segunda-feira, 21 de agosto de 2023

As Órfãs da Rainha

Assisti no cinema As Órfãs da Rainha (2023) de Elza Cataldo no Itaú Cinemas. Como ansiava por ver esse filme. Eu acompanhava nas redes sociais desde as primeiras fotos das gravações. E vi do jeito que mais gosto. Após a sessão a diretora falou com o público. Foi muita emoção! E que filme maravilhoso!
 

O filme é ambientado no século XVI e conta a história de órfãs que foram enviadas ao Brasil para povoar o país. É um filme histórico ambientado em fatos reais que começa com a história que já tinha sido contada em Desmundo, outro filme que amo igualmente. Esse tem o desfecho na Inquisição, que desconhecia por completo. Sim, a Inquisição veio ao Brasil levar judeus, bruxas para o julgamento em Portugal e sabemos o desfecho. 
Três irmãs chegam em um lugarejo pra lá de precário. As cidades eram arremedos. Duas com casamento arranjado por procuração, a outra é largada na igreja. Coxa, não teria possibilidade de conseguir um casamento. Poucas mulheres vieram ao Brasil no começo da colonização. A igreja estava muito preocupada com a mistura entre os locais. Foi quando tiveram a ideia de enviar as órfãs. Uma delas casa-se com um judeu sem saber. Ele veio fugido de Portugal com a mãe. Na hora da consumação do casamento o marido fica incomodado com o medo e o excesso de rezas da esposa. Ele então aguarda o tempo que ela precisa para se deitar com ela. Amo Letícia Persiles, ele é outro ótimo ator, César Ferrario. O elenco é todo inacreditável, a mãe é a maravilhosa Juliana Carneiro da Cunha. Eu desconhecia que o Brasil tinha sido colonizado por muitos judeus em fuga de Portugal. Esse casal é inspirado em um real que com a chegada da inquisição fugiu novamente instalando-se no Sul.

A outra irmã não tem a mesma sorte, pega um homem violento. Ela é outra ótima atriz, a Rita Batata e como sofre sua personagem. Ela tem que conviver com uma indígena que dorme com o seu marido, outra mulher que sofre muito, Danielle Soprano Adana Omágua Kambeba. Que raiva que dá de seu marido interpretado brilhantemente por Alexandre Cioletti.

Duas personagens ajudam essas jovens. Duas grandes atrizes Teuda Bara e Inês Peixoto. A terceira órfã é Camila Botelho. Ela tem que conviver com o insuportável padre de Luiz Gomide. E contracena com Mauri William Bottari.

O inquisidor é Celso Frateschi.

Uma família é vítima dele, Jai Baptista e Beto Militani, mas não tem como não ficarmos com raiva deles.

Eu fiquei muito curiosa com as locações. A diretora contou que tem uma fazenda em Tocantins, Minas Gerais e que a cidade cenográfica foi toda construída lá, já que não havia nada similar do século XVI no Brasil. E ficou demais, porque dá a real sensação de precariedade, onde faltava tudo e demorava tanto pra chegar qualquer objeto ou mesmo ser construído. A maravilhosa direção de fotografia é de Fernanda Tanaka. A diretora disse que foram anos de realização. Primeiro de pesquisa, depois de toda a preparação, até chegar na estreia. A música final é cantada pela maravilhosa Fortuna. Tudo é milimétrico nesse filme! As Órfas da Rainha é daqueles filmes que quero que todos vejam.
Beijos,
Pedrita

6 comentários:

  1. Se gostou é porque é um bom filme
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    Saudações poéticas. Uma semana feliz.
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    Poema: “ Sons do Mar, são Sereias a soluçar “
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  2. Farei de tudo pra ver. Gosto de obras embasadas na História real. E ainda temos muitos vestígios (por assim deizer, porque é muito mais) do tratamento machista e desumano que era dado às mulheres.

    Beijo

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    Respostas
    1. marly, é incrível. sim, fala muito de violência contra a mulher.

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  3. Caraca fiquei impactada com sua excelente resenha e quero muito assistir 😍😍

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