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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Treze Dias Longe do Sol

Assisti Treze Dias Longe do Sol (2017) de Luciano Moura na TV Globo. Estava ansiosa por essa série. A Patry assistiu antes no GloboPlay e tinha gostado muito. Sim, as chamadas me lembraram muito Supermax e a série também. Um grupo fica preso em um lugar todo cinza, com muitas dificuldades, tendo que cada um lidar com as alterações de humores dos outros em situações extremas. E depois que comecei a ver me lembrou Os 33, onde mineiros ficam presos após o desabamento, essa a semelhança foi com a cobertura internacional do acidente.

Apesar das semelhanças também amei a série e o roteiro é muito bom e ligado a nossa realidade brasileira , infelizmente. Logo no início o prédio desaba como aconteceu com o Palace 2 por motivos muito semelhantes, ganância de construtoras. Há tantos anos tivemos o incidente do Palace 2 e as construtoras continuam fazendo o que querem com o Brasil em parceria vergonhosa com políticos. Sim, os motivos do engenheiro chefe e da diretora financeira eram nobres. O dono da construtora tinha morrido e eles queriam levantar dinheiro para comprá-la. Muito provavelmente não conseguiriam honestamente pelo volume de dinheiro e eles tem a infeliz ideia de fazer um prédio com redução de 20% do material. Já é horrível essa decisão, mas a ganância vai mais longe e o engenheiro chefe vai reduzindo mais ainda a compra de material como ferros que foram reduzidos em 40%. Bastou uma chuva forte para o prédio desabar, antes mesmo de ser inaugurado. Déborah Bloch está incrível, outra personagem cheia de camadas. Ela fica possessa com os exageros do engenheiro, mas aceitou antes a redução de 20% do material. Muito triste a cena do pai dela na estrada, interpretado pelo incrível Emiliano Queiroz. Nada justifica o que ela fez, mas a solidão dessa personagem corta o coração.
Como em Supermax, os que ficam no subsolo precisam lidar uns com os outros em situações limites. Incrível a construção dos personagens, muito ricos em características e ótimos atores. Além dos atores que adoro e mais conhecidos como Selton Mello, Carolina Dieckman, Lima Duarte, Maria Manoella, Enrique Diaz e Teca Pereira. Incríveis os outros, principalmente os operários. Bem complexos os operários, inclusive os que eram um casal interpretados brilhantemente por Démick Lopes e Pedro Wagner. Se amavam muito, mas eram agressivos com o mundo externo duas pessoas de difícil socialização. Os atores estão incríveis. Gostei que os personagens tinham vários lados. Como o chefe de obra, Antônio Fábio, que era respeitado por todos, inclusive pelo engenheiro chefe, mas abandonou anos a filha, Camila Márdila, sem ligar para ela.

Fabrício Boliveira merece um bloco só sobre ele. Entre os melhores atores de sua geração, entre meus atores preferidos, brilhou como o chefe dos bombeiros. Ele teve um incidente anterior de fracasso, está de licença, mas o enviam para liderar o grupo. Está nas buscas por sobreviventes, mas outro superior chega, Eucir de Souza, e diz que estão encerradas as buscas. É emocionante quando ele descobre que há pessoas no subsolo, ou mesmo quando fazem contato por um equipamento eletrônico. Fabrício arrasa em todos os momentos.
Gostei do desfecho. O Brasil é um país que faz uma construtora ainda ter alto valor de venda no mercado mesmo depois de um fracasso e de tanta corrupção. O herdeiro, Paulo Vilhena, consegue vender a construtora por um bom valor para um ávido interessado, Luciano Chirolli, até porque logo esquecem o absurdo do desabamento, farão um marketing que agora a empresa será séria pra tudo continuar mais do mesmo e com alto apoio político e alta corrupção política. Construtoras estão no topo com todo tipo de regalia. Qualquer empresa por muito menos teria falido, mas no Brasil construtoras são objeto de luxo.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Entre Nós

Assisti Entre Nós (2013) de Paulo Morelli no Telecine Premium. Queria muito ver esse filme, mas não consegui ver nos cinemas. Acompanhei várias matérias, entrevistas. É um suspense, mas não da forma como eu imaginava. Não sei se quem assistiu, como eu, desvendou logo o suspense. É mais um filme filosófico que sobre um segredo. Há um segredo, mas são as discussões sobre ele a grande trama do filme. Gostei muito!

Vou falar detalhes do filme: Entre Nós promove vários debates. É um filme que pode ser utilizado em universidades porque promove muitas discussões. A principal é muito atual, sobre diretos autorais. Mas debate ética, interesse. Um personagem diz uma frase no filme que praticamente o sintetiza. Ele diz que alguém só tem sucesso, inclusive financeiro, se fez algo ilegal em algum momento. Entre Nós é muito irônico, inclusive no final, quando o personagem "fracassado" financeiramente, é o único no filme que salva um pequeno inseto da morte. Outra questão impactante é a mudança drástica no moralismo. Uma personagem está enojada com a atitude do marido, até que ele lembra que se ela contar o que ele fez, tanto ela quanto o filho irão perder dinheiro. Aí ela se silencia. O moralismo dela se dilui no momento que a atinge e aos seus interesses.

A trama é muito interessante. 7 amigos muito jovens estão em uma casa no campo. Cada um escreve em um papel sonhos, segredos e desejos e guardam em uma caixa. 10 anos depois eles se encontram para ler o que escreveram. Além das questões citadas, Entre Nós discute o passar o tempo, as frustrações e as mudanças no sonhos e anseios. O quanto na juventude vivemos mais livres, sem amarras e com o tempo tudo fica mais denso ou mesmo frustrante. 

Eu adoro o elenco. Estão todos ótimos: Caio Blat, Carolina Dieckman, Maria Ribeiro, Paulo Vilhena, Martha Nowill, Júlio Andrade e Lee Taylor.






Beijos,
Pedrita

terça-feira, 14 de junho de 2011

As Melhores Coisas do Mundo

Assisti As Melhores Coisas do Mundo (2010) de Laís Bodansky no Telecine Pipoca. Eu tinha uma expectativa muito alta desse filme, eu gostei, mas não me identifiquei muito com o roteiro. Esse filme foi amplamente difundido no twitter, gosto demais do trabalho da Laís Bodansky, mas eu me perguntava em que São Paulo e em que colégio esses adolescentes conservadores vivem, não é a mesma cidade que eu. O preconceito desses jovens me assustou. Até porque eles são modernos, os pais deles pareciam modernos, mas as atitudes eram altamente conservadores. Combinaria mais se eles fossem de uma cidade pequena do interior ou de algum colégio religioso.

Também achei algumas tramas meio atropeladas. Os filhos adolescentes, um de 15 e outro de 17, só sabem da separação quando o pai está com as malas na sala. Ninguém conversou com eles antes, achei artificial. E as questões na escola sobre emails com fotos comprometedoras, desenhos, fica tudo muito atropelado. E concordo com o pai dos meninos, o melhor seria mudá-los daquela escola embora um deles já estivesse em fase do vestibular, já que é uma escola omissa e preconceituosa.  Estranhei também que tudo o que falavam do filme é que era para adolescentes, mas eu já vi vários, acho que já existe esse nicho no cinema nacional. Inclusive achei À  Deriva com um foco adolescente bem mais pertinente e realista e vi recentemente 1972 que relata adolescentes na década de 70 que são bem menos conservadores que os de As Melhores Coisas do Mundo. Os meninos são todos ótimos: Francisco Miguez, Fiuk, Maria Eugênia Cortez, Gabriel Illanes e Gabriela Rocha  Entre os adultos também estão ótimos atores: Denise Fraga, Caio Blat,  Paulo Vilhena e Zé Carlos Machado.

Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Chega de Saudade

Assisti no cinema Chega de Saudade (2008) de Laís Bodanski. Gostei, mas não achei apaixonante. Gosto demais dessa diretora, mas o filme não me empolgou. Ela resolveu filmar uma noite em um salão de baile de São Paulo. Gostei do fato dela ter entre os dançarinos vários assíduos do lugar misturados com os atores. O elenco também é muito bom. A direção é excelente. Eu fui com a minha mãe, ela também gostou, mas achou o filme bastante melancólico e talvez essa seja realmente a melhor definição para essa obra.

A sensação é que é tudo muito decadente. Todos estão em busca do impossível, são infelizes. Não é uma sensação de alegria e dança, é de infelicidade, solidão e incompreensão. A história que mais me emocionou foi a interpretada pelos maravilhosos Tonia Carrero e Leonardo Villar. No elenco estão: Cássia Kiss, Betty Faria, Stepan Nercessian, Maria Flor, Clarice Abujamra, Miriam Mehler, Paulo Vilhena, Raul Bordale, Marly Marley, Domingos de Santis, Selma Egrei, Jorge Loredo, Marcos Cesana, Luiz Serra e Conceição Senna. A trilha sonora é especial.
Chega de Saudade ganhou 2 troféus Candango no Festival de Brasília de Melhor Direção e Melhor Roteiro.
Música do post e que está no filme com outro arranjo: Aviões Do Forró - Você Não Vale Nada




Beijos,
Pedrita