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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Irmãos

Assisti ao filme francês Irmãos (2003) de Patrice Chéreau no Telecine Cult. Vocês sabem o quanto amo esse diretor, então queria muito ver esse filme. É muito difícil de assistir, gostei muito, mas daqueles filmes que são fisicamente rejeitamos, que temos que nos esforçar para ver, porque nos incomoda o que é apresentado. São dois irmãos e só vamos compreender a relação conflituosa com o tempo. Um deles, o mais egoísta, descobre que tem uma doença que desconhecem e é muito destruidora. O corpo dele perde sistematicamente as plaquetas. O diretor parece preferir uma doença que não existe, porque não é sobre a doença que ele quer trabalhar no filme e sim, as relações humanas.

Como muitas famílias européias, não há diálogo, não há intimidade. Todos são cheios de silêncios e dificuldade de se relacionar. Há inclusive um claro problema na relação dos irmãos, algo do passado que os distanciou mais ainda. É assustador a forma como os pais reagem ao problema do filho. Nós os vemos duas vezes visitando o rapaz, e uma delas inclusive piorando mais a situação em uma discussão cheia de acusações e mágoas. É muito difícil ver aqueles momentos constragedores em hospitais com familiares praticamente estranhos entre si.

Os dois que interpretam os irmãos arrasam: Bruno Todeschini e Eric Caravaca. Há uma linda canção Safe to sleep alone que toca no final interpretada por Marianne Faithfull.

Youtube: Safe to sleep alone - Marianne Faithfull
Lyric : Marianne Faithfull - Sleep (Album : A secret life)[réminiscence de "Son frère" de Patrick Chéreau, film à voir, d'après le livre Philippe Besson, à lire...]


Beijos, Pedrita

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Gabrielle

Assisti Gabrielle (2005) de Patrice Chéreau no Telecine Cult. Uma co-produção entre França, Alemanha e Itália. Eu adoro esse diretor e a atriz principal Isabelle Huppert, não queria perder esse filme por nada e é absolutamente maravilhoso. Coincidentemente o tema é muito parecido com o do livro abaixo. É uma adaptação do livro do Joseph Conrad, O Retorno, que já anotei para ler. A estrutura de narrativa do Patrice Chéreau é maravilhosa. Tentei entender quais eram os motivos que fazem o filme estar em pxb ou colorido, mas não havia uma lógica óbvia. Começa com o marido indo para casa e nos relatando em pensamento a sua vida maravilhosa e sua ótima relação com sua esposa. Eles estão bem de vida, recebem amigos em eventos sociais, ele tem uma verdadeira adoração pela esposa.

Ele chega em casa e encontra um bilhete. É angustiante o quanto sofremos com ele sem saber o que ele leu, incrível essa forma de narrativa do diretor. Até que muito rapidamente aparece em uma tela negra o texto da carta. A mulher havia abandonado-o para viver com outro homem. Só que ela retorna. Então os dois passam a se agredir verbalmente e temos preciosidades maravilhosas. Um texto sublime interpretado magnificamente pelo casal. Ele é o excelente Pascal Greggory.
Nesse texto ela debate sobre a segurança de um não-amor. De uma relação já determinada até o fim dos dias do casal. Uma relação fria, mas mais segura que o amor. O amor é imprevisível, é visceral. O casamento estável, sem sobressaltos e sem amor traz segurança. Também ela tem uma vida burguesa muito estável. Me surpreendi com a quantidade de empregados que os despem e os vestem. Eles não fazem nada praticamente sozinhos. Há quatro empregadas vestindo-a, ela não abre um único botão.

Gabrielle ganhou César de melhor figurino e melhor produção de design.

Gabrielle é de uma beleza estética maravilhosa, um texto primoroso, atuações majestosas. Obra de arte!
Música do post: Fauré






Beijos, Pedrita