Terminei de ver a 2ª Temporada de Cidade Invisível (2023) de Carlos Saldanha na Netflix. Eu amo essa série, amei a primeira temporada. Os personagens são tirados do folclore brasileiro. Essa temporada tem só 5 episódios, lembro de ler sobre dificuldades nas gravações, mas gostei bastante. Os cartazes são deslumbrantes.
Essa começa com a lenda da Matinta Perê interpretada por várias atrizes, uma delas é Letícia Spiller.
Manu Dieguez,que faz a filha do protagonista, está mais linda que nunca. Ela e Alessandra Negrini são lindas demais, em cenas deslumbrantes no Pará. Há cenas em natureza, barcos, lago, muito mágicas.
Elas seguem atrás da pista do pai. É aí que a filha faz um pacto com a Matinta Perê. Muito da série é sombria, à noite e bem escura. Senti falta das cenas na exuberante beleza das matas e do Pará.
A série passa a falar bastante dos povos originários, da preservação da natureza, fiquei profundamente emocionada. Indígenas que passam a lembrar de suas histórias e ver o seu passado de violência e mortes provocadas pelos brancos, pelo garimpo. Nesse núcleo estão Ermelinda Yepário e Zahy Guajajara (Maria Caninana).
Zahy Tentehar integra esse elenco. Eu gosto muito que a série fala que todos nós somos diferentes, que os poderes de cada um não é uma maldição e sim uma dádiva.
As cenas são muito mágicas e bonitas. Fiquei triste que muito provavelmente os personagens da Alessandra Negrini e do Marco Pigossi não seguem pra próxima temporada. Nesse surgem a Mula sem Cabeça (Simone Spoladore), Zaori (Mestre Sebá) e o Menino Lobo (Tomás de França).
Assisto O Livro dos Prazeres (2020) de Marcela Lordy no Canal Brasil. Queria tanto ver esse filme que fiquei sem fôlego quando vi a chamada. Vem recebendo inúmeros prêmios e elogios. É livremente inspirado no livro de Clarice Lispector que não li e preciso corrigir essa falta. E é uma coprodução entre Brasil e Argentina. O Canal Brasil anda passando filmes que eu quero muito, mas muito ver, fiquem atentos, porque alguns passam uma vez só e não entram no Now.
Eu adoro a Simone Spoladore, que atriz e que personagem. Ela é uma mulher solitária. O apartamento tem muitas caixas, não sabemos se está chegando ou indo. Sabemos muito pouco.
Ela é professora e conhece o professor Ulisses (Javier Drolas). Mas ela é uma mulher livre e se relaciona com outras pessoas. Melancólica! Como a arte permite muitas interpretações, eu fiquei com a sensação que Ulisses era um alter-ego da personagem, um amigo invisível, com aspectos dela mesma, mas que não existia de fato. Alguns outros do elenco são Felipe Rocha, Martha Nowill, Ana Carbatti, Leandra Leal, Teo Almeida e Julia Leal Youssef. É um filme muito poético e lindo!
Eu vi no dia que depois passa o episódio de O País do Cinema falando do filme. Participaram a diretora Marcela Lordy e Simone Spoladore. Quem entrevista é a Andrea Horta. Adoro conhecer detalhes dos bastidores. A diretora contou que começou a pensar em fazer o filme em 2010 e que foram muitos anos tentando patrocínio. Não é fácil fazer cultura no Brasil. Conseguiram verba, mas pra um filme de baixo orçamento teve que definir prioridades. Resolveram investir em um diretor de fotografia, Mauro Pinheiro Jr. E que foi dele a ideia de não colocar o Rio de Janeiro do turista, do cartão postal, eu gostei muito das escolhas de olhares da vista do apartamento, da praia. Há cenas de sexo no filme e a diretora queria um olhar atual. Lembrou que o Brasil tem um histórico no tema e um olhar para o sexo nos filmes, e ela queria um olhar contemporâneo. São bem realistas, sutis, como são as relações íntimas. Diferentes daquelas posadas com beijos posados. São muito bonitas e nos aproximam, porque são próximas da nossa realidade.
Assisti a 3ª Temporada da série Magnífica 70 (2018) de Cláudio Torres na HBO on Demand. Eu adoro essa série, as postagens das temporadas estão aqui. Quando essa temporada começou estava vendo outra no mesmo horário então vi aos poucos no Now. Essa temporada está mais sombria que nunca.
Vicente está em surto psicótico, chefe da censura. Ele resolve fazer um filme enaltecendo o regime militar, provocar um ato terrorista no final da exibição na estreia e atribuir aos comunistas. Marcos Winter está impressionante em um dos melhores papéis de sua carreira, que ator. Simone Spoladore, igualmente impactante como Dora, está traumatizada com os horrores que passou.
Novos personagens aparecem. Vinícius de Oliveira interpreta um jovem perturbado, sua mãe é interpretada pro Maria Zilda Bethlen. Cristina Lago interpreta uma jovem atriz.
Só grandes atores entre os militares: Roberto Pirillo e Gracindo Júnior. O filho de um deles é interpretado por Mário Gomes. Continuam no elenco Pierre Baitelli, Mariana Lima, Taumaturgo Ferreira, Charles Fricks, Adriano Garib, Leandro Firmino, André Frateschi, Carlo Mossy, Paulo César Pereio, Felipe Adib, Natália Rosa e Bella Camero.
A 3ª Temporada está mais feminina que nunca. Isabel de Maria Luísa Mendonça se une aos revolucionários em uma casa e começa a atrair mulheres que desejem se libertar dos homens como prostitutas e esposas. A temporada é muito violenta, difícil mesmo de assistir, mas igualmente incrível. E o filme dentro do filme, é mais cinematográfica ainda. Quase aulas de cinema.
Assisti Natimorto (2009) de Paulo Machline no Arte 1. Eu vi que esse filme estava na programação, coloquei pra gravar. Gosto dos textos metafóricos do Lourenço Mutarelli que também atua no filme. Foi elogiadíssimo pela crítica, ansiava por ver. Gostei!
Eu adoro a Simone Spoladore, entre minhas atrizes preferidas. Um homem vai buscá-la na rodoviária e a leva para um hotel. Ele diz que não quer voltar pra casa e pede para ficar. Eles passam então a conviver nesse quarto. Eles fumam um maço de cigarros por dia. Ele olha aquelas fotos de advertências dos maços e faz paralelos com cartas de tarô. Qual é a carta dele do dia, qual a carta dela.
O quarto vira um microcosmo de uma relação. O encantamento inicial, tudo é lindo do outro, engraçado. Depois as desavenças, a luta pela liberdade. Eles lembram o primeiro encontro e a esposa desse homem (Bettty Goffman).
Assisti a série Magnífica 70 - 2ª Temporada (2016) na HBO. A criação é de Cláudio Torres, Renato Fagundes e Leandro Assis. Dirigida por Cláudio Torres e Carolina Jabor. A realização é da Conspiração Filmes.Eu ficava pensando como seria a segunda, tinha sido maravilhosa a primeira, que comentei aqui, e imaginando se iam conseguir que fosse tão boa. E é impressionante! Maravilhosa! Incrível como surgiram segredos eletrizantes e como temas complexos como a Ditadura Militar, Censura, drogas e o cinema da Boca do Lixo foram abordados.
A segunda temporada está mais anárquica. Tudo está mudado. Dora Dumar (Simone Spoladore) sumiu. Seu irmão (Pierre Baitele) trabalha como ator na Magnífica e está com a Mestiça (Natália Rosa). Isabel (Maria Luísa Mendonça) está com Manolo (Adriano Garib). Na censura a doutora Sueli (Juliana Galdino) quer fazer cinema. Imagina as ideias mirabolantes dela. Eles acabaram de fazer um filme militar. Ela tem um romance com outro da censura (Rodrigo Fregman). Surge na censura um puxa saco (Felipe Vidal) do Vicente que começa a querer proibir tudo o que a Magnífica faz.
Vicente (Marcos Winter) endoidou de vez. Esquizofrênico agora fala com o cineasta (Hamilton Vaz Pereira) que se matou porque ele censurou um de seus filmes. Ele acredita piamente que está fazendo um filme paralelo a filmagem de A Máquina do Amor.
Surge um policial (Felipe Abib) que investiga a morte do Larsen (Stepan Nercessian). Ele e Dora são viciados em cocaína, já que a droga surge na época de forma devastadora na elite unida ao uísque. Tem também o Paladino da Família Brasileira (Taumaturgo Ferreira), um apresentador casado com uma beata (Mariana Lima). Achei incrível essa alusão as boas famílias brasileiras, ilibadas. Obviamente ele vive um devasso na clandestinidade, nem sua esposa sabe. Muitos atores que adoro estão no elenco: Charles Fricks, Mário Gomes, Ricardo Blat, André Frateschi, Leandro Firmino, Joana Fomm, Tammy Calafiore, Fábio Marcoff e Bella Camero.
No início do último capítulo eu achava que seria impossível uma continuação, mas eram delírios de um personagem, então há a possibilidade de uma terceira temporada. Espero que sim. Amo essa série. Até agora ainda estou impactada. Que texto, elenco, edição, reconstituição de época. Infelizmente a promoção da série foi muito precária. Quase não achei fotos, a página do facebook não foi ativada. Uma pena que a divulgação e promoção de Magnífica 70 - 2ª Temporada tenha sido tão precária, é uma obra e tanto. Entre as melhores séries que já vi.
Foi um ano de peças inesquecíveis. Um Bonde Chamado Desejo é a eleita com as interpretações incríveis de Maria Luísa Mendonça e Eduardo Moscovis. Foi um ano de muitas peças maravilhosas, o teatro foi um grande destaque nesse ano.
Galileu Galileu foi muito marcante, com a maravilhosa Denise Fraga. Mas outras duas históricas quero destacar, O Camareiro com o majestoso Tarcísio Meira e com o incrível Kiko Mascarenhas. E a belíssima montagem de Através do Espelhocom o excelente desempenho de Gabriela Duarte, Nelson Baskervillee Marcos Suchara. Em musical, o maravilhoso O Homem da La Mancha.
Foram muitos concertos marcantes. Destaco Consciência de Ser Eunice Katunda com duas incríveis musicistas, a soprano Adélia Issa e a pianista Rosana Civile. Do Centro de Música Brasileira, o Quinteto de Metais de São Paulo e o duo Duo Lucatelle-Bartoloni,Daniela Lucatelle ao piano e Fábio Bartoloni ao violão.
Em séries vi verdadeiras obras de arte. O maravilhoso Magnífica 70, com um roteiro majestoso, excelente elenco Simone Spoladore, Marcos Winter e Maria Luísa Mendonça, ótima reconstituição de época.
E O Hipnotizador com uma fotografia esplêndida e novamente um elenco maravilhoso Leonardo Sbaraglia, Chico Diaz, Bianca Comparato, Juliana Didone e Cézar Troncoso. Também é o ano que comecei a ver Game of Thronese ficar encantada. Estou na quinta temporada, no blog mencionei até a quarta.
Na literatura destaco o majestoso Os Miseráveis de Victor Hugo. Foram três meses de puro deleite.
Foi um ano de novelas inesquecíveis. Amei Boogie Oggie e suas modernidades, seu texto moderno, ambientação de época.
Além do Tempo foi outra novela marcante. Está ainda em curso, terminando a segunda fase, a primeira, de época, eu comentei aqui. Irene Ravache está divando.
Foram muitos CDs incríveis. Destaco o Estampas com o Quaternaglia.
E Música Brasileira com a Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba sob regência de Lutero Rodrigues.
Programas de televisão foram vários incríveis. Amo o Vídeo Show e ficou infinitamente melhor com Monica Iozzi e Otaviano Costa apresentando. Gosto dos bastidores dos programas.
E Ofício em Cena apresentado pela Bianca Ramoneda com entrevistas de autores, atores, diretores, figurinistas. Vejo regularmente, adorei as entrevistas de Thelma Guedes, Pedro Bial, Fernanda Torres, Denise Fraga, Guel Arraes, Deborah Secco, Thiago Fragoso, Bruno Gagliasso.
A tv a cabo é a companheira cultural mais constante. Sempre que tenho um tempinho paro para ver algo. São filmes demais, vai ser muito, mas muito difícil escolher alguns. Destaco o maravilhoso O Grande Hotel Budapeste do Wes Anderson, baseado em um conto do Stephan Zweig, com o incrível Ralph Finnes.
Filmes dramáticos e intensos foram muitos. Sobre os irmãos em Marcas da Guerra, embora não seja um filme de guerra. A Religiosa baseado no livro de Denis Diderot.
Irmã Dulce e sua incrível coragem e sua resistência em continuar católica depois de tudo o que a igreja fez com ela.