segunda-feira, 7 de julho de 2025

A Spy Among Friends

Assisti a série A Spy Among Friends (2022) na Film&Arts. Essa série se arrasta tem anos, meses, nem sei quando tempo atrás eu comecei a ver. Só segui em frente porque estava curiosa, mas não muda muito, é logo o que se apresenta. A história é baseada no livro de Ben Macintyre.

É inspirada na história real de dois espiões Nicholas Elliott and Kim Philby. Depois de décadas de amizade, Elliott descobriu que o Philby era um espião russo. Será mesmo? É o que a série tenta mostrar. Elliot é investigado se foi enganado mesmo por décadas ou não. Chegaram a conclusão que não, mas será mesmo? Ou Elliot se enganou direitinho? Ou preferiram fingir que se enganaram. A premissa é essa, termina chegando a "conclusão" que Elliot não sabia, mas sinceramente, acho que continuaremos sem saber. Espiões sempre foram mestres na arte de enganar. Histórias de espiões dão bons produtos, livros, filmes, mas na prática é tudo uma grande bobagem. Os países gastaram fortunas em mão-de-obra, equipamentos e armamentos, enquanto podiam investir na miséria humana, no meio-ambiente, enfim, em algo que realmente a humanidade precisasse. A série meio que mostra isso. O que mudou para os países descobrir que um agente era espião duplo? Para uma maioria privilegiada pode ter mudado algo, mas pra a população, foi dinheiro gasto com algo desnecessário. Damian Lewis e Guy Pearce estão ótimos. A amizade deles emociona, isso sim muda o mundo, amizades genuínas. Inteligentes, tinham ótimas conversas culturais, o que é um deleite.
A melhor personagem da série é Lily Thomas, da ótima Anna Maxwell Martin, mas ela não existiu hahahaha, isso mesmo, a melhor personagem é ficcional. Ela é designada para ouvir as gravações de escuta para saber se Elliot sabia ou não do amigo espião russo. Interessante que quase nada se perdeu das gravações. Era uma época que os aparelhos eram muito precários, muito se perdia, mas na série nada se perde. Fizeram mágica. Além de ouvir as gravações, tentar interpretar as conversas, ela tinha que interrogar Elliot e eles criam uma bela relação de amizade. Culta, brilhante, ela gera fascínio nele. Ela é bem realizada profissionalmente e pessoalmente. É bem casada com um médico, que claro, não sabe do trabalho da esposa e respeita, bem ficcional mesmo. Criteriosa, ela demora pra dar pareceres da investigação e é maltratada por outra agente que critica o jeito despojado da investigadora. Pra ela, a profissional não conseguiu nada com Elliot porque é desprovida de encantos, não se veste adequadamente, não usa maquiagem, não é sedutora. Como se a aparência fosse mais importante que os conhecimentos. É um dos melhores diálogos da série, muito atual, onde acham que o que importa em uma mulher é a sua capacidade de sedução e não o seu conhecimento.
Na verdade, se é que há alguma verdade, só deixam nós mortais sabermos de espiões por algum interesse político. Provavelmente queriam mostrar que não é possível amizades entre espiões, olha o perigo, mas o fato é que também tinham espiões estrangeiros infiltrados na URSS. Há um interesse político em vilanizar os russos, mas espião era tudo igual não importa o país de origem. Viviam vendo pelo em ovo em qualquer conversa, gastavam rios de dinheiro com a melhor tecnologia da época para escutas, rios de dinheiro com mão-de-obra, que na maioria das vezes servia pra nada ou pra justificar compras absurdas de armamentos. A literatura e o cinema tentaram mostrar que isso tinha alguma função importante, mas no fundo só servia para uma maioria privilegiada. Qual era o intuito da história? Mostrar que um amigo foi décadas enganado por um espião russo e o que isso na prática implicou? Nada né? O russo deve ter passado informações sigilosas, mas também devia ter um espião inglês infiltrado em algum lugar fazendo o mesmo, era o jogo.
Beijos,
Pedrita

8 comentários:

  1. Pena. Os actores são canastrôes notórios, reconhecidos como tal. O tema até nem era mau.

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  2. Não conheço a Série. Adoro Guy Pearce. Beijo

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    1. liliane, é uma boa série. o elenco é ótimo. a produção de época tb.

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  3. Eu tenho a mesma opinião sobre os espiões. E espero que um dia eles sejam extintos, rsrs. Mas a série parece ser interessante.

    Beijo

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    1. marly, não é? serve pra dramaturgia, pq na prática 99% é procurar pelo em ovo e não achar. tb espero q usem o dinheiro em algo mais produtivo como saúde público nos eua. a série é boa.

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  4. Não conhecia essa série.
    Achei a premissa interessante.
    Aaaaaaaaaaaaaa eu gosto dessa coisa fantasiosa de espiões nas telas.
    E concordo com vc que não vida real a coisa toda só interessa a poucos.
    Ri muito com sua observação que a melhor personagem é fictícia 😀
    Vou levar a indicação.

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    1. luli, sim, como ficção histórias de espiões são boas. na vida real é tudo muito artificial.

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