Mostrando postagens com marcador Monica Bellucci. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Monica Bellucci. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

O Homem que Vendeu a sua Pele

Assisti O Homem que Vendeu a sua Pele (2020) de Kaouther Ben Hania no TelecinePlay. Mais um filme que ouvi falar no instagram de indicações de filmes. O filme fala de um sírio e vi exatamente na data da queda de seu ditador. Apesar de falar de um sírio, a diretora e o filme é da Tunísia. Pela censura, esse filme jamais poderia ter sido realizado na Síria.

Um homem apaixonado faz uma brincadeira em um trem e vai preso. Yahya Mahayni está incrível, como é linda Dea Liane. Não era nada demais, ele falou em liberdade já que a namorada tem um pretendente escolhido pela família, mas como não havia, espero que agora passe a ter liberdade de expressão, ele é preso. No interrrogatório, uma pessoa sugere ele a fugir e é o que ele faz e a irmã consegue levar ele escondido até o Líbano. Lá ele vive sem passaporte, ilegal e com subempregos pavorosos. Um é em uma indústria de aves. Quem já conversou com quem trabalha em frigoríficos sabe como é terrível o trabalho. Exaustivo, desumano e mal remunerado.
Nas folgas, ele e um amigo se infiltram em vernissages para comer melhor e levar comida pra casa. Uma recepcionista, despois descobrimos que ela trabalha com arte e é a Monica Bellucci, descobre que ele é imigrante e passa a humilhá-lo. As pessoas se acham sempre superiores as outras só pela posição que ocupam, ou pelo país de origem. Ele é expulso da galeria, mas o artista plástico o procura. Ele é Koen De Bouw. O artista é daqueles que empalha animais, faz aquelas exposições polêmicas para incomodar, gerar questionamentos. E é ele que faz a proposta inusitada para o sírio. Permitir que o artista pinte uma obra em suas costas. O sírio terá passaporte na hora, só terá que viajar para onde ele for expor e ser exposto como obra. Há um texto contundente do artista explicando na coletiva o motivo. Um imigrante não pode viajar para lugar algum e ainda é maltratado, mas uma obra de arte, uma mercadoria, pode. O filme passa a incomodar com inúmeros questionamentos sobre o valor das pessoas dependendo do país de origem. E inúmeros outros desconfortos. Que filme!
Eu mesma fiquei pensando. Todos ficam indignados que um homem é uma obra e fica exposto como obra, mas quando ele trabalhava na indústria de frangos ilegalmente, ninguém queria saber dele e se ele estava bem. Os ativistas da Síria também ficam indignados, mas enquanto ele era refugiado, nem queriam saber se ele existia e estava bem. Sim, era horrível ver ele exposto como mercadoria, mas ele vivia em hotéis 5 estrelas, podia comer o que quisesse, viajava e conhecia vários países. O filme foi inspirado no artista contemporâneo belga Wim Delvoye. O desfecho é muito inusitado, mas exatamente por ter acontecido agora, me chamou a atenção. O protagonista queria voltar para a Síria, mesmo que tenha sido bombardeada e não ser um país seguro. Era lá que amava, onde estava a sua família. Muito parecido com o que está acontecendo agora.
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Baarìa

Assisti Baarìa (2009) de Giuseppe Tornatore no Max. Coloquei esse filme pra gravar faz tempo. É um belo filme! Quem amou Cinema Paradiso vai amar esse. Eu gosto dos dois, mas o estilo saltitante do diretor, principalmente em momentos sérios, não me atraem. Baarìa é uma cidade da Itália. Começa com o garoto e suas traquinagens. Daquele tempo que as ruas eram de terras, só tinham casas, a infância era nas ruas e as crianças também faziam pequenos serviços quando eram pobres como o protagonista. Primeiro ele vai ajudar um senhor a levar ovelhas, depois ele levava a vaca nas casas e estabelecimentos e vendia o tanto de leite que pediam.

Quando o garoto cresce eu perdi o fôlego, que lindo o ator Francesco Scianna. E belíssima sua amada interpretada por Margarete Madè. Ele é comunista e os pais dela não querem o casamento. Além dele não ter um trabalho, é pobre. Eles dão um jeito e se casam. Em meio a história desse personagem passam guerras, ditadura na Itália, repressão, manifestações comunistas, é um filme longo. Como disse o estilo é saltitante, então até as mortes não são dramáticas. 

Eu gosto de ver o cotidiano dessas cidades que não existem mais, casinhas, todos os vizinhos se ajudam, as crianças brincam nas ruas. Essa delicadeza dessas vidas é o que mais me encanta em Baarìa. O elenco é todo incrível: Lina SastriAngela Molina, Raoul Bova, Luigi Lo Cascio, Marcelo Mazzarella, Michele Placido, Nicole Gramaudo e Enrico Lo Verso. Dizem que Monica Bellucci fez uma participação, só agora consegui descobrir onde foi. A trilha sonora é do Ennio Morricone. Giuseppe Tornatore ganhou Melhor Diretor nos festivais de Veneza e Globo de Ouro.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Spectre

Assisti Spectre (2015) de Sam Mendes no Telecine Premium. Fiquei bem animada que esse filme era o da Super Estreia e me programei para ver. Muito bom! Não tinha gostado muito do anterior Skyfall, que comentei aqui. Não entendi muito bem porque Missão Impossível Nação Secreta e esse estrearam no mesmo ano, os roteiros são praticamente iguais. Nos dois os serviços secretos são proibidos de atuar e os dois agentes passam a atuar na clandestinidade. As cenas de corre corre de carros são praticamente iguais, com aquelas tradicionais de corridas em escadas. Parecia que eu estava vendo o mesmo filme.

Eu gosto demais do Daniel Craig, é meu 007 preferido e gosto muito do realismo desses filmes. E de serem menos machistas. Ele não é um mulherengo inconfessável, costuma se apaixonar. Gostei demais da atriz que surge dessa vez, Léa Seydoux. 007 encontra o pai dela muito doente em uma investigação. O pai pede que ele cuide da filha e ele a conhece. Como as mulheres de filmes de ação atuais, é corajosa e destemida, além de muito inteligente. Esse 007 lembrou um antigo que não gosto muito, que tem uma instalação em um lugar deserto e um homem muito forte que fica perseguindo os dois interpretado pelo colombiano Dave Bautista. Ambas as cenas no deserto e com esse perseguidor são mirabolantes demais e não curti muito. 007 também não é um bom protetor. Ele está junto com a moça o tempo todo, mas quando estão de noite em uma cidade, ele com um grupo, ela simplesmente não quer ir, ele não envia ninguém com ela que sai andando à noite sozinha nas ruas e claro, o vilão a pega. 007 é um péssimo protetor.

O vilão é interpretado pelo ótimo Christopher Waltz. Muito boa essa trama. Ele e o 007 foram criados juntos. Ele filho legítimo, vê sua rotina mudar com a chegada de outra criança adotada pelo pai. 

Meio de paraquedas a participação de Monica Bellucci na trama. Tem uma certa lógica, viúva do homem que 007 investiga, mas o romance de uma noite com os dois é meio forçada. Alguns outros do elenco são: Ben Whishaw, Ralph Fiennes,  Naomi Harris, Andrew Scott, Rory Kinnear, Jesper Christensen e Marc Zinga. Incríveis os momentos iniciais na Cidade do México, belíssima abertura e muito linda a canção tema de Thomas Newman interpretada por Sam Smith, que inclusive ganhou Oscar de Melhor Canção.

´
Beijos,
Pedrita


quarta-feira, 30 de julho de 2008

O Ritual da Pedra

Assisti ao filme francês O Ritual da Pedra (2006) de Guillaume Nicloux no Telecine Premium. Tive uma surpresa quando vi esse filme na programação do telecine. Vi que é com as maravilhosas Monica Bellucci e Catherine Deneuve, resolvi assistir. É um suspense, daqueles cheios de mistérios. A trama é fraca, mas eu me emocionei demais com o amor da mãe pelo filho. A Monica Bellucci simplesmente arrasa. A atuação dela é comovente. Catherine Deneuve parece que não se sentiu muito confortável em seu personagem. Como disse, a trama do suspense é bastante tola, o que emociona mesmo é a atuação da Bellucci e a beleza de relacionamento que ela tem com o filho. Acho que a atriz conseguiu se entregar ao lado dramático da sua história e alcançar um resultado emocionante. Seu personagem não tem glamour como normalmente vejo e foi outro aspecto tocante.

Vou falar detalhes do filme: Monica Bellucci interpreta uma mulher que na infância perdeu os seus pais em um acidente e foi para um orfanato. Ela se casa e tenta ter filhos, mas não consegue. Resolve adotar e é apresentada a Liu-San, um asiático que é órfão desde a nascença e já tem uns três anos de idade. O filme passa então uns anos adiante. A relação dos dois é tocante. Eles têm tanta sintonia que até seus sonhos são iguais e na mesma hora. Eles parecem se ouvir pelos pensamentos. A devoção e a luta dela para salvar se filho me emocionou demais.

O menino é uma graça, o ator é Nicolas Thau. Está no elenco também o ótimo Moritz Bleibtreu. Alguns outros do elenco são: Sami Bouajila e Elsa Zylberstein.

Música do post: Benjamin Biolay - Regarder la lumière
Benjamin Biolay é um compositor francês





Beijos, Pedrita