Mostrando postagens com marcador Stênio Garcia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Stênio Garcia. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Tudo Bem

Assisti Tudo Bem (1978) de Arnaldo Jabor no Canal Brasil. Esse eu não tinha visto, eu adoro esse diretor. Falam que é o melhor filme dele e é genial! Tudo Bem faz uma crítica a classe média brasileira. Fernanda Montenegro e Paulo Gracindo arrasam. Há anos casados, ele evita a esposa. Ela, sedenta, fica insistindo ao amor. Incrível a cena que ela fala da suposta amante e ele vai ficando empolgado. Que atores, que entrega!

O apartamento está em obras. Que agonia! Um monte de operários, cheio de comediantes e atores famosos. Stênio Garcia dá um show. Ainda integram esse grupo José Dumont, Anselmo Vasconcelos e Alby Ramos.

Os filhos do casal são interpretados por Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães. É ator que não acaba mais. O marido tem três amigos imaginários: Fernando Torres, Jorge Loredo e Luiz Linhares

Zezé Motta interpreta a empregada. Ela é prostituta à noite, mas quer aumentar seu faturamento. Mente, dá o telefone de uma amiga pra forjar referência. Há dois números musicais com ela maravilhosos! Muitos atores aparecem, vários na festa de inauguração da casa após a reforma, muito engraçado o apartamento sempre lotado, abarrotado. Alguns que ainda aparecem são: Daniel Dantas, Álvaro Freire, Paulo César Pereio, Wellington Botelho e Guilherme Karam.
 
Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

A Vida da Gente

Assisti A Vida da Gente (2011) de Lícia Manzo na TV Globo. Eu quis ver de tanto que as minhas amigas elogiam essa novela. Realmente os diálogos são incríveis. A autora tem uma compreensão bastante profunda das relações. Essa versão foi condensada, mais pra quem já tinha visto, então ficou muito corrido e vários momentos cortados.
 

A novela tinha muitas doenças e eu não costumo ver na arte produtos com doenças. Vocês já repararam que raramente vejo filme com doenças. Em A Vida da Gente o recurso era usado para criar conflitos, tanto que algumas doenças a mais da principal só descobri nessa reprise. A trama central tem um triângulo amoroso que começou na infância. Os pais dos protagonistas casaram. Rodrigo (Rafael Cardoso) e Ana (Fernanda Vasconcellos) se apaixonam. Um grave acidente coloca Ana de coma por anos. Manu (Marjorie Estiano) assume a filha de Ana com Rodrigo, eles se apaixonam e se casam. Ana acorda e os conflitos estão gerados. Surge o médico (Thiago Lacerda) apaixonado por Ana. Outras doenças da trama são: o câncer de próstata em Laudelino (Stênio Garcia), ele opera e fica bem. E por último a Júlia (Jesuela Moro), uma criança, tem hepatite grave e precisa de transplante. Nicette Bruno era a avó das meninas, que personagem rico e lindo.
A Vida da Gente falou muito de pessoas imaturas com excelentes diálogos. Marcos (Ângelo Antonio), primeiro casado com a insuportável Vitória (Gisele Fróes), parecia não se aprumar profissionalmente, mas nesse caso não me incomodava tanto. Ele tinha um acordo com a esposa, ele cuidava da casa e das filhas e ela das finanças. Quando ele se separa é que complica, porque qualquer relacionamento é complexo com um homem sonhador, que nunca divide as despesas. Até dá se a nova esposa (Malu Galli) combinasse de sustentar todos, inclusive as filhas dele e do homem ser o dono de casa, mas quando o dinheiro é muito curto e esse não é o acordo, é muita deslealdade não dividir as despesas. Amava as personagens que faziam as filhas deles: Alice Wegmann, Ana Rita Cerqueira, Pietra Pan e Nathália Costa.
Tinham vários tipos de imaturos. Nanda (Maria Eduarda de Carvalho) tinha dificuldade de amadurecer. Vivia em baladas, do dinheiro do pai (Paulo Betti), mesmo sem viver com ele. Até que se apaixona e vai logo viver com o namorado (Marat Descartes) , mas ele tem um filho adolescente (Victor Navega Motta), o oposto dela, muito responsável e organizado. O companheiro morre uns meses depois, traço da novela ir sempre a extremos. Nanda e o enteado tem que se virar. O enteado vai para a casa do avô até se reconciliarem. 
O casal Celina (Lorena Cavalli) e Lourenço (Leonardo Medeiros) também foi muito bem construído. Ele amava demasiadamente a esposa, então a enrola, talvez até sem ter muita consciência, na questão da maternidade. Ela está prestes a fazer 40 anos e ele continua enrolando-a sobre a maternidade, nunca é a hora. Bastante desonesto, já que um homem pode mudar de ideia até na velhice se deseja ter filhos e a mulher tem o tempo biológico, mesmo que o mercado queira iludir com procedimentos, sendo que só uma minoria consegue, ainda mais quando se está mais velha. Ele tem uma atitude sem caráter e o casal se separa. Ele se arrepende e vai lutar pelo filho (Kaic Crescente). É uma bela trama.
Amei a história da Moema (Cláudia Melo). Ela passa a novela cuidando do marido doente, com uma dedicação invejável. Raramente ela conseguia colocar alguém pra cuidar dele e ir ao baile. Quando ela fica viúva ela resolve cursar a faculdade. O namorado (Luiz Serra) tem dificuldade de compreender Muito lindo como ela luta por sua liberdade. Com a mesma delicadeza e firmeza que sempre teve em sua vida. Os núcleos dos personagens do baile eram muito bem construídos. E amava ver Zéu Britto na banda.
Infelizmente a novela parece que contratou negros para atingir cotas. Personagens inconsistentes que só apareciam para dar enredo aos outros. Maria (Neusa Borges) chama Manu para que elas montem um bufê. Maria era cozinheira da casa principal, quando é mandada embora ela chama Manu para abrir o bufê. Manu fica muito bem de vida e consegue sustentar muitos personagens da novela: Ana em coma no hospital, a mãe (Ana Beatriz Nogueira) que vivia de aluguel em um apartamento bem confortável, o companheiro que vai investir na faculdade e a filha da Ana, compra um terreno enorme e constrói uma casa luxuosa. Mas Maria nem conseguia pagar a faculdade do Matias (Marcello Melo Jr.) que continuava sendo explorado como jardineiro na casa que trabalhava. Maria podia ter empregado o filho no bufê e pago a faculdade dele já que ele passa a novela estudando porque tinha um salário baixo e não conseguia fazer muitas matérias. Mas Maria podia pagar a faculdade. Matias é ressuscitado na novela para fazer o clichê patroa (Regiane Alves) usa empregado para o prazer. Wilson vivia atrás de arranjar uma namorada, mas nunca pensou em Maria. Tiveram que arrumar uma personagem de fora pra fazer o triângulo com Moema.


Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Agosto

Assisti em DVD a minissérie Agosto (1993) da TV Globo. Direção de Paulo José, baseado no romance de Rubem Fonseca, adaptado por Jorge Furtado. Eu tinha lido o livro há vários anos e queria muito ver a minissérie. Concordo com a minha mãe que assim que começamos a ver queremos saber o que vai acontecer. Vi muito rapidamente, apesar de ser em várias horas.

A direção de arte é impecável. Tudo cuidado nos mínimos detalhes para a ambientação na década de 50. O elenco é incrível. José Mayer é o policial honesto, utópico, que tem uma úlcera. É angustiante a má alimentação dele. As duas mulheres que o atormentam são interpretadas pela Vera Fischer e Letícia Sabatella. Estão lindíssimas! Igualmente bela a Lúcia Veríssimo como a esposa do homem assassinado. Belíssimo ainda Norton Nascimento.

Tony Tornado arrasa como Gregório Fortunato. A minissérie se passa no final da vida de Getúlio Vargas, quando acontece o atentado a Carlos Lacerda. Muito bem relatada a parte histórica que anda em paralelo e até se confunde com a trama principal e ficcional. Ótimos os policiais interpretados por outros dois grandes atores Elias Gleizer, Carlos Vereza e Stênio Garcia. Mário Lago está majestoso como o chefe dos bicheiros que trás outros atores incríveis como Claudio Corrêa e Castro

Marcos Winter está excelente como o empresário perturbado. Incrível a realização da cena do suicídio. José Wilker é o outro empresário. Hugo Carvana um político influente. Sérgio Mamberti está maravilhoso como um senador, contracena com ele brilhantemente Rodolfo Bottino. Othon Bastos como um advogado do poder e do dinheiro. Lima Duarte como um matador. Ainda aparecem outros atores que adoro Milton Gonçalves, Léa Garcia, Ivan Cândido, Sylvia Bandeira, Antônio Petrin, Clemente Viscaíno e Nelson Dantas. A minissérie faz uma homenagem a Paulo Gracindo.

O DVD traz ainda uma entrevista com Paulo José e Carlos Manga. E matérias sobre a realização.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O Inventor de Sonhos

Assisti no cinema O Inventor de Sonhos (2013) de Ricardo Naunberg. Só soube desse filme quando fui ver as estreias da semana. Gostei dos nomes do elenco e do filme ser de época, resolvi ver. Não concordo com a sinopse que enfatiza um triângulo amoroso. Na verdade O Inventor de Sonhos é a história do mulato José e se passa da chegada da família real ao Brasil e até quando vão embora. O Inventor de Sonhos é um filme muito político. Impecável a reconstituição de época.

Eu gosto muito do Ícaro Silva que faz o José, mas começa com ele criança por Miguel de Oliveira. Uma graça as três crianças que atuam no filme. Quando eles ficam adultos são interpretados por Miguel Thiré e Sheron Menezes. Há um narrador que conta sobre esse período confuso com a chegada da família real, a escravidão. O Inventor de Sonhos é muito urbano. Os moradores da cidade vão sendo desalojados de suas casas para que fiquem para a corte. José quer saber sobre o seu pai. Ele ouviu que o pai era francês. Ele passa o filme procurando informações sobre o seu pai e sua origem.

Como são muitos momentos da vida desse rapaz o elenco é excelente e enorme. Paulo Bonfim faz o índio. Ricardo Blat e Stênio Garcia, os contrabandistas. Luiz Carlos Vasconcelos o comerciante de escravos, sua esposa , Guilhermina Guinle. A amante dele, Débora Nascimento, o amante dela, Emílio Orciollo Neto.

O guarda Oswaldo Mills. Fernando Alves Pinto, Dom Pedro I. Letícia Spiller, Matilde. A dona do bar, Catarina AbdalaSérgio Mamberti, Duque de Alva. Alguns outros são: Ricardo Petraglia, Michel Bercovitch, Guilherme Piva, Edimilson Barros e Lui Mendes. O Inventor de Sonhos está em poucas salas e poucos horários.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Hilda Furacão

Assisti em DVD Hilda Furacão (1998) de Glória Perez. Direção geral do Wolf Maya. Eu queria muito ver essa minissérie da TV Globo, minha mãe que me emprestou o DVD. Ana Paula Arósio não só está deslumbrante, como excelente, novinha de tudo, bem como Rodrigo Santoro que interpreta o Santo. O texto é baseado no livro de Roberto Drummond, um jornalista que misturava realidade e ficção em suas obras. Gostei muito do texto e do quanto quebrou paradigmas. Hilda é de uma família tradicional, está prestes a se casar No dia do seu casamento ela, de noiva, resolve conversar com o noivo e ele fala tantas barbaridades para ela, que ela desiste. A família está indignada e ela ouve que eles vão interná-la em uma casa para loucos para poderem justificar o ato da filha e ficarem bem com a sociedade. Ela resolve fugir então, ainda vestida de noiva,. Pede para descer do carro no único bairro que não conhece ninguém, a zona boêmia. Umas semanas depois começa a se prostituir e se torna uma das mulheres mais desejadas do país. Apesar de quebrar alguns paradigmas, tem um lados artificiais. Hilda Furacão mostra o glamour da profissão. Durante a minissérie as moças não pegam doenças, não apanham dos clientes e nem engravidam. Tudo é mágico e bonito.

Com o tempo ela acaba se apaixonando por Santo. Santo foi um rapaz que foi criado para ser santo pela egoísta mãe que só queria ser mãe de um santo e educado por um padre narcísico que desejava ser o mentor do santo. Tanto o padre como a mãe só queriam a realização social sendo eles os mentores de um santo. Criam esse rapaz em um redoma. Ele conhece Hilda e começa a se penitenciar. É só o que o rapaz faz, olhar para o próprio ego, só pensar em si mesmo. O padre é intepretado brilhantemente pelo Paulo Autran e a mãe pela Zezé Polessa. Enquanto Hilda ajuda efetivamente as pessoas, luta por elas, Santo só pensa nele mesmo.

Outra trama que quebra paradigmas é a do Thiago Lacerda, novinho de tudo. Ele se apaixona pela personagem da Teresa Seiblitz, precisam fugir de um homem mais velho e rico, que dorme com meninas menores de idade e virgens. Esse casal vai  viver longe de tudo e de todos. Estão muito felizes, até que ela resolve se casar com o homem rico para ter uma vida confortável. Só não entendi porque ele ainda a queria, já que não era mais tão jovem e não era mais virgem. E nem porque depois continuou com ela por muito tempo. Rosi Campos está maravilhosa como a Tomba Homem. Matheus Nachtergaele surpreendente como o Cintura Fina. Danton Mello está ótimo como o jornalista comunista e novato. O elenco continua incrível: Paloma Duarte, Guilherme Karam, Ricardo Blat, Sérgio Loroza, Mara Mazan, Arlete Salles, Anselmo Vasconcellos, Tatiana Issa, Caio Junqueira, Eliane Giardini, Chico Diaz, Walderez de Barros, Eva Todor, Stênio Garcia, Carolina Kasting, Cininha de Paula, Cláudia Alencar, Ivan Cândido, Carlos Gregório, Daniel Boaventura, Débora Duarte, Marcos Frota, Marcos Oliveira, Tarcísio Meira e Paulo Bonfim. A trilha sonora e os figurinos são lindos.
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 3 de junho de 2008

Ó Paí, Ó

Assisti Ó Paí, Ó (2007) de Monique Gardenberg no Canal Brasil. O roteiro é baseado na peça teatral de Márcio Meirelles que era apresentada pelo Teatro do Olodum. O texto se passa no Carnaval, toda a alegria e musicalidade baiana, a gama de eventos e atrações feitas para os turistas. Avisei a minha mãe para assistir e ela adorou. Lázaro Ramos é o protagonista, canta e dança. Dança muito bem e canta bem. O mais engraçado é que a maioria dos personagens moram em um prédio de uma carola evangélica.

A variedade musical é uma delícia. A trilha sonora é de Caetano Veloso e Davi Moraes e é bastante eclética. Dá vontade de sair dançando. O momento mais gostoso é quando a Virgínia Rodrigues interpreta um personagem e todos dançam. Esse trecho é que o Canal Brasil colocou na chamada e está abaixo no youtube. Ó Paí, Ó mostra toda a diversidade, as dificuldades e misérias, a alegria e descontração, a intolerância religiosa. O roteiro é bem amplo e complexo.


O elenco é bem extenso também. Estão muito bem: Lázaro Ramos, Wagner Moura, Dira Paes, Stênio Garcia, Emanuelle Araújo, Luciana Souza, Érico Brás, Auristela Sá, Gustavo Mello e Rejane Maia.

Além de atores conhecidos há vários do Teatro do Olodum e alguns moradores da região. Como os meninos que interpretam Cosme e Damião: Vinícius Nascimento e Felipe Fernandes e o belo e ótimo Lyu Arisson.



Música do post: Olodum



Youtube: Ó Pai Ó - Dança no Bar da Neuzão

Youtube: Lazaro Ramos Cantando em Ó Paí Ó



Beijos, Pedrita

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Redentor

Assisti Redentor (2004) de Cláudio Torres no Canal Brasil. Eu tinha uma idéia muito diferente desse filme. Como o acusam de ser muito comercial e ser uma comédia, eu achava que era um filme leve, bobo, colorido e superficial. Encontrei um filme denso, escuro, dramático e surreal. Redentor é um bom filme, o que tem de melhor é o roteiro de Elena Soárez, Fernanda Torres e Cláudio Torres.


A trama é bastante complexa. Fala muito de corrupção. Nosso protagonista interpretado por Pedro Cardoso é inimigo do personagem do Miguel Fallabella, que é um ricaço, às custas do povo, e seu pai acaba de morrer, eles estão cheios de dívidas e precisam dar o grande golpe. A família do personagem do Pedro Cardoso vive em dificuldades. Eles passaram a vida pagando por um belo apartamento do pai do Miguel Fallabella que nunca puderam ocupar. Esses apartamentos nunca ficavam prontos e começavam outro empreendimento milionário. Os pedreiros que construíram o prédio inacabado resolvem invadir. Todos são vítimas desses corruptos, todos estão na mais absoluta miséria. É um filme trágico sobre essa corrupção desenfreada. O humor é muitas vezes negro.


O elenco é enorme. Ainda entre os principais estão: Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Camila Pitanga e Stênio Garcia. Depois uma lista interminável, alguns são: Enrique Diaz, Mauro Mendonça, Tony Tornado, Paulo Goulart, Tonico Pereira, José Wilker e Lúcio Mauro. Redentor ganhou Grande Prêmio Cinema Brasil de Melhor Diretor.


Beijos,

Pedrita


terça-feira, 28 de agosto de 2007

Casa de Areia

Assisti Casa de Areia (2005) de Andrucha Waddington no Canal Brasil. Sempre quis ver esse filme, inclusive quanto esteve em cartaz nos cinemas. Sou fã incondicional desse trio: Andrucha Waddington, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. O quando um casamento pode fazer bem a alguém e ampliar o seu talento. Os dois se completam e a união com a mãe, essa grande atriz, só aumentam as maravilhas que compartilhamos com eles. Casa de Areia é belíssimo em tudo, direção, fotografia, interpretação, roteiro, uma perfeição.

Começa com nossas protagonistas chegando nos Lençóis Maranhenses em 1910. Elas estão exaustas com um grupo liderado pelo marido da filha. Um homem grosseiro que deixa claro a esposa que pagou muito caro por ela pagando todas as suas dívidas. Ela está grávida desse homem horroroso. Eles são então roubados pelos que os levaram e ficam os três na região. O marido logo morre em um acidente e essas duas mulheres ficam abandonadas a própria sorte. Se não são alguns moradores locais, nem conseguiriam sobreviver. Passam-se as gerações. E Fernanda Torres e Fernanda Montenegro alternam suas personagens e o envelhecimento delas.
Me lembrou bastante O Piano onde uma mulher bem criada é levada a um lugar ermo e tem que viver em condições precárias. Em Casa de Areia a precariedade é no limite. Elas vivem no meio da areia, daquele clima complexo e sem o mínimo de conforto. Sempre sujas, sem conforto, sem roupas, sempre aos trapos. Nós que estamos tão acostumados a tecnologia esquecemos as dificuldades que viviam as pessoas em lugares pouco colonizados. Nós que sentimos falta de um computador que quebra esquecemos que algumas pessoas ficam anos sem ver alguém diferente. Elas passaram dez anos até ver alguém que fosse da cidade e conhecesse um pouco os seus hábitos E para conhecer essas pessoas elas andaram dois dias. E ficaram de voltar para partir com essas pessoas, o que significaria 4 dias depois. Dois de ida e dois de volta a pé. O quanto nós não temos essa noção desde que toda a locomoção e comunicação ficou mais fácil e ágil a vida.

As duas Fernanda Torres e Fernanda Montenegro arrasam. Ainda estão no elenco: Ruy Guerra, Seu Jorge, Luiz Melodia, Enrique Diaz, Stênio Garcia, João Acaiabe, Emiliano Queiroz, Camilla Facundes.

A direção de fotografia de Ricardo Della Rosa é maravilhosa e as imagens dos Lençóis Maranhenses é um sonho. A idéia do filme veio de uma narração de uma foto por Luiz Carlos Barreto sobre uma casa abandonada na areia. Casa de Areia ganhou merecidamente 3 prêmios no Grande Prêmio Cinema Brasil, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem e Melhor Direção de Arte.




Beijos,

Pedrita