domingo, 13 de outubro de 2019

Mao - A História Desconhecida

Terminei de ler Mao - A História Desconhecida (2005) de Jung Chang e Jon Halliday da Companhia das Letras. Eu queria muito ler esse livro quando foi lançado mas o preço era muito salgado, com motivo, é uma belíssima edição com 954 páginas, fotos em preto e branco, capa dura. Fiquei eufórica quando achei recentemente em um sebo com preço bem mais acessível. Atualmente é muito difícil achar essa edição, a outra com capa mole é mais achada.

A foto está com o marcador de páginas que é da Estação Liberdade.


Quando eu li Cisnes Selvagens de Jung Chang, passei a querer ler essa biografia. Jung Chang é chinesa, seu pai apoiou Mao Tsé Tung até ser preso e a autora ser enviada para os campos de arroz. Ela conheceu portanto a cidade que apoiava Mao e os campos. Independente do que conhece por ter vivido, ela e o autor inglês fizeram uma intensa pesquisa, entrevistaram inúmeras  pessoas como Dalai Lama, Kissinger, muitos chineses na China e fora dela, há muitas páginas com registros biográficos, de inúmeros livros consultados. A biografia ficou entre os livros mais lidos e tornou-se um best-seller. Fico pensando quantas pessoas realmente leram todas as suas páginas. Essa edição mesmo que comprei parece que foi lida, mas não em toda a sua totalidade. Por ser um livro muito extenso ele acaba ficando marcado pelo manuseio. Eu mesma levei muito tempo para ler, primeiro pelo tamanho, mas também porque não é uma leitura fácil, muitas guerras, violência, tortura.

Foto da Segunda Guerra Mundial

Era época da Segunda Guerra Mundial, primeiro Stalin apoiava Hitler, depois o outro lado. Eu não tinha ideia que Mao não era um líder como Hitler, não era carismático, nem tinha inúmeros seguidores. Ele era um dos líderes que tentavam tirar a China do poder minoritário.
Tinham vários líderes. Inicialmente ele ficou com o grupo nacionalista e depois com os comunistas, nacionalistas e comunistas querem a derrubada do poder da época. Mao era muito inteligente, quando ele achava que uma função não era para ele, ele sabia escolher muito bem quem ia realizar o trabalho. Grande estrategista, ele foi aumentando o seu exército, ganhando visibilidade. Mao ganhava poder pelo medo, tortura e violência. Era uma época onde os líderes do mundo todo queriam expandir território, queriam estar entre as superpotências. Era costume querer dominar países e aumentar suas potências. Rússia, Estados Unidos e China estavam sempre em guerra para tomar o poder em países. Fico imaginando como deve ser terrível viver em um país sempre em guerra, dentro a civil e fora com outros países.  Toda a guerra leva a torturas, escassez, violência e falta de tudo, inclusive alimentos. São décadas e décadas de conflitos.
Foto de Mao Tsé-Tung e sua esposa Jiang Qing

Por ser um livro escrito por uma mulher, a autora ressalta bastante as mulheres de Mao, que teve várias. A mais conhecida é a temida Madame Mao, Jiang Qing, sua última esposa, que ficou a frente da Revolução Cultural e era muito cruel. A autora relata que na década de 70 acharam nas paredes da casa da primeira esposa de Mao poemas e cartas que ela escreveu ao líder sem enviar. Na longa marcha uma de suas esposas caminhou grávida, teve o filho e o deixou pelo caminho. Não que tenha deixado com tudo certo, nem sabia se o filho tinha sobrevivido e com quem tinha ficado. Eu não sabia que a União Soviética pegava filhos de líderes comunistas e os treinava, vários sequestrando-os. Usava-os como negociação com os líderes comunistas dos outros países. 


Beijos,
Pedrita

12 comentários:

  1. Nunca li nada de Jung Chang, curiosamente ontem um escritor que leio e acompanho no twitter recomendou o último livro editado em Portugal dela e eu estava indeciso em que a próxima leitura fosse mesmo Cisnes Selvagens, que eu tenho há uns meses em casa.
    Faz dentro de um mês um ano que visitei a China, que muito gostei, apesar de ser um país bem diferente dos europeus, mas bem mais seguro que o Brasil, senti que a sociedade era muito controlada mas gostei muito de lá ir e gostaria de voltar.
    Sobre Mao nunca li nenhuma biografia específica dele, mas soube muito da vida dele em Bandeira Vermelha que apresenta a ascensão das ideias comunistas no mundo desde a revolução francesa.

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    1. carlos, gosto muito dessa autora até pq ela fala de uma cultura q pouco conheço. tb quero ler esse último livro dela. sim, tudo o que leio a sociedade é controlada demais.

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  2. Esse é um tipo de livro que não me atrai muito.
    big beijos

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  3. Ainda não li nada da autora, espero ter logo a oportunidade.
    Deve ser uma ótima leitura, confesso que de 954 páginas eu iria pular muitas :p
    Ótima semana pra ti Pedrita
    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

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    1. luli, jura??? nossa, eu sou muito caxias, leio linha por linha hahahahaha. são guerras e lutas demais, é desconcertante. não é uma leitura fácil. tanto que levei muito tempo para terminar. mas gostei demais, mesmo sendo muito violento.

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  4. Acabei de ler " Os Cisnes Selvagens " e ainda tenho demasiada raiva a Mao para conseguir aproveitar a sua biografia!

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    1. sim, foi exatamente a sensação que tive. é muito diferente ler uma obra sobre a perspectiva de quem viveu no país.

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  5. Tenho o Os Cisnes Selvagens, que ainda não li. O problema com as biografias de pessoas como o Mao Tsé-Tung é que elas dificilmente retratam a pessoa como ela era - para o bem ou para o mal. Há muitos interesses em jogo, na arena política e - ao contrário do que acreditamos - as pessoas que militam nessa área não dormem no ponto, estão sempre construindo a narrativa política que interessa a elas (ou ao grupo delas). Outra coisa, as disputas pelo poder e hegemonia continuam como eram antes, talvez essa luta agora esteja até mais acirrada, basta olhar o caos reinante agora no mundo para ver isso.

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    1. marly, acho que vai gostar de cisnes selvagens, é a história das mulheres da vida dela. na biografia de mao eles entrevistaram centenas de pessoas, inúmeros livros foram utilizados e ela tb viveu lá nos dois lados da história então é muito bem fundamentada. nunca deve ser usada como única referência, mas a pesquisa é muito extensa. foram 12 anos preparando a obra.

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