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domingo, 25 de dezembro de 2016

A Regra do Jogo

Assisti A Regra do Jogo (1939) de Jean Renoir da Coleção Folha Cine Europeu. É surpreendente como esse filme é tão bem realizado com tão poucos recursos da época.

São ótimas as cenas em uma grande casa onde muitos estão reunidos para a caça e para uma festa. São várias confusões ao mesmo tempo. Uma maioria vê uma peça em uma sala, outros correm atrás de um grupo, um armado tenta pegar o homem que assediou sua mulher, e tudo ao mesmo tempo. Tem horas que parece que são vários planos sequências de um ambiente a outro. Vemos aqui na frente uma cena e em outro cômodo parte de outra. Impressionante! Agora que vi que Jean Renoir estava no elenco. Ele é esse vestido de urso.

A parte da caça me incomodou profundamente. Mas particularmente não acho que o diretor colocou como algo nobre. Pode ser impressão minha. O tempo todo o diretor mostra a relação perversa em patrões e funcionários. Os ricaços se posicionam em baias numeradas com suas armas e ficam lá esperando porque na verdade os funcionários que fazem quase tudo. Os patrões só atiram. Os empregados afugentam os animais para irem a esse lugar das baias para confortavelmente esses ricaços atirarem. Os cachorros ajudam a pegar a caça e os funcionários que levam os animais. Acho difícil que Jean Renoir achasse isso nobre. Os funcionários que fazem praticamente tudo em todo lugar. Os ricaços só aproveitam.
As relações amorosas são conflituosas. Casados com amantes que sabem, mas mantém as estruturas. Os empregados também tem relações conflituosas. Uma não gosta de trabalhar onde está o marido porque tem vários amantes. Eles brigam pelas relações extra conjugais, mas sabem e conversam com os amantes tentando acordos fora do padrão. O filme já tem som, mas muitas das interpretações são como no cinema mudo, com muitas expressões. No elenco estão: Nora Gregor, Paulette Dubost. Mila Parély, Marcel Dalio, Odette Talazac, Roland Toutain, Julien Carrete e Gaston Modot
Boas Festas!

Pedrita

terça-feira, 26 de julho de 2016

Hiroshima Mon Amour

Assisti em DVD Hiroshima Mon Amour (1959) de Alain Renais da Coleção Folha Cinema Europeu. Começa com uma narrativa e imagens insuportáveis dos efeitos da bomba atômica em Hiroshima. O texto é da maravilhosa Marguerite Duras. Entre as imagens, há outras de corpos entrelaçados.

Aparece então um casal. Ele japonês, ela francesa, fazendo juras de amor. Dez anos se passaram depois do terror das bombas atômicas. A francesa está em Hiroshima para atuar em um filme sobre a tragédia. O texto é muito poético. Belíssimo filme, maravilhosa fotografia. Os dois são lindos, ela Emmanuele Riva, ele Eiji Okada. Alain Resnais ganhou Bafta de Melhor Diretor.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O Deserto Vermelho

Assisti o DVD O Deserto Vermelho (1964) de Michelangelo Antonioni da Coleção Folha Cinema Europeu. Foi o primeiro filme colorido do diretor, é muito interessante como as cores parecem ser pintadas. A trama foca em uma belíssima mulher perturbada. Ela é casada, tem um filho.

O marido e um colega trabalham na indústria. Eles moram em uma região industrial. O marido não sabe lidar com essa mulher que se aproxima do amigo deles, outro engenheiro. Apesar dos poucos diálogos ele a entende melhor, ou pelo menos não tenta entender, só convive com ela. Ela é interpretada pela lindíssima Monica Vitti, o amigo por Richard Harris e o marido por Carlo Chionetti.

O filme tem muitas cenas no meio do nada, do nevoeiro, e na destruição promovida pelas indústrias. É um filme desconcertante, angustiante, estranhamente claustrofóbico em tanta cena na imensidão do nada. Monica Vitti está maravilhosa! E mais linda do que nunca. O Deserto Vermelho ganhou Prêmio de Melhor Filme no Festival de Veneza.
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Gilda

Assisti em DVD Gilda (1946) de Charles Vidor. O 007 me presenteou com o DVD no meu aniversário, sempre quis ver e agora consegui. Sim, Rita Hayworth mais linda como nunca, canta muito bem, desengonçada dançando. A parte do jogo, do cartel é bem realizada, mas a Gilda é uma mulher criada ao desejo do homem, totalmente irreal. Apesar de linda, desejável, sedutora, ela é mulher de um homem só, só pensa em casar e não tem interesse em dinheiro.

Esses itens já bastavam, mas ela ainda apanha e é colocada em cárcere privado. Para se vingar vai ao cassino cantar, vestida lindamente. Imagino o fetiche dos homens com esse filme de possuir literalmente essa mulher. Ter uma mulher estonteante que apanha e ainda canta, que não pensa em dinheiro, que só quer casar, só ama um homem só, que se ajoelha ao agressor, enfim...

E o marido dela, o dono do cassino, interpretado pelo George Macready é bem mais interessante que o Glenn Ford. O filme Gilda subestima a inteligência das mulheres. E o final é surreal, parecem que não sabiam como terminar. O policial, interpretado por Joseph Calleia, diz que vai fingir que não sabe de nada e deixa o casal continuar com o casino e com o cartel. Isso porque o protagonista estava jurado de morte pela máfia.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 21 de julho de 2015

Agora

Assisti em DVD Agora (2009) de Alejando Amenabar. É o fim do Império Romano, tempos de obscurantismo e ignorância pregados pelos cristãos fanáticos. Uma astrônoma ateia é perseguida, judeus são perseguidos, a maior biblioteca é destruída. Agora é um filme difícil de ver, difícil de ouvir os discursos alienantes dos cristãos, ver a violência do cristão em nome de Deus. Os cristãos trazem todo o atraso. Leem as escrituras como se fossem verdade para subjugar as mulheres. Enquanto a astrônoma, a Hypatia, se veste como uma romana, as mulheres começam a se cobrir, a se despojarem de vaidade, a se silenciarem. Triste período da história.

Essa astrônoma ensinava e passa a ser proibida de ensinar. Ela ganha a proteção do prefeito que foi um aluno, mas que também se converte ao cristianismo. No final de sua vida os cristãos a apedrejam e a arrastam por toda a cidade. Monstruoso e em nome de Deus. Os discursos dos cristãos que Deus está ao lado deles, que Deus que quis que eles matassem os judeus, são abomináveis e infelizmente muito atuais.

Rachel Weisz está maravilhosa como essa astrônoma. Adoro essa atriz e volte e meia ela faz personagens importantes. Seu pai é interpretado por Michael Lonsdale. O escravo por Max Minguella. O prefeito por Oscar Isaac da Guatemala. Um dos fanáticos cristãos pelo israelense Ashraf Barhom. Alguns outros são Rupert Evans (inglês), Samir Samir (israelense), Richard Durden (inglês) e George Harris. O diretor é chileno. No Brasil está como Alexandria

O filme Agora foi muito acusado de demonizar os cristãos. Será mesmo? Eu li que realmente os cristãos apedrejaram a astrônoma que era ateia e a arrastaram pela cidade. Que os cristãos realmente apedrejaram e expulsaram os judeus de Roma. Perseguiram, mataram, subjugaram as mulheres a submissão masculina. Se realmente fizeram isso, o filme é muito realista e histórico. Agora ganhou muitos prêmios. Vários Goya de Melhor Filme, Melhor Fotografia, Melhor Maquiagem, Melhor Figurino



Beijos,
Pedrita

sábado, 11 de julho de 2015

Som e Fúria

Assisti em DVD Som e Fúria (1959) de Martin Ritt. Eu comprei esse DVD da Coleção Folha Grandes Livros no Cinema. É baseado na obra de William Faulkner, autor que adoro, então antes de ver fui atrás do livro que li e comentei aqui. É uma péssima adaptação do livro. Resolveram romancear, fazer um filme charmoso. A decadência e o ódio estão ali, mas tudo atenuado, com direito a final conservador e feliz. Decepcionante!

O livro é um dos mais cultuados e famosos do Faulkner. Todo entrecortado temos dificuldade de entender a trama, em que tempo está. O filme suprime vários momentos em outros tempos, resume em um só, em algumas frases fala um pouco do passado. E o filme é totalmente linear. Joanne Woodward faz a adolescente, mas a atriz está com 29 anos. Soa muito falso. Yul Brynner faz só um tutor austero, fica muito longe do violento Jason do filme. Ethel Waters interpreta a velha empregada negra da família decadente. Jack Warden, o parente que não fala. Suprimiram totalmente o trauma que o fez ficar calado. O homem que a moça se apaixona é interpretado por Stuart Whitman. E a mãe por Margaret Leighton. A trilha sonora é outro equívoco. Algumas canções de jazz angustiantes combinam, mas as obras adocicadas ficam forçadas.

Beijos,
Pedrita

sábado, 16 de maio de 2015

Far from the Madding Crowd

Assisti em DVD Far From the Madding Crowd (1967) de John Schlesinger. No DVD está Longe Deste Insensato Mundo. Minha amiga que me emprestou esse DVD baseado no livro de Thomas Hardy. Uma mulher solitária e linda ganha uma herança e vai cuidar de uma próspera fazenda, antes mesmo já atraía os olhares dos homens. Indecisa, acaba se apaixonando exatamente por quem não deveria, um jovem militar sedutor e narcísico. Mas também os homens nem a cortejavam, já iam logo pedindo em casamento e obviamente ela ainda não os amava porque mal os conhecia. Não sei no livro é rápido assim também.

Julie Christie faz a bela jovem, o militar é interpretado por Terence Stamp. Seus outros pretendentes por Peter Finch e Alan Bates. O filme foi realizado na Islândia.

O que mais me chocou no filme foi a relação da filmagem com os animais. Realistas demais. Há uma versão de 2015, imagino que seja mais romanceada e mais atenuada, até porque atualmente não é permitido maldade com os animais durante as filmagens.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 8 de maio de 2015

A Vingança de Manon

Assisti em DVD A Vingança de Manon (1986) de Claude Berri. Minha amiga me emprestou uns DVDs. Vi Jean de Florette que comentei aqui e só depois que vi que ela me emprestou também a continuação. É igualmente genial. No making of no primeiro DVD eu vi que o diretor filmou os dois filmes juntos, primeiro Jean de Florette e depois A Vingança de Manon. Os dois são baseados no livro de Marcel Pagnol.

Vou falar detalhes do filme: Passaram-se 11 anos e a pequena Manon cresceu. Ela quis continuar vivendo na casa na pequena cidade e quer se vingar de todos por terem escondido uma mina d´água levando o pai à morte. A bela Manon é interpretada pela Emmanuélle Béart. O texto tem um viés moralista. Ela acha e fecha a mina da cidade. Todos da cidade começam a sofrer o que o pai dela sofreu já que não só os vizinhos fizeram mal ao pai dela, como a cidade sabia mas foi omissa e se silenciou. O moralismo fica por conta do desfecho, o mal que fizeram foi muito pior porque não sabiam do grau de parentesco do pai. 

O filme mostra também a hipocrisia da cidade que só vai à missa quando fica sem água. O padre mesmo critica os moradores pela súbita fé egoísta. Todos estão ótimos. Daniel Auteuil continua maravilhoso, seu tio é interpretado por Yves Montand. Surge no elenco o professor da cidade interpretado por Hyppolite Girardot. Emmanuélle Béart ganhou César de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme.



Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Jean de Florette

Assisti em DVD Jean de Florette (1986) de Claude Berri. O filme é baseado no livro de Marcel Pagnol, autor que agora quero ler. Impressionantemente atual. Daniel Auteuil está irreconhecível tanto visualmente como na interpretação. Ele mora nas terras de um tio que não tem herdeiros. Ele volta da guerra e resolve cultivar cravos, pra isso precisa de muita água. É um lugar que raramente chove, faz um ano que não chove, mas há uma mina d´água no terreno vizinho e eles desejam comprar as terras ao lado. O tio é interpretado por Yves Montand e é o grande mentor do sobrinho.

Insuportáveis as armadilhas politicamente incorretas que os dois fazem para conseguir as terras. Primeiro em uma briga com o louco proprietário, o matam, depois começam a enganar o herdeiro que vem com a família. O herdeiro é interpretado por Gérard Depardieu e sua esposa, por sua esposa na vida real, Élisabeth Depardieu. Manon por Ernestine Mazurowa, a menina nunca mais atuou em filmes. Foram filmados ao mesmo tempo esse filme e a continuação, Manon que agora quero achar para ver. Daniel Auteuil ganhou Cézar por sua interpretação.

Beijos,
Pedrita

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Vidas em Fuga

Assisti em DVD Vidas em Fuga (1960) de Sidney Lumet. Comprei esse filme da Coleção Folha Grandes Astros do Cinema por R$ 17,90. É baseada na peça de Tennesse Williams que inclusive participou de todo o processo. Há dois grandes atros, mas o que está na capa dessa coleção é Marlon Brando. Ele contracena com outra atriz maravilhosa, Anna Magnani.

O filme é todo genial, elenco, direção, texto, fotografia de Boris Kaufman. Marlon Brando interpreta um homem que promete ao sair da prisão por ter feito desordem em uma festa a ir embora da cidade. Ele segue para uma cidade ultra conservadora, busca um emprego tradicional, resolve desistir de ser músico de New Orleans. Acaba indo trabalhar na loja de um homem doente. Sua esposa que cuida de tudo. 

Ele encontra também uma mulher livre, massacrada pela cidade pelo seu comportamento pouco convencional interpretado brilhantemente por Joanne Woodward. Outra personagem riquíssima é interpretada por Maureen Stapleton. Vidas em Fuga é dessas obras primas, com textos maravilhosos, Marlon Brando mais deslumbrante que nunca. Personagens complexos, tentando sobreviver ao massacre do preconceito e violência de sociedades sufocantes e assassinas. No DVD há uma entrevista mais recente com Sidney Lumet falando sobre o filme, atores, maravilhoso.
Beijos,
Pedrita