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domingo, 15 de novembro de 2015

Violette

Assisti Violette (2013) de Martin Provost no TelecinePlay. Estava vendo o filme, achei que já tinha ouvido falar e fui pesquisar. Essa é a vantagem de ver filmes no Now, podemos parar e voltar a ver de onde parou quanto quisermos, tenho adorado esse recurso. Às vezes eu vejo que tenho um tempo curto para ver algo, como tem esse recurso, posso ver um filme longo sem problemas, parar e voltar a ver depois.

E sim, eu tinha visto o trailer desse filme e ficado com muita vontade de ver. É sobre a vida da grande escritora Violette Leduc (1907-1972). Fui ver os livros e não há um único publicado no Brasil. Por sorte no Estante Virtual, no Sebo Poesia eu achei A Bastarda, era o único, e parece que é uma edição portuguesa, Agora o Estante Virtual não tem um único livro da Violette Leduc. Em breve esse exemplar estará junto com os livros a ler. Violette Leduc era uma mulher intensa, fogosa, angustiada, complexa. Ela lê um livro da Simone de Beauvoir, termina de escrever o seu livro e procura Simone de Beauvoir que gosta muito do livro A Asfixia que quero muito ler. Beauvoir sugere alterações, Leduc faz, Beauvoir mostra então a Albert Camus que o publica. Violette fica muito nervosa em reparar que os livros não estão nas livrarias, fica deprimida e descobre que autores novos não tem espaço, não interessam aos leitores nem as livrarias. Simone de Beauvoir insiste que Violette escreva toda a sua ira em outro livro, ela reluta mas escreve outro. Com dificuldades financeiras, ela recebe uma mesada achando que é da editora, mas só depois descobre que é da Simone de Beauvoir.

Só depois da publicação de vários livros, quando publica A Bastarda, é que finalmente consegue viver do que escreve. Esse livro faz sucesso, vende bem. O filme acaba aí e um texto diz que ela escreveu vários livros depois desse de sucesso. Termina com ela se mudando para uma linda casa no campo, podendo finalmente abandonar o seu quartinho pequeno. Violette é interpretada brilhantemente por Emmanuelle Devos. Simone de Beauvoir por Simone Kiberlain e Jean Genet por Jacques Bonnaffé. Alguns outros do elenco são Olivier Gourmet, 

Emmanuelle Devos é uma bela atriz. Violette Leduc não tinha tantos atrativos. Tanto que ela se achava feia e achava que era esse o motivo que fazia a Simone de Beauvoir a rejeitá-la Violette Leduc amou intensamente Simone de Beauvoir.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A Queda


Terminei de ler A Queda (1956) de Albert Camus. Comprei esse livro em um sebo por R$ 10,00. Não é o dessa capa, é de uma edição do Círculo do Livro. Eu adoro esse autor e esse não tinha lido. O estilo lembrou Memórias do Subsolo de Dostoiévski. Isso não é uma análise técnica, só uma impressão informal de estilo. Ambos são os pensamentos, muitas vezes filosóficos, sobre os fatos.

Obra Buquê de Dálias e Livro Branco (1923) de Henri Matisse

O protagonista de A Queda é um homem narcisista e egoísta, palavras que são quase sinônimos, mas juntas refletem bem a personalidade desse homem. Tudo o que ele faz é para conseguir a aprovação da sociedade. Ele faz várias ações de caridade, mais para ficar bem aos olhos dos outros do que pela preocupação com os outros. Incrível como essa prática é atual. Muitas empresas, ou mesmo pessoas atualmente só se engajam em projetos sociais para ficar bem aos olhos dos clientes, da sociedade do que pela preocupação com os seus semelhantes. Alguns inclusive estão engajados em projetos sociais, mas exploram e maltratam os funcionários.

Obra A Ópera Cômica de Édouard Goerg

Vou falar detalhes do livro: Ele sempre ajudava as pessoas pelo seu ego, para que as pessoas o olhassem e o admirassem. Mas quando um homem cai no rio e começa a se afogar em um momento que não há ninguém, o protagonista não faz nada. O livro é todo irônico.

Eu tinha vontade de anotar muitos trechos, quase o livro todo, mas realmente o melhor é ir degustando palavra por palavra. O livro é incrível!

Trechos de A Queda de Albert Camus

“Meu senhor, posso oferecer-lhe meus préstimos, sem correr o risco de ser inoportuno?”

“Na libertinagem só se possui a si próprio; ela permanece, pois, a ocupação preferida dos grandes apaixonados por sua própria pessoa. É uma selva, sem futuro nem passado, e, sobretudo, sem promessas nem sanção imediata.”

Tanto os pintores como o compositor são franceses como o escritor.

Beijos,
Pedrita

domingo, 25 de janeiro de 2009

Calígula

Assisti Calígula de Gabriel Vilela no Teatro Paulo Autran no Sesc Pinheiros. Essa peça foi adaptada sobre o texto de Albert Camus e transposta no Brasil por Dib Carneiro Neto. Eu tinha comentado no ano passado com o 007 que pensava em ver essa montagem, talvez isso que o tenha impulsionado me presentear com o filme. Essa adaptação começa quando o Senado aguarda ansiosamente a volta de Calígula que desapareceu após a morte de sua amada irmã Drusilla. É o momento em que Calígula parece estar louco, quando no fundo parece mais lúcido ainda com seus textos complexos.

Thiago Lacerda está excelente! Em vários momentos as falas de Calígula parecem mais um monólogo já que trazem seus pensamentos. É surpreendente quando um de seus maiores inimigos, Cipião, é quem mais o entende já que também viveu o horror de perder alguém querido, mesmo que sob as mãos de Calígula. A relação amor e ódio que se instala entre os dois é impressionante! O ator que faz esse inimigo é interpretado por Pedro Henrique Moutinho. Magali Biff interpreta a mulher de Calígula, Cesônia. Outros do elenco são: Pascoal da Conceição, Rodrigo Fregnan, Jorge Emil e Ando Camargo. Essa peça fica até fevereiro e os ingressos custam R$ 20,00, mas eu comprei com uma semana de antecedência e mesmo assim estava praticamente lotado. É preciso comprar bem antes os ingressos.
De Albert Camus: "Não se pode a tudo destruir, sem destruir a si próprio. Calígula arrasa com o mundo ao seu redor e, fiel à sua lógica de vida, faz o que pode para voltarem-se contra ele todos os que terminarão por assassiná-lo. Calígula, a peça, é a história desse suicídio superior. É uma história sobre a forma mais humana e mais trágica de errar. Infiel ao homem, por fidelidade a si mesmo, Calígula consente em morrer, por haver compreendido que nenhuma criatura pode se salvar sozinha e ainda, que não se pode ser livre à custa dos outros." Esse trecho é de um texto maravilhoso que está no programa do espetáculo e é do prefácio da edição americana do livro Théâtre (1958), antologia de suas peças pela editora Pléiade (tradução de Dib Carneiro Neto).

As fotos são de João Caldas.


Música do post: Antonis Remos & Marinella - San Anemos


Beijos,

Pedrita