sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Pinturas de Germana Monte-Mór

Vi a exposição Pinturas de Germana Monte-Mór na Galeria Leme. Gostei demais do trabalho da artista. Já vinha olhando algumas postagens na internet, adoro cores, estava ansiosa pra ver. São fascinantes!

Gostei muito das diferentes texturas das cores. Há sempre uma sobreposição e embaixo outras técnicas. Muito bonito e interessante! Várias são a cara da minha casa.

Confesso que ao vivo são muito mais instigantes. As fotos, pelo menos as minhas, dão pouca noção das texturas, profundidades e beleza.

A mostra é gratuita e fica em cartaz até 1 de novembro.


Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Mais Pesado é o Céu

Assisti Mais Pesado é o Céu (2023) de Petrus Cariry na Maratona Centenário do Cinema Cearense no Canal Brasil. Eu queria muito ver esse filme desde que vi falando da estreia nos cinemas. Até ia me programar pra ver, mas estava na sessão mais tarde do cinema que pago meia, o único horário que não vou. Já é o segundo filme que quero ver e é só nesse horário. Fiquei eufórica quando vi que ia passar no Canal Brasil e coloquei pra gravar. Esse e outro. O canal tem criado essas mostras, com homenagens variadas, e colocado filmes muito, mas muito recentes, que acabam não entrando no streaming. Esse cartaz é belíssimo e é um momento muito emblemático do filme.
 

Eu comecei a ver esse cartaz. 

Os dois protagonistas estão maravilhosos, Ana Luiza Rios e Matheus NachtergaeleOs dois personagens começam a se deslocar em separado, pedindo carona. Os dois querem ir no açude que cobriu a cidade da infância deles. E eles se encontram exatamente no açude. Ela chega primeiro, ouve um bebê chorando que está em um barco. Ele chega com ela com o bebê no colo que começa a chorar. Ele fala que o bebê está com fome e ela terá que dar de mamar. Ela diz que o leite secou pouco depois do bebê nascer. Em nenhum momento do filme ela diz que o filho não é dela. Ele leva ela então a casa de um amigo. Depois de muito andar não acham, tudo está diferente. Voltam a estrada, só lá há algum comércio precário. Bonito no filme só o céu. O resto é só degradação, miséria, exploração e muita, mas muita desolação.
Silvia Buarque está no elenco, ela que dá mamadeira ao bebê. A jovem ia tentar a vida em Fortaleza, o homem ia atrás de caranguejos no mangue. A mulher sugere que os dois fiquem por ali, que tem uma casa abandonada. Tudo na região é abandonado, todos partiram. 

Eles tentam ficar. Ela sai todo dia pra tentar trabalho, mas é tudo exploração. Só consegue alguns trocados com carros na estrada. Ele fica com o bebê. O filme é muito surpreendente. Mas gostei de falar desses fins de mundo no Brasil, onde não há perspectivas de vida digna, só dificuldade, maus tratos e tormento. É um filme muito, mas muito melancólico! E muito lindo! Me emocionei várias vezes. As pessoas não deviam ter que viver com tanta dificuldade.
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Candy

Assisti a série Candy (2022) de Nick Antosca e Robin Veith da Hulu, na Star+ na Disney
 

A história conta o caso de Candy Montgomery que matou com 41 machadas Betty Gore. As duas eram amigas, casadas e com filhos.
Betty era detestada por muitas pessoas. Excessivamente rígida, era professora de crianças e foi demitida por ser absurdamente punitiva com as crianças para que alcançassem a disciplina. Betty não tinha amigas, ninguém gostava dela. Candy era amada por tudo e por todos, inclusive pelos homens e maridos de suas amigas. Candy é daquelas pessoas que está sempre disponível pra ajudar, sorridente, amiga. Deu inclusive uma festa para o bebê de Betty que ia nascer, já que Betty não tinha amigas. Candy também teve um caso com o marido de Betty. Todos amavam Candy. Jessica Biel é Candy, Melanie Lynskey é Betty.
Candy contrata um excelente e inescrupoloso advogado que faz Candy admitir que matou Betty, mas em legítima defesa. 41 machadadas em legítima defesa. Que Betty que teria atacado primeiro Candy que só se defendeu. Candy tinha alguns pequenos machucados, quebrou algumas unhas, um pequeno corte na testa e outro no pé, mas tudo poderia ser porque se feriu golpeando a vítima e não porque foi atacada. Candy é inocentada pelo júri. Até seu marido e o exatamente ficam do lado dela defendendo-a. Mesmo depois de morta Betty continua sozinha. Eram só as duas na casa. Qualquer versão contada foi feita pela assassina. Não tinha como se saber o que de fato aconteceu. Inclusive a explicação que Candy tinha ido buscar o maiô da filha de Betty e que o assassinato aconteceu sem querer porque Betty descobriu a traição e a confrontou, é a versão de Candy. Candy jurou não ter premeditação no assassinato,  que teria ficado catatônica enquanto dava as machadadas, como se não estivesse lá. Mas após os golpes, Candy tomou banho na casa da Betty, foi pra casa, colocou as roupas pra lavar e foi para as atividades sociais e reuniões com outras mulheres. Só admitiu ter matado Betty quando acharam suas impressões digitais na geladeira. Candy e o advogado eram extremamente manipuladores e simpáticos.
Eu fiquei pensando no mundo de celebridades atual. O quanto ficamos ao lado de uma versão da história só porque gostamos da pessoa que está sendo acusada. Quando só duas pessoas estão no local, quando é a palavra de uma contra a outra, o quanto acabamos ficando do lado de quem temos mais simpatia. Nesse caso é pior ainda, porque não há a outra versão, já que Betty está morta. 

Candy ficou ainda casada por mais quatro anos. Ela mudou de nome e cidade e hoje trabalha como terapeuta familiar. Há outros filmes dessa história.

Beijos,
Pedrita

domingo, 13 de outubro de 2024

Recital de Piotr Alexewicz

Fui no recital de Piotr Alexewicz no Festival Chopin na Sala São Paulo. Piotr é polonês como Chopin. Com apenas 24 anos, tem inúmeros prêmios em seu currículo, 1º lugar duas vezes no Concurso Nacional de Piano Fryderyk Chopin (2017, 2020), Prêmio Prof. Drzewiecki no XVIII Concurso Internacional de Piano Fryderyk Chopin em Varsóvia, 2º prêmio do Concurso Internacional de Música Jeunesses Dinu Lipatti em Bucareste (2016); Grand Prix, Prêmio Musideco e Prêmio do Público no Concurso Ville de Gagny em Paris (2017) e em 2024, 1º lugar no Concurso de Concerto no Piano Texas Festival and Academy. E como toca.
Em um texto nas redes sociais, antes da apresentação, Piotr contou quando assistiu o documentário de João Moreira Salles sobre Nelson Freire. O pianista tinha apenas 9 anos e via e revia a cena de Nelson Freire na Sala São Paulo tocando  Fantasia em Dó Maior, Op. 17 de Schumann. Piotr disse que ficou muito surpreso com o convite para tocar na Sala São Paulo, que foi como uma realização de um sonho. Então fez questão de colocar a obra no programa.

E o programa todo foi muito bonito. O pianista ainda tocou quatro bis. Foi muito emocionante!

Programa completo

W.A.Mozart  (1756 – 1791)

 Fantasia em Ré menor, KV 397   

 R. Schumann (1810 – 1856)

Fantasia em Dó Maior, Op. 17   

F. Chopin (1810 -1849)

Sonata em Si bemol menor, op. 35       

F. Liszt (1811-1886)   

Sonata Dante – Após uma leitura de Dante, fantasia quase sonata   


Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

As Gêmeas Silenciosas

Assisti As Gêmeas Silenciosas (2022) de Agnieszka Smoczynska no Telecine Cult. Estava zapeando e vi esse filme. Não sabia do que se tratava, mas coloquei pra gravar. Infelizmente os filmes do Telecine Cult não vão pro streaming do canal. Fiquei muito surpresa quando fui assistir, e vendo, fiquei em choque. O roteiro é de Andrea Siegel e Marjorie Wallace, essa é a jornalista que acompanhou as gêmeas na adolescência até a vida adulta.

O filme conta a história das gêmeas June e Jennifer Gibbson. As duas nasceram no Caribe e foram viver no País de Gales quando eram bem pequenas. Como eram as únicas negras na escola, sofreram violentos bullying. A escola não fez o seu papel, então elas fizeram os códigos delas para se proteger. Elas decidiram que só falariam entre elas. Não falam com mais ninguém. É do tempo que a escola ignorava as violências, apesar que não anda muito se preocupando com "coisas de crianças" nos dias de hoje. Penso que se a escola tivesse feito o papel dela e preparado dinâmicas de interação entre os alunos, se essa trágica história talvez não acontecesse. Tenho muita raiva das escolas dizerem que a responsabilidade da educação é dos pais, tirando totalmente as suas responsabilidades.  Ou como pensavam no passado, que é coisa de criança. Como costuma acontecer, elas que se calaram pra se defender, que foram pra escolas especiais e sofreram as violências. Os que praticaram bullying ficaram impunes. Não estou dizendo que precisam ser punidos, mas o sistema costuma punir quem acaba se defendendo dos ataques como consegue. Em vez de auxiliar todas as crianças da escola a aprender a convivência. Até porque um dos papéis da escola é a socialização.
Elas adoravam escrever. Faziam bonecos para suas histórias, eram brilhantes. Elas crescem e resolvem enviar seus textos a editoras, que recusam na maior parte do tempo. Com as eternas violências e falta de compreensão, elas passam a se rebelar ao sistema que sempre as excluiu. Na adolescência, elas passam a praticar pequenos furtos e alguns vandalismos. São presas e condenadas a prisão perpétua em um hospital psiquiátrico. Se fossem brancas e ricas provavelmente os pais pagariam umas multas e elas estariam por aí. É perverso demais o que fazem com elas que passam a ficar dopadas, a viver em solitárias e serem separadas. É uma história trágica demais. Letitia Wright e Tamara Lawrance arrasam. A trilha sonora é maravilhosa! Além de ótimas músicas que elas adoravam, o filme utilizou os textos impactantes delas pra fazer músicas dilacerantes. Tem todas as músicas no Spotify.
O livro de uma delas é publicado. A jornalista começa a visitar a jovens e se indignar com a pena delas. Ela consegue tirar as duas da perpétua, mas só 11 anos depois quando os estragos já tinham sido feitos. Uma delas morre misteriosamente. O filme dá a entender que ela desiste de comer, mas nunca se souberam os motivos. June Ribbons vive reclusa no País de Gales. Queria ir até ela dar um abraço.
Na foto, elas com a jornalista.


Beijos,
Pedrita