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domingo, 6 de julho de 2025

Pedro Páramo

Assisti Pedro Páramo (2024) de Rodrigo Prieto na Netflix. Nunca tinha ouvido falar e é baseado no livro de Juan Rulfo. Não é de terror, mas tem fantasminha que não acaba mais, é só ver o pôster. É de realismo fantástico que amo e quero muito ler o livro.
 

Um filho, Tenoch Huerta, vai a uma cidade fantasma saber de seu pai. É em uma cidade fantasma e ele encontra poucas pessoas pra conhecer a história do pai que teve inúmeros filhos, com inúmeras mulheres.

O pai, Manuel Garcia-Rulfo, enriqueceu e manda na cidade. Faz inúmeros absurdos, manda matar, não costuma sujar suas próprias mãos. O que faz com as jovens mulheres é absurdo. Um monstro.

São lindas demais as mulheres que o cercam. Ele vive rodeados de mulheres já que ele governa em casa, os seus homens que vão fazer o que tem que ser feito. Então tem a esposa, filhos e funcionárias. São poucos filhos que ele registrou, a maioria é bastarda. A primeira esposa é interpretada por Ishbel Batista.
O padre. Roberto Sosa, é uma das pessoas mais abjetas. Como Pedro, vive rodeado de mulheres e fazendo um inferno na vida delas. Sim, todas vão ao inferno segundo seus preconceitos, mas acho que ele é o primeiro a chegar lá, tão monstruoso que é. Cheio de moral é o que menos a pratica. Pedro pode ter todos os pecados, ouve barbaridades no confessionário sobre o líder da cidade, mas o padre sempre crucifica as mulheres. Ambicioso e ávido por dinheiro, faz o que pode para conseguir mais cobres, principalmente encobrindo as vilanias de Pedro Páramo.

O grande amor de Pedro na adolescência, Sarah Rovira, foi Susanna. A vida os separa e ele consegue aproximá-la no futuro, mas ela já está abalada mentalmente, entre delírios e muito sofrimento. Pedro paga em vida todo o mal que fez só vendo o sofrimento dessa pobre alma. Ilse Salas está maravilhosa.
Que filme belíssimo! Fotografia, edição, história, elenco. Maravilhoso!

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 22 de abril de 2025

Madame Web

Assisti Madame Web (2024) de S.J. Clarkson no Max. Esse filme chegou a ser cotado para Framboesa de Ouro como pior filme do ano, mas como achei que era de tarô e de fantasminha, resolvi ver. Logo que começou veio a arte da Marvel e entendi que era de super heróis, resolvi dar uma olhada mesmo não gostando muito do gênero. É um bom filme.

Começa com uma expedição na floresta meio Indiana Jones. Uma mulher grávida está com uma equipe pesquisando aranhas. Quando encontra a aranha perigosa do filme, é atacada por seu parceiro. Uns homens estranhos a levam para um lago onde ela tem o bebê e ela morre. Uma voz diz que a jovem no futuro saberá da importância que tem.

O filme vai para o futuro, Dakota Johnson é essa filha, ela não sabe os poderes que tem. Ela começa a ter deja vú, acha que não serve pra nada, que não há como mudar o futuro, até que percebe que pode ser que consiga interferir. Em um metrô ela percebe que três jovens correm risco de vida e começa a protegê-las. O quarteto é muito carismático, gostei muito do grupo Sydney Sweeney, Isabela Merced e Celeste O´Connor. Só são péssimas as cenas do vilão de Tahar Rahim. A trilha sonora é vintage.
Ela deixa as quatro escondidas com um amigo e viaja para a mata atlântica no Peru, para investigar suas origens. Dramaturgicamente funciona. Lá ela consegue pelo deja vú saber de sua história desde que estava na barriga de sua mãe graças ao seu poder, e que poder né? Ela volta na hora certa claro, quando as jovens estão em perigo e tem as clássicas corridas de carro e perigos das cenas finais, nada diferente dos filmes de super heróis. Não entendi porque tanta crítica negativa.
Beijos,
Pedrita

domingo, 2 de março de 2025

Triângulo da Tristeza

Assisti Triângulo da Tristeza (2022) de Ruben Östlund no Max. Achei que esse filme era sobre cruzeiros, tem uma viagem em um grande iate, mas é sobre luta social. Ácido, com um humor desconcertante, o filme causa muito desconforto. O incômodo e as reflexões beiram a genialidade. O filme ganhou Palma de Ouro e é o mesmo diretor de outro filme desconcertante, The Square.

Começa com um casal muito, mas muito chato. Eles são modelos e ela ainda é influencer. Ela leva ele em um restaurante caríssimo e se faz de distraída quando a conta chega. São 20 minutos chatos dos dois discutindo sobre pagar a conta, quem ganha mais. Infantis para todo o sempre. Os dois são lindos Charlbi Dean e Harris Dickinson. Foi o último filme dessa atriz que morreu logo depois aos 32 anos. Ela não chegou a ver o lançamento do filme.

O filme segue para o cruzeiro. É um iate, grande, pra milionários. O casal conta que foi convidado, que é permuta porque ela é influencer. Em geral, lugares convidam gente jovem e bonita para colorir. Boa parte dos milionários são mais velhos, então é bom ter jovens no local. Os ricos são insuportáveis, os textos são desconfortáveis. O comandante (Woody Harrelson) não sai do quarto. Uma hóspede quer que todos os trabalhadores usem a piscina e caiam no tobogã. É uma fila de funcionários caindo no tobogã. É tudo muito irônico. Alguns outros do elenco são Vicki Berlin, Zlatko Burik, Jean-Christophe Folly, Sunnyi Mellis, Carolina Gynning e Iris Berben.
O iate é atacado e eles vão parar em uma ilha. É quando as relações se invertem. A funcionária invisível (Dolly de Leon) é a única que sabe pescar, fazer fogueira, então ela se determina comandante. O filme é muito inteligente. Mas não é um filme fácil de assistir. O final fica em aberto. Muito inteligente o final!

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Emilia Pérez

Assisti no cinema Emilia Pérez (2024) de Jacques Audiard. Eu quis aproveitar a Semana no Cinema que acaba dia 12 de fevereiro com ingressos a R$ 10,00. Queria no cinema aqui perto e esse que era no horário que gosto, logo depois do almoço. Como não falam bem do filme, estava com pé atrás, mas que grata surpresa. Gostei demais!

Antes de ver eu tentei fugir dos spoilers e das polêmicas, independente disso tudo, o filme é muito bom. O filme é Zoe Saldaña, como eu amo essa atriz. Ela é a protagonista, apesar da personagem de Karla Sofía Gascón levar o nome do filme e ser indicada a Melhor Atriz. É Zoe que protagoniza, que aparece o tempo todo. Karla é linda e talentosa, a personagem é interessante, mas eu fiquei fascinada pela personagem de Zoe, a Rita. Ela é uma grande profissional, advogada, subordinada ao chefe que leva os créditos. Rita é contratada para ajudar um líder de um cartel mexicano a fazer cirurgia de redesignação. Ele quer ser Emilia, mas ninguém pode saber. 
Ele terá que morrer para Emilia surgir. É Rita que cuida de todo esse processo, escolher cirurgião, todos os segmentos para ele poder ser ela. A documentação falsa. 
Pra piorar ele tem mulher e filhos que não vão poder saber, ninguém pode. Eles vão ter que ser afastados, vão para a Suíça, e devem acreditar que ele morreu. A esposa é Selena Gomez.

O filme é transgressor, não só por incomodar o sistema, mas porque incomoda também em vários segmentos como o fato de ser francês e não mexicano. Será que um filme para falar do crime no México só pode ser mexicano? Emilia Perez descobre o amor em uma mulher, já que o amor é complexo, o que se sente é diverso. O filme é um ótimo musical, muito diferente dos tradicionais, a trilha tem no Spotify e é ótima. Zoe Saldaña canta demais, mas longe de ser no lugar tradicional de subir voz e som para emocionar. Duas faixas usam um pouco esse recurso, mas na maioria a música desconcerta, tem uma mistura de ritmos, estilos, com texto afiado. A canção El Mal ganhou Melhor Música no Critics Choice Awards 2025. É quando Zoe Saldaña canta e dança uma incômoda canção que fala da ligação do crime com os políticos e com os ricos. O filme me lembrou muito o Brasil, com a criminalidade unindo todas as esferas, inclusive política, porque há muito dinheiro. Outra semelhança de espelhamento ruim, é que as duas resolvem montar uma sociedade para ajudar a localizar corpos de pessoas desaparecidas, exatamente como em Ainda Estou Aqui. No filme é o crime que desova os corpos, no Brasil foi a ditadura e atualmente é o crime e a polícia. Emilia fala que não é para investigar, nem julgar, mas para dar alento aos familiares com seus desaparecidos. A sociedade passa a encontrar lugares com inúmeros corpos e encerrar os processos doloridos com os familiares. 
Emilia Perez veio para ficar, é um filme para se pensar e questionar por muito tempo porque mexe nas estruturas da sociedade, da corrupção de toda uma sociedade que gosta de dinheiro, luxo e flerta com a criminalidade. Merece prêmio de Melhor Fotografia? Não! Mas é um filme importante, desconcertante e transgressor por incomodar inúmeros segmentos. O filme Emilia Perez veio para incomodar e esse é o seu grande valor.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

La Cocina

Assisti La Cocina (2024) de Alonso Ruizpalacios no Max. O streaming anunciou que esse filme ia estrear em breve. Não era com esse cartaz, mas com o abaixo e fiquei aguardando ansiosamente. Que filme desconcertante! Exatamente nesse época, de uma atualidade sufocante!

Começa com uma jovem atravessando Nova York até um restaurante. O estilo de filmagem é incrível. Ela passa por barco, trem, com um pequeno papel rasgado de um caderno, vai perguntando sobre o endereço. Quando chega são corredores e corredores, um verdadeiro labirinto, até a sala da entrevista. Ela conhece o protagonista, Pedro, interpretado maravilhosamente por Raúl Briones. Ele é um complexo cozinheiro. Visceral, violento, é também sensível. Ele é apaixonado por uma garçonete de Rooney Mara. Ela está grávida e decidiu abortar. Ele não quer porque quer a criança. O filme todo dói na alma. Vidas sem perspectivas, exploradas, exaustas. Os textos são inacreditáveis!

Fui procurar sobre as locações, é no enorme restaurante The Grill em Nova York. Tudo é gigantesco, a cozinha, o salão, os corredores. É funcionário que não acaba mais. 

A maioria no filme é de imigrantes. Se fosse hoje o restaurante deixaria de existir com as deportações. É uma infinidade de idiomas e nacionalidades. Pessoas exploradas, maltratadas, humilhadas, enganadas, para aumentar o desempenho. Promessas mentirosas, são tantos desrespeitos que é revoltante. Que filme! Tinha tempo que não via um filme tão contundente sobre imigração. Cada um faz o seu trabalho extenuante, fala pouco, mas esse pouco é sempre muito, sempre doloroso. O filme já levou vários prêmios.
Beijos,
Pedrita

domingo, 3 de novembro de 2024

Antlers

Assisti Antlers (2021) de Scott Cooper no Star+ na Disney. Não sou muito fã de filmes de monstros, mas o filme andava figurando listas e é produzido por Guillermo del Toro, então resolvi ver. Toro gosta de usar o terror para falar de infância e com esse filme não é diferente. O filme é mais ou menos, mas a parte da infância é tocante. Nenhuma criança deveria passar por tanta provação e solidão. O título Chifres é perfeito, o Brasil resolveu colocar spoiler como sempre.

É de cortar o coração a história do protagonista defendido brilhantemente Jeremy T. Thomas. Ele costuma atuar em filmes de terror desde menorzinho. Começa ele aguardando o pai que entrou em uma mina. O tempo passa e ele está na escola, sujo, pálido e desenhando coisas horríveis. A professora percebe que algo está errado, como ela já sofreu abuso na infância, acha que algo parecido acontece com o garoto. Ela é a ótima Keri Russell. Quem não quer alguém pra nos salvar como ela? Me emocionei com os dois inúmeras vezes. Ela voltou a viver com o irmão, Jesse Plemons, um policial, depois que o pai faleceu.
Acabamos descobrindo que o pai e o irmão do garoto estão fechados em um quarto. E o garoto sozinho caça alimentos pro pai e legumes para o irmão. E ele esconde porque sabe que será separado deles e enviado a um orfanato, então ele vive com o mínimo que consegue pra comer, na maior miséria e imundície.

O final faz insinuações, fui ler comentários, mas acho que a maioria não percebeu que não era só o policial que estava com o monstro dentro, o garoto também tinha marrom na boca que a professora tira. Ela no futuro terá que decidir ficar sozinha novamente, se tiver tempo. O filme fala demais sobre solidão, é de cortar o coração.


Beijos,
Pedrita

sábado, 15 de junho de 2024

O Beco do Pesadelo

Assisti O Beco do Pesadelo (2021) de Guillermo del Toro no Star+. Só depois que estava assistindo que vi que é desse diretor, entre os meus preferidos. Foi aí que entendi o lado absurdamente sombrio do filme que é baseado no roteiro homônimo de William Lindsay Gresham de 1946. Tem um filme de 1947 com esse roteiro.

Um homem aparece à noite em uma cidade, segue um anão (Mark Povinelli) que vai ao circo, lá começa a pedir pequenos serviços. Ele é o ótimo Bradley Cooper.


 

Willem Dafoe é o dono do circo que se aproveita do gosto mórbido das pessoas por aberrações. Boa parte dos números são horrendos, maltratam pessoas.

O homem misterioso que chega se aproxima de um casal que faz truques de vidência. Se envolve com a mulher e começa a aprender com o marido o ofício. O elenco é todo incrível, ela é Toni Collette e o marido, David Strathairn.
Ele convida a linda e pura jovem de Rooney Mara para ir embora com ele fazer shows de vidência em teatros, hotéis. Os dois melhoram consideravelmente de vida. Entra a segunda parte do filme.

Eles estão melhor de vida. Ele está entediado, e em um dos shows conhece um homem muito rico e uma psicanalista por Cate Blanchett. Com a ajuda dela, eles passam a dar golpes de vidência em pessoas milionárias. É um filme muito desesperançoso e triste.
A direção de arte é belíssima, lindíssima fotografia. É um belo filme.
A trilha sonora é inacreditável! Várias canções foram pras minhas playlists no Spotify.
Beijos,
Pedrita