sexta-feira, 15 de novembro de 2013

De Profundis

Assisti De Profundis (2007) de Miguelanxo Prado no Telecine Touch. Achei esse filme por um acaso, zapeando, vi que essa animação começava, não sabia nada e comecei a ver. É incrível! O diretor é galego, e De Profundis é uma co-produção com a Espanha. Começa com uma casa no meio do mar. E depois homens indo pescar. O dono da casa é um pintor, no início visitamos a casa onde vemos suas pinturas do mar, peixes, sereias.

Ele vive lá com sua mulher que é violoncelista. A animação parece de quadros que se movimentam. São 10 mil pinturas a óleo, belíssimos traços. Acontece uma tempestade e o barco em que está o marido afunda. A sereia acha o pintor no fundo do mar e o leva para conhecer as maravilhas do fundo do mar. 

Não há palavras, não há texto, só música e ação. Impressionante!
Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Travessuras - Histórias para anjos e marmanjos

Terminei de ler Travessuras - Histórias para anjos e marmanjos (2010) de Gil Veloso pela Opera Prima. Vejam que capa linda, as ilustrações são de Daniel Lourenço. Na edição daqui, o laranja da capa é fluorescente, lindo demais. Belíssima edição. E as histórias? Mágicas, fantásticas, engraçadas. Adorei o texto de Gil Veloso, sempre instigando o leitor a montar quebra-cabeças com as inúmeras palavras e trocadilhos. Sem falar no rico vocabulário, tantas palavras.


São histórias de hipopótamos, patos, gatos, formigas, pintinhos, borboleta, com uma criatividade cativante. O hipopótamo que veio para o Brasil não por livre hipopótama vontade, o pintinho que gostava de gemada, o pato que soltava pum. Uma graça os contos. Amei! Dá pra achar esse livro em livrarias.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Kes

Assisti Kes (1969) de Ken Loach no Telecine Cult. Kes é baseado no conto de Barry Hines. Eu sempre reluto em ver filmes com animais porque em geral eles morrem no final. Kes é muito elogiado pela crítica, está na lista dos melhores filmes de muito cineasta, criei coragem e fui ver. É triste, pesado, mas é realmente um filme magnífico, valeu o esforço, mas foi difícil me recuperar depois que terminou.

Billy Casper é nosso protagonista, ele vive uma solidão assustadora. O irmão só o maltrata, a mãe é ausente, está farta dos filhos. Vive como uma mulher solteira. Billy vive sujo, revoltado. Na escola os professores só maltratam, então os alunos fazem sempre o mesmo. Kes é daquela época em que os adultos achavam que a mão firme e a violência educavam e consertavam menores rebeldes. 

A distração do Billy é procurar ninhos na floresta. Ele acha um de um falcão, rouba um livro sobre falcões, ele já tinha sido preso antes pro furto, pega um filhote e começa a amestrá-lo. É linda a relação do Billy com o falcão e imagino o quanto deva ser difícil fazer um filme onde um garoto também precisa ter uma relação de amizade com um animal. Belíssimo filme! Billy é interpretado brilhantemente por David Bradley. Alguns outros do elenco são: Freddie Fletcher, Lynne Perrie, Colin Welland, George Speed, Bernard Atha e Brian Glover.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ponyo

Assisti Ponyo (2008) de Hayao Miyazaki no Telecine Cult. Eu adoro as animações desse diretor japonês, são mágicas, cheias de significados, originais, surpreendentes. O roteiro é do próprio diretor. Ponyo é um peixinho dourado que é achado por um garoto. Só que Ponyo tem um rosto de uma menina. Seu pai quer conseguir a menina de volta pelo risco que é saberem desse segredo.

É a sujeira do mar que faz Ponyo entrar em um vidro e o garoto salvá-la. Também é linda a relação do menino com a mãe. Ela trabalha em um asilo de idosos e Sôsuke adora todas as mulheres do asilo. A mãe é carinhosa, compreensiva, é muito bonito tudo o que ela diz para o filho, e é muito engraçada quando fica chateada quando o marido não pode vir para jantar, ele trabalha em um barco. 
A mãe de Ponyo é uma Deusa do Mar. Lembrou muito a nossa Iemanjá, só que a mãe de Ponyo é ruiva. Eu amei essa animação! Me emocionei muitas vezes!


Beijos,
Pedrita

sábado, 9 de novembro de 2013

Equador

Terminei de ler Equador (2003) de Miguel Sousa Tavares da Editora Nova Fronteira. Quando terminei de ler Rio das Flores e coloquei no blog, comentaram que eu deveria ler Equador, que é considerado um de seus melhores livros. Eu tinha amado Rio das Flores e ainda diziam que esse é melhor? Quis ler. Veio uma ótima promoção, 50% de desconto no valor do livro em uma livraria virtual, comprei. Na capa dessa edição diz que vendeu mais de 230.000 exemplares em Portugal. É realmente incrível. Eu comprei exatamente dessa belíssima capa que é de Antonio Belchior sobre um postal antigo da cidade de S. Tomé da coleção particular de João Loureiro.


Obra Jogo de Cartas (1935) de Almada Negreiros

Nosso protagonista é português e um rico filho de um empresário. Ele vive tranquilamente sem saber o que faz, sai com amigos, vive a larga. Com o falecimento de seu pai ele acaba assumindo a empresa, sem escolha. O pai trabalhava com navios que ele vê sempre do seu escritório, mas nunca se interessou em ver na prática o que acontece, vive na parte burocrática da empresa e continua saindo com os amigos e vivendo sem compromisso. O Rei de Portugal o procura e solicita que ele venha a ser Governador de S. Tomé e Príncipe, ilhas africanas sob domínio de Portugal. O Governador precisa verificar e informar que os proprietários de terras precisam ter livres os negros que trabalham em suas lavouras. S. Tomé e Príncipe vive do cultivo do Cacau e os proprietários ganham muito dinheiro. Em breve chegará nas ilhas um enviado inglês para atestar se realmente Portugal não tem mais mão-de-obra escrava. No período que o livro é retratado, o Brasil já alforriou os seus escravos. Aqui já começaram a substituir a mão-de-obra negra pela italiana. Em S. Tomé e Príncipe os negros são livres, recebem salários, tem contratos, podem ir embora, mas tudo indica que é mais fachada do que realidade.

Obra Maternidade (1935) de Almada Negreiros

Nosso protagonista sabe que será muito difícil dizer não a um pedido do Rei de Portugal, mas também o desafio lhe atrai. Em S. Tomé e Príncipe ele vive toda a hostilidade dos proprietários de terra que fingem que não castigam com chicote e maus tratos os negros. Os negros continuam vivendo em senzalas e se alimentando de farinha e água. Tanto que o índice de mortalidade é muito alto. Equador é um livro belíssimo. Miguel Sousa Tavares pesquisou todo esse período, há uma lista bibliográfica que foi utilizada para a pesquisa. Esse autor gosta de mostrar momentos históricos e criar personagens ficcionais. Ele entretêm e informa.  A complexidade humana, a fragilidade humana, a prepotência, é um livro apaixonante. Equador é maravilhoso!

Tanto o pintor bem como o compositor são de S. Tomé e Príncipe e viveram no período que o livro foi retratado.

Beijos,
Pedrita