A trama começa com uma história verídica, quando a escritora chilena Maria Carolina Geel (Francisca Lewin) mata seu amante na frente de todos em um restaurante. Essa história foi replicada no livro As Homicidas de Alia Trabucco Zerán. Fiquei curiosa para ler um livro da autora e esse que o filme se baseou.
A assassina precisa de roupas limpas, a escrivã vai no apartamento. Que lugar lindo, piano de cauda, provavelmente de meia cauda, muitos livros, plantas, janelas grandes, muita luz, aconchego, belos móveis. A escrivã vive em um apertamento minúsculo com o marido (Pablo Macaya) e dois filhos adolescentes. Nunca sobra nada pra ela, pão, sopa, enquanto ela serve, tudo vai acabando até ela se servir. Um banheiro só. Ela chega tarde e a louça na pia, nenhum daqueles marmanjos faz qualquer coisa na casa. Ela começa a ir ao apartamento da escritora, tomar banhos demorados, ler na banheira, jantar tranquilamente. Ela passa a ler muito e ter tempo para ler muito. Muito interessante como ela vai se transformando. Ela ouve os depoimentos. Os conhecidos do amante falam barbaridades da mulher livre, que nunca quis casar. As mulheres elogiam a escritora de nunca ter se curvado ao amante. O filme fala profundamente de liberdade, principalmente feminina.