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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Fogos

Terminei de ler Fogos (1936) de Marguerite Yourcenar da Editora Nova Fronteira. Comprei esse livro em um sebo por R$ 6,00 há bastante tempo. Estava aqui na fila, que não segue ordem nenhuma. É relativamente fácil encontrar livros da Marguerite Yourcenar em sebos e por um bom preço. Só é mais difícil de encontrar Memórias de Adriano porque é o mais procurado da autora. O meu preferido ainda é A Obra em Negro, mas Marguerite Yourcenar é sempre maravilhosa e está entre os meus autores preferidos.

Obra Os Amantes (1928) de René Magritte

Fogos de Marguerite Yourcenar foi um dos primeiros livros da autora, ela inclusive achava que nunca deveria ser lido, que eram esboços. Fogos diz que fala de amor, mas achei bem distante de amor. São textos inspirados na Mitologia Grega, eu inclusive precisei pesquisar, mesmo que superficialmente, sobre um pouco do tema para ampliar a compreensão da obra. Imagino que quem seja apaixonado por Mitologia Grega, e entenda bastante do assunto, vai gostar mais ainda da obra. Há textos e depois frases, sempre incríveis, irônicas, profundas. Essa autora é deslumbrante.

Tanto o compositor, bem como o pintor, são belgas como a autora.


Beijos,
Pedrita

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Golpe de Misericórdia

Terminei de ler Golpe de Misericórdia (1939) de Marguerite Yourcenar da Editora Nova Fronteira. É possível encontrá-lo em livrarias virtuais, na própria editora está por R$ 20,00, pouco mais que um ingresso de cinema. Comprei esse livro em um sebo e levei na viagem porque é um livro pequeno, fácil de carregar. Dei uma pausa no enorme que estou lendo, pra facilitar o transporte na viagem. Com o atraso da volta, terminei antes mesmo de ter o que fazer, mas foi um ótimo companheiro de viagem. É muito bom ter o que ler quando viajo.

Tela Pigmaleão (1939) do belga Paul Delvaux.
Golpe de Misericódia foi publicado duas semanas antes da Segunda Guerra Mundial, mas mostra resquícios da Primeira Guerra Mundial, tão fresca na memória de todos. Dois soldados chegam da guerra. Nosso protagonista vai ficar na casa do amigo, que tem uma irmã e ele se interessa por ela e ela se apaixona por ele. Mas são sentimentos complexos de pós-guerra. Sem comprometimento, confusos. Nosso protagonista mesmo não tem certeza se sente algo, mas eles ficam muito presos um ao outro. É muito interessante porque são momentos de recordações de nosso protagonista. Tudo entrecortado, sem uma linha condutora. As lacunas podemos preencher de milhares de formas. E o desfecho de Golpe de Misericórdia é chocante.

Tela Tempestuosa Paisagem (1968) de Rembrandt van Rijn

Como nosso protagonista menciona Rembrandt e uma tela como uma tempestade, escolhi essa para ilustrar o post.

Trechos de Golpe de Misericórdia de Marguerite Yourcenar:

“Eram cinco da manhã, chovia, e Eric von Lhomon, ferido em Saragoça, tratado a bordo de um navio-hospital italiano, esperava no café da estação de Pisa o trem que o levaria de volta à Alemanha.”

“Quem pretende se lembrar de uma conversa palavra por palavra não passa para mim de um mentiroso ou de um mitômano. De minha parte, só retenho fragmentos, um texto cheio de lacunas, como um documento roído pelos vermes. Não ouço minhas próprias palavras, mesmo no instante em que as pronuncio. As do outro me escapam, e não me lembro senão de um movimento de lábios à altura dos meus. O resto não passa de uma reconstituição arbitrária e falseada, e isso vale igualmente para outras conversas de que tenho aqui me recordar.”

“Minha estima por Conrad diminuiu com isso, até o dia que compreendi que fazer de Sofia uma Mata Hari de filme ou de romance popular era talvez para meu amigo uma maneira ingênua de glorificar a irmã, de emprestar ao seu rotos de grandes olhos vivos a beleza comovente que sua cegueira de irmão não lhe permitira reconhecer até então.”



Beijos,
Pedrita