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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Retrospectiva 2014

Vai ser difícil selecionar os melhores entre tantos eventos incríveis. No cinema destaco o incrível 12 anos e escravidão.

Foram muitos livros incríveis. Entre os melhores livros que já li na vida está Crônica da Casa Assassinada de Lúcio Cardoso.

Gostei muito este ano também de O Cemitério de Praga de Umberto Eco. Adoro esse autor e esse está entre os meus preferidos.

Eventos musicais foram muitos incríveis. Destaco Nacionalismos e Vanguardas: Variações em Torno de 1964 com a estreia mundial da obra A Geladeira de Paulo Chagas.

Foi um ano muito promissor em novelas. Grandes novelas. Amei Joia Rara, entre as melhores que já vi. Excelente elenco, lindíssimas as gravações no Tibete e com tantas inovações comportamentais.

E em seguida a encantadora e arrojada Meu Pedacinho de Chão

Também o ano da série O Rebu que foi incrível em tudo.

CD eu destaco Natsu no Niwa do Duo Assad.

No teatro eu gostei muito da peça Caros Ouvintes de Otávio Martins.

Foram muitos filmes vistos na tv a cabo. Dificílimo escolher alguns. Incrível Thérèse Desqueyroux que tinha lido o livro e amado.

Entre os melhores filmes que já vi está o maravilhoso Histórias que só existem quando lembradas.

E ainda em DVD Mulheres Apaixonadas.


Em ópera assisti a maravilhosa Artemis de Alberto Nepomuceno. Montagem inesquecível.

E a minissérie Tenda dos Milagres.
Feliz 2015!

Pedrita

segunda-feira, 26 de maio de 2014

O Cemitério de Praga

Terminei de ler O Cemitério de Praga (2011) de Umberto Eco da Editora Record. Eu adoro esse autor e esse livro é incrível. Difícil, como toda obra dele e pela temática. Só o narrador é um personagem ficcional, o livro é histórico. Umberto Eco é historiador. O narrador passa por vários momentos históricos fazendo serviços escusos na maioria das vezes. O autor relata que o narrador não chega a ser totalmente ficcional, ele é constituído de fragmentos de outras pessoas que igualmente passaram pela história.

O Cemitério de Praga fala da conspiração que resultou na falsificação e criação de uma infundada conspiração mundial dos judeus para dominar o mundo que resultou na criação da obra Os Protocolos Sábios de Sião por pessoas que desejavam insuflar mais ainda a perseguição aos judeus.  Só depois de muitos acreditarem nesse livro, anos depois é que ficou comprovadamente que era uma falsificação grotesca de ódio contra outra raça. Esse livro serviu de base para a obra de Hitler. Em O Cemitério de Praga, os protagonistas dessa horrenda história estão na maior parte do tempo denegrindo e falando mentiras de judeus. Tudo o que de ruim acontecia era atribuído aos judeus. É uma perseguição ideológica exagerada e insuportável. Pelo jeito Hitler só se aproveitou desse ódio disseminado por anos aos judeus, para utilizar a sua liderança, para fazer exatamente o que atribuíam aos judeus, o domínio do mundo. O que mais me surpreendeu é a atualidade da intolerância a um povo, a uma religião. Algo que vem acontecendo. Perseguição e desqualificação de povos e de religiões. É só vermos a difamação que muitos religiosos fazem das religiões afro-descendentes e a perseguição as mães de santo.

O Cemitério de Praga passa por vários momentos históricos. O narrador chega a ir de encontro a Garilbadi para obter informações. Ele faz o papel de espião inúmeras vezes para criar documentos falsos. Eu conhecia pouco da luta de Garibaldi antes de vir ao Brasil. Conhecemos mais da trajetória dele por aqui. Apesar de ser um livro que passa por vários momentos históricos, Napoleão, o caso Dreyfus, O Cemitério de Praga é um livro que nos prende, nos instiga. Queremos sempre ler mais. Pena que faça um relato de uma triste parte da história baseada em mentiras, perseguições e difamações. E que pena que essa história ainda se repita.

Beijos,
Pedrita

sábado, 28 de maio de 2011

Desafio Literário


A Camélia de Pedra me indicou esse Desafio Literário e por ser relativo a minha vida cultural, aceitei participar.


1 - Existe um livro que você leria e releria várias vezes?

Eu tenho problema com releituras, leria novamente quase todos os livros que li, mas sempre acho que estou perdendo a oportunidade de ler outros que ainda não conheço. E como sei que não vou conseguir ler tudo o que desejaria, ainda não me preparei para as releituras, quem sabe um dia.

2 - Existe um livro que você começou a ler, parou, recomeçou, tentou e tentou, mas nunca conseguiu ler até o final?

Eu acabei lendo até o final, mas foram vários recomeços. Tentei ler antes da hora, antes de estar preparada, não pela idade, mas pela imaturidade literária. O livro é a Montanha Mágica de Thomas Mann. Surpreendemente hoje é um dos meus livros preferidos. Quando estive pronta li sem pestanejar inteirinho e descobri sua perfeição.



3 - Se você escolhesse um livro para ler para o resto da sua vida, qual seria ele?

Eu escolheria uma biblioteca inteira.

4 - Que livro você gostaria de ter lido, mas que, por algum motivo, nunca leu?

São inúmeros os livros que estão na lista a ler. Um que estou demorando muito pra criar coragem de desvendá-lo é Dom Quixote do Cervantes. Outro que sonho em ler, mas tenho medo de não ter competência para fazê-lo é o Ulisses do James Joyce.

5 - Qual livro que você leu cuja "cena final" você jamais conseguiu esquecer?

O Castelo dos Destinos Cruzados do Italo Calvino. Na verdade todos os do Italo Calvino me dão essa sensação.

6 - Você tinha o hábito de ler quando criança? Se lia, qual tipo de leitura?


Eu li na infância, não sei se muito ou pouco, mas gostava de me esconder nos livros. Amei Soprinho de Fernanda Lopes de Almeida, Coração de Vidro de José Mauro de Vasconcelos. Depois fiquei fascinada por Agatha Christie que eu atribuo o meu prazer por leitura. Foram os seus livros que me fizeram vasculhar a pequena biblioteca da minha mãe, que me levaram a biblioteca da escola e a da vizinha.

7 - Qual o livro que você achou chato, mas ainda assim o leu até o final?

Eu não me identifiquei com Os Trabalhadores do Mar do Victor Hugo. As aventuras no mar não me atraíram. 


8 - Indique alguns dos seus livros favoritos
São inúmeros, vou lembrar alguns:


A Obra em Negro de Marguerite Yourcenar
Rumo ao Farol de Virgínia Woolf
O Sol Se Põe em São Paulo de Bernardo Carvalho
A Peste de Camus
A Ilha Sob o Mar de Isabel Allende
Dois Irmãos de Milton Hatoum
A Misteriosa Chama da Rainha Loana de Umberto Eco
O Amor nos Tempos do Cólera de Gabriel García Marquez
Desonra do Coetzee
Baú de Ossos do Pedro Nava
Memorial do Convento de José Saramago
O Crime do Padre Amaro de Eça de Queiroz
Deserto dos Tártaros de Dino Buzzati
A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis de Lilia Schwartz
Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust
Ilusões Perdidas de Honoré de Balzac
Tocaia Grande de Jorge Amado
Mauá de Jorge Caldeira
Tom Jones de Henry Fielding
Memorial de Maria Moura de Rachel de Queiroz


Alguns preferidos eu já tinha mencionado nos tópicos anteriores.


Melhor ir parando por aqui senão não paro mais.

9 - Qual livro você está lendo no momento?



Um Amor Anarquista de Miguel Sanches Neto


Sempre coloco a foto do que eu estou lendo aí ao lado no meu blog.


10- Indique outros blogues e blogueiros para participar desse desafio:


O Desafio Literário pode ser indicado a alguns blogueiros. Fiquem à vontade para aceitar ou declinar o convite. Só vou sugerir a quem acho que realmente pode gostar de participar ou que eu tenho curiosidade de saber as respostas. Alguns não indiquei porque achei que por seus blogs não serem do tema poderiam não se interessar, mas quem quiser participar, fique á vontade:


Os Incansáveis
Marion e Sua Vida
Paisagens da Crítica
Rodrigo Gurgel
Herdando uma Biblioteca
Pensieri
La Socière
Sonhos e Melodias
Andanças
Abrkdbra Coisas da Vida


Beijos,
Pedrita

sábado, 11 de agosto de 2007

Código Da Vinci

Assisti Código Da Vinci (2006) de Ron Howard na HBO. Nunca me interessei pelo livro. Não gosto de oportunismos comerciais. O autor de Código Da Vinci pega uma série de suposições sobre a vida de Cristo e claro que polêmicas pra vender, coloca tudo junto numa maçaroca, insere um suspense e pronto, ganha uma fortuna. Adoro os livros do Umberto Eco, um historiador que coloca fatos em seus livros densos, mas ele não vende, porque ele não é oportunista, ele é um historiador e escritor. E ele quase ninguém lê, porque os textos dele não são fáceis, são densos, principalmente pelo detalhismo histórico. Então fico com as obras dele e não me interesso por esses alpinistas que usam a cultura para fazer fortuna, usurpando da história, escrevendo superficialmente para vender. Minha irmã ganhou o livro e leu e disse que realmente o texto é superficial. É um bom livro de suspense e nada mais. Mas eu não tenho vontade de ler o livro.

Mas ver o filme que passa na TV a cabo eu vejo. Não quis dar bilheteria pra essa farsa, mas ver na TV, eu vejo.

Infelizmente o filme Código Da Vinci é bem ruinzinho. Entendi agora porque o diretor Ron Howard foi indicado ao Franboesa de Ouro. Eu adoro o Tom Hanks e a Audrey Tautou, mas os dois estão canastrões demais. Veja os olhares deles nessa foto. É assim o filme todo. Fora que acabaram com o cabelo dos dois. Há uma cena que a Audrey Tautou está com uma arma na mão que é de chorar. Não entendo porque o diretor não repetiu ao cansaço para ficar melhor.
Um livro de tanto sucesso poderia pelo menos ter um bom filme blockbuster. Outra cena patética é quando a personagem da Audrey Tautou anda de ré em alta velocidade por ruazinhas. Bem filminho de ação vagabundo.

De qualquer forma, Código Da Vinci traz aquele amontoado de teorias e suposições sobre a vida de Cristo tudo junto, que poderia ter resultado em um bom filme de suspense. Fala muito do Santo Graal, que o Wally deve um dia explicar no seu blog Camelot or What?. O duro é a explicação que o filme dá. Bem forçadinha. Espero que ele comente a versão do filme no post sobre o assunto.

O elenco é bom, alguns atores são: os ótimos Jean Renó, Ian McKellen e Alfred Molina.


São patéticas as cenas com o personagem do Paul Bettany. Logo no início, quando ele tira a roupa, tem a corrente na perna e está com marcas de chicote, imaginei que ele é daqueles religiosos que se auto flagelam. Mostrar um pouco pra quem não entendeu vá lá. Mas é apelativa o tempo que fica mostrando ele se auto flagelar. Ridículo. Esperando o sangue escorrer. Digno de filme de terror.
Código Da Vinci é o típico filme de um diretor medíocre que não consegue nem ganhar dinheiro com o sucesso milionário de um livro oportunista.


Beijos,


Pedrita

domingo, 5 de agosto de 2007

Alguns livros da minha vida

A Andrea me convocou a participar dessa deliciosa incumbência. Indicar cinco livros. Não é uma tarefa fácil, eu indicaria muitos outros, mas vou escolher alguns especiais para cumprir esse ótimo pedido. Estou curiosa porque sei que algumas amigas devem fazer a lista também em breve. Algumas que já fizeram, eu já anotei algumas indicações que me interessaram.



A Misteriosa Chama da Rainha Loana de Umberto Eco

Eu simplesmente amei esse livro. Já adorava esse autor, mas foi muito surpreendente as descobertas da obra. Fala muito da memória, do saber ou não sobre o nosso passado, é ambigüo, complexo e simplesmente magnífico.

Trecho: "Era como se acordasse de um longo sono, e no entanto estava ainda suspenso em um cinza leitoso. Era um estranho sonho, desprovido de imagens, povoado por sons. Como se não visse, mas ouvisse vozes que me contavam o que devia ver. E contavam que eu ainda não via nada, exceto um fumegar ao longo dos canais, onde a paisagem se dissolvia."




Rumo ao Farol de Virgínia Woolf.

Li há muitos anos. Peguei emprestado de uma biblioteca, nem tinha saído o dessa coleção da Folha. Nem lembro de que biblioteca era, já que era sócia gratuitamente de várias e pegava em várias. Nessa época eu não tinha dinheiro para comprar livros, nem em sebos, e as bibliotecas foram minhas companheiras. Não cobravam nada e tinham ótimos acervos.

Amo essa escritora e dela essa obra foi a que mais me marcou. Uma viagem de uma família. Maravilhoso! Não sei em que agenda anotei trechos, vou pegar alguns na matéria sobre o livro no site da Folha.

Trecho: "Essas palavras trouxeram uma extraordinária alegria a seu filho, como se a excursão já estivesse definitivamente marcada. Após a escuridão de uma noite e a travessia de um dia, o desejo - por tantos anos aspirado - era agora tangível. "

Baú de Ossos de Pedro Nava

Foi minha irmã que me apresentou esse autor e me emprestou esse livro. Ela tem a continuação, mas ainda não li. Pedro Nava relata as origens de sua família. Começa com a chegada de seus familiares no Maranhão. Até que as gerações chegam ao seu nascimento em Minas Gerais. Toda a vivência rural e hábitos alimentares lembraram muito minha infância, apesar de minha origem não ser de Minas Gerais.

Trecho: "Cada açúcar no seu lugar, cada açúcar na sua hora. É por isto erro rudimentar querer classificar os açúcares em superiores, inferiores, de primeira, de Segunda. Esse é o critério de quem os vende e não de quem os degusta. Só se pode fazer melado, com rapadura. Só com ela se tempera café forte e autêntico. Só se pulveriza doce seco com o cristalizado. Só com o mulatinho se obtém o bom café-com-leite-de-açúcar-queimado. Para doce de coco, baba-de-moça e quindim - o refinado. Para o de mamão verde, idem. Idem, ainda, para a cocada branca seca ao sol e para a cocada em fita. Para as cocadas raladas de tabuleiro e de rua -açúcar preto. E assim por diante..."

A Montanha Mágica de Thomas Mann

Esse livro ficou muitos anos como um mistério para mim. Minha mãe comprou-o daquela coleção do Círculo do Livro, tinha que comprar um livro por mês ao menos e comporu pelo que ela leu na revista. Ela não tinha o hábito e ler e conhecer grandes clássicos. Eu comecei a tentar lê-lo aos 17 anos. Parei várias vezes, recomeçava e sempre parava pela página 30. Alguns anos depois é que descobri a maravilha que essa obra que é. Os debates entre o jesuíta, o ateu e o indeciso são umas das grandes preciosidades que já li na vida. Cada um defendia muito bem as suas crenças ou descrenças, que eu ficava confusa das convicções que tinha a cada momento. Maravilhoso!
Trecho: "Que era, então, a vida? Era calor, o calor produzido pela instabilidade preservadora da forma; era uma febre da matéria, que acompanhava o processo incessante decomposição e reconstituição de moléculas de albumina, insubsistentes pela complicação e pela engenhosidade."

Os Irmãos Karamazov de Fyodor Dostoyevsky

Foi uma decisão difícil porque gosto imensamente de outra obra desse autor, mas amei esse livro e não poderia deixar de mencioná-lo. Eu comprei de uma coleção que saía nas bancas há muitos anos, em dois volumes e foi uma descoberta fascinante. Não tenho trechos anotados, talvez em alguma agenda, como anotava no passado, mas não lembro o ano. Vou colocar um trecho que achei na internet.
Trecho: "É preciso notar, no entanto, que, se Deus existe, se criou verdadeiramente a terra, fê-la, como se sabe, segundo a geometria de Euclides, e não deu ao espírito humano senão a noção das três dimensões do espaço."

Bom, agora tenho que escolher cinco blogueiros para participar também e indicar bons livros. Espero que todos participem porque tenho uma curiosidade enorme de ver suas indicações e de conhecer novas obras. São eles:



Poemas, Poesias e Elegias



Beijos,
Pedrita