Assisti Entre Nós (2013) de Paulo Morelli no Telecine Premium. Queria muito ver esse filme, mas não consegui ver nos cinemas. Acompanhei várias matérias, entrevistas. É um suspense, mas não da forma como eu imaginava. Não sei se quem assistiu, como eu, desvendou logo o suspense. É mais um filme filosófico que sobre um segredo. Há um segredo, mas são as discussões sobre ele a grande trama do filme. Gostei muito!
Vou falar detalhes do filme: Entre Nós promove vários debates. É um filme que pode ser utilizado em universidades porque promove muitas discussões. A principal é muito atual, sobre diretos autorais. Mas debate ética, interesse. Um personagem diz uma frase no filme que praticamente o sintetiza. Ele diz que alguém só tem sucesso, inclusive financeiro, se fez algo ilegal em algum momento. Entre Nós é muito irônico, inclusive no final, quando o personagem "fracassado" financeiramente, é o único no filme que salva um pequeno inseto da morte. Outra questão impactante é a mudança drástica no moralismo. Uma personagem está enojada com a atitude do marido, até que ele lembra que se ela contar o que ele fez, tanto ela quanto o filho irão perder dinheiro. Aí ela se silencia. O moralismo dela se dilui no momento que a atinge e aos seus interesses.
A trama é muito interessante. 7 amigos muito jovens estão em uma casa no campo. Cada um escreve em um papel sonhos, segredos e desejos e guardam em uma caixa. 10 anos depois eles se encontram para ler o que escreveram. Além das questões citadas, Entre Nós discute o passar o tempo, as frustrações e as mudanças no sonhos e anseios. O quanto na juventude vivemos mais livres, sem amarras e com o tempo tudo fica mais denso ou mesmo frustrante.
Eu adoro o elenco. Estão todos ótimos: Caio Blat, Carolina Dieckman, Maria Ribeiro, Paulo Vilhena, Martha Nowill, Júlio Andrade e Lee Taylor.
Assisti ao novo Saia Justa 2013 da GNT. Agora estão no programa: Astrid Fontenelle como mediadora e Barbara Gancia, Maria Ribeiro e Monica Martelli. Duas jornalistas e duas atrizes. Eu relutava se veria. Sempre acompanhei as entrevistas da Monica Waldvogel que dizia que ela tinha criado o formato do programa, fiquei enciumada com ela fora do programa. Gostei, elas estão parecendo participantes no início do BBB, falando tudo junto, mas com o tempo, tudo se equilibra.
Gostei bastante do primeiro bloco, elas falaram dessa obrigatoriedade de uma vida pirotécnica. Se vai viajar tem que pular de paraquedas, subir no morro mais alto. Parece que é proibido viver com tranquilidade, e pior, como se não fosse possível ser feliz vivendo sem grandes arroubos. Monica Martelli falou de quando começou uma peça que está há 8 anos, 4 meses depois, no auge do sucesso, perguntaram qual seria seu próximo projeto. Não sei se devo ver outros, já faz um tempo que vejo de vez em quando um bloco só. Quando vem os comerciais, excessivos, acabo zapeando e voltando, mas como demora, na terceira vez já esqueci de voltar e já estou vendo outro programa.
Assisti Não Se Pode Viver Sem Amor (2010) de Jorge Durán no Canal Brasil. Eu sempre quis ver esse filme, desde que estreou nos cinemas, gostei muito, é poético, triste e instigante. Entre realidade, fantasia e imaginação, os personagens aparecem e se encontram. A fotografia é linda, o elenco incrível, um filme inspirador. Não ficamos sabendo se é imaginação do garoto, se são delírios do roteiro, só sabemos que aquelas pessoas estão desesperançosas, solitárias, mas também não sabemos se a realidade é mais feliz quando vemos o final.
Não Se Pode Viver Sem Amor começa com a Simone Spoladore e um garoto. Eles interpretam mãe e filho e ele pede para conhecer o pai. Eles moram no interior e viajam para o Rio de Janeiro. Ela passa o filme procurando o pai do menino, ele sempre passou por onde eles vão mas não está mais lá. O menino é uma graça, interpretado pelo Victor Navega Motta. No Rio de Janeiro, Cauã Reymond está na miséria, não consegue trabalho, nem consegue convencer a moça que ama de viver com ele, ela é interpretada pela Fabiula Nascimento. Ângelo Antônio interpreta um professor que recebeu uma proposta para morar e trabalhar em outro país, mas sua namorada interpretada pela Maria Ribeiro não quer ir. Seu pai é um taxista intepretado pelo Rogério Fróes. Babu Santana interpreta um homem que vende milho verde em uma praça e ajuda um amigo ex-presidiário interpretado pelo Roney Villela.
Assisti Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro (2010) de José Padilha no Telecine Pipoca. Uma hora eu ia ver esse filme, não tinha pressa, nem tinha vontade de ver nos cinemas. É muito bom! Gostei porque atinge um público grande, que gosta de filmes ágeis e acaba tocando em questões importantes como o interesse político nos conflitos policiais em comunidades. Que bom que não estamos mais na ditadura porque esse filme nem poderia ser realizado que dirá exibido.
Dessa vez o Capitão Nascimento, interpretado brilhantemente pelo Wagner Moura, está por baixo. Ele trabalha em um presídio, começa uma rebelião, estão praticamente resolvendo quando, contrário as ordens dele, um policial do Bope ataca. O Capitão Nascimento acaba indo para a Secretaria de Segurança e é essa mudança que faz ele conhecer mais a fundo o sistema político, não só o policial. Ele também está com problemas pessoais que se misturam aos profissionais, ele se separou, sua mulher casou de novo com seu rival, o homem dos direitos humanos. Seu filho acaba abraçando as causas do padrasto e discordando do trabalho do pai. Tropa de Elite 2 é muito bem realizado e como sempre com ótimo elenco.
O rival é interpretado por outro ótimo ator, Irandhir Santos. Quem trabalha com o Capitão Nascimento na Secretaria de Segurança Pública é o ótimo ator Emílio Orciollo Neto. Há várias referências a casos reais no Brasíl. Tainá Müller, interpreta uma jornalista que mesmo com provas resolve investigar mais e correr mais riscos e morre, como aconteceu com Tim Lopes. André Mattos tem um jornal na TV muito similar ao Balanço Geral. O próprio homem de direitos humanos se refere a casos reais. Continuam no elenco os ótimos atores Milhem Cortaz, Maria Ribeiro, André Ramiro e Seu Jorge. Outros do elenco são: Sandro Rocha, Adriano Garib, André Van Held, Dudu Nobre e William Vita. O texto do Tropa de Elite 1no blog está aqui.
Assisti no cinema ao filme Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos de Paulo Halm. Tinha lido várias entrevistas sobre o filme com o Caio Blat e queria muito ver. Gosto muito também da Maria Ribeiro. Gostei demais do filme. É sobre esses jovens, não mais tão jovens, que não amadurecem. Nosso protagonista tem 30 anos, mora há uns cinco com a namorada, vive do dinheiro que a mãe deixou pra ele que o pai controla, enfim, vive de mesada. Se diz escritor, mas nunca saiu da página 50 do livro e parece que nunca vai sair. Finge ficar em frente a tela branca como se estivesse escrevendo, enganando a quem aos 30 anos? Não tenta nem conseguir algum trabalho remunerado enquanto não tem inspiração para escrever o livro. Apesar dele estar estagnado, ele não parece se incomodar em viver de mesada e só pensar em questões adolescentes de afetividade.
Nas relações afetivas também se comporta como um adolescente. Faz uma confusão afetiva com a namorada e uma moça que é amiga dela. Se ao menos ele escrevesse essa experiência, mas não, deixa a vida passar. A namorada já é batalhadora, trabalha, estuda. Gostei muito das tomadas de câmeras e de várias questões subliminares que são apresentadas como as citações a Rubem Fonseca, que todo escritor parece querer copiar seus textos, ainda mais os jovens sem inspiração.
Gostei muito da atriz argentina que completa o triângulo, Luz Cipriota. O pai do nosso protagonista é interpretado pelo incrível Daniel Dantas, o personagem é um homem frustrado, solitário, que vê no filho a possibilidade de ser escritor que ele não teve por falta de aptidão. Gostei muito também da trilha sonora de André Moraes e a canção tema interpretada por Caetano Veloso. A ótima fotografia é de Nonato Estrela.
Youtube:Trailer: Histórias de amor duram apenas 90 minutos
Assisti a novela Poder Paralelo de Lauro César Muniz na TV Record. Direção geral, Ignácio Coqueiro. Eu gosto muito desse autor e queria ver essa novela. Virei fã, mesmo sendo em um horário que raramente vejo novelas, depois das 22h. Também gosto do texto de dois colaboradores: Aimar Labaki e Mário Viana. A novela foi baseada no livro Vendetta de Sílvio Lancelotti que quero ler. Um homem tem sua mulher e duas filhas gêmeas mortas em uma explosão de carro em Palermo. Ele começa então a investigar. Uma trama complexa, bem trabalhada e com um elenco incrível.
Os prota-gonistas eram interpre-tados por atores que adoro: Gabriel Braga Nunes, Marcelo Serrado, Miriam Freeland, Paloma Duarte, Tuca Andrada, Gracindo Jr., Nicola Siri, Lu Grimaldi, Patrícia França, Eliana Guttman, Bete Coelho, Cecil Thiré, Adriana Garambone, Maria Ribeiro, Martha Mellinger, Fernanda Nobre, Sonia Guedes, Paulo Gorgulho, Miguel Thiré, Xando Graça, Luiz Guilherme, Ricardo Petraglia, Marly Bueno, Floriano Peixoto, Karen Junqueira, Marcelo Escorel, Manoelita Lustosa e André Bankoff. E ainda outros atores menos conhecidos que gosto muito: Maria Carolina Ribeiro, Adriana Londoño, Luma Costa, Nill Marcondes, João Vitor Silva, Bruno Padilha e Carlos Bonow. Gostei do trabalho de vários atores que não conhecia: Guilherme Boury, Roberto Birindelli, Júlia Sabugosa, Adriano di Carvalho, Leandro Léo, Augusto Zacchi e Lucio Fernandes.
Além da trama principal eu gostava de várias histórias como a da personagem da Adriana Garam-bone, reprimida pelo marido e vivendo pela família, ela renasce após descobrir o quanto o marido a traía. Gostava do triângulo amoroso do Tony Castelamare e gostei dele ficar com a Lígia. Outros casais que adorava eram o do Pedro e da Nina, do Dog e da Luísa, da Nícia e do Domi e do Paulo e da Mimi. Adorava a equipe policial e as cenas na delegacia. Adorava o Tucci, gostei muito do ator e o personagem era divertidíssimo. Gostei também do enredo do MCGigante. Poder Paralelo começou em um momento de auge das novelas da Record. Veio em uma época do sucesso de Os Mutantes e Chamas da Vida, o investimento inicial na novela era visível, mas infelizmente a TV Record começou a menosprezar um pouco depois as suas novelas. Chegou A Fazenda e começaram a brincar com os horários das novelas. Eu ligava pra ver Poder Paralelo e já tinha passado, ou eu ficava esperando e caía no sono. Mesmo com muita reclamação do público, nada fizeram. Tirar a novela de ser exibida aos sábados não me incomodou, raramente consigo ver novela nesse dia. Já que a TV Record não passa mais novelas aos sábados, poderiam aproveitar pra reprisar o último capítulo nessa data. Não acredito que o público já tenha se acostumado que o último capítulo das novelas da Record seja na terça-feira e reprisar seria bem simpático. A novela precisou ser esticada, durou um ano e meio, então no momento que ficava só violência, via bem menos, porque achava que a novela se arrastou um pouco nessa época.
As cenas de ação eram muito bem realizadas. Não gostava muito dos cenários e figurinos, os cabelos no início da trama também eram estranhos, melhoraram depois. A trama do Guri foi muito bem realizada. Bruno era possivelmente o Guri, mas o Paulo Garcia desejava poder, sair das sombras e ele foi definido como o assassino misterioso ajudado pela Neide e usava a imagem do Guri como identidade dos crimes. Gostei dessa solução. Mas li que fizeram outros finais para quando a novela for vendida ao exterior. Fiquei curiosa pra saber se a ideia original é essa que eu vi ou alguma que irá para o exterior. Eu gosto muito dos papéis femininos criados por Lauro César Muniz, Lígia era jornalista, Fernanda uma famosa atriz de novelas e de teatro, mostraram bastante na novela trechos da peça que ela atuava. Adorava as cenas da novela dentro da novela e as críticas a textos ruins de novelas. Luíza resolve sair do papel de menina mimada e assumir a direção do hotel do pai, uma personagem muito parecida com a realidade, já que ela se atrapalha bastante por conhecer muito pouco de administração. Gostava também da complexidade dos relacionamentos, amar duas mulheres intensamente e não saber com qual ficar, o amadurecimento afetivo da personagem da Maura, o interesse dela pela sua rival a ponto de parecer que se apaixonariam. Muito bom o texto no momento do tribunal, quando questionaram porque a Nina não tinha procurado a polícia para falar dos espancamentos do marido, ela diz que é porque nada acontece. Outros textos no momento do tribunal estavam excelentes. Na verdade todo o texto da novela Poder Paralelo era muito bom.
Gostei muito da trilha sonora, pena que não consegui comprar o CD. Adorava a música do Tony com a Lígia, L´Amore Che Viene com Andrea Sisti e Paula Morenlenbaum, mas a canção do Tony com a Fernanda, a bela Insensatez que escolheram com a interpretação da Fernanda Takai, também é linda. A trilha sonora trazia canções mais elaboradas e outras mais populares como Falando Sério interpretada por Maurício Manieri, Amar Assim de Maurício Gasperini e Estou Morrendo aos Poucos do KLB.
Youtube: Chamada PODER PARALELO
Youtube: Tony e Lígia se beijam pela primeira vez
Youtube:Andrea Sisti e Paula Morelenbaum - L´Amore Che Viene
Assisti Tropa de Elite (2007) de José Padilha no Telecine Pipoca. Eu tinha um pé atrás com esse filme pela comoção e exagero que gerou. Fico sempre preocupada com obras de arte que se tornam idealizadas. Tropa de Elite é excelente, inteligente e muito bem feito, mas quem acha que qualquer obra de arte dá respostas está equivocado. Tropa de Elite é narrado por um policial, o roteiro foi constituído com depoimentos de policiais, portanto mostra a visão de policiais e mais especificamente de uma corporação. Devemos ficar preocupados com aqueles que viram o filme e acharam que tudo bem o uso da violência, e que amaram o final e pensaram que é isso aí mesmo, olho por olho, dente por dente. "Bandido bom é bandido morto". Não é o filme que preocupa, mas a visão violenta de quem o assiste. As cenas de ação são impecáveis, a direção de fotografia de Lula Carvalho excelente e Tropa de Elite é um filme muito bem realizado.
Tropa de Elite é muito bom porque gera discussões, porque toca em várias questões politicamente incorretas e mexe em vespeiros. Mas não dá pra achar que Tropa de Elite é a solução para um sistema corrupto. Segundo o Capitão Nascimento, quem participa do Bope não é corrupto, mas nós vimos que qualquer um que queira participar do Bope vai ter que corromper todos os seus valores. A visão da classe média também é simplista, é o olhar que muitos policiais têm daqueles que tem uma vida mais confortável, já que no Brasil a maioria que trabalha na polícia não veio de lares mais abastados, uma grande maioria é de famílias de baixa renda.
Apesar de Tropa de Elite esteriotipar a classe média, as Ongs, toca em questões delicadas e importantes sobre a alienação e a falta de visão do todo de muitos cidadãos e pessoas que se engajam em questões sociais. Isso me lembra as matérias que vi sobre o "passeio" turístico em favelas e o quanto esse programa tem crescido e atrai estrangeiros.
Wagner Moura arrasa como o Capitão Nascimento. O elenco é maravilhoso! Gosto demais do Milhem Cortaz, estavam ótimos os dois aspirantes a policiais: Caio Junqueira e André Ramiro. Gosto muito da Fernanda Machado e da Maria Ribeiro. Outros que se destacaram foram: Fernanda de Freitas, Paulo Vilela, Marcelo Valle e Marcelo Escorel.
Tropa de Elite ganhou Urso de Ouro no Festival de Berlim.
Assisti Tolerância (2000) de Carlos Gerbase no Cinemax. Sempre quis ver esse filme porque li que o roteiro rodeava sobre o tema do relacionamento aberto. O casal interpretado pela Maitê Proença e Roberto Bomtempo vive uma relação aberta. Outro acordo é que eles contem tudo o que acontece com eles, interesses por outra pessoa, relacionamento com outro. Mas o filme utiliza esse argumento para fazer um filme de suspense, um mal filme de suspense.
Também a personagem da Maitê Proença é uma advogada sem escrúpulos. Ela tem um cliente que tem problemas de invasão de terras em guerra com o seu irmão. Fica tão deslocado e mal desenvolvida essa parte da história que chega a ser patética. Além desses protagonistas estão a ótima e bela Maria Ribeiro e Ana Maria Mainieri. Tentei colocar a música da banda do diretor do filme, mas era muito ruim. Não curto muito na área cultural profisisonais que fazem um pouco de tudo. Acredito que é melhor se concentrar em algumas áreas.