sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Iran do Espírito Santo

Fui na exposição de Iran do Espírito Santo na Estação Pinacoteca. Saímos da Galeria Marilia Razuk e seguimos para a Estação Pinacoteca. Eu gosto demais desse espaço, está muito bem organizado. Fica no antigo prédio do DOPS, ao lado da Sala São Paulo. Aos sábados as visitas são gratuitas. Mas é bem barato durante a semana, R$ 4,00. Essa exposição fica em cartaz até o dia 11 de novembro, então vocês podem aproveitar o passeio. Há um café muito simpático no andar debaixo.


Foi uma das exposições que mais gostei nesse dia. Ele faz esculturas de objetos do nosso cotidiano, só que com materiais diversos. Esse buraco da fechadura parece que está na parede e quanto chegamos perto é uma peça única e cheia. São objetos em aço, mármore. Adorei as caixas que nós conhecemos de papelão e que claramente eram feitas de papelão, mas eram na verdade de granito e outros materiais pesados. Só realmente apreciando a exposição para compreender a magia dessas obras. Estão expostas 28 peças.

Beijos,

Pedrita

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Exposição de Cristina Rogozinski e Flávia Ribeiro

Fui na exposição de Cristina Rogozinski e Flávia Ribeiro na Galeria Marilia Razuk. Na continuação da maratona de exposições, vi essa mostra dessas duas artistas. Elas acabaram se conhecendo e nas conversas decidiram fazer obras juntas. O que é muito inusitado já que a criação é um processo muito individual. A imagem dessa obra é realizada a quatro mãos e a técnica é a xilogravura. Gostei muito! Tenho muita admiração por objetos de cores quentes, essa tela inclusive combinaria muito com minha sala.

Essa é outra exposição que também já saiu de cartaz. Fica em outro ambiente da galeria, em outro andar, onde se encontra o acervo da Galeria Marilia Razuk. Acabamos vendo algumas obras do acerto como de Amilcar de Castro. Gostei bastante das esculturas em pedra-sabão de Rodrigo Cabelo.



Beijos,

Pedrita

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Luz de Ouvido

Fui na exposição Luz de Ouvido de Claudio Cretti na Galeria Marilia Razuk. No sábado fiz uma maratona em exposições de arte contemporânea e aprendi bastante sobre o tema. O mais incrível é que toda a programação foi absolutamente gratuita. Eu recebo informativos da Galeria Marilia Razuk nos meus emails, mas nunca tinha ido pessoalmente. Fica no Itaim e é muito simpática. Gostei de ter dois espaços de exposição. A de Claudio Cretti ficava no espaço principal.

Gostei bastante do trabalho de Claudio Cretti, mas principalmente dessa obra da foto. É uma pedra granito trabalhada em alguns pontos com essas outras peças encaixadas. É uma característica desse escultor, fazer encaixes. A outra peça da primeira foto também traz peças encaixadas. O que me fascina realmente é o escultor interagindo com a natureza. Mexer pouco na natureza, mas fazer inserções tão magníficas e transformar em uma incrível obra de arte. Tenho fascínio pelas pedras brasileiras e vê-las trabalhadas e transformadas é fascinante. Gostei muito. Essa exposição já saiu de cartaz em São Paulo.


Como tive um sábado cultural em arte contemporânea, vocês vão aproveitar mais do meu passeio em vários posts.


Beijos,


Pedrita

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Opere 1960 – 2006

Fui na exposição Opere 1960 – 2006 de Riccardo Cordero no Memorial da América Latina realizada pelo Istituto Italiano di Cultura. Teve uma palestra antes onde o artista italiano falou de seu trabalho e sobre importantes escultores com exibição de imagens de suas obras. O foco principal da palestra foi a construção de obras para espaços públicos. Riccardo Cordero tem várias obras em espaços públicos no mundo todo. Falou das técnicas e escolhas dos artistas. Sobre obras que integram o espaço ou não. Uma de suas obras públicas está na China, na mostra estão fotos do processo de montagem.

A mostra Opere 1960 – 2006 traz 54 obras de Riccardo Cordero de vários períodos. Gostei bastante de umas obras que retratam a década de 70, como uma imagem de uma obra que não conhecemos traz sempre recordações e imagens de obras do mesmo período que fizeram parte de nossa história. A dessa foto é uma réplica em madeira de uma que está em um espaço público. A mostra é gratuita, fica na Galeria Marta Traba, do Memorial da América Latina até o dia 28 de setembro. Apesar do Memorial ter péssimo acesso, sem placas que identificam qual portão entrar, é uma bela exposição.
Beijos,
Pedrita

sábado, 15 de setembro de 2007

Palomar

Terminei de ler Palomar (1983) de Italo Calvino. Eu adoro esse escritor e vi que o Renato Prelorentzou tinha escrito um artigo sobre o livro no blog Paisagens da Crítica do Júlio Pimentel Pinto. Fui checar os livros do Italo Calvino que tinha comprado em um sebo e lá estava ele. Foi uma grata surpresa, já que é o último livro publicado pelo autor e é recente, e sebos trazem sempre livros mais antigos. Comprei por R$ 14,00, já que se trata de um livro recente, então os custos são um pouco mais altos que normalmente são nos sebos. Agora consegui descobrir essa brilhante obra. Não está entre os meus preferidos do autor, mas Italo Calvino é sempre surpreendentemente genial.
Obra de Remo Brindisi
Nosso protagonista está sempre analisando tudo o que vê. Até mesmo nas férias tem processos que precisam terminar e ele analisa as ondas. Quando ele fala dos pássaros é muito emocionante, já que ele diz que, se quem ouve, não teve na infância alguém que dissesse que pássaro é aquele, esse alguém irá desconhecer seus nomes e cantos e meu pai sempre dizia com o canto dos pássaros, quais eram e contava suas histórias. São vários capítulos sobre a arte de observação da vida, dos animais, é muito divertido quando ele fala do andar das girafas, ou das pantufas desparelhadas, ele diz que de alguma forma estará eternamente ligado a pessoa que levou a outra pantufa desparelhada.

A última análise de Palomar é sobre a morte, e ele resolve pensar como se estivesse morto, porque assim os processos não mudarão mais. Através de questões cotidianas e análises filosóficas profundas, o livro se desenrola em uma narrativa brilhante!

Obra de Renato Guttuso
Trechos de Palomar de Italo Calvino:

“O mar está levemente encrespado e pequenas ondas quebram na praia arenosa. O senhor Palomar está de pé na areia e observa uma onda. Não que esteja absorto na contemplação das ondas. Não está absorto, porque sabe bem o que faz: quer observar uma onda e a observa. Não está contemplando, porque para a contemplação, nenhuma daquelas três condições todavia, se verifica para ele. Em suma, não são “as ondas” que ele pretende observar, mas uma simples onda e pronto: no intuito de evitar as sensações vagas, ele predetermina para cada um de seus atos um objetivo limitado e preciso.”

“O senhor Palomar, a quem os pingüins causam angústia, a segue a contragosto, e se pergunta o porquê de seu interesse pelas girafas. Talvez porque o mundo à sua volta se mova de modo desarmônico e Palomar espere sempre descobrir nele um desígnio, uma constante.”

“Se o modelo não consegue transformar a realidade, a realidade deveria conseguir transformar o modelo.”

Beijos,

Pedrita