sábado, 20 de março de 2021

Invenção de Orfeu de Jorge de Lima

Terminei de ler Invenção de Orfeu (1952) de Jorge de Lima de Cosac Naify. Eu demorei muito pra ler esse livro. Leio muito pouco poesia, esse livro é bem extenso. Faz muito tempo mesmo que comecei a ler. Deixo junto com os livros que estou lendo, mas mesmo assim pego pouco pra ler. É belíssimo! Que autor! Que poemas. É uma belíssima edição. Há um texto do grande Murilo Mendes na obra que conta que foi ele que escolheu o nome do livro. Que Jorge de Lima lhe mostrou os manuscritos e ele pensou em três nomes, decidindo por esse.

Boa parte dos poemas falam de natureza, fiquei encantada. Fascinada pela natureza, ver aquelas belas palavras foi lindo. Os poemas são muito fortes e impactantes. Que dom com a palavra.

Trecho:

A ilha ninguém achou 
porque todos a sabíamos. 
Mesmo nos olhos havia
uma clara geografia. 

Mesmo nesse fim de mar 
qualquer ilha se encontrava, 
mesmo sem mar e sem fim, 
mesmo sem terra e sem mim. 

Mesmo sem naus e sem rumos, 
mesmo sem vagas e areias, 
há sempre um copo de mar 
para um homem navegar.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 17 de março de 2021

La Vita Davanti a Sé

 

Assisti La Vita Davanti a Sé (2020) de Edoardo Ponti na Netflix. Continuo assistindo os filmes que concorrem ao Oscar. No Brasil está como Rosa e Momo, gosto dos dois nomes. Que belo filme! Eu amo a Sophia Loren e suas interpretações e ela está majestosa como a complexa Rosa. É baseado no livro de Romain Gary de 1957 e fala muito de imigração. Essa obra já teve outra adaptação que 007 viu e achou muito arrastado.

Aos poucos descobrimos que Rosa foi uma prostituta, para sobreviver ela passou a cuidar dos filhos de outras prostitutas. Um médico quer que ela fique com a guarda de Momo, ela já cuida de uma criança e não quer um garoto que a roubou e tem sérios problemas de convivência. Momo vai ficando e eles vão se afeiçoando. É lindo e profundo demais. Ibrahmia Gueye arrasa!
A música final é um pouco cafona, mas se encaixa muito nesses tempos onde muitas vezes não podemos estar aqui pela pandemia, sempre distantes, sem dar adeus. Inclusive o final das gravações já foram na época da pandemia.


Beijos,
Pedrita

domingo, 14 de março de 2021

Rio 2

Assisti Rio 2 (2014) de Carlos Saldanha no TelecinePlay. Eu sempre me pergunto porque eu adio de ver animações que adoro. Que graça! Agora Blue tem uma família, esposa e três filhos. Eu assisti no som original com legendas. O primeiro comentei aqui.

Seus protetores estão na Amazônia e eles resolvem ir atrás. Lá eles encontram um santuário repleto de araras azuis. Os números musicais são lindos demais! 
Eu enlouqueci com a Gabi. Ela é uma sapinha venenosa e está com o vilão do filme. E como canta ! Ai que lindo!! 
De cortar o coração quando eles descobrem o desmatamento na Amazônia.







Beijos,
Pedrita

terça-feira, 9 de março de 2021

O Tigre Branco

Assisti O Tigre Branco (2021) de Ramin Bahrani na Netflix. Eu estou tentando assistir aos filmes que concorrem ao Oscar, esse concorre a Melhor Filme Estrangeiro e é genial, bastante surpreendente e diferente. Primeiro porque não mostra a Índia que os turistas veem e passam a ter uma visão romântica do país, mas sim a Índia de fato, que eu já tinha visto no livro A Distância entre Nós, de Thrity Umrigar, a das castas. E com relações entre patrões domésticos e empregados muito parecidos com o Brasil, infelizmente, que beiram a escravidão. O filme é baseado no livro de Aravin Adiga, que quero ler.

O protagonista é da casta baixa. Muito inteligente consegue uma bolsa pra estudar em outra cidade, mas a avó proíbe e o obriga a trabalhar com carvão. A avó explora filhos e netos. Opressora, ela impede que eles voem, mas ele tem sonhos altos e vai fazendo passo a passo os seus planejamentos pra melhorar de vida.

O filme é desconfortável e imprevisível. O protagonista que narra a sua história desconcertante. Os patrões são interpretados por Priyanka Chopra e Rajkummar Rao.  A avó por Kamlesh Gill. Uma graça o garoto, Vedant Shina, que interpreta o parente do protagonista.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 5 de março de 2021

Karen de Ana Teresa Pereira

Terminei de ler Karen (2016) de Ana Teresa Pereira da Todavia. Em 2020 a Feira de Livros da USP foi virtual. Eu quis ao menos comprar alguns, bem poucos. Foi difícil achar os livros, verificar se as promoções existiam de fato e esse foi um deles. Gostei muito! A obra foi vencedora do Prêmio Oceanos de 2017. é uma bela edição com ilustração na capa de Zansky.

A marcador de livros é uma obra do Mucha e o quadrinho uma obra de Monet.
Ambos ganhei de amigos.

 

Obra Sombras (1964) de Lourdes Castro e René Bertholo
Foto de André Morin

Nossa, essa obra encaixa perfeitamente com o livro. A protagonista é um esboço dela mesma. Demoramos pra entender tudo então é melhor não ler nada antes, nem orelha do livro, nem resumo, nem a postagem. Entendemos que ela sofreu um acidente em uma cachoeira. Não lembra de seu passado. Só alguns poucos fragmentos. Ela vive em uma casa com uma mulher que cuida de tudo e um homem. É um livro muito forte, impactante e surpreendente.

Obra Dançarina Verde e Azul (1893) de James McNeill Whistler.

A protagonista é artista plástica. Fala muito de filmes, séries, música, são inúmeras referências.

Beijos,
Pedrita