Assisti ao documentário O Fio Brasileiro de Marilia Cioni no Memorial da América Latina. A diretora é ítalo-brasileiro e desejou contar no documentário a participação dos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial quando lutaram na Itália e conquistaram Monte Castelo. Foi a estréia no Brasil e assistiram também alguns pracinhas. Conhecia esse fato dos livros de história, mas é muito diferente ouvir depoimentos, ver imagens antigas sobre esses fatos. Além de falar da tristeza da guerra e das dificuldades o documentário buscou mostrar a interação dos brasileiros com os italianos. Foram entrevistados brasileiros e italianos que conviveram naquele período na região.
Algumas italianas entrevistadas contaram a dificuldade que viviam, eram mendigas pelas circunstâncias da guerra e que os brasileiros sempre dividiam o que comiam com os moradores das regiões que passavam. Também elas contavam que foi a primeira vez que viram um homem negro. Uma delas era uma criança de dez anos e ficou com muito medo do negro. Todos falavam da alegria dos brasileiros, das músicas. O documentário é bem emocionante. Gostei muito da edição também, ágil e impecável. Apesar de ser uma história triste conseguiu mostrar momentos de ternura. Gostei muito do documentário!
Assisti Caminhos do Coração na TV Record, escrita por Tiago Santiago e dirigida por Alexandre Avancini. Adorei! Kitsch, tosca, engraçada e criativa. Concordo quando alguns falam que o texto era ruim e no início acentuava bastante a repetição de frases de auto-ajuda. Não variava. E ficou assim até o final, que não foi final. O que eu mais me diverti é quando li na Folha que com a aparição da transformação do lobisomem, o ibope subia. O autor não se apertou e começou a fazer o menino lobo morder mais pessoas e surgir mais lobisomens. Foi aí que tudo ficou muito, mas muito divertido. Eu ria tanto, ia dormir feliz. Eu considero essa uma novela que inovou muito e quebrou uma série de estruturas desse estilo de linguagem.
A trama central de Caminhos do Coração era bem inteligente, mas patinava no mesmo lugar, ia mal de ibope. Então começaram a diminuir os personagens, falavam no fracasso da novela e veio o lobisomem. Eles compraram excelentes efeitos especiais. Como os mutantes começaram a agradar mais do que a trama central, eles começaram a se multiplicar. Eu gostei do autor não se incomodar, talvez por ser bastante jovem, ele não se incomodava de mudar tudo, criar muito. A ação começou a ser o forte. Até concordo que demoravam algumas cenas, enrolavam mesmo, mas a edição começou a ficar ágil e impecável. Eu li que já eram uns 38 mutantes, o autor falou um número menor. Pouco menor, uns 35. Se caía no gosto popular, o mutante poderia continuar ou até mesmo seguir para a continuação, isso também se o ator desejava continuar na trama. Pois é, com tanto sucesso, Caminhos do Coração passou a ser Os Mutantes e agora sobe um ponto no ibope a cada dia diminuindo os pontos da novela da concorrente. Inclusive mudou de horário, era às 10h30 e agora começa às 8h40.
O final foi mais divertido ainda. Nos últimos três capítulos praticamente recontaram toda a trama. Acho que eles perceberam que o público vê alguns capítulos e precisava compreender novamente o roteiro central. No primeiro de Os Mutantes parecia mais o último. O último terminou: Continua...
Eu acho que o autor encontrou o seu caminho, não tem como não rir de tanta bagunça. A criatividade para criar os mutantes, a genialidade para escolher o elenco, tornava tudo ágil e enigmático. Na foto está uma parte do elenco infantil que cresceu bastante durante a novela. Eles continuam em Os Mutantes.
Quando o autor descobriu que o público gostava da ilha, começou a mandar os personagens pra lá. Ele não se preocupava em explicar muito e isso fazia tudo ficar mais divertido ainda. Pelo fato da ilha ser o local dos mutantes perigosos ele pode inventar muito. O ex-cigano Igor, Ricardo Macchi, veio como o gigante. Eu não via muito os capítulos, não o vi mais, não sei o que aconteceu. Espero que ele tenha só desaparecido e não porque não tenha agradado. Estava muito simpático seu personagem desajeitado. Surgiu então dinossauro, minotauro, mulher-aranha, homem-gelo, vampiro, mulher que atravessa parede, homem que faz fogo, menino luz, um que envelhecia rápido demais, esse inclusive foi um dos mais sortudos, teve três namoradas, até uma que encantava os homens e os levava para o mar. A turma da Malhação passou a estar em peso na novela. Com a justificativa que na ilha não haviam roupas e estavam a séculos lá, começaram a aparecer de roupas minúsculas, muitos bíceps a mostra e começou a ter muito beijo na boca.
Eu gostava bastante do elenco. Muitos não estão mais, alguns nem sei porquê. Gabriel Braga Nunes continua. A atriz que fez a Dra. Júlia, a Itála Nandi, rejuvenesceu com mais uma de suas experiências genéticas e é agora a Babi Xavier em Os Mutantes. Os casais que mais gostava eram: Bianca Rinaldi e Leonardo Vieira, Thaís Fersoza e Jean Fercondini, Angelo Paes Leme e Mônica Carvalho, André Segatti e Lana Rodes, Cláudio Heinrich e Fernanda Nobre, Liliana Castro e Paulo Nigro, Sebastião Vasconcelos e Helena Xavier, Toni Garrido e Gabryela Moreira. Atores e personagens que gostava eram: Rafaela Mandelli, Cássio Scapin, Rocco Pitanga, Ana Rosa, Preta Gil, Anna Markun, Patricya Travassos, Tuca Andrada, Zé Dumont, Maria Ceiça, Angelina Muniz , Felipe Folgosi, Taumaturgo Ferreira, André di Biase, Eduardo Lago, Andréa Avancini, Guilherme Trajano e Alexandre Barilari. Os adolescentes e crianças também eram muito fofos: Cássio Ramos, Juliana Xavier, Julia Maggessi, Letícia Medina, Shaila Arceni, Pedro Malta, e Sérgio Malheiros. Da nova leva estão: Julianne Trevisol, Rômulo Arantes Neto, Sacha Bali, Suyane Moreira, Fábio Nascimento, Amandha Lee e Patrícia de Jesus. Devem ter faltado muitos, mas alguns estão aqui.
Música do post e da novela: 06 - Procurando A Estrela - Zé Ramalho
Assisti Ó Paí, Ó (2007) de Monique Gardenberg no Canal Brasil. O roteiro é baseado na peça teatral de Márcio Meirelles que era apresentada pelo Teatro do Olodum. O texto se passa no Carnaval, toda a alegria e musicalidade baiana, a gama de eventos e atrações feitas para os turistas. Avisei a minha mãe para assistir e ela adorou. Lázaro Ramos é o protagonista, canta e dança. Dança muito bem e canta bem. O mais engraçado é que a maioria dos personagens moram em um prédio de uma carola evangélica.
A variedade musical é uma delícia. A trilha sonora é de Caetano Veloso e Davi Moraes e é bastante eclética. Dá vontade de sair dançando. O momento mais gostoso é quando a Virgínia Rodrigues interpreta um personagem e todos dançam. Esse trecho é que o Canal Brasil colocou na chamada e está abaixo no youtube. Ó Paí, Ó mostra toda a diversidade, as dificuldades e misérias, a alegria e descontração, a intolerância religiosa. O roteiro é bem amplo e complexo.
O elenco é bem extenso também. Estão muito bem: Lázaro Ramos, Wagner Moura, Dira Paes, Stênio Garcia, Emanuelle Araújo, Luciana Souza, Érico Brás, Auristela Sá, Gustavo Mello e Rejane Maia.
Além de atores conhecidos há vários do Teatro do Olodum e alguns moradores da região. Como os meninos que interpretam Cosme e Damião: Vinícius Nascimento e Felipe Fernandes e o belo e ótimo Lyu Arisson.
Assisti Positivamente Millie (1967) de George Roy Hill no Telecine Cult. Que delícia de filme! São muito inteligentes as estruturas de linguagens do filme. Logo no início já vemos a originalidade. Nossa protagonista está com cachos, uma saia longa e enquanto a música toca aparece em uma tela negra seus pensamentos. Ela analisa as mulheres e vê que precisa mudar o cabelo, encurtar as saias, comprar um colar de pérolas e ser uma mulher moderna. Ela olha pra nós e aí vem a tela negra com seus pensamentos. É muito divertido ver ela contracenar conosco. Essas cenas vocês podem ver no vídeo no youtube que passa a apresentação do filme. É ágil e inteligente!
Positivamente Millie tem bastante música, me diverti muito com o fato do elevador só andar com elas sapateando.
Nossa protagonista mora em um hotel para moças. Nós vemos que muitas mulheres desaparecem lá para o comércio de escravas brancas. Mas nossa protagonista é bastante desligada. Aparece lá sua amiga, uma órfã como as outras e começa a ser alvo da quadrilha.
Positivamente Millie é um filme leve, engraçado e bonitinho. Claro, apesar da mulher moderna ter os cabelos curtos, trabalhar bem, ela ainda busca um bom casamento. Não chega a ser um filme que quebra grandes paradigmas, mas é uma graça mesmo assim.
Nossa protagonista é a ótima Julie Andrews. Sua amiga é a bela Mary Tyler Moore. Os rapazes são interpretados por James Fox e John Gavin. Há outros personagens deliciosos interpretados por Carol Channing, Cavada Humphrey e Pat Morita.
A trilha sonora de Elmer Bernstein é uma delícia, tanto que ganhou Oscar. Os figurinos de Jean Louis são belíssimos!
Há várias montagens de musicais com essa obra. Há vários vídeos no youtube dos musicais.
Música do post e do filme, mas o arranjo do filme é outro: 04 - Baby Face
Assisti O Amor Não Tira Férias (2006) de Nancy Meyers no Telecine Premium. A diretora também assina o roteiro. Gostei muito, é uma graça de filme. O 007 se incomodou com algumas questões, principalmente o final, e realmente ele tem um pouco de razão. Mas o roteiro eu achei bem inteligente, me surpreendeu. É um filme leve e despretencioso, mas bem bonitinho. Eu queria ter visto no cinema com a minha mãe, mas passou na época do Natal, então não conseguimos ir, que dirá enfrentar os shoppings abarrotados.
Minha mãe adora filmes românticos e leves, motivo que eu queria ver nos cinemas, mas também porque eu adoro o elenco. Amo a Kate Winslet, o Jude Law e a Cameron Diaz. Se unem a eles o ótimo Jack Black. Só ele não me convenceu muito como um homem apaixonado por uma mulher. Ele parecia mais que gostava de alguém do mesmo sexo do que do sexo oposto. Mas o personagem dele é muito simpático.
O roteiro é bem inteligente. Duas moças sofrem decepções amorosas. Li que a diretora viu um dia um site onde as pessoas trocam residências e que pensou em fazer um filme com essa história. O 007 concorda comigo que esse sistema não daria muito certo por aqui. Mas que a idéia é interessante é e que eu fiquei com vontade de participar, fiquei. Elas então mudam de casas em países diferentes. Uma mora em Los Angeles e outra em Londres. Eu gostei porque as duas mulheres são bem sucedidas profissionalmente, inteligentes e bonitas. Vou falar detalhes do filme: Achei realista mostrar que um dos rapazes é viúvo, tem duas filhas e que saía sem compromisso com as mulheres. Atitude normal para pessoas que tiveram perdas estar ainda em período do luto. O texto tem momentos bem inteligentes. Gostei bastante!
A trilha sonora de Hans Zimmer também é muito bacana!
Música do post e do filme: 16-hans_zimmer-verso_e_prosa-eon