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quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Sonata de Outono

Assisti Sonata de Outono (1978) de Ingmar Bergman no Telecine Cult. Faz tempo que pus pra gravar. Bergman está entre os meus diretores preferidos, mas eu sempre fico na dúvida se já vi i filme. Os nomes dos filmes do Bergman variam muito no Brasil e eu vi vários faz tempo. Precisei começar a ver para ter certeza que não tinha visto esse.


 

Os filmes do Bergman são uma discussão de relação constante. Em Sonata de Outono é a relação conturbada entre mãe e filha, mãe e filhas, mãe e família. As conversas permeiam o filme. A protagonista é uma pianista famosa, faz turnês pelo mundo, então sempre esteve ausente. De comportamento mimado e infantil, ela tumultuava a família no pouco tempo que aparecia. A mãe não deveria ter tido filhos, assim poderia viver intensamente a carreira.

A filha vive em harmonia com o marido em uma cidade pacata. Ele é pastor e ela tem algumas atividades na igreja. Ela resolve convidar a mãe para ficar um tempo com eles após ficar viúva. A mãe resolve aceitar e vem como um trator pra cima da filha e da família. Ela é daquelas pessoas que resolve interferir em tudo na vida dos outros, parece nunca ter conseguido entender que a filha é mais tranquila, que gosta de uma vida mais pacata, de usar roupas mais casuais e confortáveis, de um casamento sereno sem sobressaltos. Em uma noite, regada a vinho, a filha faz o ajuste de contas, e diz tudo o que ficou entalado a vida toda. As ausências da mãe, as cobranças, a falta de paciência da mãe com as questões da infância. A protagonista tem uma irmã doente que estava em uma instituição. Ela levou a irmã para a casa para cuidar. A mãe fica revoltada em saber, diz que se soubesse não tinha vindo.  Ingrid Bergman e Liv Ullman arrasam.

Beijos,


Pedrita

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Cenas de um Casamento

Assisti Cenas de um Casamento (1973) de Ingmar Bergman no Arte 1. Esse filme é da série "todo mundo viu menos eu". Sempre quis ver, mas minha curiosidade maior era com as outras obras do autor. Antes de começar, há comentário no Arte 1 sobre o filme com Flavia Guerra que fala que foi uma série que popularizou o diretor. Que muita gente ligava dizendo que iria divorciar-se.

Começa com o casal dando uma entrevista. Eles comemoram 10 anos de casamento. Falam com carinho um do outro, das profissões dos dois. Ela é advogada, cuida de direito familiar, principalmente  de divórcio. Depois segue para um jantar com um casal de amigos, para lerem a matéria. Esse casal de amigos está muito mal afetivamente. Se agridem verbalmente inúmeras vezes, constrangendo os amigos e estragando o jantar. Estão naquela fase pavorosa de o tempo todo desqualificar publicamente o outro. O casal o tempo todo está maltratando verbalmente o outro.
Em outro episódio o marido conta a esposa que se apaixonou por outra, uma jovenzinha. E que eles vão para Paris. São tristes demais as conversas, a dificuldade que eles tem de se desligar. É bonito como perdura o afeto. Eles tem algumas brigas pavorosas. Achei que nunca mais se veriam. Mas a união é tanta, que o laço perdura anos depois. Mas eles nunca voltam, uma pena. Os dois são interpretados magistralmente por Liv Ullmann e Erland Josephson. Como ela é linda. São praticamente os dois. Outros aparecem muito pouco. A maior parte do tempo e das cenas só os dois. Gostei como os figurinos vão mudando. Não só pela passagem do tempo, mas como ela vai se desvencilhando e se libertando do papel de esposa. Os diálogos são incríveis, maduros em muitos momentos. Me assustou o machismo do marido em não ver as filhas. Ele diz que a atual esposa proíbe e ele passa anos sem vê-las. Como se não fossem mais dele. Como é atual essa questão. O filme todo é muito atual, os diálogos. Muito bom!

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Miss Julie

Assisti Miss Julie (2014) de Liv Ullmann no Max. Eu coloquei pra gravar, amo esse texto de August Strintberg que li e comentei aqui. Eu já vi uma peça com o texto ambientada nos dias de hoje e outra que um grupo ia montar a peça. E veria quantas outras adaptações viessem, é um texto incrível. E Liv Ullmann é maravilhosa! Esse filme é impressionante, maravilhoso, tudo perfeito!

A escolha do elenco foi perfeita; Jessica Chastain arrasa como a Júlia. Colin Farrell está impressionante como o mordomo. Sua amante, a empregada da casa, pela maravilhosa Samantha Morton. Que direção, que interpretações, tudo milimétrico, tenso, dramático. Incrível como esse texto é atual. A relação de poder entre empregado e patrão. O tempo todo o texto alterna entre submisso e algoz. Cada hora um estabelece um papel de subjugar o outro.
Tudo é incrível. A espetacular direção de arte é de Heather Greelees. Os cenários, a iluminação do russo Mikhail Krichman. Belíssima reconstrução de época. Essa adaptação é bem visceral.

Gostei muito do filme passar todo nas dependências dos empregados. E que dependências. Belíssimo lugar e lindos objetos de cena. 

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Duas Vidas

Assisti Duas Vidas (2012) de Georg Maas no Max. Esse filme norueguês escolhe um personagem para contar parte de uma história de espionagem no país. Foram muitos espiões aliciados por espontânea vontade ou não para trabalhar na Noruega. Alguns foram descobertos, outros não. É baseado no livro de Hannelore Hipe, Eiszeiten. Começa com a história de uma mulher avisando por telefone que está em perigo. Um advogado quer tentar ressarcir as crianças que foram para orfanatos enquanto os seus pais iam para campos de concentração na própria Noruega.

A mulher com medo tem uma bela família. Ela é muito feliz com o marido, sua filha tem um bebê e ainda tem a avó. Aos poucos ficamos sabendo que sua avó se envolveu com um alemão. Ela foi enviada então a um campo de concentração e sua filha foi para um orfanato na Alemanha. Com o tempo essa mulher quer achar a sua mãe e volta para a casa. Mas há muitos segredos que vão sendo revelados. A avó é interpretada pela Liv Ullmann

O marido por Sven Nordin. A protagonista por Juliane Köhler. A filha por Julia Bache-Wiig. O advogado por Ken Duken. Vários outros atores aparecem nas reconstituições, nos depoimentos. Filme triste, incrível! Mostra o quanto a questão da espionagem, da guerra é bem mais complexa que imaginamos. Muito distante do maniqueísmo apregoado na maioria das vezes.

Hoje o blog Mata Hari e 007 faz 13 anos de existência. Obrigada a vocês leitores e amigos que compartilham comigo a minha vida cultural. E obrigada a todos os eventos culturais que me proporcionam o prazer de blogar.


Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Persona

Assisti Persona (1966) de Ingmar Bergman no Telecine Premium. Sempre sonhei ver esse filme desse diretor que adoro. Persona mostra duas mulheres, uma enfermeira e outra uma atriz em crise. Persona questiona o que é real e imaginário, o que é interpretação ou realidade. Se existe mesmo diferença entre a interpretação de uma atriz e o que é real.

Os papéis das duas o tempo todo se confudem. Bibi Andersson e Liv Ullmann estão majestosas. Seriam uma só? São iguais? Em vários momentos parecem tranquilamente outras pessoas, com histórias profundamente diferentes, mas as semelhanças vão aparecendo até começarmos a achar a duas iguais. Obra de arte, obra de mestre. Belíssima fotografia, interpretações majestosas, texto incrível. Perfeição!

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 8 de junho de 2010

Saraband

Assisti Saraband (2003) de Ingmar Bergman no Max. Esse é meu diretor favorito, sempre fico estarrecida com suas obras. Quando vi que o canal Max ia passar nem acreditei. Esse canal é novo, veio no lugar no maravilhoso Cinemax da HBO. Não sei se vou ter acesso constantemente, já que não tenho HD. Esse filme foi realizado para televisão uma co-produção entre Suíça, Itália, Alemanha, Filândia, Dinamarca e Áustria. Saraband parece inicialmente um filme tranquilo, como a maioria dos filmes do Bergman. Liv Ullmann está desbundante como sempre, sua personagem, em meio a fotos, resolve visitar seu ex-marido, eles se divorciaram a 30 anos e não se viram mais. Pelo que compreendi, ele teve com essa mulher duas filhas que igualmente não teve mais notícias.

Parece que vai ser um filme de pessoas que viveram 17 anos juntos e se reencon-tram já em outro estágio da vida. Ela diz sua idade no filme, 63 anos, ele parece mais velho. Ele mora em um casa isolada, em um lugar deslumbrante. Já estão mais serenos pelo tempo, parece que será sobre um filme de reencontro. Mas Bergman sempre surpreende. Perto da casa desse senhor mora seu filho que ficou viúvo há dois anos e sua neta. A relação entre o pai e o filho é conflitante. Há um ódio antigo, estranho não superarem. A agressividade dos dois incomoda. 

 A neta é a que mais sofre. Esse pai tem uma relação muito estranha com ela. Ele é possessivo e violento, como foi com a mãe dessa moça. Os dois são músicos, violoncelistas. Ele dá aulas na cidade e é o professor dela. Ele tenta fazer de tudo para que a neta não vá estudar em outro lugar até mesmo usar a violência. O marido é interpretado maravilhosamente por Erland Josephson. O filho é interpretado por Börje Ahstedt. Ele tem tantas facetas que nos assustamos quando muda rapidamente entre o doce e o possessivo. Linda e talentosa a neta interpretada por Julia Dufvenius. Obviamente que a trilha sonora é maravilhosa.




From Mata Hari e 007
Beijos,








Pedrita

domingo, 2 de dezembro de 2007

Hora do Lobo

Assisti A Hora do Lobo (1968) de Ingmar Bergman no Telecine Cult. O Marcelo Janot que avisou no blog dele que ia passar esse filme no canal. Eu sou fã do Ingmar Bergman e o Telecine Cult resolveu passar vários, inclusive raros, de difíceis exibição e que eu não tinha visto. A Hora do Lobo é uma piração total. Começa muito normal, um jovem casal vai morar em um lugar afastado e estão muito felizes. São interpretados maravilhosamente por Max Von Sydow e Liv Ullmann.

O marido é pintor e eles vivem de forma pacata, em uma simpática casa. Na viagem me surpreendi o quanto estamos acostumados hoje a tecnologia. Eles viajam praticamente numa canoa e lá levam algumas bagagens.
Até que aparecem estranhos visitantes. Com o tempo ficamos na dúvida se são delírios de nossos protagonistas ou realmente toda aquela loucura aconteceu. O texto é absolutamente genial, pena que a legenda fosse péssima. E para os filmes do Bergman as legendas são cruciais porque o idioma é estranhíssimo aos nossos ouvidos.

Há um texto impressionante no final da Liv Ullmann que ela diz não saber se de fato tudo aconteceu, ou se foi a convivência com o marido perturbado que a contaminou de sua loucura. A fotografia é simplesmente maravilhosa.

Outros do elenco são: Gertrud Fridh, Bertil Anderberg, Naima Wifstrand, Gudrun Brost, Ulf Johansson e Gerg Rydeberg.

Em uma dessas visitas malucas ao casarão eles mostram um trecho da ópera A Flauta Mágica de Mozart e fazem análises. Foi um trecho dessa ópera que escolhi para ilustrar musicalmente o post.



Beijos, Pedrita

domingo, 4 de novembro de 2007

A Paixão de Ana

Assisti A Paixão de Ana (1969) de Ingmar Bergman no Telecine Cult. É um dos meus diretores preferidos, mas esse é um dos mais difíceis de assimilar, isso porque há muitas cenas com animais e eu tenho muito dificuldade de ver. Um homem vive sozinho. Ele acaba conhecendo uns vizinhos, um casal e a Ana.

Todos têm histórias difíceis no passado e todos parecem manter alguns comportamentos sádicos. Tanto que não temos idéia sobre quem é que faz as maldades com os animais, porque todos poderiam ser, porque são estranhos, ou como todo ser humano, tem lados escuros e em A Paixão de Ana tudo fica mais evidente. Mas nunca ficamos sabendo.

Bergman filma ainda os atores falando o que pensam sobre os seus personagens e essa filmagens entram no meio do filme, em alguns momentos. É muito interessante! Uma aula e tanto de cinema.


As atrizes também são lindíssimas: a bela Liv Ullmann como Ana e Bibi Andersson. Os dois homens são Max Von Sydow e Erland Josephson.



Beijos, Pedrita