sexta-feira, 20 de junho de 2014

Crônica da Casa Assassinada

Terminei de ler a Crônica da Casa Assassina (1959) de Lúcio Cardoso da Civilização Brasileira. É uma Edição Comemorativa de 40 anos da Primeira Publicação, belíssima edição, adorei a capa. Peguei esse livro emprestado da minha vizinha, eu queria muito ler depois que li a adaptação para a peça pelo Dib Carneiro Neto. Tinha ficado muito envergonhada de não ter lido nada desse autor, depois de ler fiquei mais envergonhada ainda. A Crônica da Casa Assassinada está entre os melhores livros que já li, é absolutamente impressionante. A complexidade de cada personagem é brilhante.

Obra Jarra e Frutas de Inimá de Paula

A temática central lembra Gritos e Sussurros do Ingmar Bergman. Uma família vive em torno de uma doente, mas não sabem expressar afeto. Parece que quem mais sente a dor é quem cuida da doente. Os silêncios são cruéis. Mas a Crônica da Casa Assassinada tem vários aspectos brasileiros e de mineiros. Como muitas famílias, os Meneses já foram uma família muito rica, moram em uma bela propriedade em franca decadência. Vivem dos poucos recursos que restaram. Só o que sabem fazer é expiar os outros pelos cantos. Um deles se casa com uma mulher belíssima, dessas que fazem todos silenciar com o seu brilho. Todos acham que ela é uma afortunada, quando ela também é infeliz. Os Meneses começam então a sufocá-la com os seus segredos, o seu ciúme e com o desejo de serem ela.

Obra Paisagem (1939) de Funchal Garcia

Crônica da Casa Assassinada é uma obra cheia de mistérios, estamos sempre tentando entender o que realmente aconteceu. Os silêncios, as viagens sem explicações. Alguns relatos de quem visitou a casa, de pessoas da casa, fazem com que consigamos unir as pontas, mas elas sempre ficam soltas e não é raro descobrimos que fomos enganados, que essa família mentiu. Há nos personagens todos os sentimentos possíveis, como na realidade cada um tem. Quando descobrimos que até um que parecia o mais cordial, o que não teria inveja, descobrimos que ele também queria roubar aquilo que o outro pela beleza ganhava. Uma pretendente para um dos Meneses é preparada para ser um nada, roupas austeras, silenciosa, oprimida. Quando ela percebe que pode ser muito mais, em vez de se transformar, passa a odiar a que é livre e a tentar ter tudo o que é da outra, em vez de se libertar da austeridade imposta. A crueldade de todos, até mesmo dessa bela mulher, é sufocante.

Obra Vaso de Flores (1970) de Nello Nuno

A Crônica da Casa Assassinada é uma obra extensa, de difícil leitura, rico vocabulário e uma riqueza impressionante de sentimentos. São inesgotáveis as nuances dos personagens. Simplesmente maravilhoso. A Crônica da Casa Assassinada está esgotada, só é possível achar em bibliotecas e em sebos. Há um filme de 1971, com Norma Bengell, de Paulo Cesar Saraceni que quero muito ver.

Tanto os pintores, bem como o compositor são mineiros como o autor.




Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Mato Sem Cachorro

Assisti Mato Sem Cachorro (2013) de Pedro Amorim no Telecine Pipoca. Eu queria muito ver esse filme, tentei inclusive ver nos cinemas. É muito bonitinha a história desse casal e do cachorro. Várias piadinhas são de muito mal gosto e gosto duvidoso, mas o romance e a relação com o cachorro são muito bonitinhos. Bruno Gagliasso está excelente como o rapaz tranquilo até demais, que é bom em computador, em fazer vídeos. Achei meio moralista fazer ele depois passar a arrumar a casa. já que ele continua do mesmo jeito, desnecessário.

Leandra Leal que faz par romântico com ele. Muito engraçado o clipe que ele cria com o personagem do Felipe Rocha que interpreta o irmão do personagem da Leandra Leal. E claro, o cachorro é fofo demais. Alguns outros do elenco são Danilo Gentili, Letícia Isnard, Enrique Diaz, Gabriela Duarte, Rafael Bastos e Aramis Trindade. Fazem participações especiais: Sidney Magal, Sandy e Elke Maravilha.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 17 de junho de 2014

Sonhos e Desejos

Assisti Sonhos e Desejos (2006) de Marcelo Santiago no Telecine Touch. É um belo filme. Uma jovem universitária está fascinada pelo professor revolucionário. Adora os discursos, os poemas e sonha utopicamente e romanticamente participar da resistência e da luta armada. Parece que a oportunidade apareceu. Ele precisa se esconder, mudar de nome, e eles vão para um apartamento, mas ele não permite que ela participe, alegando que ela não está preparada, e parece não estar mesmo.

O professor em uma ação tem um companheiro atingido. Ele leva o rapaz para o apartamento para ela cuidar dele. Surge então o triângulo amoroso. Eu gostei dos personagens. Ela uma jovem, cheia de vida, que começa a se desiludir com o professor desencantada com a vida doméstica e sem aventuras bem diferente do que imaginava. O professor aquele revolucionário que acha que a causa é muito mais importante que os sentimentos. E esse rapaz revolucionário, que ama cultura, música e dança. Ele e a jovem começam a dançar, ouvir música, e claro, naquela vida monótona que ela foi inserida, ele passa a ser o frescor. Ele não é tão radical como o professor.

Os três estão bem: Mel Lisboa, Felipe Camargo e Sergio Marone. Ricardo Pereira faz uma participação. É um bom filme de romance. Eu gostei da reconstituição de época, figurinos e da trilha sonora de Wagner Tiso com música de Milton NascimentoSonhos e Desejos é baseado no livro Balé da Utopia de Álvaro Caldas, inclusive esse seria o título inicial que eu gosto bem mais. Soube desse filme pelo twitter do Sergio Marone há uns 15 dias.

Beijos,
Pedrita

domingo, 15 de junho de 2014

A Hospedeira

Assisti The Host (2013) de Andrew Niccol no Telecine Pipoca. Eu adoro filmes de ficção científica, esse é baseado no livro de Stephenie Meyer. Parecia bem adolescente, um pouco arrastado em alguns momentos, mas o roteiro é bem costurado e funciona. A Terra é agora pacífica, todos vivem em harmonia, mas isso acontece porque hospedeiros de outro planeta estão sendo implantados nos humanos. Alguns humanos conseguem se esconder. Uma se suicida para não ser pega, e colocam um hospedeiro nela. Diferente de outros implantes, a humana passa a interferir na hospedeira. Ela é interpretada por Saorise Ronan.

É muito chato o personagem da Diane Kruger. Alguns outros do elenco são: William Hurt, Max Irons, Jake Abel, Chandler Canterbury, Shyaam Karra, Stephen Rider, Scott Lawrence e Emily Browning. Bem clichê o final, mas funciona direitinho.

Beijos,
Pedrita

sábado, 14 de junho de 2014

Acessibilidade nos Aeroportos da Copa

Assisti ao documentário Acessibilidade nos Aeroportos da Copa por Nathalia Blagevitch Fernandez. Vi no facebook o link de uma matéria sobre esse documentário e os dois vídeos que estão acessíveis na internet. Postaram o vídeo no facebook Mara Gabrilli e minha colega blogueira Roseli Pedroso do Sonhos e Melodias. Gostei muito do documentário, é simples, mas muito bom porque mostra o que funciona e o que não funciona e principalmente nos mostram as necessidades dos cadeirantes. Seria excelente para passar em escolas para que entendam melhor e não ocupem lugares reservados para cadeirantes, também para qualquer lugar que precise adaptar para ver o que é melhor, o que funciona melhor e por último para equipes que estejam em treinamento para lidar com pessoas com necessidades especiais. Sem entender realmente o que precisam alguns atendentes chegam as ser surreais. Esse documentário chegou no facebook por uma matéria da Exame.

Nathalia Blagevitch Fernandez está prestes a se formar em Direito. Eu aprendi com o documentário que no Aeroporto de Porto Alegre, o banheiro acessível tem um botão que facilita abrí-lo. Nathalia conta que só tinha visto esse botão no exterior. Eu sempre que via maçanetas nos banheiros acessíveis, achava que eram muito ruins, muitas vezes estavam até com pregos frouxos, e pensava como um cadeirante conseguia utilizá-los sem ter que pedir ajuda. A independência para o cadeirante é sempre uma conquista. Que precise de auxílio em várias atividades é um fato, mas que perca o direito de autonomia porque não há acessibilidade deve ser muito frustrante.

Nathalia viajou com a mãe e um cinegrafista. A edição é muito boa. Nathalia viaja com duas cadeiras, a de rodas e o táxi acessível. Ela explicou que as bagagens dos cadeirantes vão com o emblema de prioridade para que sejam os primeiros a sair do avião. Ela mostra também outras pessoas com restrições utilizando o aeroporto e pergunta para alguns como foi. Ela perguntou também em cada aeroporto se existia uma pessoa que falasse o idioma para sinais para se comunicar com surdos. Quase todos os aeroportos naquele horário não tinha. Não dá pra saber se era fato ou desculpa. E percebi que o surdo agora fica restrito para viajar em alguns horários porque em outros não encontra que os auxilie. Nathalia elogiou tudo o que funcionou bem. E foi bastante severa com aqueles que estavam nos banheiros para cadeirantes que não eram cadeirantes. Uma foi tão grossa que se fosse minha funcionária eu tinha demitido. Vou colocar os dois vídeos para que assistam. 

Beijos,
Pedrita