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sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Agente Britânico

Terminei de ler O Agente Britânico (1928) de William Somerset Maugham da Editora Globo. Comprei esse livro em um sebo. Eu gosto desse autor. Esse nosso protagonista é um espião. Ele tem várias missões, mas acompanhamos mais as conversas que as investigações. Ele precisa buscar uma informação e repassa, não sabemos o motivo. A orelha do livro informa que o livro é baseado na própria experiência do autor que foi agente de informações na Primeira Guerra Mundial.


Primeira frase de O Agente Britânico de William Somerset Maugham

“Foi somente nos primeiros dias de setembro que Ashenden, escritor inglês, surpreendido no estrangeiro pela declaração de guerra, conseguiu voltar à Inglaterra.”

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Carta


Assisti A Carta (1940) de William Wyler no TCM. Assisti esse filme por acaso. Estava ainda plugada, fui zapear pra desacelerar e dei de cara com esse filme começando. Com menos juízo que o 007, resolvi assistir, porque já era tarde. Ele disse que zapeando deu de cara com o mesmo filme, mas achou que era tarde pra tentar ver. É com a maravilhosa Bette Davis e é baseado em uma peça do William Somerset Maugham que adoro, mas esse texto eu não li. A Carta é ambientado em Singapura, por ser um filme americano, em 1940, a ambientação é razoável, mas não impecável. Começa com a Bette Davis atirando várias vezes em um homem. Quando todos os americanos chegam ela fala que o homem tentou possuí-la. Estranho a forma até mesmo como o diretor trabalha com os nativos, tem um olhar de superioridade pelos americanos. E apesar desse filme ser de 1940, ele já é uma refilmagem de outro de 1929.

É linda a atriz que faz a asiática, mas de asiática ela não tem nada. Atua bem, mas não convence como uma asiática. A atriz é a Gale Sondergaard e nasceu nos Estados Unidos. Os outros do elenco são: Herbert Marshall, James Stephenson e Victor Sen Yung.

Youtube: The Letter part 1/10




Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Servidão Humana

Terminei de ler Servidão Humana (1915) de William Somerset Maugham. Eu gosto demais desse autor e comprei vários livros dele em sebos. Esse já estava há um tempo por aqui e era o mais extenso de todos os que tenho dele. Comprei em um sebo por R$ 10,00. Não é da edição dessa capa e sim daquela coleção de capa vermelha da Editora Abril. Por uma grande coincidência achei no livro um marcador cartão de Natal com uma dedicatória para alguém datado de 1982. Eu li com um marcador de Natal. Escolhi essa obra para ler agora porque eram as minhas férias e podia pegar um livro mais extenso para ler, mas é tão maravilhoso que devorei e li muito rapidamente. Não queria fazer outra coisa a não ser desvendar essa narrativa.

Obra Olympia (1863) de Édouard Manet
Nosso protagonista tem uma vida bastante difícil. Essa obra foi considerada um pouco biográfica, já que algumas narrativas lembram a vida do Maugham. Muitos acham a sua obra-prima e concordo plenamente. O protagonista perde a mãe no início do livro, ele é pequeno ainda e vai viver com o irmão de sua mãe, um pastor retrógado e sovina. Ele vive com pouco afeto, mas de forma correta. Achei que ele nunca ia se livrar da pressão religiosa que exercem sobre ele, queriam que ele viesse a ser um religioso, mas ele acaba convencendo os tios e passa então a tentar a vida de várias formas e em vários países.
Obra A Grande Odalisca (1814) de Jean Auguste Dominique Ingres

Primeiro ele segue para a Alemanha onde estuda idiomas. Tenta ser contador em Londres, mas descobre não ter talento algum para os números. Segue para Paris onde vai estudar pintura. É lá que faz inúmeras visitas ao Louvre, conversas intermináveis sobre arte e literatura em bares. Esse período traz um texto tão rico que fiquei admirada. E a internet foi muito rica nesse processo. Ele fica admirado com a obra Olympia de Édouard Manet, com A Grande Odalisca de Ingres e a cada obra que mencionava eu vinha ao Google para vê-la. Portanto esse post não traz especificamente obras do país do autor e data de sua publicação, mas obras que são mencionadas durante a sua narrativa.


Obra Gypsy Girl (1628) de Frans Hals
Após dois anos ele acha que não tem talento para a pintura e resolve estudar medicina. Servidão Humana me arrebatou e emocionou tanto, padeci com a trajetória difícil desse rapaz que viveu praticamente sem afeto. As relações amorosas no início não parecem muito românticas, são vistas sempre como algo ruim, destruidor e medíocre. Quando ele é amado ele não ama. E ele ama quem o despreza. Como se o amor não fosse um sentimento digno.
Obra Vista de Toledo (1587) de El Greco
Anotei vários trechos de Servidão Humana de William Somerset Maugham:
“O dia rompeu cinzento e triste.”

“Entusiasmo significava falta de distinção, de boas maneiras.”

“Há duas coisas insubstituíveis na vida – a liberdade de pensamento e a liberdade de ação. Na França dão-nos a liberdade de ação; faz-se o que bem entende e ninguém se intromete, mas é preciso que se pense como todos os outros. Na Alemanha a pessoa é obrigada a fazer o que os outros fazem, mas em compensação pode pensar à vontade. São duas coisas excelentes. Pessoalmente, prefiro a liberdade de pensar. Mas na Inglaterra não se tem uma coisa nem outra: é-se triturado pelas convenções. Não se pode pensar nem agir como se quer. Isso porque a Inglaterra é uma nação democrática. Desconfio que a América ainda seja pior.”

“Fez Philip reconhecer que aqueles alemães da Igreja dos jesuítas estavam tão firmemente convencidos da verdade do Catolicismo Romano quanto ele estava em relação à Igreja Anglicana, e daí levou-o a admitir que os maometanos e budistas estavam também convencidos da verdade de suas respectivas religiões. Dir-se-ia que a consciência da verdade nada significava: todos tinham a certeza de estarem com a razão."


Beijos,

Pedrita

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O Despertar de uma Paixão

Assisti O Despertar de uma Paixão (2006) de John Curran no Telecine Premium. Me surpreendi no começo, nos créditos que é baseado no livro do William Somerset Maugham e logo no início percebi que era um que já tinha lido. E é realmente, é O Véu Pintado que comentei com vocês aqui e amei. Também nos créditos vi que os protagonistas estavam na produção. Edward Norton que convidou Naomi Watts para participar do projeto. É muito fiel ao livro, tem toda aquela delicadeza e beleza da obra do Maugham que está entre os meus escritores preferidos. É poesia pura O Despertar da Paixão. O nome original do filme é exatamente o nome do livro. Minha mãe se emocionou muito com o filme. Há duas adaptações anteriores desse livro.



A adaptação está impecável. Eu me lembrava de cada detalhe, cada olhar, cada tempo dos personagens. Resumiram algumas cenas para o filme não ficar longe demais e resumiram muito bem, toda a essência estava ali. Inclusive no final tinha ficado com a sensação que resumiram bem e foi pegar o livro e eu tinha razão. Resumiram bem os sentimentos do final, mas suprimiram um período que esticaria muito o filme. O Despertar de uma Paixão começa na década de 20. Um médico desinteressante se casa com uma jovem ágil em Londres. Ele trabalha em Xangai e os motivos dela aceitar o casamento não tem nada a ver com o amor e sim com o interesse dela de se casar antes da irmã. Ela vai viver em um país que não tem absolutamente nada a ver com ela.



O casal é interpretado pelos ótimos Naomi Watts e Edward Norton. Alguns outros do elenco são: Liev Schreiber, Toby Jones, Diana Rigg, Juliet Howland, Anthony Wong Chau-Sang, Maggie Steed, Lorraine Laurence e Li Feng.
A direção de fotografia de Stuart Dryburgh e a de arte de Peta Lawson são impecáveis. A direção cênica também já que traz muita delicadez e poucos gestos, exatamente como sentimos o livro.

O Despertar de uma Paixão ganhou Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora que é realmente maravilhosa!

Música do post: Alexandre Desplat - Shanghai 1942


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Beijos,
Pedrita

domingo, 19 de agosto de 2007

O Véu Pintado

Terminei de ler O Véu Pintado (1925) de William Somerset Maugham. Comprei esse livro em um sebo por R$ 6,00, já que tinha lido uma obra desse autor e gostado muito. Não é da edição da capa ao lado. É de uma edição do Círculo do Livro. O Véu Pintado é simplesmente maravilhoso e surpreendente!

Começa com nossa protagonista praticando adultério e ela tem a impressão de que alguém abriu a porta do quarto. Ela acaba relembrando porque casou com o seu marido. Ela sempre foi belíssima, muito desejada e queria continuar seduzindo a tudo e a todos. Mas sua irmã mais nova, considerada feia, marca a data do casamento e pra ela casar antes, aceita o partido que está mais a mão e que menospreza. Ela se muda com o marido para a China e é lá que o trai.

Tela O jardim de Vaucresson de Edouard Vuillard

A mudança dessa personagem, dos seus sentimentos são surpreendentemente complexos. Maugham parece realmente compreender a alma feminina. Me surpreendi com a profundidade da obra. Mesmo quando nossa protagonista muda, ela não se torna óbvia como nossa imaginação poderia prever. Ela não segue o caminho mais óbvio. Ela continua tendo comportamentos complexos e surpreendentes, seja em atitudes louváveis ou condenáveis socialmente.

Fala muito da hipocrisia da sociedade que vê o casamento como a única razão de uma mulher na sociedade. As falsas aparências. É muito complexo como Maugham descreve o ódio e a expressão desse sentimento, nem sempre clara e muitas vezes por subterfúgios, ações agressivas em outros segmentos, para extravazar a raiva ou se consumir na raiva.

Tela de Renoir

Eu devorei O Véu Pintado de tanto que queria saber qual o destino daquelas vidas tão complexas. Fiquei imaginando como Maugham teria criado todo aquele universo tão complexo. O mais estranho é que ele viveu a hipocrisia na publicação de O Véu Pintado. Primeiro ele foi processado por familiares Lane e precisou mudar o sobrenome do protagonista. No prefácio ele diz que alguns colecionadores tem os poucos que foram adquiridos antes de serem recolhidos e os vendem a peso de ouro. Depois ele teve que criar uma cidade fictícia já que recebeu processo de um político de Hong Kong. Isso porque no prefácio ele conta como criou o enredo e não tem relação nenhuma com essas pessoas e sim com um clássico que ele leu na Itália.

Anotei alguns trechos, mas O Véu Pintado é para ser lido na íntegra, seus parágrafos não fazem muito sentido sem o contexto:

“Assustada, ela gritou.”

“Sabe por que me casei com você?
- Porque queria casar-se antes de sua irmã Doris... Eu não tinha ilusões a seu respeito. Sabia que era tola, frívola e que tinha a cabeça vazia. Mas eu a amava. Sabia que seus ideais e objetivos eram vulgares. Mas eu a amava. Sabia que era uma pessoa de segunda classe. Mas eu a amava."




Beijos,

Pedrita