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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Alias Grace

Assisti a série canadense Alias Grace (2017) de Sarah Polley na Netflix. Vi na minha vizinha essa série que queria tanto acompanhar. Entre os melhores livros que já li na vida, Vulgo Grace, e comentei aqui, a série tem a orientação da própria autora, Margaret Atwood. Absolutamente incrível! São seis episódios que levam a todas as emoções que senti ao ler o livro.

Sarah Gadon está incrível com Grace. O livro é baseado em uma história real, da Grace Marks acusada de matar seu patrão e a governanta junto com um outro funcionário. Mas não há prova de nada. 

O funcionário era um mentiroso crônico e quando a série começa ele já foi enforcado. Não sabemos o quanto a Grace participou. Se ela foi a mentora como o funcionário diz, se ela combinou tudo com o funcionário, se ela foi cúmplice por não ter outra saída, se ela não queria nada daquilo. Só não me identifiquei com o ator que faz o funcionário, Kerr Logan, mas somente porque imaginei de outra forma, todos os outros pareciam que tinham saído da minha imaginação. Eu imaginava que o assassino fosse um homem mais violento e mais velho.
Como no livro um médico da mente vai na prisão tentar descobrir o que realmente aconteceu e a série, bem como o livro, passam a Grace contando a sua história e o incidente que a levou até ali. Adorei o ator que faz o médico, Edward Holcroft.

Como no livro, a série fala muito da condição da mulher, principalmente da mulher em trabalho subalterno. O tempo todo, quando questionada, ela diz os abusos que acontecem nas relações entre patrões e empregados. Os guardas do presídio também parecem tomar liberdades, espancar, bem como os do hospício. O corpo da mulher pobre é de todos. Também a série coloca a dúvida, se Grace queria contar histórias para o médico para mantê-lo interessado, ou se realmente aconteceu daquela forma. Nós mesmos vemos cenas feitas sob os depoimentos, bem diferentes da que Grace contou, mas a própria Grace pensa e vemos cenas diferentes também. Todas as dúvidas como no livro estão ali. Fantástico! Alguns outros do elenco são: Rebecca Liddiard, Zachary Levi, David Cronenberg, Paul Gross, Stephen Joffe e Anna Paquin.
Gostei que as colchas estavam lá. No livro Grace Marks fala muito da confecção de colchas, de que toda moça tem que ter uma certo número de colchas antes de casar. Do significado dos desenhos e colocaram as colchas como descritas e imaginadas por mim. As colchas na trama são personagens e contam histórias.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Mapa para as Estrelas

Assisti Mapa para as Estrelas (2014) de David Cronenberg no Telecine Cult. Coloquei pra gravar porque amo esse diretor. Tinha esquecido o quanto seus filmes são pesados e impactantes. No início achei que seria um filme sobre a futilidade de atores do Hollywood, nem estava muito animada.

Mas esqueci das reviravoltas desse cineasta. Mapa para as Estrelas é muito impactante e impressionante, ainda estou digerindo. Uma moça  (Mia Wasikowska) chega em Las Vegas e conhece o motorista (Robert Pattison) que ela contratou. Uma atriz  (Julianne Moore) que está com dificuldade para conseguir bons papéis contrata a jovem para ser sua auxiliar. Adoro essas atrizes e elas estão incríveis.

John Cusack e o ator que faz seu filho Evan Bird estão em personagens insuportáveis. Ele é um autor de muito sucesso, está riquíssimo com a venda de seus livros de auto-ajuda. Ele parece uma farsa. Aproveita e inventa muitos modismos que são abraçados pelos atores e vive a larga. Gosta de ostentar. Ele faz uma espécie de terapia com os atores, mas tudo incorreto, pouco produtivo e muito cruel. É também horrível a pressão que faz no filho que é um ator que fez muito, mas muito sucesso quando criança, se envolveu em drogas e agora, adolescente, está com dificuldade também de conseguir bons papéis. A esposa (Olivia Williams)  também está sofrendo.

E Mapa para as Estrelas vai se aprofundando e vamos conhecendo as histórias trágicas atrás desses comportamentos disfuncionais, é muito, mas muito forte e doloroso. Julianne Moore ganhou Palma de Ouro de Melhor Atriz no filme. Merecidíssimo!

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 4 de junho de 2013

Cosmópolis

Assisti Cosmópolis (2012) de David Cronenberg no Telecine Premium. Eu adoro esse diretor, queria muito ter visto no cinema. É incrível, não-convencional, filosófico, assustador. O trailer mostra uma ação que é praticamente inexistente no filme. O roteiro é de Don DeLillo. Cosmópolis fala muito das relações econômicas, de moeda, ações, é desconfortável vermos as relações que promovem o sucesso financeiro de nosso protagonista riquíssimo, interpretado por. Robert Pattinson que passa quase todo o filme dentro de uma limousine. Ele é um homem sem expressão, parece que não sente nada.

Começa o filme ele querendo cortar o cabelo do outro lado da cidade. Os seus seguranças não aconselham. O presidente está na cidade, é arriscado, mas ele insiste. O filme passa então a acontecer nessa trajetória. Nosso protagonista passa a ter reuniões e encontros amorosos no trajeto. Há muitas participações. Ele é casado há um mês, mas ainda não tiveram relações íntimas, ela é interpretada por Sarah Gadon. Desfilam então atores incríveis em pequenas aparições: Juliette Binoche, Abdul Ayoola, Kevin Durand, Samantha Morton,  Mathieu Amalric, Patrícia McKenzie, George Touliatos, Goucht Boy e Paul Giamatti.

Cosmópolis pode ser lido de várias formas, há várias interpretações ou nenhuma. Tudo é surreal, intrigante e fascinante. Vou falar detalhes do filme: Eu fiquei com a sensação que o nosso protagonista encontra-se com ele mesmo. Vê o seu futuro e a sua decadência, mas ele mesmo parece não perceber. Claro, pode ser uma livre interpretação minha.

Pedrita

quarta-feira, 20 de março de 2013

Um Método Perigoso

Assisti Um Método Perigoso (2011) de David Cronenberg no Telecine Cult. Eu descobri sobre o que era esse filme pelo controle remoto. Eu adoro esse diretor e o elenco e o roteiro me interessou muito. Um Método Perigoso é inspirado no livro de John Kerr. Fala mais de Jung, das pesquisas de Jung. Começa com a chegada de uma paciente interpretada brilhantemente pela Keira Knightley. Ele percebe a inteligência dela, ela quer ser médica e ele pede que ela o ajude em suas pesquisas. Fiquei abismada o quanto sabia pouco dessa grande mulher, Sabina Spielrein que conseguiu se formar em medicina e se tornar a primeira psiquiatra russa. E também uma das primeiras psicanalistas do mundo.

Jung é interpretado igualmente brilhantemente por Michael Fassbender. Freud aparece menos já que o filme é mais baseado nas pesquisas de Jung e o ator é outro que adoro Viggo Mortenser. Aparece também outro estudioso da mente, Otto Grass, interpretado pelo Vincent Cassel. A esposa de Jung é interpretada pela Sarah Gadon. Um Método Perigoso é um excelente filme. Eu li parte de um livro que trazia cartas entre Freud e Jung e foi fascinante. Ver o filme também foi ótimo.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Zona Morta

Terminei de ler A Zona Morta (1979) de Stephen King. Gosto muito dos filmes que são adaptados dos livros desse autor, achei que deveria ler um de seus livros para conhecer e comprei esse novo de uma loja virtual, é da editora Objetiva. Incrível A Zona Morta. Um livro difícil, não porque seja um livro de terror, eu gosto de histórias de terror, mas das possibilidades reais do livro, das maldades e das loucuras dos seres humanos. Stephen King me lembrou muito Charles Bukowski. Há algumas diferenças, Bukowski fala muito do seu universo, Stephen King amplia a visão e ainda inclui a paranormalidade. Mas os dois tem um olhar pessimista da sociedade, menosprezam os seres humanos e fazem críticas ferozes ao estilo americano. Stephen King ainda critica muito crenças, religiões e política.
Obra Slayer de Mark Ryden

Vou falar detalhes do livro: No início demorei um pouco pra engatar a leitura, a história se arrastava um pouco. Até nosso protagonista sofrer um acidente e entrar em coma demora um pouco. Depois ele fica em coma por um tempo, só depois que ele acorda é que volta a ficar eletrizante. Ele já advinhava as coisas desde um acidente na infância, mas depois do coma suas previsões intensificam. O que gostei é que ele não se sente confortável em advinhar e se isola da sociedade, até gosta quando o chamam de charlatão e as cartas param de chegar. Com esse clima mórbido, Stephen King faz altas críticas a políticos, a sociedade e as religiões. É uma obra indigesta!

Há um filme do David Cronenberg sobre esse livro que ainda não vi de 1983 e outro de 2002.


Obra Twilight I (1978) de Alex Katz

Primeira frase da obra A Zona Morta de Stephen King:





“Na época de sua formatura na universidade, John Smith já tinha esquecido completamente do tombo que levara na neve naquele dia de janeiro de 1953.”


Os dois pintores são americanos como o autor.





From Mata Hari e 007
Beijos,









Pedrita

sábado, 6 de junho de 2009

Senhores do Crime

Assisti Senhores do Crime (2007) de David Cronenberg no Telecine Premium. Eu gosto muito desse diretor e esse filme é excelente. Violento e triste, mas incrivelmente bem realizado. É muito inteligente a trama como é construída. Começa com uma moça em trabalho de parto. Ela não sobrevive, mas o bebê sim. Como a parteira, interpretada pela belíssima e talentosa Naomi Watts, não sabe nada da mãe, só há um diário em russo, ela começa a tentar localizar algum parente para que a criança não vá para a adoção. Sem saber ela se envolve na Máfia Rússia.

Viggo Mortensen está mara-vilhoso! Adoro esse ator e o desempenho dele em Senhores do Crime é impressio-nante! Outros do elenco que também estão ótimos são: Vincent Cassel e Armin Mueller-Stahl. Eu conhecia muito pouco da Máfia Russa, Senhores do Crime mostra um pouco. É bastante parecida com a Máfia Italiana, a diferença são as tatuagens que trazem no corpo dos homens as hierarquias. E me impressionou a forma como tratam as mulheres que escolhem para ser as prostitutas, aliciando principalmente menores de países separatistas da Rússia que vivem próximos à miséria. Tentei achar mais informações, mas não consegui.

Música do post: Eastern Promise

Youtube: Eastern Promises Movie Trailer


Beijos,
Pedrita

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Marcas da Violência

Assisti Marcas da Violência (2005) de David Cronenberg no Cinemax. Fazia tempo que queria ver esse filme, mas estava sem coragem. Logo no começo fiquei com receio que fosse daqueles filmes que bandidos violentos mantém uma família refém, fazendo atrocidades por todo o filme, mas não é não e o roteiro é bem interessante e surpreendente. Tem alguns clichês, umas questões forçadas, mas a temática principal é bem interessante. O roteiro é baseada na novela gráfica de Wagner e Vince Locke.

Esquecendo o desenrolar da trama, Marcas da Violência debate uma questão crucial dos dias de hoje. De civis fazerem a justiça com as próprias mãos e se exporem e as suas famílias a vinganças de integrantes de grupos de bandidos. Às vezes um ato impensado e heróico pode expor as famílias, mas não reagir pode ser igualmente pior. É uma questão muito complexa, que o filme aborda bem no início, depois vem o desenrolar surpreendente, mas só essa discussão inicial já acho interessante. Não sou a favor de justiça com as próprias mãos, de reagir em ações de violência, mas acho um tema complexo. Não é possível escolher teorias simplistas.

O elenco é muito com três belos e talentosos atores, o lindíssimo Viggo Mortensen, lembra um pouco o nosso Murilo Rosa, Ed Harris que não está muito bonito no filme e Maria Bello. Alguns outros do elenco são Peter MacNeill, Ashton Holmes, Heidi Hayes e William Hurt.

Música do post, não do filme: Violence Of Summer (Love's Taking Over).



Beijos

Pedrita