sábado, 3 de maio de 2025

Mayombe de Pepetela

Terminei de ler Mayombe (1979) de Pepetela da LeYa Brasil. Eu tenho amigas que distribuem livros de vez em quando, ou porque chegam até elas, ou porque se desfazem. Esse eu não compraria por minha escolha, mas gostei muito. Esse livro foi leitura obrigatória no vestibular da USP. Achei linda demais essa capa.

A mesma amiga me presenteou com esse marcador de livros magnético de Inhotim.


 

Obras Rostos Culturais (2018) de Marques Nguxi

Pepetela participou do MPLA - Movimento Popular de Libertação da Angola na década de 70. No Brasil tivemos a independência em 1822, mesmo continuando com o filho do rei de Portugal no trono. Foi na Proclamação da República em 1889 que a monarquia deixou o poder. Na Angola somente na década de 70 que lutaram pela libertação do país. Achei então que seria um livro de lutas, que mesmo necessários, acabo não tendo muito identificação. Mas o livro é todo dividido, lutas mesmo só na primeira parte quando os combatentes lutam em meio a mata.

Obra Tchitundo Hulo (2019) de Carnott Junior

Depois os guerreiros montam uma sede no meio da mata e conseguem ficar melhor até a comida começar a acabar. Alguns seguem pra cidade, mas os líderes não estavam preocupados com a fome de seus guerreiros, queriam fazer política, falar, viver confortável, mas não se preocupavam com a precariedade dos guerreiros na luta.

Obra de Guizef

Em meio as divergências de lideranças surge a bela e livre Ondina. O autor mostra que os conflitos são também decididos por homens que se divergem, que são diferentes, que tem interesses diferentes. Gostei bastante do livro.
Beijos,
Pedrita

8 comentários:

  1. É bom quando um livro surpreende a gente positivamente. Especialmente quando não conhecemos ainda o autor.

    Beijo, boa noite e bom domingo

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    1. marly, o autor fala algo parecido no vídeo. ele diz que muitos angolanos conhecem a literatura brasileira, e que o contrário não ocorre.

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  2. Já li pelo menos 3 romances de Pepetela, todos mostram retratos históricos de Angola durante a colonização, revolução ou independência, todos tem essa mistura de relações humanas, sentimentos e sonhos cruzados com a realidade histórica. O que mais gostei foi "Geração da Utopia" com os universitários angolanos que vinham para lisboa estudar no fim da colonização e depois as diferentes trilhas seguidas em função da ideologia e sonhos de cada um até a uma certa desilusão com a realidade. Mas Mayombe é também considerado uma das obras importes dele, mas não li.

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    1. carlos, sim, achei dois no seu blog. gostei da forma como ele separa os fatos, aproxima dos personagens.

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  3. Puxa não conhecia o livro nem o autor.
    Ele tem 83 anos!
    Amei muito sua resenha, me encantei com a narrativa nacionalista e já levo a indicação.

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