que consegue obter esse nível de qualidade aqui no Brasil. Não que a Rede Globo não o consiga, mas ela prefere se abster de investir em séries ou novelas de um cunho histórico mais geral. Ou seja, quase sempre o mais longe na história que as novelas da série da Globo vão é o tempo dos escravos. Que eu me lembre a Globo nunca fez uma novela ou série, por exemplo, passada em Roma com histórias sobre romanos e suas aventuras e desventuras. Por que a Rede Globo não faz isso? Por falta de audiência não é porque Sansão e Dalila obteve excelentes níveis de audiência, chegando a ficar em primeiro lugar alguns dias. Na minha opinião isso se chama medo de arriscar e perder alguns pontinhos de audiência que é, uma verdadeira estupidez.
Mas não falemos sobre isso. Prefiro exaltar as qualidades de Sansão e Dalila. Na maioria, ótimos atores, bem escolhidos para os papéis, principalmente Fernando Pavão (Sansão), Mel Lisboa (Dalila), Claudio Gabriel (Héber), Thais Fersoza (Samara), Joana Balanger (Yunet), Luiza Curvo (Myra) e Abbas (Milhem Cortaz). Pararei por aqui porque teria que citar quase todo o elenco. Na minha opinião os únicos destaques negativos foram o fraco desempenho de Miguel Thiré (Faruq) que não convenceu ninguém na sua atuação e no seu sotaque filisteu de Ipanema. E Karen Junqueira (Taís) que achou que fazer papel de vilã é ficar com cara de brava.
Sobre o roteiro no geral a qualidade foi boa mesmo sendo uma história universalmente conhecida, o autor foi criativo suficiente para prender a atenção até o final. (Apesar do excesso de caminhadas pelo deserto de Sansão).
Então só tenho a louvar o excelente trabalho da Rede Record, enquanto espero ansiosamente pela chegada do Rei Davi.
Nota da Pedrita: Eu tinha acompanhado as matérias sobre essa minissérie e tinha ficado encantada com a superprodução, figurinos, locações, adoro vários atores do elenco, mas não assisti porque a temática é religiosa.
Assisti ao recital Comunidade Italiana do projeto São Paulo: Seus Povos e Sua Música na Biblioteca Mário de Andrade. Foi simplesmente maravilhoso! O repertório retratava muito a imigração italiana. Começava com obras que representavam a terra, o mar e a amada. Depois o excelente grupo interpretou árias de óperas italianas. A curadora Anna Maria Kieffer contou que muito da música italiana que foi interpretada no Brasil nas casas. O grupo também interpretou canções muito conhecidas no Brasil.E obras de compositores brasileiros descendentes de italianos.
Abertura - Tradicional - Saltarello
A terra
Cantos tradicionais sardos recolhidos por Giulio Fara
Lamento della madre
Cantone
Cantiga napolitana atribuída a Vincenzo Bellini
Fenesta ca lucive
O mar
Gioacchino Rossini
La danza (Stà la luna in mezzo al mare)
E. De Curtis
Torna a Surriento
Vidal / De Serra
In terra lontana
A Cidade
Bixio / Rulli
Mimì (Raconto sentimentale)
Martin / Guerrero
La veste della nonna
E. Tagliaferri / Tulio Gentil
Passa la ronda
A Herança
Tradicional
Truccio, truccio, cavalluccio
Paolo Tosti / Carmelo Cimmino
L’ultima canzone
Francisco Mignone
Ninananna
Camargo Guarnieri / Manuel Bandeira
Vai, azulão
O Espetáculo
Giuseppe Verdi
La Donna è mobile, da ópera Rigoletto
Giacomo Puccini
Vissi d’arte, da ópera Tosca
Carlos Gomes
Canção do Aventureiro, da ópera Il Guarany
Giuseppe Verdi
Libbiam, da ópera La traviata
. No início Biagio Mario Villani entrou tocando piffero com Emilio Ferrara tocando zampogna. Depois Leonardo Fernandes ao piano acompanhou os cantores: Adelia Issa, soprano, Alessandro Greccho, tenor, Anna Maria Kieffer, mezzo-soprano e Sandro Bodilon, barítono. Anna Maria Kieffer chamou Eloy de Abreu ao palco para cantar uma canção, ele era um dos cantores que cantavam em casas de italianos mantendo a tradição. Antes da apresentação musical teve palestra de Rosalba Fachinetti e Percival Tirapeli. O Percival Tirapeli mostrou as obras de arte em São Paulo de italianos e descendentes de italianos. Foi ilustrando um passeio pelos monumentos, arquitetura e museus de São Paulo pincelando algumas obras feitas por italianos. O sucesso desse projeto só aumenta e o seu público também, lota cada vez mais cedo. É preciso chegar sempre mais de uma hora antes pra garantir a senha e é gratuito.
Terminei de ler Adeus, China (2004) de Li Cunxin da Editora Fundamento. Eu peguei esse livro emprestado da minha tia. O nome original e o subtítulo é O Último Bailarino de Mao. É uma autobiografia sobre Li Cunxin. Lembrou bastante a obra Cisnes Selvagens de Jung Chang. Os dois viveram no mesmo período na China. A diferença é o estilo da narrativa. Jung Chang veio de uma família engajada politicamente na revolução, onde os pais eram estudiosos. Li Cunxin veio de uma família camponesa praticamente analfabeta. Enquanto Cisnes Selvagens tem um olhar crítico e aprofundado, a obra de Li Cunxin tem um relato mais detalhista e cronológico.Há um filme baseado nessa obra.
Li Cunxin vivia em sua aldeia na época do Mao, achava que o Mao era uma divindade. É assustador a falta de didática dos professores na época. A aldeia consegue uma autorização para ter uma escola improvisada. Em vez da professora ensinar o alfabeto chinês, ela escreve frases de adoração ao Mao e pede para as crianças copiarem. Isso se repete sempre, e a maioria não sabe nem segurar o lápis. Depois eles seguem para uma escola um pouco mais estruturada. A fome era tanta, que as crianças corriam as ruas procurando algo que fosse possível levar pra casa pra comer. Uma vez eles ficam radiantes porque acham uma toca de um rato e sabem que os ratos armazenam alimentos e que terão finalmente uma boa refeição depois de pegar a comida dos ratos.
Chega então na aldeia homens para selecionar crianças, Li Cunxin tinha 11 anos. Eles testam flexibilidade, resistência, mas tudo com muita truculência e falta de habilidade. Li Cunxin não é selecionado, mas na hora de partir que a professora aponta pra ele e eles deixam ele também ir. Ele segue para Pequim. Eu achei que a China ajudasse as famílias quase miseráveis dessas crianças selecionadas, mas muito pelo contrário. A prática do trabalho escravo é aceita com muita naturalidade. Li Cunxin passa a estudar tudo incansavelmente e a família não ganha nem uma ajuda de custo.No início Li Cunxin vai muito mal em todos os estudos, odeia balé, só com o tempo e claro com professores mais didáticos é que ganha o amor pela dança. Ele participa de várias apresentações, ganha vários concursos, mas nenhum dinheiro é enviado para a sua família. Quando ele ganha autorização para participar de um concurso nos Estados Unidos ele ganha, ele guarda parte do dinheiro para trazer para a sua família, dinheiro que o seu pai levaria 6 anos pra ganhar. Assim que Li Cunxin chega a China o seu dinheiro é confiscado pelo governo. Na China eles acreditavam que o chinês vivia para o governo e é propriedade do governo.
Trechos de Adeus, China de Li Cunxin:
“No dia de seu casamento, a jovem está sozinha em casa, no povoado.”
“Sabe que as casamenteiras simplesmente contam mentiras e depois somem com o dinheiro que ganharam. No povoado onde vive, muitas mulheres estão casadas com homens mutilados e terão de passar a vida toda cuidado deles. Agressão à mulher é fato comum. Divórcio está fora de cogitação. Mulheres que se divorciam são humilhadas, desprezadas, consideradas inferiores aos animais. Ela sabe que algumas se matam e reza para não ter o mesmo destino.”