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segunda-feira, 28 de novembro de 2022

O Caminho da Fênix

Acompanhei as atividades do projeto O Caminho da Fênix da Cia Teatral Casa de Marias. Li o livro Enquanto não cicatriza - História de mulheres que sobreviveram de Celia R. Ramos Méris, Maria Vitória Siviero e Silvani Maria da Silva. O projeto realizou uma pesquisa em abrigos sigilosos de proteção a mulheres que sofreram violência. Pelas dinâmicas, o grupo definiu as linguagens que iriam relatar o que viram. O livro traz crônicas inspiradas nas vivências que tiveram com essas mulheres. São histórias de muita dor, de muito abandono. As violências estão, na maioria das vezes, em todos os momentos. O relacionamento abusivo que levou a mulher em fuga ao abrigo é só um dos inúmeros relatos de abandono, violência, muitas vezes desde a infância. E mulheres que se tornaram mães e tiveram seus filhos também espectadores daquelas vidas difíceis, com muita violência e pouco afeto.  
No lançamento do livro no Centro Cultural São Paulo teve um bate papo com Ester Francisco da Silva, assistente social, Mestre em Economia Política Mundial, especialista no Combate à Violência Doméstica e ativista de movimento de Mulheres Negras e Ricardo Estevam é psicólogo, especialista em políticas públicas para mulheres em situação de violência, mestrando pela faculdade de saúde da USP em violência contra mulheres. Estava lotado, foram tantas perguntas que nem todos puderam se manifestar pelo adiantado da hora. Ester falou que a questão toda é complexa e vem desde a infância, de como criamos os filhos. As meninas e meninos são criados de modo diferente, depois essas pessoas tem que se entender e se encontrar no futuro. Ricardo falou da dificuldade de falar do tema. Que a mulher morta ganha um tempo pequeno na televisão, mas depois outra toma o lugar e a notícia. Que nas poucas reuniões de família evitam falar de temas difíceis. Que sem o diálogo não temos como ajudar, acolher e resolver as questões, quando ainda há tempo. Ricardo lembrou da armadilha do papel do homem como provedor, que não pode expressar seus sentimentos, que tem que ser forte. Ester falou da quantidade de mulheres assassinadas em uma única semana, que a pandemia piorou a questão. Os dois lembraram como muitas religiões são machistas e falam da submissão da mulher. Ester comentou que em algumas cidades da grande ABC tem o projeto E Agora José? que ajuda homens a compreender o processo de violência.
A última ação do projeto foi o lançamento do documentário O Caminho da Fênix onde especialistas falaram da situação das mulheres, dos abrigos. Mulheres protegidas foram entrevistadas e contaram um pouco de suas histórias. Imagens ficcionais com atores mostravam a solidão das mulheres, os momentos difíceis até a decisão de partir. Lindos momentos na praia, onde elas livres poderiam se reconstruir. Foi um momento de esperança.

As entrevistadas falaram da solidão dessas mulheres nesse processo.





Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Nosferatu

Assisti a peça Nosferatu do Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços no Centro Cultural São Paulo. Eu queria muito ver esse espetáculo. Vocês sabem como adoro filmes de vampiros. A Academia de Palhaços homenageou dois clássicos, o filme do Murnau e o do Herzog no espetáculo na Kombi-Palco. Impecáveis! A direção é de Fernando Neves. Tudo é preto e branco como o filme, maquiagens, roupas. É a clássica história do jovem e sua bela esposa. Ele recebe uma proposta excelente de trabalho para vender uma casa ao Conde de Orlok. Há um projetor que auxilia na narrativa. Genial o cavalo, a floresta enquanto o jovem corre. Incrível porque sabíamos que era o conde o Nosferatu, já conhecemos a história, mas a Academia de Palhaços fez tão bem a aparição do grande conde, que a plateia fez Oh!!! Até eu me assustei. Muito bem realizado. Não há diálogos, só música e a narração é do Eduardo Reyes. No elenco Bruno Garcia, Laíza Dantas, Maurício Schineider, Paula Hemsi e Rodrigo Pocidônio. O Espaço de Convivência do Centro Cultural São Paulo estava lotado. Nosferatu foi de graça. Comentei de outros espetáculo da Academia de Palhaços aqui. Eu demorei muito para ver o Nosferatu do Murnau e comentei nesse blog aqui.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Lágrimas de Mãe

Assisti a peça Lágrimas de Mãe do Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços no Centro Cultural São Paulo. O texto é de José Soares e a direção de Fernando Neves. O palco é uma kombi. É um drama sobre uma mãe que sofre com as desavenças dos seus dois filhos, um bom e um mal. O espetáculo é lindo. O texto é bem tradicional onde o bem é recompensado e o mal castigado. É bom ter contato com uma obra nesses moldes, fica nostálgico. O irmão bom e a mãe vivem as custas dos trambiques do irmão mal. Cansado de não conseguir trabalho, o irmão bom atravessa fronteira em busca de emprego. A mãe fica a mercê das maldades do outro filho. Adoro as trocas de painéis em tecidos para transformar os cenários de Breno Tavares e Os Demolidor e as Pantera. A iluminação é de Guilherme Bonfanti e Paula Hemsi. Lindos os painéis e remetem muito bem ao teatro mambembe, aspecto muito agradável dessa trupe. No elenco estão Bruno Garcia, Laíza Dantas, Maurício Schineider, Paula Hemsi e Rodrigo Pocidônio. Os atores também cantam e são muito lindas as músicas. A locução é de Eduardo Reyes. Gosto demais do trabalho da Academia de Palhaços, já tinha assistido a outro espetáculo e comentado aqui.
Beijos,
Pedrita

sábado, 2 de julho de 2016

2 Pianos: Eudóxia de Barros e Gilberto Tinetti

Fui ao concerto 2 Pianos: Eudóxia de Barros e Gilberto Tinetti no Centro Cultural São Paulo. Belíssima apresentação, eu e muitos brasileiros amamos esses pianistas e que repertório lindo. Estava lotado. Primeiro eles tocaram um linda obra de Mozart, seguiram para Ravel. Que linda a Sonata de Poulenc. Finalizaram com uma belíssima valsa de Mignone, O público gostou tanto que tocaram no bis novamente. E uma de Nazareth. Inesquecível!

Programa:

Wolfgang Amadeus Mozart – Sonata em Ré maior K 448
Ravel – Ma mère l'oye (5 peças infantis)
Francis Poulenc – Sonata
Francisco Mignone - 2ª Valsa de Esquina

Ernesto Nazareth – Escorregando

Esse vídeo não é desse concerto. Esse do vídeo tinha orquestra, mas são com os dois pianistas.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 15 de abril de 2016

O Inimigo

Assisti a peça infantil O Inimigo no Centro Cultural São Paulo. O texto é inspirado na obra do suíço Davide Cali e a direção de Val Pires. Amei, que peça incrível. São dois atores em cena, Lendro Ivo e Thiago Ubaldo.

Os dois estão na guerra, acabam na mesma trincheira, cada um em seu canto. Incrível o espetáculo que mostra que O Inimigo é igual a todos nós. Faz as necessidades, tem fome, sono, precisa cantar o hino, colocar a bandeira.
Crédito da foto Val Pires.

Hilário o Manual do Inimigo. É igual para os dois, tudo é igual. Os dois tem um bichinho de pelúcia para dormir. A mensagem da peça é linda e é muito, mas muito engraçada. As crianças devem pegar algumas coisas, mas eu acho que os adultos se divertem mais pegando cada detalhe, ou tentando, acho que eu precisaria ver uma três vezes para pegar cada nuance, demais. Amei. O Inimigo fica em cartaz até 22 de maio.
Crédito da foto: Fernanda Oliveira
Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Ciclo de Debates: Ausência e Busca da Felicidade

Fui ao Ciclo de Debates: Ausência e Busca da Felicidade da República Ativa de Teatro no Centro Cultural São Paulo. Esse grupo é o que está com a peça Splash ou a História da Gota que quer ser Rio e comentei aqui e promoveram no espaço também esses debates. A psicóloga Mariuza Pregnolato falou sobre o tema intermediada pelo Rodrigo Palmieri. Ela falou da subjetividade que é a felicidade, que o que pode ser felicidade para um, pode não ser para o outro, mas que mesmo para nós é mutável. Aos 18 o que nos fazia feliz pode não fazer feliz depois. Mesmo uma viagem que fazemos que queremos repetir pode não ter a mesma alegria da outra vez porque mudamos.

Como a República Ativa de Teatro tem projetos com crianças, os palestrantes falaram sobre o tema. Mariuza comentou que é mais simples a felicidade das crianças. Se a criança tem o desejo saciado, ela fica feliz. Conforme ficamos adultos, nos tornamos mais elaborados. Mariuza disse o quanto é importante essa curiosidade do ser humano, de sempre querer mais, questionar mais, que isso impulsiona as pessoas para a evolução. Mas Rodrigo lembrou dos riscos do capitalismo em colocar no ter as angústias. Mariuza falou como muitas vezes a falta é importante para percebermos que éramos felizes. Mariuza sugeriu que quando alcançássemos a felicidade de um objetivo, ficássemos um pouco naquele lugar, desfrutássemos essa conquista, antes de seguirmos para novos desafios. O debate foi gratuito. No sábado que vem o grupo debaterão sobre o teatro infantil com outros profissionais da área.
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Memórias de Adriano

Assisti a peça Memórias de Adriano no Centro Cultural São Paulo. Queria demais ver essa peça que é baseada no livro de Marguerite Yourcenar, entre meus autores preferidos. Li há anos essa obra, lembrava muito pouco. Logo no início lembrei o quanto o texto dessa autora é maravilhosa, como ela é incrível. E que interpretação de Luciano Chirolli. A direção é de Inez Vianna.

Memórias de Adriano é uma obra ficcional inspirada no Imperador Romano Adriano que resolve escrever uma carta a Marco Aurélio que será seu sucessor. Adriano está nos seus últimos dias. A peça pincelou alguns aspectos já que a obra é muito extensa. Fala do quanto Adriano investiu em conhecimento, fundou bibliotecas. A atualidade do texto é surpreendente. Mais um monólogo. Vários outros devem surgir já que estamos em tempos de crise. Incrível espetáculo que fica em cartaz até 28 de fevereiro. Os ingressos são bem razoáveis, somente R$ 20,00.
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Splash ou a História da Gota que Sonhava Ser Rio

Assisti a peça infantil Splash ou a História da Gota que Sonhava Ser Rio da República Ativa de Teatro no Centro Cultural São Paulo. Adorei! A direção é de Rodrigo Palmieri e o texto de Vivi Gonçalves. Começa com um pano de boca com uma gota, logo sons estranhos e a tela em pane. Acordam no palco os personagens, o palco é o interior do videogame.

Só assistindo para entender mesmo, cada personagem é uma parte do videogame, mas como o jogo entrou em pane, eles mesmo não sabem quem são e o que aconteceu. Quando eles resolvem retomar as funções e tentar consertar o jogo começa uma nova etapa da peça. Sim, Splash é como o videogame, em etapas, fantástico! A República Ativa de Teatro é muito criativa e trabalha com várias linguagens. Nessa etapa começa o jogo nesse pano e a gotinha aparece, foi muita emoção. Cada peça do jogo se dispõe a jogar no gigante joystick para consertar o jogo. Muito engraçado. O que só ouve é muito hilário, eu e as crianças rimos muito pq a gotinha não sai do lugar. O filme é muito bem feito e a sincronia também, parece realmente que eles jogam e a gotinha anda porque eles acionam, gostei muito. Quando erram, game over e vem outra peça. Adorei!

No elenco estão: Fernanda Oliveira, Leandro Ivo, Thelma Luz, Thiago Ubaldo e Vivi Gonçalves. Direção de Vídeo, Jogos e Animações são de Pri ArgoudSplash ou a História da Gota que Sonhava Ser Rio fica em cartaz até 28 de fevereiro, os ingressos custam só R$ 10,00. Dia 7, no carnaval vão custar menos ainda, somente R$ 3,00.

Fotos de Rodrigo Palmieri.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Consciência de Ser Eunice Katunda

Fui ao recital Consciência de Ser Eunice Katunda no Centro Cultural São Paulo. Se apresentaram a soprano Adélia Issa e a pianista Rosana Civile em um evento do Núcleo Hespérides - Música das Américas. No final teve uma palestra com o pesquisador Carlos Kater que escreveu o livro Eunice Katunda, musicista brasileira. Kater contou que Eunice Katunda (1915-1990) nasceu Eunice de Monte Lima. Pelo casamento passou a assinar Eunice Catunda e após a separação adotou o K no lugar do C. A história de sua mãe também é curiosa, primeira funcionária pública passou a pintar após ter 70 anos. A música de Eunice Katunda tem vários momentos. Quando estuda com Koellreuter e adere as suas teorias viaja em um grupo para a Europa e tem uma carreira muito representativa por lá. Eunice Katunda era uma grande pianista. Ela volta ao Brasil, rompe com a estética do compositor e resolve estudar as influências da música tradicional brasileira ligando-se ao nacionalismo. Na Bahia conhece o antropólogo Pierre Verger e tem contato com as religiões africanas. A última música do recital é dessa influência.


Muito lindas as obras e incríveis interpretações. Foi lindo o recital que era gratuito.

Quatro Incelenças (Quatro Cantigas de Velório)
- Incelença dos Cravos e Rosas
- Incelença do Anjo Serafim
- Incelença do Anjo do Céu
- Incelença das Ave-Marias

Consciência de Ser (Eunice Katunda)

Quatro Epígrafes para piano solo
I Calmo
II Agitato Rubato
III Grave-Calmo
IV Agitato Molto

Líricas Brasileiras (Mário de Andrade)
- Moda do Corajoso
- Moda da Solidão-Solitude

Três Momentos em New York para piano solo
I Evocação de Jazz
II Branca Neve Invernal
III Modinha Singela (Velha Modinha)

Seresta do Maior Amor (Vinícius de Moraes)

Estro Africano nº 1 - Duas Cantigas das Águas
- Em Louvor de Oxum
- Em Louvor de Yemanjá


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Nacionalismos e Vanguardas: Variações em torno de 1964

Assisti ao espetáculo Nacionalismos e Vanguardas: Variações em torno de 1964 com o Núcleo Hespérides - Música das Américas no Centro Cultural São Paulo. Esse espetáculo integrou a programação sobre os 50 anos do Golpe Militar e teve a estreia mundial da obra do compositor brasileiro Paulo C. Chagas,  A Geladeira. Impressionante essa obra. Paulo C. Chagas vive atualmente nos Estados Unidos e esteve no Brasil especialmente para esse estreia. Ele também interpreta já que é uma música com fotos em filmagem e intervenções eletrônicas. A Geladeira é fruto da horrível experiência de Paulo C. Chagas, quando tinha 17 anos e foi torturado na ditadura. Detalhes do que ocorreu ele contou em uma entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo. É angustiante o relato. Como muitos torturados, ele travou e se silenciou. Recentemente quebrou o silêncio após o pedido para que fizesse essa obra impactante.
Paulo C. Chagas é o da esquerda da foto.
Sob regência de Ricardo Bologna, interpretaram A Geladeira: a pianista Rosana Civile, os cantores Maria Lúcia Waldow e Ademir Costa. A violinista Eliane Tokeshi. A violoncelista Ji Yom Shim, o viola Ricardo Kubala e o percussionista Joaquim Abreu.
Cenas de A Geladeira
Introdução: a escuridão da inconsciência
A eletricidade: máquina de meter medo
Os ruídos: imersão nas vibrações caóticas
O frio: sopro da morte
A culpa: testemunhando a tortura de um ser amado
A dor: sentimento de finitude
As formas de tortura: a tortura invisível

A paz: música que vive não-cantada

Na primeira parte estavam obras dos compositores brasileiros envolvidos nos Manifestos Musicais de 1944 a 1966. Participaram dessa primeira parte Adélia Issa (soprano), Maria Lúcia Waldow (meio-soprano), Ademir Costa (barítono), Eliane Tokeshi (violino), Ji Yom Shim (violoncelo), Ricardo Kubala (viola), Rosana Civile (piano).

Programa da primeira parte:
Camargo Guarnieri (1907-1993)
Ponteio e dança, para violoncelo e piano (1946)


Hans-Joachim Koellreutter (1915-2005)

Cantos de Kulka, para soprano e piano (1964)


César Guerra-Peixe (1914-1993)

Ê-Boi!,  para canto e piano (1958)

Duo, para violino e viola (1946)


Eunice Katunda (1915-1990)

Duas cantigas das águas, para canto e piano (1957)

    Em louvor de Oxum

    Em louvor de Yemanjá


Edino Krieger (1928)

Canção do violeiro, para canto e piano (1956)


Cláudio Santoro (1919-1989)

Adagio, para viola e piano (1946/1965)

Meu destino, para canto e piano (1958)


Gilberto Mendes (1922)

Lamento, para canto e piano (1956)


Ernst Widmer (1927-1990)

Massacre, op. 32 nº 6, para voz grave e piano (1964)


Beijos,
Pedrita

terça-feira, 4 de março de 2014

Entrevista com Gil Veloso

Hoje, dia 4 de março, o livro A Pedra Encantada faz 3 anos de existência, a mesma data de aniversário da Editora Dedo de Prosa. Como é esse livro que traz a protagonista com o meu nome, resolvi comemorar a data também e entrevistar o autor Gil Veloso.
Na foto Gil Veloso com a gatinha Canja-canjica. Crédito da foto: Dan de Faria.
1- Quando criança você lembra o que queria ser quando crescesse?
1- Da época de criança lembro de uma coisa estranha, de ter 8 anos e não querer sair desta idade, fazer 9, 10... Um certo apego a sei lá o quê.   Recordo-me até do dia e de onde estava quando tive tal vontade, bastante esquisita, convenhamos. Se bem que de certo modo até hoje não abandonei completamente meus 8 anos, rs. E agora já estou mais para os 80. Mas acho que isso não é resposta a sua pergunta.
Eu quis ser muitas coisas, jogador de futebol e quando jovem, cantor, locutor de rádio -minha juventude inteira foi sintonizada em alguma rádio- Mas o que mais desejava ser era artista de circo, trapezista. Até hoje sou fascinado por circo.
2- Quando resolveu ser escritor?
2- Nunca resolvi ser. Acho mesmo que nem sou. Escrevo, é fato, mas isso é apenas um detalhe, não devoto ou dedico pra isso espaço especial no dia a  dia. Talvez tudo ocorra como na Metamorfose, o sujeito acorda e se vê transformado num inseto... Então acho que ainda não me transformei num inseto, rs.
3- Por que escrever livros infanto-juvenis?
3- Escrevi alguns livros e algumas pessoas acharam que alguns deles são infanto-juvenis. Então deixei que sejam. Deve isso ter a ver com aqueles meus 8 anos, vai ver que escrevo para agradar aquele menino dos eternos 8 anos.
4- Quando surgiu a ideia de escrever o livro A Pedra Encantada e como chegou ao nome da Pedrita?
4- Foi assim: de repente andei distraído e me senti uma menina que gostava de colecionar pedras. E ela ficava como que me soterrando com pensamentos e ideias de pedras-palavras e quando percebi havia construído uma história para tal menina, que nem nome tinha. Pedrita era o apelido e apareceu de repente, mas não fui eu que a chamei assim. Foram os outros personagens que a apelidaram Pedrita. O seu verdadeiro nome apareceu só no fim, um pouquinho antes do ponto final.

 5- E como chegou na ilustradora Nara Amélia?
5- Vi uma exposição no Centro Cultural São Paulo e pensei: quero esta artista ilustrando o meu livro! Eu não sabia quem era, onde morava nem nada. Então descobri, mandei e-mail... e ela aceitou. 
6- Você tem uma ideia do público que lê os seus livros?
6- Não tenho exatamente o que se poderia chamar de "público". Eu acho que ninguém lê, quero dizer, uma meia dúzia ou meia dúzia e meia deve ter lido... o que já está de bom tamanho. A estes agradeço e serei eternamente grato.

 7 - Quanto livros publicou pela Dedo de Prosa e como é a sua relação com a editora?
Tenho 3 livros com a Dedo de Prosa, o primeiro foi este A Pedra Encantada, o segundo foi O menino Arteiro, com artes do Guto Lacaz, e o terceiro Pois ia brincando... com desenhos do Alex Cerveny.

A Pedra Encantada, com a personagem Pedrita, inaugurou a editora, que agora faz 3 anos, ou seja, foi a pedra fundamental, um tanto bíblica, não? Na tradição cristã, pedra, petros, aquele que abre, que recebe as chaves... e simbolicamente tem o papel de iniciação, laços com a alquimia etc. Talvez também por isso Pedrita é toda mística e o livro é feito um ritual de passagem, iniciático. Claro que nada disso foi intencional. Apenas a intuição encontrou espaço para se expressar; assim é minha relação com a Dedo de Prosa.
Fiz também algumas perguntas com a editora Silvia Fernandes da Dedo de Prosa
Quando surgiu a ideia de fundar a Dedo de Prosa?
Fui professora durante 20 anos. Depois da aposentadoria, utilizei minha experiência para conceber uma editora, com publicações destinadas a alunos e professores do Ensino Fundamental e Médio.

Qual era o sonho inicial e como se formaliza hoje?

O objetivo é colocar ideias desafiadoras no papel. A meta, estabelecer intercâmbio constante de práticas e reflexões. Os resultados foram gratificantes. Mas isso é apenas o começo...

Como conheceram o Gil Veloso?

Duas pessoas, profissionais da área de música, nos aproximaram. No primeiro encontro, Gil apresentou o texto da Pedrita e leu alguns de seus poemas. Total empatia! Hoje, há 3 títulos de Gil Veloso no catálogo da Dedo de Prosa. Trabalho conjunto com harmonia e emoção.
Em conversas com Gil Veloso, autor dos livros Travessuras – Histórias para anjos e marmanjos, Fábulas Farsas e A Pedra Encantada, que li e adorei, ele me sugeriu uma entrevista.

Não sei se o blog Mata Hari e 007 passará a ter entrevistas, mas resolvi essa  primeira.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Almeida Prado - Música Contemporânea Brasileira

Ouvi o CD Almeida Prado (2006) da coleção Música Contemporânea Brasileira da Discoteca Oneyda Alvarenga do Centro Cultural São Paulo. É um projeto que traz textos sobre o compositor, lista das obras e partituras. O projeto procura fazer o registro da obra de compositores brasileiros. No CD estão interpretações da filha dele, Constanza Almeida Prado ao violino em duo com dois pianistas. Algumas obras com Achille Picchi e outras com Helenice Audi. É um belo projeto, excelente CD.

Os textos sobre Almeida Prado são escritos por Marcos Branda Lacerda e Jorge Coli. Lutero Rodrigues escreve sobre as obras que são interpretadas no CD que também estão nas partituras. Estão no CD as Sonatas para violino e piano números 1, 2 e 3. A Sonatina para violino e piano, a Cantiga da Amizade, Diálogos e a Balada para violino e piano "B nai brith". Esse produto pode ser encontrado pra comprar. 

Beijos,
Pedrita