O filme é ambientado no século XVI e conta a história de órfãs que foram enviadas ao Brasil para povoar o país. É um filme histórico ambientado em fatos reais que começa com a história que já tinha sido contada em Desmundo, outro filme que amo igualmente. Esse tem o desfecho na Inquisição, que desconhecia por completo. Sim, a Inquisição veio ao Brasil levar judeus, bruxas para o julgamento em Portugal e sabemos o desfecho.
Três irmãs chegam em um lugarejo pra lá de precário. As cidades eram arremedos. Duas com casamento arranjado por procuração, a outra é largada na igreja. Coxa, não teria possibilidade de conseguir um casamento. Poucas mulheres vieram ao Brasil no começo da colonização. A igreja estava muito preocupada com a mistura entre os locais. Foi quando tiveram a ideia de enviar as órfãs. Uma delas casa-se com um judeu sem saber. Ele veio fugido de Portugal com a mãe. Na hora da consumação do casamento o marido fica incomodado com o medo e o excesso de rezas da esposa. Ele então aguarda o tempo que ela precisa para se deitar com ela. Amo Letícia Persiles, ele é outro ótimo ator, César Ferrario. O elenco é todo inacreditável, a mãe é a maravilhosa Juliana Carneiro da Cunha. Eu desconhecia que o Brasil tinha sido colonizado por muitos judeus em fuga de Portugal. Esse casal é inspirado em um real que com a chegada da inquisição fugiu novamente instalando-se no Sul.
A outra irmã não tem a mesma sorte, pega um homem violento. Ela é outra ótima atriz, a Rita Batata e como sofre sua personagem. Ela tem que conviver com uma indígena que dorme com o seu marido, outra mulher que sofre muito, Danielle Soprano Adana Omágua Kambeba. Que raiva que dá de seu marido interpretado brilhantemente por Alexandre Cioletti.
O inquisidor é Celso Frateschi.
Uma família é vítima dele, Jai Baptista e Beto Militani, mas não tem como não ficarmos com raiva deles.
Eu fiquei muito curiosa com as locações. A diretora contou que tem uma fazenda em Tocantins, Minas Gerais e que a cidade cenográfica foi toda construída lá, já que não havia nada similar do século XVI no Brasil. E ficou demais, porque dá a real sensação de precariedade, onde faltava tudo e demorava tanto pra chegar qualquer objeto ou mesmo ser construído. A maravilhosa direção de fotografia é de Fernanda Tanaka. A diretora disse que foram anos de realização. Primeiro de pesquisa, depois de toda a preparação, até chegar na estreia. A música final é cantada pela maravilhosa Fortuna. Tudo é milimétrico nesse filme! As Órfas da Rainha é daqueles filmes que quero que todos vejam.
Beijos,
Pedrita
Se gostou é porque é um bom filme
ResponderExcluir.
Saudações poéticas. Uma semana feliz.
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Poema: “ Sons do Mar, são Sereias a soluçar “
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rykardo, é incrível.
ExcluirFarei de tudo pra ver. Gosto de obras embasadas na História real. E ainda temos muitos vestígios (por assim deizer, porque é muito mais) do tratamento machista e desumano que era dado às mulheres.
ResponderExcluirBeijo
marly, é incrível. sim, fala muito de violência contra a mulher.
ExcluirCaraca fiquei impactada com sua excelente resenha e quero muito assistir 😍😍
ResponderExcluirluli, é demais.
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